28 março, 2008

As Aventuras de Blake & Mortimer, Vol. 18 - O Santuário de Gondwana

Ontem, numa passagem pela FNAC (passe a publicidade!) qual não foi a minha surpresa ao encontrar à venda um novo álbum das aventuras de Blake & Mortimer: O Santuário de Gondwana
 
A surpresa foi boa, mas estranhei como este acontecimento passou praticamente despercebido aqui na comunidade bedéfila. Nem em blogues nem em fóruns bedéfilos havia encontrado uma única referência a este lançamento, que até teve a sua estreia mundial cá em Portugal, no passado dia 24. Das duas uma, ou existiu um grande secretismo por parte da editora ASA, ou então andamos todos muito distraídos! :)
 
A surpresa continuou com sou confrontado com duas capas diferentes (oficial e variante) para o mesmo álbum, que salvo erro, deve-se tratar de uma acção inédita cá entre nós. Mais tarde, numa pesquisa no google, e descubro que a edição variante foi feita para venda exclusiva nas lojas FNAC, com uma tiragem de 1.500 exemplares (a oficial tem uma tiragem de 6.000 exemplares).
 
Esta nova aventura, O Santuário de Gondwana, conta de novo com a assinatura da dupla Yves Sente e André Juillard, depois do díptico Os Sarcófagos do 6º Continente. A acção decorre em pleno coração da Africa Negra, onde os nosso heróis embarcam numa aventura em busca de uma civilização desconhecida.
 
Passa já para o topo da "pilha" e é a minha leitura para hoje! 
 

12 março, 2008

Quanto Vale a Banda Desenhada?

Sempre que compro alguma revista ou álbum de BD em 2ª mão, interrogo-me sempre se, em termos de preço, estou fazer uma boa aquisição. Obviamente, que estou interessado em comprar a revista ou o álbum em causa, mas a questão é será que estou a pagar um preço justo?

Então, como aferimos do valor de um livro/revista de BD?

É esta a pergunta para a qual muitos coleccionadores de banda desenhada gostariam de ter um dado objectivo. Qual o valor real justo?

A resposta, obviamente, é difícil de obter, até porque somos confrontados com inúmeras variáveis, sendo algumas delas completamente incontroláveis, por exemplo o valor de estimação. Se em termos económicos, define-se “justo valor” como a quantia pela qual um bem, pode ser trocado, entre um comprador conhecedor e interessado e um vendedor exactamente nas mesmas condições; em termos bedéfilos, é bem possível que este valor seja aquele absurdo preço que por vezes estamos dispostos a pagar para ter aquele exemplar na nossa colecção. Irracional? Não nos podemos esquecer que estamos a falar de uma paixão, onde a intuição e a convicção valem mais que qualquer ciência exacta na formação do preço.

No entanto, no meio de tanta subjectividade, é possível encontrar alguns factores objectivos que nos ajudam a definir, não direi o “justo valor”, mas um preço de referência actual e de valorização futura de uma edição, sendo de destacar essencialmente a RARIDADE e o ESTADO DE CONSERVAÇÃO.

Assim, para uma qualquer edição atingir o estatuto de RARIDADE, muito contribui a antiguidade, a qualidade e tiragem da edição, bem como os seus autores e por vezes a própria história/personagens. O seu valor pode então ser definido por um destes factores isoladamente ou em alguns casos pela conjugação de vários ou mesmo de todos.
 
No mercado português, exemplos não faltam de fortes valorizações de algumas edições antigas e mais recentes e, seleccionei, entre muitos outros, alguns casos que podemos considerar como perfeitos exemplos de raridades bedefilas portuguesas:
 
  • Na bd nacional, a 1ª série do “Mosquito” composta por 1.412 números (publicada entre 1936 e 1953), pela sua antiguidade, quando completa, pode ser encontrada à venda por valores que variam entre os €3.000 e os €6.000, consoante o estado de conservação;
  • Uma colecção completa do “Mundo de Aventuras” pode valer €3.500;
  • O álbum editado em 1967, pelas Edições Camarada, “O Feiticeiro de Vila Nova de Milfungos” (1º álbum publicado em Portugal com aventuras de Spirou e Fantásio), foi vendido por €250, num leilão on-line;
  • Do universo franco-belga, os primeiros álbuns da 2ª série de “Blueberry” editados em 1984 pela Meriberica, com tiragens de 4.000 exemplares e nunca reeditados, são difíceis de encontrar e quando disponíveis atingem valores de venda em alfarrabistas que podem variar entre €70 a €100;
  • Mais recentemente, o segundo álbum da série “A Pior Banda do Mundo”, “O Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante” da autoria de José Carlos Fernandes, editada em 2003 pela Devir, encontra-se à muito esgotadíssima e por isso bastante difícil de encontrar (e eu que o diga!);
  • O álbum “Os Pesadelos Fiscais de Porfírio Zap” também de José Carlos Fernandes, editado em Maio de 2007, numa inédita iniciativa institucional da Direcção-Geral dos Impostos, apesar da sua distribuição gratuita, os canais de distribuição adoptados (para escolas e bibliotecas) levaram que este álbum se tornasse difícil de obter pelos coleccionadores.
  • Algumas edições da Disney, nomeadamente a editora Morumbi, da década de 80, com preços de capa que rondavam os 20$00-35$00 são hoje vendidos por valores a rondarem o €1 o que traduz uma valorização de 20% ao ano!

Num mercado bedéfilo tão pequeno como o português, não é fácil adivinhar se uma determinada edição irá ou não valorizar-se num futuro próximo, mas é certo que o primeiro número de uma qualquer colecção, álbuns nunca reeditados e edições de editoras inactivas tenham uma tendência de valorização mais forte.

Lá fora, nomeadamente no mercado americano de comics, também encontramos raridades bedéfilas, quer pela antiguidade, quer pela história/personagens:
 
  • Um exemplar do comic Action Comics #1, de 1938, com a primeira aparição do Super-Homem, foi vendido em Abril/2004 por $55.595; dois anos depois, em Janeiro/2006, outro exemplar é vendido em leilão por $69.000. Ou seja, verificamos uma valorização de 24% em apenas 2 anos!
  • A Detective Comics #38, de 1940, com a primeira história do Robin, foi vendido em leilão em Maio de 2005, por $126.500;

  • A revista All-Star Comics #3, de 1940, que introduziu a Sociedade da Justiça, o primeiro grupo de heróis (incluindo o Lanterna Verde, o Gavião Negro e o Flash), alcançou o valor de $126.500 em Outubro de 2002;
  • Superman #1, de 1939, o primeiro número deste título, que republicou a origem do Super-Homem, foi vendido em Setembro de 2006, por $35.850.

Outros exemplos retirados do site de leilões eBay:

  • Amazing Spider-Man #1 CGC NM 9.4 $12.000 (sold 4/2004). Publicado em 1963 com um preço de capa de apenas 12 cêntimos, tem uma impressionante valorização de 240.000%/ano!!!!
  • Amazing Spider-Man #3 CGC 9.4 Origin of Doctor Octopus $15.106 (sold 11/2004)
  • Captain America Comics #1 (Fine) $19.000 (sold 12/2004)

De realçar que o mercado americano se caracteriza por ser um mercado com bastante liquidez, onde tudo o que é coleccionável é transaccionável. Nos exemplos atrás indicados, referem-se a comics publicados na chamada Golden Age (compreendida entre finais da década de ’30 e inícios da década de ‘50), mas exemplos mais recentes existem, de comics da designada de Modern Age (com inicio na década de ’80), cujo valor actual supera largamente o seu valor de capa:
  • A revista Amazing Spider-Man #36 (#477 na actual numeração) publicado em Dezembro de 2001, que se distingue pela sua capa completamente negra e que foi editado em homenagem às vitimas do atentado terrorista de 9 de Setembro às torres do WTC, com um preço de capa de $2,25 vale hoje cerca de $50. Valorização: 350%/ano!
  • A revista Amazing Spider-Man #529 publicado em Abril de 2006, onde o Homem-Aranha surge com um novo fato e onde se dá inicio ao arco “Civil War” cujo desfecho teve grandes implicações na vida desta personagem, com um preço de capa de $2,50 vale hoje cerca de $25. Valorização: 450%/ano!

Basta fazer as contas e olhar para os números, para se compreender que uma revista ou álbum de BD para além de objecto de paixão também pode ser considerado um excelente objecto de investimento.

Relativamente ao ESTADO DE CONSERVAÇÃO percebe-se quanto melhor estimado estiver uma edição, maior valor intrínseco terá.

No caso da BD portuguesa, são nas revistas mais antigas (publicadas entre o início do Sec. XX e finais da década de ’50) onde o problema do estado de conservação se coloca com maior importância, uma vez que toda a edição, capa incluída, era impressa no mesmo tipo de papel, de qualidade razoável. Com a explosão do álbum e as suas edições cartonadas, em que a capa reserva o papel de protecção da edição, consegue-se que o estado de conservação melhore substancialmente.

No entanto não temos entre nós, definida uma escala de avaliação objectiva que sirva de referência para avaliar devidamente o estado de conservação de uma edição. Não são raras as vezes comprar em leilões on-line edições de bd com o estado de conservação definido como “usado” quando na realidade verifico ser afinal “pouco estimado”. Aliás, nos sites de leilões portugueses, é bastante normal encontramos um proliferação de termos que vão desde de “usado” até ao “como novo”, sem que por vezes tal se traduza numa avaliação exacta e/ou correcta do verdadeiro estado de conservação da edição, ou seja, há um risco elevado de pagarmos caro "gato por lebre", principalmente nas edições mais antigas.

Para melhor ilustrar a importância do estado de conservação, veja-se, mais uma vez, o exemplo americano, onde existem regras comummente aceites e definidas, que permitem avaliar devidamente qualquer edição. Existem oito categorias, que vão desde do “poor” (péssimo estado de conservação), passando pelo “fair”, “good”, “very good”, “fine”, “very fine”, “near mint” até ao “mint” (considerado o estado de conservação perfeito, onde não é admitido o mais pequeno defeito).

A importância destas classificações, reflecte-se posteriormente na valorização, onde a diferença entre uma classificação de “very good” e “near mint” se quantifica em várias centenas ou mesmo milhares de dólares.

Portanto, aqui fica o conselho: se tiverem algumas raridades em bom estado de conservação, guardem-nas bem ou então ganhem um bom dinheiro!

Fontes consultadas: Wikipedia, eBay, Miau.pt, Comics Price Guide, BDPortugal.

07 março, 2008

"Da ABCzinho à Mesinha de Cabeceira"


A Bedeteca de Beja está a promover uma exposição de revista de banda desenhada intitulada “Da ABCzinho à Mesinha de Cabeceira”, que passa em revista alguns dos mais importantes títulos da bd portuguesa. Aqui fica a comunicação:

“Ao longo dos seus cerca de 150 anos de História, a banda desenhada portuguesa viu aparecer e desaparecer dezenas de revistas. Algumas perderam-se para sempre nos corredores mais ou menos obscuros da memória. Outras acabaram por se assumir como marcos incontornáveis para compreender o percurso da banda desenhada no nosso país.

Esta exposição não esgota (nem de longe) os muitos títulos que permitem compreender a riqueza e diversidade desta arte em Portugal. Assinala apenas alguns dos nomes que ajudaram a construir este percurso: ABCzinho (1921-1932), O Senhor Doutor (1933-1943), O Mosquito (1936-1953), O Diabrete (1941-1951), Cavaleiro Andante (1952-1962), Jornal do Cuto (1971-1978), Mundo de Aventuras (1949-1987), Tintin (1968-1982), LX Comics (1990-1991), Mesinha de Cabeceira (desde 1992), ou Quadrado (desde 1993) (referimos unicamente algumas das publicações presentes na exposição).

Além do valor intrínseco que cada um dos exemplares em exposição manifesta, é ainda possível admirar as capas de artistas tão distintos como Cottinelli Telmo, Stuart de Carvalhais, Emilio Freixas, Burne Hogarth ou Hugo Pratt, entre muitos outros.

Com um carácter assumidamente pedagógico e didáctico no início, as revistas de banda desenhada foram-se transformando ao longo dos tempos, acentuando uma vertente lúdica muito forte, de acordo com o gosto e exigências do seu público-alvo: o público infanto-juvenil (e de acordo com as preocupações dos pedagogos e dos censores). Nas últimas décadas, embora o carácter lúdico da banda desenhada manifeste sempre preponderância, apercebemo-nos também da mudança gradual que foram sofrendo, não só na forma, mas no conteúdo.

A este respeito interessa referir a LX Comics, a Mesinha de Cabeceira, ou a Quadrado, publicações viradas exclusivamente para o público adulto onde predomina o carácter autoral e experimentalista dos seus artistas, deixando perceber alguns dos movimentos mais significativos dentro da arte contemporânea portuguesa (e não só) no que concerne à banda desenhada.”

Nota: Todas as revistas presentes nesta exposição são acompanhadas de um texto mais ou menos sumário onde se realçam algumas das características específicas da publicação em causa: cronologia, autores, curiosidades, etc.”

Esta exposição pode ser vista entre 29 de Fevereiro a 28 de Março, de 2ª a 6ª feira, das 9h00 às 20h00 na Casa da Cultura de Beja. Está feito o convite!

05 março, 2008

"Iron Man" trailer

De regresso a este espaço e aproveito para divulgar o novo trailer da mais recente adaptação da Marvel ao cinema, "Iron Man", com estreia agendada para Maio deste ano. Confesso que o Homem-de-Ferro não faz parte das minhas personagens preferidas, mas o trailer em Hi-Res deixou-me bem impressionado. Confiram lá aqui!


Mais imagens e informação podem ser obtidas através do site oficial do filme aqui.