20 abril, 2011

Manuel Caldas

Imagem retirada do blogue Kuentro

A propósito do 25º aniversário do lançamento do primeiro número do fanzine NEMO, o blogue Invicta Indie Arts por intermédio do seu autor, preparou uma pequena homenagem ao editor Manuel Caldas pela sua excelência e forma apaixonada como edita banda desenhada em Portugal. São pequenos testemunhos em forma de texto que podem ser lidos aqui.

Da minha parte, e de uma forma informal, associo-me a esta homenagem, não só na minha qualidade de leitor de banda desenhada mas também de grande admirador do seu trabalho de edição.

Conheci Manuel Caldas, não pessoalmente, mas o seu trabalho, pela primeira vez em 2005 quando saiu o primeiro volume da colecção Príncipe Valente, numa edição da Livros de Papel. No balanço que fiz da actividade bedéfila desse ano, logo e sem qualquer dúvida considerei o álbum como a melhor publicação do ano em Portugal. O trabalho de restauração efectuado era realmente notável, até porque possuindo as edições da extinta Agência Portuguesa de Revistas (APR), a diferença é simplesmente como comparar o dia com a noite. O traço perfeito no desenho de Harold Foster ganhava nova vida nas mãos de Manuel Caldas, ressuscitando daquele borrão de tinta dos álbuns da APR onde se encontrava mergulhado. E desde de então tenho acompanhado o seu trabalho. Seguiram-se mais cinco excelentes volumes da colecção do Príncipe Valente, onde as horas de dedicação no trabalho meticuloso de restauração, a partir de vinhetas de jornais, se observam na clareza do desenho em cada página.
Depois surgiu Lance. Os dois primeiros volumes de uma colecção de quatro. Mais uma excelente edição. Um trabalho de restauração verdadeiramente notável na recuperação das belíssimas cores da obra de Warren Tutfs.
Pessoalmente, se tivesse que escolher duas edições de Manuel Caldas, sem dúvida que a elevada qualidade de edição do Príncipe Valente e do Lance os elege como os meus favoritos.

Mas o seu trabalho não se esgota aqui, e a prova disso são outros clássicos americanos cujo trabalho de edição se mostra igualmente notável e inigualável em qualquer parte do mundo: Tarzan dos Macacos, de Edgar Rice Burroughs; Krazy Kat, de George Herriman; Os meninos de Kin-der, de Lyonel Feininger; Fernd’nand, de Mik; Hägar, de Dik Browne ou Dot & Dash, de Cliff Sterrett.

Aqueles que ele considera como espécie em vias de extinção porque ainda compram livros de papel e aqueles em número ainda mais reduzido dos que ainda gostam de banda desenhada estão sem dúvida agradecidos por todo o seu trabalho e paixão.

As edições de Manuel Caldas (Libri Impressi) podem ser pedidas directamente ao editor aqui.

7 comentários:

Nuno Amado disse...

E o trabalho do Manuel Caldas é daqueles que merece homenageado sim senhor!
Pena que os Príncipe Valente sejam muito difíceis de encontrar...
Faltam-me dois ou três e não sei como os arranjar em português!
:(

Abraço

Nuno Amado disse...

Aliás... também irei fazer a minha homenagem, mas não já!
:D

(Tenho mais umas cenas prementes a fazer no blog... e isto para o Caldas tem de ser feito com calma!)

cori disse...

Tenho comprado tudo (menos o livro do buraco) e é o que posso fazer.
Muita pena a edição de Príncipe Valente ter ido para mãos erradas.
A quem tem blogs ou participa em foruns, exposições de bd, etc, só peço que divulguem, divulguem e divulguem o trabalho de Manuel Caldas.
Porque o seu trabalho merece e nós precisamos dele.

Júlio Vaz disse...

Ó Bongop, se te faltam em português, compra em espanhol. Os bonecos são os mesmo e o editor também.

Nuno Amado disse...

Julio Vaz
Eu sei que existem em castelhano, mas só em último caso. Nada contra, simplesmente não percebo grande coisa do castelhano escrito (já tentei...).
Prefiro esperar que aparecem em leilões, sou paciente...
:P

João Amaral disse...

Concordo, de facto o trabalho que o manuel Caldas tem feito na recuperação de séries é simplesmente notável e brindou-nos com edições de qualidade ímpar em qualquer parte do mundo. Um abraço.

Nuno Neves disse...

O que admiro sobretudo no Manuel Caldas é a sua paixão, porque só mesmo uma grande paixão pela BD poderia levar um editor português a editar em Portugal clássicos americanos do inicio do Século XX, quando sabemos perfeitamente o elevado risco comercial que isso comporta. Tenho uma grande pena pela situação que levou à interrupção da colecção do Principie Valente, que se completa seria certamente única no mundo.
Aguardo pacientemente pelo Lance e por mais clássicos que o Manuel Caldas venha a editar.