18 julho, 2011

Exposição História com Humor

Historia com  Humor

No próximo dia 21 de Julho, pelas 19h00, no CNBDI, será inaugurada a Exposição História com Humor, um retrato da História de Portugal e suas personagens através do traço de Artur Correia e das histórias de António Gomes de Almeida.
Esta mostra, onde as peripécias e façanhas dos heróis nacionais são apresentadas com um enorme sentido de humor, introduz ainda o tema central do 22º AmadoraBD que este ano é dedicado ao Humor.
A exposição estará patente ao público de 22 de Julho 2011 a 30 de Junho 2012.

16 julho, 2011

Leitura: Tintin na América (edição facsimile)

Acabei agora a (re)leitura do recém-lançado «Tintin na América», que por se tratar de mais uma reedição não seria aqui objecto de qualquer nota, se não se estivesse aqui a falar do álbum em versão facsimile, de edição limitada e numerada, da ASA

Esta leitura é sobre a segunda versão redesenhada e colorida por Hergé para publicação em 1945 pela editora francesa Casterman.

A escolha desta história, não obstante ser o terceiro álbum na cronologia oficial, para abrir a colecção fac-similada da ASA deve-se talvez ao facto de "Tintin na América" ter sido a primeira aventura deste herói a ser publicada em Portugal, em 1937, nas páginas da publicação O Papagaio (ver mais abaixo).

Salve-se o facto de a lombada não apresentar qualquer numeração o que permite a sua posterior arrumação por ordem correcta na nossa bedeteca.

Muito bom é a oportunidade de voltar ler esta aventura no tradicional formato franco-belga depois daquele infeliz formato que a ASA inventou para a reedição da «Colecção Tintin».

«Tintin na América» apesar de ter um ritmo narrativo bastante elevado, é na minha opinião, uma das histórias menos conseguidas de Hergé. Sucedem-se as situações mais inverosímeis que se possa imaginar, com o autor a socorrer-se muitas vezes de soluções pouco conseguidas e direi infantis para ajudar com o nosso herói a escapar sempre ileso das inúmeras armadilhas com que se defronta ao longo da aventura.

O nosso repórter chega à América com a missão de combater a onda de crime que varre a cidade de Chicago. A aventura desenrola-se por diferentes cenários, desde da cidade até aos territórios índios, motivada sobretudo pela perseguição ao chefe do Sindicato dos Bandidos de Chicago, o gangster Bobby Smiles. Sucedem-se as peripécias com bandidos, Tintin chega a cruzar-se inclusive com o famoso Al Capone, agentes da autoridade, cowboys e índios. Antes do final, ainda há lugar ao rapto de Milu, mas tudo termina em bem (desculpem o spoiler!) após um confronto numa fábrica de conservas, com Tintin a ser reconhecido como herói com direito a desfile numa das tradicionais paradas americanas pelas ruas de Chicago. Registe-se a contabilidade final desta aventura: 355 gangsters presos!

Da edição fac-similada, quando comparada com o álbum que possuo (colecção do Jornal Público, Dezembro de 2003) - que reproduz a terceira versão da história redesenhada em 1973 por imposição dos editores americanos - para além das óbvias diferenças como a capa dura e ao nível da coloração, existem alguns pormenores preciosos ao nível do desenho que nos permitem perceber que Hergé se mostrava bastante critico da sociedade americana.

Logo na primeira vinheta da história observamos um bandido que se passeia à vontade de arma na mão enquanto um polícia lhe faz continência.

Bem-vindos à América de Hergé!

Uma América sem lei, tomada por um capitalismo selvagem, onde sobrevivem índios ingénuos e negros estereotipados por uma visão preconceituosa da época. É justamente sobre as personagens negras da história onde se verifica as principais alterações do desenho. Ou o aspecto físico é alterado (primeiro exemplo) ou simplesmente são substituídas por personagens brancas (restantes exemplos).

















Veja-se o confronto entra as primeiras vinhetas à esquerda (publicadas em 1945) e as segundas vinhetas à direita publicadas em 1973




A grande mais-valia na reedição destes clássicos é sem dúvida prazer que proporciona aos leitores bedéfilos na descoberta das diferenças, no seu entendimento e sobretudo na sua contextualização no tempo. Uma aposta seguramente ganha!

A avaliação global que faço deste álbum, leva em linha de conta uma edição excelente e uma história que como já referi anteriormente é das aventuras mais fracas de Tintin.


Tintin na América - Edição fac-similada
Autor: Hergé
Álbum a cores, cartonado, numerado, com edição limitada a 2000 exemplares
Editora: ASA, 1ª edição de Abril de 2011

Nota de Leitura:
Razoável
(3 em 5)

«Tintin na América» em Portugal


A publicação da aventura “Tintin na América” em Portugal marcou a internacionalização das histórias de Tintin, que até à data na altura nunca haviam sido publicadas num país não-francófono. E logo a cores o que também constituiu um facto inédito.

Esta dupla estreia aconteceu a 16 de Abril de 1936 nas páginas do n.º 53 da revista O Papagaio. A aventura estendeu-se até ao n.º 110. Como curiosidade, Tim-Tim como então era chamado apresentava-se como repórter d’o Papagaio.

Seguiu-se uma nova publicação, em 7 de Janeiro de 1956, com inicio nas páginas do n.º 210 da revista Cavaleiro Andante.

Mais tarde, em 1972, foi a vez da versão portuguesa da revista Tintin publicar as aventuras deste herói na América.

A edição em álbum de “Tintin na América” aconteceu pela editora Verbo em 1995. Seguiram-se edições do Circulo de Leitores (2000), Jornal Público (2003), ASA (2010) e agora a versão fac-similada, também pela ASA.

13 julho, 2011

Imagem do dia: Veneza

CRP_VenezaLink


Trata-se de um guia de viagens pela cidade de Veneza. Para quem já leu o álbum de Corto Maltese "Fábula de Veneza" encontrará neste guia bastantes ilustrações retiradas dessa história. Dividido em sete capítulos, o roteiro por Veneza encontra-se bastante descritivo da cidade, das suas praças e edifícios, com algumas chamadas para factos históricos. As tradicionais fotografias que sempre ilustram os guias de viagem são aqui neste guia inteiramente substituídas por desenhos. A avaliar por este primeiro livro, trata-se de uma colecção bastante interessante. Segue-se Roma.


12 julho, 2011

Mais "Aventuras de Tintin"

À medida que vão saindo os trailers, começa-me a parecer uma excelente ideia ter-se chamado dois grandes realizadores para realizarem o filme num híbrido entre o cinema de animação e o cinema de actores reais.

06 julho, 2011

Colecção ROTAS E PERCURSOS

De hoje a uma semana tem inicio uma nova colecção com distribuição pelo jornal Público. Fugindo à tradicional colecção de álbuns de BD, a proposta para os meses de Verão passa agora por uma colecção cultural de sete guias de viagem intitulada ROTAS E PERCURSOS, que levam o leitor/visitante à descoberta de percursos alternativos em sete cidades diferentes, a saber Veneza, Roma, Nova Iorque, Florença, Marraquexe, Praga e Bruxelas, ilustradas por grandes nomes da BD.

A edição original da Lonely Planet e da Casterman foi lançada em França em 2009.

O 1º volume da colecção portuguesa "Veneza" que tem como anfitrião Corto Maltese sai no dia 13 de Julho e tem o preço de € 8,90.

CALENDÁRIO COMPLETO DAS ROTAS:

- 13 de Julho - ‘Veneza - Percursos com Corto Maltese’ de Hugo Pratt, Guido Fuga e Lele Vianello
- 20 de Julho - ‘Roma - Percursos com Alix’ de Thérèse de Cherisey, Jacques Martin, Gilles Chaillet e Enrico Salustio
- 27 de Julho - ‘Nova Iorque - Percursos’ de Miles Hyman e Vincent Réa
- 3 de Agosto - ‘Florença - Percursos’ de Nicolas de Crécy e Elodie Lepage
- 10 de Agosto - ‘Marraquexe - Percursos’ de Jacques Ferrandez e Olivier Cirendini
- 17 de Agosto - ‘Praga - Percursos’ de Guillaume Sorel e Christine Coste
- 24 de Agosto - ‘Bruxelas - Percursos’ de François Schuiten e Christine Coste

    Boas Leituras e Bons Percursos!


    04 julho, 2011

    Tertúlia BD de Lisboa: Nelson Martins

    Conheci o Nelson Martins há um ano atrás durante o Festival de BD de Beja. Excelente pessoa. Em conversa mostrou-me as pranchas de um trabalho que estava a realizar. Gostei muito do seu desenho humorístico bastante... francófono! Seguindo uma prática que começa a ser habitual nos autores portugueses, publicou lá fora no mercado franco-belga, o seu primeiro álbum, “Tout sur les Célibataires” numa edição da Joker Éditions. Aguarda-se agora pela edição em português. Mas sobre isto e muito mais, falará o Nelson amanha porque é o convidado especial do 324º Encontro da Tertúlia de BD de Lisboa, organizada como sempre pelo Geraldes Lino. Obviamente não faltarei e ver se me lembro de levar a máquina fotográfica!

    Para os interessados: a leitura integral da BD "Lig & Mandu. Os Crápulas da Montanha - A Alegoria do Palhaço" cuja primeira prancha ilustra este texto pode ser feita aqui.

    Tertúlia BD de Lisboa: Nelson Martins

    Conheci o Nelson Martins há um ano atrás durante o Festival de BD de Beja. Excelente pessoa. Em conversa mostrou-me as pranchas de um trabalho que estava a realizar. Gostei muito do seu desenho humorístico bastante... francófono! Seguindo uma prática que começa a ser habitual nos autores portugueses, publicou lá fora no mercado franco-belga, o seu primeiro álbum, “Tout sur les Célibataires” numa edição da Joker Éditions. Aguarda-se agora pela edição em português. Mas sobre isto e muito mais, falará o Nelson amanha porque é o convidado especial do 324º Encontro da Tertúlia de BD de Lisboa, organizada como sempre pelo Geraldes Lino. Obviamente não faltarei e ver se me lembro de levar a máquina fotográfica!

    Para os interessados: a leitura integral da BD "Lig & Mandu. Os Crápulas da Montanha - A Alegoria do Palhaço" cuja primeira prancha ilustra este texto pode ser feita aqui.