05 agosto, 2016

Lançamento DEVIR: Criminosos do Sexo Vol. 1 - Um Truque Estranho

Em Portugal tínhamos por hábito considerar que existiam grandes editoras e pequenas editoras de banda desenhada. Por grandes considerávamos aquelas que no seu catálogo detinham um nº elevado de títulos e faziam regularmente novos lançamentos. Por exclusão todas as restantes seriam pequenas. Acontece que actualmente essa distinção deixou de fazer sentido. Em vez de grandes e pequenas, temos agora um bom número de editoras que fazem regularmente bastantes lançamentos. A comprovar isso tem sido estas últimas semanas. Uma destas editoras é a DEVIR, nesta altura do ano, com o anúncio de novidades a um ritmo impressionante.

O lançamento que trago hoje trata-se de uma série que faz a sua estreia ente nós: Criminosos do Sexo, de Matt Fraction e Chip Zdarsky. Em 2013 ocupou o 1º lugar no Top dos 10 Melhores Comics e Novelas Gráficas da revista Time e em 2014 recebeu o Prémio Eisner para Melhor Série Nova.

CRIMINOSOS DO SEXO VOL. 1: UM TRUQUE ESTRANHO
Suzie, uma bibliotecária conhece Jon, um ator. Depois de dormirem juntos descobrem que partilham a mesma habilidade que lhes permite parar o tempo quando atingem o orgasmo. À medida que a sua relação evolui, decidem aproveitar este truque para assaltar bancos e salvar a biblioteca de Suzie. Mas, nem tudo corre bem neste mundo ideal...

Ficha técnica:
CRIMINOSOS DO SEXO VOL. 1: UM TRUQUE ESTRANHO
Matt Fraction e Chip Zdarsky
Formato 170x260, 136 páginas a cores, capa mole
ISBN: 978-989-559-263-0
PREÇO: €14,99
Edições DEVIR



28 comentários:

diogosr1 disse...

Boa tarde, acompanho o teu blog ha quase 8 anos ainda que raramente comente. Mas os meus parabens pelo teu trabalho e persistencia na divulgação da 9 arte.

sobre este post, Honestamente não consigo compreender o regozijo e o rasgar de elogios a esta editora. Lançamentos muito espaçados no tempo, não responde a emails e esta edição, nem sei como qualificar. Uma grande obra convertida a capa mole a 17 euros??? Mas estamos a brincar? Tal como o trabalho fraquissimo realizado no walking dead? de mim zero. Zero!

E voltando ao tema, não entendo o teu entusiasmo sempre que esta editora apresenta um arzinho da sua graça ao passo que com as outras, Levoir, G-Floy quase que escreves por favor.

Boas leituras.

diogosr1 disse...

Quando referi 17€ queria escrever 15€!!

Flávia Pípolo disse...

Sim o Diogo aqui em cima tem alguma razão. A Devir parou no tempo e só por muita simpatia é que ainda há alguém a comprar livros deles. 15 euros por um capa mole com pouco mais de 100 páginas? Parece-me que é mais uma boa série que vai ser destruída pelas garras tontas da Devir. Depois de enterrarem a Liga dos Cavalheiros com edições díspares e desorientadas e privarem 90 por cento da população portuguesa do Blankets, agora vão editar o primeiro número desta série, ter um prejuízo colossal e não editar mais nada disto... A Devir precisa urgentemente de uma purga na direção e recomeçar com sangue novo. Tudo o que surge de novo com a sua assinatura está 20 anos atrasado em termos de edição, do tempo em que a malta comia o que eles faziam porque não havia mais nada. O Sin City e o Walking Dead não vão bastar para sobreviver por muito mais tempo...

diogosr1 disse...

Na ultima edição da feira do livro, comprei os umbrella academy (2) e o ultimo da liga dos cavalheiros. 65 paus. Surreal. Estive 15 minutos para tentar chegar à banca porque haviam algumas dezenas de miúdos aos berros com as mangas da editora. Parece-me que vivem muito disto. Agora por favor, não comprem mais direitos de obras primas se for para estragar.

Unknown disse...

Concordo em parte Diogo. O senhor que escreve este blog fala muito bem da pior editora de banda desenhada em Portugal, a devir é simplesmente horrível então em termos de contacto com o público, de mim também não levam dinheiro.
Só compro coisas deles em 2ºmão, preço abusivos 15 euros por um livro em capa mole e menos de 200 páginas é a gozar.
Quanto ao facto de dizeres que estragam obras primas e que vivem de manga, desde quando mangas não podem ser obras primas? és daqueles que têm preconceitos com manga? Nós leitores de banda desenhada no geral já sofremos um grande preconceito e dentro deste pequeno nicho ainda à preconceito. Eu leio de tudo, comics, manga, europeu tudo pode ser bom.
Lê Monster ou vinland saga ou Vagabong e vais ver que mudas de opinião.

diogosr1 disse...

Olá, sem preconceitos!! e não pretendi de forma alguma separar obras primas da manga!! Nunca!! Gosto de bd com qualidade independentemente da origem!! Questiono sim as mangas que a devir publica mas admito que o público mais jovem também tenha direito a momentos de lazer :)

Nuno Neves disse...

Olá Diogo! Obrigado pelo acompanhamento. O segredo de uma longevidade de 11 anos (idade do blogue) é fazer as coisas por prazer e não por obrigação. E enquanto a paixão pela BD se mantiver andarei por aqui.

Sobre a nota introdutória desta publicação, é certo que aproveitei um lançamento de DEVIR para elogiar o trabalho das nossas editoras de banda desenhada, mas entenda-se aqui que coloco no mesmo patamar de consideração a DEVIR, a LEVOIR, a G-Floy e a POLVO. São estas para mim as principais editoras de banda desenhada em Portugal, pelos motivos que apontei, e a todas dou igual destaque nas publicações que faço. Corrijo, dou igual destaque a toda e qualquer editora que por email me faz chegar a informação sobre um novo lançamento para publicar no blogue. Portanto essa do “favor” não me cola.

Sobre a DEVIR. Assumo que gosto desta editora. Tem uma boa comunicação com os bloggers que permite a divulgação. Na qualidade de leitor, considero que tem construído um catálogo diversificado com obras de excelente qualidade. Sin City, Blankets, Habibi, Comprimidos Azuis, Agência de Viagens Lemming, Death Note, Walking Dead, são motivos mais que suficientes. E eu que não sou grande entusiasta de manga, posso dizer que Death Note marcou a minha iniciação. E apesar de não atender muito a Naruto ou Kenshin, divirto-me a ler Assassination Classroom.
Agora concordo que em termos de política de preços estes são pouco simpáticos em algumas edições. Também comprei o último da Liga dos Cavalheiros e achei “puxadote” o valor que paguei mas também são 254 páginas de bd. E preços altos todas as editoras praticam em algumas das suas edições edições. Esta não é razão suficiente para hostilizar a DEVIR.

Aliás confesso não compreender tanta animosidade. Falas em lançamentos espaçados, quando a DEVIR edita de cada série em curso um total de 4 volumes por ano e tem cumprido; falas em “trabalho fraquíssimo realizado no walking dead“ quando eu tenho as edições da Image e devo dizer que a edição portuguesa é idêntica. Quanto à falta de comunicação, pessoalmente não tenho razões de queixa, e na página deles do facebook verifico que respondem às questões colocadas.

Sobre este Criminosos do Sexo, não conheço a obra, e também não sei o critério para adoptar capa mole ou capa dura. Posso concordar na questão do preço.

Abraço

Nuno Neves disse...

Olá Flávia, a actual DEVIR recomeçou de novo depois da antiga DEVIR ter fechado. Tal como disse anteriormente ao Diogo, não compreendo o porque de tanta hostilidade para com a editora. Dizes que tudo o que surge de novo vem com 20 anos de atraso. É possível que tal aconteça com algumas mangas, mas certamente não se aplica a tudo. Por exemplo este Criminosos do Sexo, a edição original é de 2013. E conforme já referi a DEVIR tem diversificado o seu catálogo, para além de ser a única editora em Portugal a publicar manga. Estás contra? Boas leituras

Nuno Neves disse...

Olá Eduardo! O título de Pior Editora de BD em Portugal baseia-se em quê? No preço, na comunicação, no catálogo? A todas estas questões já respondi ao Diogo, e sinceramente não encontro razão que justifique tanta hostilidade. Abraço

diogosr1 disse...

Olá Nuno, adoro a g-floy e a levoir porque são activos nas redes sociais, comunicam planos de lançamentos, respondem na hora ao cliente, inclusivé posso-te dizer que tirei da "wishlist" livros em inglês por me responderem que iriam editar! Preços super atractivos! Obras contemporaneas de qualidade sem descurar o passado. E o livro em si, que mais se pode pedir? Capa dura, bom papel, extras, boas traduções, tudo por 10/11 euros. E finalmente, a G-Floy "só" tem actualmente das melhores séries do mercado como Saga, Tony Chu, Fatale, Velvet, Southern Bastards, já com anuncio de outras tantas de grande qualidade. Por tudo isto diz-me que motivos tenho eu para gostar da Devir? Sincity? Blankets? WD?

Finalmente não pretendi criticar o teu gosto pela Devir! Cada um sabe de si! Volto a dizer que acompanho o teu blog há anos e já me inspiraste em entrar em mundos que outrora desconhecia! Lembro-me de um video que fizeste sobre uma encomenda antes do natal! Brutal :) um abraço

diogosr1 disse...

Já agora, a Planeta merece qualquer coisa :) Guerra dos Tronos completa e já com 5 livros editados da Star Wars dos quais 2 são integrais!

Nuno Neves disse...

Viva Diogo! Subscrevo que em termos de comunicação a LEVOIR e a G-Floy são excelentes. E a G-Floy está fortíssima nos seus lançamentos, pela qualidade da obra, da edição e pelo preço. Também a tenho no topo das minhas leituras as suas edições. Aliás falar das minhas leituras era um dos objectivos do blogue, mas que tenho falhado manifestamente por falta de tempo de qualidade para o fazer. Tenho andado a ver se resolvo essa situação! Não quero ser mal interpretado, na minha intenção de dar destaque às editoras que editam com regularidade e que enchem as bancas de banda desenhada. Agora obviamente que todas as restantes editoras, que não referi, como a PLANETA, com os universos STAR WARS e GUERRA DOS TRONOS, merece obviamente (como não podia deixar de ser) uma palavra de grande gratidão bedéfila. E poderia falar aqui da SALVAT que me tem proporcionado igualmente óptimas leituras de super-herois que assumo que não conhecia. Felizmente que vivemos actualmente tempos de ouro em termos de edição de BD em Portugal. Bem haja a todas as nossas editoras. Abraço

Flávia Pípolo disse...

Nuno aquilo que a Devir fez com a Liga dos Cavalheiros é no mínimo criminoso. Diz-me outro país do mundo que tenha lançado os volumes com edições diferentes entre si, papel diferente e divido uns enquanto punha capas duras noutros... Por acaso alguém sabe sequer se vão editar os que faltam? Tu que tens um blog deves ter reparado nas centenas de pessoas que perguntaram pelas edições dos primeiros dois volumes... Não existem. Alguém lança um volume 3 sem publicitar os dois primeiros? Pelos vistos ainda conseguiram vender uns quantos mas essa simpatia vai acabar. Os leitores mais recentes, habituados a saber o que contar das outras editoras, vão deixar de dar essas esmolas à Devir. Então "esgota-se" o Blankets e nunca mais se pega nisso? Compara essa atitude por exemplo com aquilo que a "menos experiente" Bertrand está a fazer com o MAUS...

Nuno Neves disse...

Olá Flávia, a questão das edições em capa dura é sempre um pau de dois bicos. Se por um lado a edição em capa dura é bastante apreciada por outro lado também onera significativamente o custo do livro. Se se edita em capa mole, a regra é considerar uma edição fraquinha mas com um preço aceitável. A verdade que é que será sempre impossível agradar a todos.
Os volumes I e II da LC foram editados pela anterior DEVIR já lá vai alguns anos. Agora pergunta-se se para se lançar o volume III justificava-se o relançamento dos volumes anteriores que se encontram esgotados. Se calhar sim. Mas muitas vezes estas reedições obrigam a celebração de novos contratos devido a direitos e a operação nem sempre se torna viável por variadas razões. Não sei se foi o que aconteceu aqui.

Pessoalmente, tendo os volumes I e II gostei do lançamento do volume III. Queixo-me do preço, até porque aceitava sem problemas uma edição em capa mole, mas por outro lado falamos aqui de um volume único com 254 páginas, que em outro formato de edição talvez não aguentasse.

Sobre o Blankets que eu considero uma excelente edição, duvido que haja procura suficiente que justifique uma reedição em Portugal. Quem gostava comprou na altura.

Para concluir, eu prefiro sempre uma edição de qualquer banda desenhada, seja em que formato, do que a sua não edição em português. Agora obviamente que gosto de coisas bem feitas, bem planeadas, e consideração pelo leitor-cliente. No caso da LC não me parece que a DEVIR tenha agido mal. Mas claro é a minha opinião. Boas leituras ;)

diogosr1 disse...

Eu consegui o segundo volume (os 2 livros) na feira do livro na banca da Devir. Tenta contactá-los e boa sorte em conseguir obter uma resposta. Quanto ao Blankets, li algures que estavam a preparar uma rediçao.

Optimus Primal disse...

A devir já esta a subir o preço o tpb da Image custa 9,99 e este 15:

https://imagecomics.com/comics/releases/sex-criminals-vol.-1-tp

Optimus Primal disse...

Quanto a LC no Brasil saiu 1 em 3 volumes separados em hc e uma compilação que em vez de colocar vol:3 tinha Integral.

https://ovelhinhodorpg.files.wordpress.com/2015/12/liga.jpg



JoseFreitas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
JoseFreitas disse...

A questão da Liga de Cavalheiros é complicada, simplesmente porque estamos a falar de direitos e editoras originais diferentes. Os primeiros volumes são da DC (pelo selo antigo deles Wildstorm), os actuais são da Knockabout/Top Shelf. Infelizmente, a situação dos direitos da DC complicou-se muito, e honestamente, não creio que a Devir pudesse sequer editar os primeiros volumes da Liga de Cavalheiros. Por isso, esta edição é o que é, é a possível, e ainda bem que foi editada. Tenho reservas sobre o tipo de papel usado e o preço, mas isso é outra conversa, em que cada editora sabe como se governa.

Relativamente ao Walking Dead sou muito crítico das edições da Devir, mas a verdade é que os preços da Image variam muito, e se o volume 1 está a 9,99$, os restantes estão a 14,99$. E é a mesma coisa com o Sex Criminals. A Image coloca sempre o primeiro trade a 9,99 e os restantes ao preço "normal" de 15 ou 16$ (uma política que eu acho inteligente, e que segui, ao colocar os volumes 1 das nossas primeiras séries (Saga, Chu e Fatale) a 8,90€.

Relativamente a capa dura e capa mole, na minha experiência, a diferença de preço não é tão grande que não justifique quase sempre colocar capa dura.

O Liga com 256 pgs a 35€ (da Devir) compara-se mal com o Watchmen da Levoir (a 39,90€), que tem 424 pgs, e que eu já acho caro (mas não sei se é possível fazer mais barato em Portugal).

JoseFreitas disse...

Mas uma coisa é verdade: os blogues muitas vezes não fazem o seu papel de "extrair" informações às editoras. É verdade que por exemplo, se colocavam questões interessantes sobre reedições ou edições da Liga na Devir, mas não vi em nenhum blogue sequer menção de que se tivesse perguntado à Devir o que pretendia fazer, o que podia, aquilo que ia acontecer, etc... se ia reimprimir o Blankets, se ia lançar mais coisas do Craig Thompson além do Habibi (Good-bye, Chunky Rice!!!), que planos tem para o futuro - ou, p.ex.... quem manda na Devir? Quem define o plano editorial? Como é a interligação com a Devir Brasil? Porque não há lançamentos da Devir BR cá, ou distribuição (Yeshua??!!)? Etc.

Falo da Devir, mas o mesmo se aplica a quase todas as editoras. Parece que a única pessoa que vai a programas de rádio, respodne a blogues, assina entrevistas ,etc... sou eu! E a Polvo? O que vai lançar? O que vendeu bem no catálogo deles? E a Kingpin, que lançamentos vai ter? Como é que o Mário de freitas planeia o catálogo dele? E na ASA, existe sequer um editor de BD? Quem é o responsável pela área da BD, se é que há um? O que é que ele pensa? Que planos tem?

Neste momento, só há duas editoras que comunicam minimamente com o o seu público, a GFloy e a Levoir. Basta ver a presença das editoras de BD em geral na net, ou no Facebook, ou no que for...

As notícias nos blogues acabam muitas vezes por ser apenas anúncios de lançamentos e críticas de volumes, há pouca informação sobre as editoras, sobre planos para o futuro, sobre as razões para se abandonar, ou pegar, em lançamentos ou séries.

Optimus Primal disse...

Os preços "baixos" de incentivo quem usava muito na década de 90 era a Dc tanto na linha normal como Lja;New World Order ou Ex Machina da extinta agora Wildstorm.
Também e ela que tem os direitos do Lc;Black Dossier

Anónimo disse...

Caro José Freitas, ainda bem que levanta essa questão. Realmente, aquilo que tem acontecido aos blogs é um pouco desapontante. Transformaram-se todos em divulgadores de press releases, acríticos e quase uma nuvem disforme acéfala. Quem lê um, lê todos. Na colecção anterior da Levoir, sobre os heróis DC havia um erro no livro do Super Homem: falavam do Andy Kupert quando tinham cortado os números 5 e 6, únicos em que ele havia colaborado. Ora, em mais de 10 blogues "especializados" em banda desenhada, apenas um reparou no erro e não foi este. Longos vão os tempos em que foi um blog que avançou em primeira mão o fim das edições Panini Portugal. Hoje os blogues são divulgadores de informação, especialmente úteis em termos de ligação com editoras que não chegam diretamente ao leitor como a Salvat ou a Devir, mas perfeitamente desnecessários e meramente repetitivos para a G Floy ou a Levoir. Talvez seja esta a razão porque este senhor gosta tanto da Devir... De facto, também eu tenho a esperança de voltar a ver iniciativa e vontade de questionar e discutir nos blogues. Pode ser que os números de visitas voltem a ser o que eram e a secção de comentários volte a ter as interessantes discussões de outrora.

JoseFreitas disse...

Eu acho que os blogues devem divulgar os presses e os lançamentos, e acho - obviamente! - que podem fazer críticas de livros e até elogios a editoras. Não tenho nada contra este blogue em especial, antes pelo contrário, dou-me bem com o Nuno Neves que presta um bom serviço à comunidade bedéfila. Dito isto, parece que falta algum elemento de notícia e de proactividade por parte dos blogues. Provavelmente pode ser complicado, porque os blogues são mantidos por pessoas que têm as suas vidas, empregos, filhos, e nem sempre o investimento em entrevistas, artigos mais de fundo deve compensar.

Além disso, também sei que muitas vezes os pedidos de entrevistas e de informações caem em saco roto e não recebem qualquer resposta. por isso é que muitas vezes as únicas - ou quase - que aparecem são comigo!

A devir parece estar a fazer um esforço de divulgação e contacto maior, como evidencia o novo site deles, que até tem uma antevisão de lançamentos:

http://editora.devir.pt/

Optimus Primal disse...

Basicamente falta e fóruns de bds sem estarem "presos" a uma editora ou editoras,mas anda todo mundo ocupado nos Faces,Twitters e outras redes sociais a postar coisas inúteis discutir bds para que!!??
Nisso estou totalmente de acordo.

Nuno Neves disse...

Viva! Desculpem a falta de atenção, mas encontro-me de férias e nem sempre consigo tempo de qualidade para responder aqui aos comentários. Estive agora a lê-los e acho pertinente a questão de “qual o papel dos blogues bedéfilos” levantada pelo José de Freitas. A verdade é que ao mesmo tempo que o José questiona, também aponta as razões/justificações para que os blogues não prestem actualmente uma melhor/diferente oferta.

No entanto para um melhor enquadramento desta questão, gostava aqui de recordar o papel que os blogues desempenharam nestes últimos anos. Num passado recente, as novidades das editoras simplesmente eram descobertas que fazíamos quando passávamos numa livraria ou banca. Com o aparecimento dos blogues, as editoras (nem todas convém referir) aproveitaram esta nova realidade, e a informação acerca de novos lançamentos começou a estar disponível e de forma arrumada num único espaço dedicado (em blogues e afins). A realidade que temos hoje resultou da boa-vontade de um conjunto de bloggers que dedicaram parte do seu tempo a divulgar e promover a BD em Portugal.

E se atrás de um veio outro, atrás de alguns vierem muitos mais, e levou ao nascimento de um grande número de novos blogues e fóruns de BD na blogosfera nacional. E o aparecimento de um maior número de editoras e de o lançamento de um maior número de novidades, transformou os blogues em divulgadores. Reconheço. Como a informação já vem tratada torna-se fácil publica-la. E quando uma editora revela uma novidade fá-lo automaticamente para todos os bloggers. É verdade que quando publica um, publicam todos. Cada um decide é quando partilhar. Uns fazem questão de serem os primeiros, outros nem por isso. Depende da disponibilidade de cada um, acho.

Pessoalmente, aqui nas NOTAS, não faço questão de ser o primeiro, mas garantidamente que toda a informação recebida das editoras é publicada e com igual destaque. Considero que o importante é haver informação disponível para quem dela precise.

(continua)

Nuno Neves disse...

(continuação)

Agora a realidade actual é diferente, muito por causa da internet ser considerada uma excelente ferramenta de trabalho. Com o aparecimento das redes sociais, a comunicação mudou. As editoras têm agora uma página/sitio e encontram-se disponíveis à distância de um clique.

E neste campo há editoras muito boas, já identificadas – G-Floy e a Levoir – às quais acrescento a Devir (por razões já apontadas anteriormente) e também a Goody. Falo pela experiência de contacto que tenho.

Agora dizer que "se torna perfeitamente desnecessários e meramente repetitivos para a G-Floy ou a Levoir" reproduzir a informação que elas já divulgam nas suas páginas, é um pau de dois-bicos. Porque se um lado não deixa de ser verdade; por outro lado se não divulgássemos seriamos muito provavelmente acusados de "favoritismos". E eu que dou igual destaque a todas, já levo com acusações destas, imaginem se não publicasse!

Apesar de tudo, concordo que os blogues deviam avançar para o próximo patamar de evolução, fazendo escrutinar a informação, gerar a discussão, etc. Não o fazem. As razões para esta inércia estão (muito provavelmente) já identificadas pelo José na sua análise.

No meu caso pessoal, são as questões familiares determinantes na minha falta de tempo. O blogue é um hobby, logo é secundário na minha vida. Tenho algumas ideias que gostava de por em prática mas falta-me tempo. Não sei como será nos restantes blogues. Depois há a outra questão, que é o facto de nem todas as editoras terem um José de Freitas na comunicação. Diz este e com toda a razão “Além disso, também sei que muitas vezes os pedidos de entrevistas e de informações caem em saco roto e não recebem qualquer resposta”. Na mouche.

Há editoras que nem respondem aos emails, outras que demoram uma eternidade a responder, perdendo-se o timing, e outras ainda que fazem questão de manterem relações privilegiadas. Para quem não ganha nada com isto e faz isto por carolice, temos de reconhecer que assim não vale o esforço do investimento de mais tempo.

A tudo isto não será alheia a consequência para o facto da dezena de blogues e fóruns que existiam há uns anos atrás, só haver agora em Portugal uma mão-cheia de blogues dedicados activos. Acreditem que não é fácil manter o sitio.

Abraço

JoseFreitas disse...

Eu acho que o trabalho de divulgação é importante (e do ponto de vista das editoras, um dos MAIS importantes), e não acho redundante que os blogues mais ou menos todos repitam as divulgações que recebem das editoras. Mas o que às vezes me chateia, é que se pode andar durante duas semanas a olhar para os 5-7 blogues principais de BD, e parecer que estamos a olhar para o mesmo. Ou seja: por um lado, já não existem fóruns, e muitas vezes as notícias são pouco comentadas no próprio blogue. por outro lado, temos uma série de blogues que são essencialmente divulgadores, e por isso, se durante um período nenhum deles acrescenta conteúdo próprio, no fim parecem todos o MESMO blogue.

Dito isto, entendo todos os problemas e dificuldades dos blogues, para mais sabendo que são quase todos o produto de um entusiasmo pessoal, de um hobby, e produzidos em tempo pessoal, fora do trabalho.

JoseFreitas disse...

Mas também é de salientar que existem leitores que só lêem um ou dois blogues, por isso, o facto da informação ser repetida não é mau.