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16 novembro, 2012

23º Amadora BD - Festival em imagens






















Uma reportagem fotográfica muito mais alargada do festival pode ser vista através na página FOTO BD no facebook. Para aceder cliquem aqui!

15 novembro, 2012

23º Amadora BD – Notas Finais

São notas finais, o que poderia pressupor que teriam existido notas intermédias. Não houve. Por preguiça, por falta de tempo. Assim, aproveito e transmito agora algumas impressões que retive da edição 23º do Amadora BD, que terminou no Domingo passado.


A edição deste ano seguiu uma tendência herdada da edição anterior. Com menos orçamento, fez-se mais festival. E começo logo pelas exposições. Já se sabe, tem um selo de qualidade. Aprecio a condição de testemunhas privilegiados que somos na qualidade de visitantes.

Entre todas, houve uma que realmente me encheu as medidas. Confesso que sempre gostei do aracnídeo. E os 50 anos do mito Homem-Aranha tiveram no Amadora BD uma comemoração à altura. Num ambiente verdadeiramente vibrante, onde numa ala uma série de painéis destacava as principais fases deste super-heroi, noutra ala, autores como John Romita Sr., John Romita Jr., Sal Buscema, Mike Deodato, entre outros, estiveram magnificamente bem representados com pranchas originais. E um vidro e uma verdadeira aranha quiça radioactiva separavam os visitantes do exemplar de uma das revistas mais famosas e valiosas do mundo: a Amazing Fantasy # 15 que conta com a primeira aventura do Homem-Aranha. Não se podia esperar melhor.


Noutro cenário, mas igualmente bem conseguido, destaco igualmente a exposição Eternus 9 de Vitor Mesquita. Uma sala cenograficamente perfeita fazia sobressair os (literalmente) grandes e magníficos desenhos originais, que transportavam os visitantes numa viagem fortemente visual pelo universo fantástico e futurista deste autor nacional.


E se tivesse que destacar apenas três exposições, o terceiro lugar ia para a mostra dedicada à Agência de Viagens Lemming de José Carlos Fernandes (JCF). Aqui move-me o gosto pessoal. A exposição exibia um conjunto de pranchas originais da história publicada nas páginas do Diário de Noticias durante a silly season do ano de 2005. Considero a "Agência de Viagens" como obra-prima de JCF onde o seu humor “nonsense” atinge o seu esplendor máximo. Quanto lamento nunca ter sido objecto de edição em álbum em Portugal.


Mas claro, que a qualidade abundava noutras salas de exposição. E aqui poderia igualmente destacar as dedicadas a Paulo Monteiro, num ambiente quase caseiro e intimista, integrada na exposição central; ao livro Infante Portugal, onde o enorme talento de Daniel Maia sobressaia; à happy e bem conseguida mostra do talento de Zep; a relativa aos álbuns Portugal e Três Sombras, de Cyril Pedrosa . A exposição central, intitulada A Autobiografia – Os Vários Rostos do Eu, qualifico-a como mais interessante do que entusiasmante. Logo à partida, menos originais expostos do que poderíamos esperar. E as principais opções de exposição seguiram quase estritamente no sentido de apresentar trabalhos onde sobressaia uma visão demasiado singular do “eu” nos vários caminhos que o género seguiu, por oposição ao destaque que poderia ter sido dado a algumas obras com quem os visitantes se poderiam mais facilmente identificar, até pelo facto de se encontrarem editadas em Portugal, e aqui lembro-me sobretudo de Blankets ou de Fun Home. Por outro lado, meritória no destaque a autores portugueses, cujos trabalhos configuram registos marcadamente autobiográficos, como Paulo Monteiro, Ricardo Cabral e Marco Mendes.


Outras da vertente apelativa do festival são os autores e as sessões de autógrafos. O leque de autores estrangeiros presentes este ano revelou-se muito bom. É sempre uma caixinha de surpresas, porque aqui o festival assumidamente não segue uma linha comercial. Por vezes agradeço que assim aconteça. Claro que nomes como Cyril Pedrosa, Mike Deodato e Zep eram apostas ganhas este ano e obviamente não desiludiram. Mike Deodato é um autor super. Extremamente acessível, desenhou o que lhe pediram e onde lhe pediram, inclusive em A3 com o talento que se lhe reconhece. Zep foi extraordinário. Uma sumidade em França por ser um dos autores que mais vende no mercado franco-belga. Junta talento, sentido de humor, simplicidade e disponibilidade num só. É sabido que os autores franco-belgas têm pejo em fazer desenhos em folhas em branco. Pois bem, Zep desenhou em tudo o que lhe puseram à frente, fosse em álbuns ou folhas brancas (se bem que os desenhos em folhas brancas parece que ainda incomodam algumas pessoas por cá). Aprecio a liberdade que o festival dá na zona de autógrafos. Sem quaisquer condicionalismos, acaba por tornar-se um ponto de encontro de amigos e conhecidos e palco das muitas conversas que se fazem no Amadora BD. São horas bem passadas e que são recompensadas!

Os autores portugueses aproveitam sempre muito bem a montra do Amadora BD. Alguns lançamentos e uma grande presença no festival. Basta uma vista de olhos nas sessões de autógrafos e facilmente se percebe que não é pela falta de bons desenhadores portugueses que não se publicam banda desenhadas de qualidade em Portugal. Todos os anos surge sempre mais um que nos chama a atenção. Nesta edição conheci o André Araújo, do qual tinha visto uma história publicada na Zona! Nippon e que agora surge como desenhador... da Marvel. Outro nome é que retenho é Ana Oliveira. Não é bem uma autora de banda desenhada, mas anda lá perto, porque os seus cabeçudos em aguarela contam uma história e são qualquer coisa de muito bom.


Quanto ao espaço interior do festival, na qualidade de visitante pessoalmente não mudava nada relativamente à edição do ano passado. E o festival, provavelmente devido à crise, pouco ou nada alterou. Os espaços continua assim amplos e convidativos. E principalmente livre das barreiras arquitectónicas que até alguns atrás pareciam a imagem de marca do Amadora BD.

Em suma, uma edição que correu muito bem. Com uma nota muito positiva. Pelas exposições de elevado nível, pela presença de bons autores. Peca talvez por faltar um pouco mais de público. Mas só perde que não lá vai, porque a oferta é talvez única. Como habitualmente ficam as notas finais:

Notas Positivas:
+ Exposição dedicada aos 50 anos do Homem-Aranha
+ Elevada qualidade da generalidade das exposições, com um grande numero de desenhos originais expostos
+ Bom nº de bons autores presentes, entre estrangeiros e nacionais
+ Divulgação do festival através da respectiva página no facebook

Notas Negativas:
- Mathieu Sapin, talvez algo desenquadrado no festival
- O nº de visitantes que fica aquém daquilo que o festival merece

E para amanha o 23º Amadora BD em imagens!

10 novembro, 2012

Happy Amadora BD


Começa hoje o último fim-de-semana do festival. Não tenho aqui escrito muito sobre o Amadora BD, mas é por manifesta falta de tempo. Porque na edição este ano sucedem-se os motivos de interesse e tem-se pautado por agradáveis surpresas que merecem aqui ser faladas, nomeadamente a Iniciativa 2013 e uma surgimento de nova editora de BD. Voltarei a estes temas mais tarde. Para estes últimos dois dias, o destaque maior vai para a presença do suíço ZEP, criador da série Titeuf, e autor do hilariante Happy Sex, em sessões de autógrafos, onde vai estar bem acompanhado por uma legião de autores portugueses conforme se pode consultar aqui. E num fim-de-semana marcado pelo signo do humor, onde inclusive o cosplay também marca presença, é com muita naturalidade que é anunciado o lançamento de Há Piores! 2, da autoria da dupla Geral e Derradé. Junta-se boas conversas e muito convívio e torna-se difícil não marcar presença!

04 novembro, 2012

23º Amadora BD - Vencedores dos PNBD 2012

Foram ontem atribuídos os Prémios Nacionais de Banda Desenhada (PNBD) do 23º Amadora BD. Não me canso de aqui escrever que a leitura que se faz destes prémios, é obrigatoriamente um exercício condicionado. Os prémios dizem-se nacionais, mas na verdade não se premeia aqui os melhores autores e edições nacionais, mas apenas os melhores entre aqueles que cumpriram com o regulamento do PNBD que obriga que a candidatura aos prémios se faça acompanhar da entrega de seis exemplares de cada edição para análise do júri. Percebe-se perfeitamente que este requisito exclui a concurso parte da produção nacional de banda desenhada.
Assim, entre daqueles que se candidataram e dentro destes os que se encontravam nomeados, considero não ter existido grandes surpresas nos vencedores. Realçava talvez a vitória David Soares em O Pequeno Deus Cego (Kingpin Books) na categoria de Melhor Argumento sobre Filipe Melo com As Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy II - Apocalipse (Tinta-da-China), e na categoria de Melhor Desenho, Ricardo Cabral com Pontas Soltas - Cidades (ASA) ter levado a melhor a Rui Lacas e o seu Hän Solo (Polvo). Em ambas as categorias, a minha preferência iria para os que indiquei como vencidos. Quanto às restantes categoria, uma palavra só para a categoria de fanzines, onde me dividia entre o Efeméride n.º 5 Corto Maltese no Século XXI (ed. Geraldes Lino) e o Franco Caprioli, no centenário do desenhador poeta (Câmara Municipal de Moura), que considero edições de grande qualidade. Não venceu nenhum destes.

Os Melhores dos PNBD de 2012

BD PORTUGUESA - MELHOR ÁLBUM
Filipe Melo e Juan Cavia



BD PORTUGUESA - MELHOR ARGUMENTO
David Soares, “o pEQUENO dEUS cEGO” (Kingpin Books)



BD PORTUGUESA - MELHOR DESENHO
Ricardo Cabral, “Pontas Soltas - Cidades” (ASA)



MELHOR ÁLBUM ESTRANGEIRO
“Blankets” (Devir), Craig Thompson



MELHOR ÁLBUM DE TIRAS HUMORÍSTICAS
“Os nossos Mutts - vol. 5” (Devir), Patrick MacDonnel



MELHOR ILUSTRAÇÃO PARA LIVRO INFANTIL
Madalena Matoso, "Todos Fazemos Tudo" (Planeta Tangerina)



CLÁSSICOS DA 9ª ARTE
“Sangue Violeta e outros contos” (El Pep), Fernando Relvas



FANZINE
“Fábrica, baldios, fé e pedras atiradas à lama” (Oficina do Cego)
Coordenação de Tiago Baptista

02 novembro, 2012

Lançamento da Zona Desenha!

A ilustração da capa é da autoria do Carlos Páscoa.

A Zona! é um projecto iniciado em 2009 que chega agora ao seu 10º número, que se apresenta em moldes um pouco diferentes do habitual. O novo número Zona Desenha! foi realizado no âmbito da Trienal Movimento Desenho DESENHA 2012 e é inteiramente dedicado a essa mesma temática. Os autores  para além de apresentarem uma pequena BD de duas páginas têm ainda espaço para falar sobre o seu método de trabalho e sobre o desenho em geral. E a lista de nomes que integram este número é farta e representativa do melhor que temos em Portugal. Confirmem lá: André Caetano, André Lima Araújo, António Valjean, Carla Rodrigues, Carlos Páscoa, Fil, Filipe Andrade, Joana Afonso, Luís Figueiredo, Manuel Alves, Miguel Santos, Osvaldo Medina, Pedro Carvalho, Ricardo Reis, Ricardo Venâncio, Richard Câmara, Rui Alex, Rui Lacas e Xico Santos.
A apresentação da Zona Desenha! vai acontecer amanha Sábado, no Amadora BD, no Fórum Luís de Camões, por volta das 16 horas, e ficará a cargo de Mário Freitas, autor e editor da Kingpin Books. Apareçam porque vão lá estar artistas da Zona, como por exemplo a talentosa autora que assina isto:


E depois dia 12 de Novembro, a Zona! estará no espaço cultural Baixa-Chiado PT Bluestation, localizado na estação de metro da Baixa-Chiado em Lisboa, com uma exposição de banda desenhada com trabalhos de alguns dos colaboradores da revista Zona. Neste dia de inauguração, haverá desenho de BD ao vivo com Fil, Osvaldo Medina, Jorge Coelho, António Valjean e Joana Afonso. Em Novembro, vai ser difícil não dar com a Zona!

01 novembro, 2012

Sama no Amadora BD


Surge como convidado de última hora do 23º Amadora BD. É o artista brasileiro Eduardo Filipe, o Sama. Autor da consagrada graphic novel A Balada de Johnny Furacão, que lançada em 2011 no Brasil, é um dos maiores sucessos de todos os tempos no cenário editorial de BD daquele país.
Para Amadora, Sama preparou uma coletânia de estórias curtas com "teor autobiográfico e às vezes até erótico" chamada Cadernos do Sama - vol I. Cinquenta capas desta revista serão personalizadas pelo próprio autor in loco. Sama vai estar presente para sessões de autógrafos na tarde de hoje e do próximo fim-de-semana no Amadora BD. Fiquem com algumas imagens da arte de Sama e aproveitem o Festival!


31 outubro, 2012

A teia do 23º Amadora BD

Homem-Aranha, 50 Anos de um Mito

Passeei-me no 1º fim-de-semana do Amadora BD. O festival este ano repete a arquitectura da edição anterior. Uma boa opção. Gosto particularmente dos espaços abertos e de fácil circulação no piso inferior. No conteúdo, posso afirmar que se confirmaram as expectativas de excelentes exposições. De alguns anos para cá são praticamente o selo de qualidade do festival. Confesso que (ainda) não percorri demoradamente as várias mostras. Respirei somente o ambiente de algumas. Eternus 9 leva-nos numa alucinante viagem pelo talento de Victor Mesquita. Mas tanto no Sábado como no Domingo, a teia do Homem-Aranha puxava-me para o seu espaço e eu deixava-me ir ou não fosse este um dos meus personagens preferidos.
A exposição encontra-se a todos os níveis excepcional. Cinquenta anos muito bem apresentados. As pranchas expostas são um deleite visual. Tivesse eu três ou quatro daqueles originais (Romita, Buscema, Deodato, qualquer deles servia-me) e pintava as paredes da sala da minha casa de azul e vermelho só para os expor. Toda a cenografia e o pormenor de ter uma verdadeira aranha (leia-se tarântula) a guardar um exemplar da revista Amazing Fantasy #15 dá um toque verdadeiramente aracnídeo à exposição.  Mais sobre esta e outras exposições aqui voltarei a falar demoradamente.
O fim-de-semana ficou inegavelmente marcado por dois nomes. As (respectivas) longas filas nos autógrafos não enganavam. Um, Cyril, porque forma lançados dois álbuns da sua autoria de grande qualidade. Estão ali na pilha por ler. O outro, Deodato, porque se apresentou na condição de excelente desenhador do Homem-Aranha e do restante universo de super-herois. Uma disponibilidade e simpatia que devia servir de exemplo para muito autores que nos visitam. Foi um prazer conhece-lo. Dizem que houve também mais lançamentos e apresentações mas a companhia de amigos e muita conversa nas filas de autógrafos ocuparam-me o tempo e isto não é uma critica. E como ainda há tanto ainda para ver no festival volto no próximo fim-de-semana. Está-se bem no Amadora BD!


Amazing Fantasy # 15 e a tarântula



Mike Deodato