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07 dezembro, 2014

Comic-Con Portugal: Crónica de um desastre de organização

Ontem, foi na qualidade de visitante que participei naquela que foi a 1ª edição da Comic-Con Portugal. O profissionalismo com que vinha a ser anunciado à alguns meses e o número e o nome dos convidados criou boas espectativas. Hoje, se me perguntarem qual a minha impressão sobre o evento, só poderei dar uma nota negativa. Foi tudo mau, muito mau. Filas, e filas, e desorganização pelo meio e ainda mais filas. Fico com a sensação que prepararam uma festa para 10 pessoas e apareceram 100. A festa é um sucesso? Não, é um desastre!


Comecemos. Como chegar à Exponor? Para um visitante vindo de fora do Porto, todas as informações são sempre úteis. E a página oficial do evento, prestou nisto um grande auxílio. Explica que chegando à estação ferroviária de Campanhã, toma-se o metro (linha Azul), em direção ao Senhor de Matosinhos, com saída na Rotunda da Boavista (estação Casa da Música). Depois apanha-se o autocarro da STCP 601 para o Aeroporto e sair na Exponor. Mais simples e fácil não era possível.

Apanho o comboio em Lisboa às 7h da manha e ainda não eram 10h e eu já estava na Invicta, na paragem à espera do 601. Miguelanxo Prado, um dos autores convidados que me fez fazer a viagem a norte estava previsto para as 11h para participar numa sessão de autógrafos, e por volta das 12h, estaria no auditório para falar com os leitores. Só se acontecesse um terramoto é que nunca chegaria a horas. Quando cheguei, a paragem do 601 já estava com uma fila bem composta de pessoal. Não atendi a este pequeno (que viria a revelar-se enorme) pormenor. O tempo passa, foi passando, e passando e de 601 nada. Espero, esperei, e confesso que estive para desesperar. Finalmente, passa o primeiro. Vem apinhado de gente. Nem pára para abrir portas. Começo a ter consciência que a coisa pode correr mal. Apercebo-me que a cadência de passagem do autocarro 601 é de 45 em 45 minutos!!! Parece que ninguém da organização se lembrou desta questão. Não houve um protocolo com a STCP para um aumento do n.º de carreiras, não houve um autocarro directo fornecido pela organização. Não houve nada. A mensagem da Comic-Con começa a ser clara na minha mente: visitante desenrasca-te. Hora e meia de espera numa paragem cada vez mais cheia, passa o segundo 601. Apinhado. Olho para as horas e o Miguelanxo Prado já está a meio da sessão de autógrafos. Passa um 507 e alguém diz que também serve a Exponor. A loucura é total e o autocarro é tomado de assalto. Um quarto para o meio-dia e finalmente estou a caminho. A viagem faz-se por estradas e ruas secundárias. São paragens e paragens. A Exponor fica longe, em Leça da Palmeira. É tudo menos central. Acresce mal servida de transportes. Como é que alguém se lembra de organizar qualquer coisa aqui?

Meio-dia e meia. Desço na paragem à frente da Exponor. Olho para uma longa fila para entrar que serpenteia para fora das instalações daquela feira de exposições. Não acredito que aquilo seja a fila para quem já tem bilhete comprado previamente. Dizem-me que sim. As portas já abriram à duas horas e a fila parece interminável. Será possível?

Neste momento já perdi o painel com a presença de autores portugueses, a sessão de autógrafos com o Miguelanxo Prado e nem um deslumbre da Morena Baccarin vou conseguir. Portanto deixou de se justificar a minha vinda e  o valor que paguei pela entrada.

A fila avança vagarosamente. Vinte minutos depois estou finalmente na entrada, no portão 2B. «O pior já passou. Vamos lá aproveitar» penso eu. Esqueçam. Sou informado que tenho de escolher seguir uma das quatro enormes filas que existem dentro do pavilhão. Começo a questionar seriamente se não entrei inadvertidamente numa qualquer dimensão paralela onde o bizarro domina.

É mais uma hora de fila. São quase duas da tarde quando entrego o meu bilhete de entrada para validação. Em troca recebo uma pulseira. Pulseira? Pára tudo! Todo este tempo de espera à entrada é devido a uma pulseira?? Esperei quase hora e meia para isto?? Mas é tudo feito de gente parva por aqui?! Refeito, pergunto por um programa e o mapa do recinto. Claro, que não há! Já nada me espanta nesta organização.

Consulto no telemóvel o programa e há um painel com Brian K. Vaughan e Marcos Martin às 14:30h e sessão de autógrafos de BD a partir das 15:30h. Parece-me bem. Decido ir almoçar. Adivinhem? Filas, e filas, e filas em tudo que é bar. Claro que neste ponto já não faço planos. Deixo-me ir. Vai ser mais uma hora e picos antes de comer.

Enquanto aguardo a minha vez, acontece o Brian Vaughan no Auditório Comics e a Natalie Dormer no Auditório A. Obviamente tudo me passará ao lado. As duas senhoras que estão atrás do balcão fazem o seu melhor, mas estão claramente em insuficiência. Expliquem-me lá! A Exponor é um recinto próprio para albergar feiras e exposições com milhares de visitantes? A sério? O humor desta gente deixa-me desconcertado.

São 15:15h quando, munido de comida e bebida, sigo directo para a zona dos autógrafos de BD. Tudo o resto ficará por ver. Cortesia da organização. A fila para o Brian Vaughan já chega a metade da sala. Mais meia-hora e sairá para fora da área destinada. A organização marcou para a mesma hora e apenas uma hora autores como Carlos Pacheco, Brian Vaughan, Javier Rodriguez e Marcos Martin. Toda a gente percebe que é claramente insuficiente. Toda a gente não, na organização do evento parece que há quem não perceba nada disto. Haverá leitores que não conseguirão o desejado autógrafo. Vaughan acede ficar mais meia-hora adicional para que ninguém fique prejudicado. Merece respeito. Seguem-se Pia Guerra, o marido Ian Boothby e Claudio Castellini. E será tudo o que levo desta Comic-Con. Na verdade já estou completamente saturado com tudo isto. Com as horas perdidas, foi-se a vontade para deambular pelas várias áreas.

De tudo ficam só duas notas positivas. A primeira para o desfile da Marcha Imperial Star Wars que envolveu uma boa dezena de Stormtroopers, o próprio Imperador e claro está Darth Vader, numa figura imponente. E para os Walkers da Fox. Magnifica caracterização e interpretação das personagens que pareciam ter saído directamente de um dos episódios de The Walking Dead.

Dirijo-me para a saída. E adivinhem? Tenho ainda mais uma última fila para vencer. Parece incrível. Mas já não tenho forças para questionar. A irracionalidade definitivamente prevalece neste mundo.

Finalmente saio porta fora. Desta Comic-Con fico com a certeza que o visitante, aquele que paga o bilhete, é o elo mais fraco de uma cadeia de interesses. Isto diz bastante de uma organização. E se às vezes nos perguntamos como é que o nosso país chegou ao estado onde se encontra. A resposta muitas vezes está à nossa frente. É que pessoas ligadas à organização da Comic-Con também votam.

Temos várias formas de medir o sucesso (ou não) de um evento. Pode ser pelo número de bilhetes vendidos, pela qualidade dos convidados, pelo rol de críticas positivas de vários intervenientes. São tantas as formas de medir, que dificilmente qualquer evento não terá sucesso. Não tenho dúvidas que os 30.000 visitantes do evento servirão para revestir de «sucesso» esta iniciativa. A questão que eu coloco é quantos destes 30.000 visitantes voltarão no futuro para repetir a experiência? Da minha parte digo já: não obrigado!

O norte tem com certeza bons motivos para ser visitado, mas a Comic-Con não é com a certeza absoluta um deles. E termino como comecei. Nesta 1ª edição da Comic-Con Portugal foi tudo mau, muito mau.

28 novembro, 2014

Programa da Comic-Con divulgado

Aparentemente a Comic-Con, no que se refere à banda desenhada, já tem a lista de autores convidados fechada porque acaba de divulgar o programa do evento. Confiram para os três dias do evento.


03 novembro, 2014

Actualizando os autores de BD presentes na Comic-Con

Bem, é verdade que as atenções nestes últimos dias tem estado centradas muito naturalmente no 25º AmadoraBD. Mas o festival que se segue não tem estado parado. E na Comic-Con Portugal têm-se sucedido o anuncio de nomes. A última actualização da conta da vinda de autores bem conhecidos pelos leitores portugueses. Trata-se de Miguelanxo Prado, autor espanhol, cuja obra encontra-se praticamente toda editada em Portugal, e da dupla de autores luso-argentina composta por Filipe Melo e Juan Cavia, que por cá dispensam apresentações, graças à excelente trilogia Dog Mendonça e Pizzaboy.

A lista actualizada dos autores de BD convidados pode ser consultada aqui.




16 outubro, 2014

A Comic-Con anuncia Carlos Pacheco

A Comic-Con Portugal (CCPT2014) acaba de anunciar o nome de Carlos Pacheco, mais um autor do universo dos comics americanos para enriquecer o já rico painel de convidados do festival. A vinda deste autor, talvez de todos o mais publicado e Portugal, confirma a lista que a livraria Mundo Fantasma (inadvertidamente!) divulgou na sua página do Facebook. Assim, se tudo correr bem segue-se Miguelanxo Prado.

A lista actualizada dos autores de BD confirmados pode ser vista aqui.

07 outubro, 2014

Os autores de BD na Comic-Con Portugal


A cerca de dois meses do evento, abro aqui no blogue o dossier COMIC-CON PORTUGAL 2014 (CCPT). Apresenta-se como o primeiro mega-evento de cultura pop em Portugal, e é provavel que assim o seja. De inspiração nas convenções americanas do género, reúne cinema, televisão, videojogos, cosplay e banda desenhada num só.

Sobre os vários motivos de interesse, e sem desprimor para as restantes, sobretudo cinema e televisão, interessa-me aqui a vertente da Banda Desenhada. Eu, sulista e comodista lamento que se realize a norte, mas a aplaudo a decisão. Em termos de banda desenhada, o norte está necessitado de grandes eventos.

A CCPT ainda que não seja um exemplo perfeito no que respeita à comunicação - as novidades vão saindo a conta-gotas - a verdade é que esta área têm-se mostrado bastante activa. Através do sitio oficial (aqui) são disponibilizadas informações úteis e actualizadas as novidades. Mas falta por exemplo o programa oficial e não se encontram disponíveis todas as modalidades de bilhetes. Mas já se conhece um interessante naipe de autores de BD que vão estar presentes na EXPONOR nos dias 5, 6 e 7 de Dezembro próximo.

Para já os confirmados tem em comum trabalharem para a industria de comics americana. Se calhar era de esperar. Infelizmente ainda não foi anunciado qualquer autor franco-belga, mas tenho esperança.

Brian K Vaughan, Pia Guerra, Ian Boothby,  Claudio Castellini e Marcos Martín
AUTORES ESTRANGEIROS:

- BRIAN K. VAUGHAN, argumentista americano, responsável por obras como Y - The Last Man (Vertigo), Ex Machina (DC Comics), Runaways (Marvel Comics), Saga (Image Comics) e Private Eye, esta uma BD digital publicada em PanelSyndicate.com. Deste autor, em Portugal encontram-se publicados Fábula de Bagdad (VitaminaBD, 2007) e Dr. Estranho: O Juramento (Levoir/Público, Colecção Herois Marvel II, 2002).

- PIA GUERRA, desenhadora canadiana, conhecida pelo seu trabalho em Y - The Last Man (Vertigo) onde trabalhou com BRIAN K. VAUGHAN. Vencedora de vários prémios entre eles, o Hugo and Prix Du Scenario no Angoulême International Comics Festival. Não tenho conhecimento que tenha sido editado qualquer trabalho desta autora por cá.

- IAN BOOTHBY, versátil autor canadiano, é um dos maiores argumentistas das histórias publicadas na revista SIMPSONS COMICS, cá publicada pela Goody. Infelizmente, como esta ainda só vai no nº 6 ainda não chegamos às historias de Boothby.

- CLAUDIO CASTELLINI, autor italiano, colaborou com a Marvel e com a DC. Artista responsável pelo desenho de inúmeras capas, entre as quais se destaca as da série Batman: Gotham Knights. Foi igualmente o desenhador da história gráfica de Silver Surfer escrita por Ron Marz, Dangerous Artifacts e da mini-serie Wolverine: The End. Por cá tem editada uma história de Conan, o Bárbaro intitulada O Salteador dos Bosques (Devir, 2000).

- MARCOS MARTÍN, autor espanhol, que se começou a evidenciar em Batgirl: Year One e Breach, obras que o lançaram para uma colaboração regular com a gigante Marvel Comics. Depois de se afirmar como um dos mais destacados artistas do mercado norte-americano de comics em Amazing Spider-Man, participou no relançamento de Daredevil, trabalho que lhe valeu duas nomeações individuais para os prémios Eisner de 2012. Em Portugal encontra-se publicado Dr. Estranho: O Juramento (Levoir/Público, Colecção Herois Marvel II, 2002) onde trabalhou com Brian K. Vaughan.

- JAVIER RODRIGUEZ, artista espanhol com histórias publicadas em álbum (Wake Up e Miedo), tendo já trabalhado para o mercado franco-belga de banda desenhada com Lolita HR, uma banda desenhada em formato manga, que no entanto enconra-se suspensa por problemas da editora francesa. No mercado americano, trabalhou como colorista em títulos das editoras DC Comics e Marvel, e como desenhador na premiada série Daredevil, em The Amazing Spider-Man ou Superior Spider-Man. Em Portugal, o seu trabalho como colorista pode ser visto em  Dr. Estranho: O Juramento (Levoir/Público, Colecção Herois Marvel II, 2002).

- CARLOS PACHECO, autor espanhol, seria mais um nome fortemente ligado à industria americana de comics, não fosse talvez entre todos estes aquele com o maior número de histórias editadas em Portugal. Com trabalhos tanto para a Marvel como para a DC, já passaram pelo seu traço uma vasta galeria de personagens, conforme podemos observar em alguns volumes das recentes Colecção Super-Herois DC II e Colecção Universo Marvel.

- MIGUELANXO PRADO, um dos mais consagrados autores espanhois, com variadíssimos prémios e nomeações internacionais, dos quais se destacam o Alph’Art para o melhor álbum estrangeiro em Angoulême por duas vezes, é o primeiro nome confirmado associado à banda desenhada franco-belga. Com praticamente toda a sua obra editada em Portugal, destacam-se os títulos Fragmentos das Enciclopédia Délfica (Méribérica, 2010), Traços de Giz (Meribérica, 2000) e mais recentemente Ardalén (ASA, 2013).

AUTORES NACIONAIS:

- DANIEL MAIA, desenhador, criador de personagens como "Hunter" e "Pão-de-law", irá publicar ainda este ano, O Infante Portugal em Universos Reunidos, um fanzine/comic com texto de José de Matos-Cruz, desenho do próprio Daniel Maia e Susana Resende, com o arte-finalista Daniel Henriques, tendo participação especial dos mestres José Garcês e José Ruy. Desenhou recentemente um número isolado da série X (#11), incluído na compilação X volume 3: Siege, da editora norte-americana Dark Horse Comics.

- MIGUEL MONTENEGRO, cartoonista, ilustrador comercial e artista de storyboard, Montenegro é o autor de Psicopatos, uma BD humorística publicada inicialmente no facebook e transformada este ano em livro. Desenhou a capa do comic Astonishing X-Men #51.


- DANIEL HENRIQUES, especializou-se em arte-final para o mercado de comics norte-americano, embora inicialmente tenha participado em algumas publicações a nível nacional, as mais recentes das quais sendo afectas à saga d’O Infante de Portugal, onde assume parceria com o desenhador Daniel Maia.


- RICARDO CABRAL, ilustrador, com vários trabalhos publicados, entre os quais se destaca Evereste, os diários ilustrados Israel Sketchbook, Newborn - 10 Dias no KosovoPontas Soltas - Cidades, que foi premiada em Portugal e no Brasil. Recentemente concretizou o inovador projeto Caso Doca 21, uma BD totalmente criada num smartphone. Este trabalho está incluído no seu mais recente livro Pontas Soltas - Lisboa, o qual será apresentado durante o AmadoraBD.


- FILIPE MELO / JUAN CAVIA, esta dupla luso-argentina reunida, com o Filipe no argumento e o Juan no desenho, produziram aquela que é sem dúvida uma das melhores e mais bem sucedidas aventuras da banda desenhada portuguesa: Dog Mendonça e Pizzaboy. Dividido numa trilogia, As Incríveis Aventuras..., As Extraordinárias Aventuras... e por fim As Fantásticas Aventuras... conquistaram facilmente o público português da primeira à última página. O sucesso não se ficou por aqui, e como a qualidade se reconhece a milhas, Dog Mendonça e Pizzaboy foram igualmente publicados no difícil e exigente mercado americano, através da editora Dark Horse. De momento Filipe Melo e Juan Cavia encontram-se a preparar uma nova banda desenhada, intitulada Os Vampiros com lançamento previsto para 2015.


- ANDRÉ LIMA ARAÚJO, licenciado em arquitectura mas presentemente autor de banda desenhada. É mais um caso de sucesso de um autor português no dificil mercado norte-americano de comics, tendo trabalhado para a MARVEL ilustrando histórias das personagens Fantastic Four e X-Men. De momento, encontra-se a desenhar o seu livro de ficção científica Man Plus, cujo lançamento se espera para 2015 atravéz da editora Titan Comics.

06 fevereiro, 2014

Uma ComicCon em Portugal!

E o ano começa a revelar-se fértil em novidades. Foi agora anunciada a realização da primeira ComicCon em Portugal. Uma convenção que reúne temas como a banda desenhada, anime, manga, jogos, cinema, cosplay e filmes num único local. Lá por fora é um evento que arrasta milhares, por cá o objectivo (muito ambicioso) da organização CITY - CONVENTIONS IN THE YARD é chegar aos 20.000 participantes!! A data e local da ComicCon Portugal está já estão marcados para os dias 5, 6 e 7 de Dezembro, na Exponor em Matosinhos.

Ainda não há muita informação disponivel, sabendo-se apenas que que a organização do evento encontra-se em negociações com artistas nacionais e estrangeiros, de forma a marcarem presença na ComicCon Portugal. Conforme a aproximação da data do evento, a CITY irá revelar novidades no site oficial da Comic Con Portugal e na pagina oficial no Facebook e obviamente que aqui nas «notas» tambem se acompanhará o evento!