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26 março, 2015

Colecção Novela Gráfica: #5 Beterraba - A Vida numa Colher


O quinto volume, saído hoje, da colecção Novela Gráfica, traz-nos Miguel Rocha, um autor português, que curiosamente recupera um nome algo desaparecido do panorama bedefilo nacional. A explicação para tal é dada na nota de imprensa e fala da boa relação do autor com o jornal Público.

Colecção Novela Gráfica #5 - BETERRABA: A VIDA NUMA COLHER - Miguel Rocha
(Formato 17 x 24cm, 120 pgs a cores, capa dura)

Beterraba poderia ser a história de mais uma família pobre, num Alentejo atrasado durante o Salazarismo, não fosse o cunho algo alucinado e surrealista que Migue Rocha introduz na sua narrativa, enchendo-a de estranhas personagens e eventos, que tornam este livro em muito mais do que um simples romance do mundo rural. São sinal disso a bizarra tempestade quase diluvial que assola a propriedade de Olegário, os motivos semi-africanos da escrita que as muitas filhas dele inventam, depois de crescerem numa espécie de isolamento selvagem, e as construções fantásticas e grandiosas que o obcecado patriarca da família vai construindo naquela planície árida e batida pelo Sol, enquanto sonha com as suas plantações de beterrabas...

Uma história simultâneamente épica e intimista, a meio caminho entre o neo-realismo e o realismo mágico sul-americano, marcada pelas cores quentes do Alentejo, e que no Festival de BD da Amadora de 2004 arrebatou os prémios para Melhor Livro e Melhor Desenho.

Nascido em 1968, Miguel Rocha é um dos mais talentosos ilustradores portugueses, senhor de uma importante obra, construída sobretudo entre finais dos anos 90 e meados da década de 2000, marcada pela versatilidade e pelo grande talento pictórico. Possui também uma vasta obra no campo da ilustração - infantil e não só - e do design, salientado-se o facto de ter sido seu o cartaz escolhido para o Euro 2004, organizado no nosso país.

Foi só por volta dos 30 anos que Miguel Rocha se sentiu impelido a fazer BD, e só no fim dos anos 90 publicou livros que o revelaram como um dos mais inovadores autores de banda desenhada portuguesa (como por exemplo, As Pombinhas do Sr. Leitão, ed. Baleia Azul). Ao longo dos anos, a solo e em colaboração, desenhou alguns dos livros de BD mais marcantes da actualidade, entre os quais devemos citar Salazar: Agora e na Hora da sua Morte (com argumento de João Paulo Cotrim), Hans: o Cavalo Inteligente e este Beterraba, o seu primeiro longo "romance" gráfico. Desenvolvido ao abrigo de uma Bolsa de Criação Literária do Ministério da Cultura, foi publicado originalmente em 2003, tendo arrebatado os prémios para Melhor Livro e Melhor Desenho no Festival de BD da Amadora de 2004 e sido publicado em Espanha e França. Mais de uma década depois, é finalmente reeditado, com uma nova capa, na colecção Novela Gráfica, em associação com o Público. É de salientar também que Miguel Rocha sempre manteve uma grande ligação a este jornal, onde foram publicadas algumas das suas mais marcantes histórias curtas, de entre as quais destacamos Borda d’água, um dos seus primeiros trabalhos, publicado a cores no Público. Foi também um dos autores convidados a participar no projecto Vinte e Cinco, com que o Público assinalou os 25 anos do 25 de Abril, com a história O Museu. Também por esta ligação a um dos mais relevantes jornais de Portugal torna-se lógica a sua presença nesta colecção, em que o Público e a Levoir dão a descobrir aos leitores portugueses o melhor da Novela Gráfica.




18 março, 2010

Arte aos Quadradinhos

Está a decorrer até ao próximo dia 4 de Abril, no Centro de Artes de Sines (CAS), a exposição “Arte aos Quadradinhos” que reúne trabalhos de autores portugueses de banda desenhada, pertencentes à colecção do Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) da Amadora.

A Retrospectiva de Miguel Rocha introduz-nos à quase totalidade dos trabalhos do autor, vencedor, em 2006, dos prémios Melhor Álbum, Melhor Desenho, Melhor Argumento e Prémio Juventude do Festival Internacional de BD da Amadora com “Salazar - Agora, na hora da sua morte”.
Intuições de José Carlos Fernandes, traz-nos o autor de “A Pior Banda do Mundo”, série de rara perspicácia e de uma ironia quase cruel, em que referências literárias e filosóficas se conjugam de forma estranhamente harmoniosa com a narrativa gráfica. O primeiro e segundo volumes da série foram considerados os melhores álbuns do ano no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora em 2002 e 2003.
Traços Miúdos - BD Infantil Portuguesa aborda diversos autores nacionais que, ao longo da sua carreira, tiveram preocupação em utilizar uma linguagem gráfica dirigida para os mais novos. A mostra, elaborada com reproduções dos originais que estiveram expostos no CNBDI, revela duas gerações de autores portugueses de banda desenhada infantil: Sérgio Luís, António Cardoso Lopes (Tiotónio), Fernando Bento, Eduardo Teixeira Coelho, Cottinelli Telmo, Güi Manuel, Stuart Carvalhais, José Ruy, Catherine Labey, Artur Correia, Zé Manel e Augusto Trigo, e, mais recente, Ricardo Ferrand, Pedro Leitão e José Abrantes.

Mais informações e programação completa podem ser obtidos aqui.