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18 setembro, 2020

Lançamento TINTA-DA-CHINA: Balada para Sophie

Chega hoje aos escaparates das livrarias nacionais um dos grandes, senão mesmo o maior, lançamentos da banda desenhada deste ano. Depois de esgotar no pré-lançamento, de esgotar na Feira do Livro de Lisboa, a novela gráfica «Balada para Sophie» da autoria da mui criativa e premiada dupla Filipe Melo e Juan Cavia está finalmente disponível para o público em geral.

Eu que já li o livro, posso afirmar que desta matéria que são feitas as grandes histórias. Considero esta «Balada» uma pérola rara na banda desenhada portuguesa. Um obra-prima. A minha opinião pode ser lida aqui.

BALADA PARA SOPHIE

Cressy-la-Valoise, 1933 Dois jovens pianistas, nascidos numa pequena vila francesa, cruzam-se num concurso local. Julien Dubois, o herdeiro privilegiado de uma família rica, e François Samson, o invisível filho do responsável pela limpeza do teatro. Nessa noite, um deles venceu.

Cressy-la-Valoise, 1997 Uma enorme mansão é abalada pela inesperada visita de uma jornalista. Numa nuvem de cigarros e memórias, algures entre a realidade e a fantasia, Julien vai compondo, como numa partitura, uma história sobre o preço do sucesso, rivalidade, redenção e pianos voadores. Afinal, algum deles alguma vez terá vencido? E haverá ainda alguma música por tocar?

Ficha técnica:

BALADA PARA SOPHIE
De Filipe Melo, Juan Cavia
Cartonado, dimensões 17 x 25 cm, cores, 320 págs.
ISBN 9789896715588
PVP: € 36,00
Editora TINTA-DA-CHINA 


Tendo sido comprador do livro na pré-venda, sou agora o orgulhoso dono da prancha original da página 237 do livro.



13 setembro, 2020

Leituras: Balada para Sophie

Dos mesmos autores da trilogia «Dog Mendonça e Pizzaboy», estava anunciado como um dos lançamentos deste ano. E não desiludiu. Em «Balada para Sophie» (Tinta-da-China) descobrimos uma pérola. Daquelas raras na banda desenhada portuguesa. Há livros que nos entranham. Cativam pela profundidade da narrativa, geram empatia pelo inesperado do desenrolar dos acontecimentos. Esta é uma dessas histórias.

Servida numa edição cuidada, num papel de boa gramagem, agradável ao tacto, que faz respeitar o desenho, o Filipe assume o controlo e conduz-nos, com o mesmo virtuosismo de um grande maestro perante a sua orquestra. Assim, ao longo de mais de 300 páginas, transporta-nos numa viagem única e singela, pela vida amargurada de um pianista, de seu nome Julien Dubois, a quem faltou o toque da genialidade. São as recordações dos momentos, desde do seu nascimento em berço de ouro, passando pela solidão nas ruas de Sainte-Claire até à loucura dos palcos de Las Vegas, profundamente humanos, de paixão e desilusão, de obsessão e ciume, de vingança e arrependimento e finalmente de redenção, que nos tocam. É desta matéria que são feitas as grandes histórias. Ficamos extasiados quando chegamos à página final. O Filipe Melo acabou de escrever uma obra-prima. Na arte, o Juan cativa-nos com o seu traço, simples e expressivo. Materializa no desenho os sentimentos, o encantamento. Acrescenta-lhe uma palete de cores que nos transporta entre os vários ambientes. Absorvemos tudo. Ao seu tempo, no seu ritmo, como se de uma melodia se tratasse ditada por uma partitura musical. Somos embalados pelo lado gráfico. Às palavras o Juan Cavia deu-lhes corpo.

Nesta harmonia, há muito que estes dois autores funcionam bem como um todo. Para nós, os leitores, fica-nos reservado o papel mais fácil desta história, o de deixarmo-nos ir encantados pelo ritmo desta «Balada». Dos melhores livros portugueses que li!

BALADA PARA SOPHIE
Argumento de Filipe Melo e desenho de Juan Cavia
Editora TINTA-DA-CHINA, Edição de Setembro de 2020



+1


O livro que esgotou na Feira do Livro de Lisboa, tem hoje o seu lançamento oficial e chegará às livrarias no próximo dia 18.


15 julho, 2020

Balada para Sophie

Depois de muitas aventuras de «Dog Mendonça e PizzaBoy», «Vampiros» e praticamente três anos depois do último livro, o premiado «Comer / Beber», a incrível, extraordinária e fantástica dupla de autores Filipe Melo / Juan Cavia está de regresso com aquele que é um dos lançamentos mais queridos e esperados do presente ano.

Previsto para meados de Setembro, a verdade é que «Balada para Sophie», o título deste ambicioso projecto de banda desenhada, que demorou cinco anos a ser concretizado, é praticamente um vencedor antecipado. A recente (e inovadora) campanha de pré-venda feita pela editora Tinta-da-China, que incluía uma prancha original, deu uma boa indicação ao revelar-se um sucesso absoluto, que esgotou em pouco mais de dois dias os 150 livros disponíveis. Para além da originalidade, achei esta campanha absolutamente fantástica. Neste momento, para além de mim, há mais 149 leitores donos de uma página da história.

A reforçar o sucesso está igualmente o facto da obra já ter contratos de publicação para os Estados Unidos (Top Shelf Productions), França (Editions Paquet) e Polónia (Mucha).

Desta vez o Filipe, músico de vocação, dá-nos música ao longo de mais de 300 páginas numa história épica de rivalidades entre dois virtuosos pianistas numa narrativa que se desenrola ao longo de uma vida feita de escolhas. O Juan como sempre dá corpo à narrativa.

Cressy la Valoise, 1933
Dois célebres pianistas virtuosos, nascidos ambos na mesma vila francesa, cruzam se pela primeira vez no Concurso Nacional de Jovens Talentos. Julien Dubois, o herdeiro privilegiado de uma família rica, e François Samson, o invisível filho do responsável pela limpeza do teatro. Nessa noite, um deles venceu.

Cressy la Valoise, 1997
Uma enorme mansão vazia é abalada pela inesperada visita de uma jovem jornalista. Julien, agora lesionado e sob o peso do pseudónimo Eric Bonjour, deixa se levar irresistivelmente por uma nuvem de cigarros e memórias, flutuando entre a realidade e a fantasia. Vai compondo, como numa partitura, uma história sobre o preço do sucesso, redenção, pianos voadores… e sempre, sempre a sombra de Samson.

Afinal, algum deles alguma vez terá vencido? E haverá ainda alguma música por tocar?

Daqui a pouco mais de um mês e meio logo saberemos.


20 novembro, 2017

Lançamento TINTA DA CHINA: Comer / Beber

Agora um registo completamente diferente.... é o que podemos dizer da nova aventura da dupla Filipe Melo / Juan Cavia.

Depois de nos terem brincado com o terror cinematográfico nas maravilhosas aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy, com terror da guerra em Os Vampiros, eis que se reinventam explorando novos territórios narrativos e visuais em Comer e Beber, apresentado num formato deliberadamente pequenino.

Trata-se de um relato ficcional e outro real. Dois contos que partiram de um convite da revista Granta e que formam agora um livro em dois capítulos que se cruzam na relação - simultaneamente universal e pessoal - entre o paladar e a memória

COMER / BEBER
Na Berlim dos anos 40, em plena Segunda Guerra Mundial, Franz Majowski esconde uma garrafa de champanhe no cofre do seu restaurante. Na década de 80, Lloyd Jenkins percorre o interior da América em busca de uma tarte de maçã. Numa história, há uma tarte de maçã que se revela. Na outra, há uma garrafa de champanhe que se esconde. Um destes relatos é completamente ficcional; o outro é baseado em factos verídicos. De um lado o «comer», do outro lado o «beber».

Ficha técnica:
COMER / BEBER
De Filipe Melo e Juan Cavia
Capa dura, dimensões 140x195 mm, 64 pags, cores.
ISBN 9789896714093
Editor Tinta da China

O lançamento será ComicCon, no Porto, dia 16 de Dezembro e em Lisboa, na FNAC Chiado, no dia 18 de Dezembro às 18.30.



23 maio, 2016

Lançamento TINTA-DA-CHINA: Os Vampiros

É já no final desta semana que tem inicio a 12º edição do Festival Internacional de BD de Beja. E claro, são vários os lançamentos agendados. Talvez um dos mais esperados seja a nova obra da dupla Filipe Melo e Juan Cavia. Diz quem já teve a oportunidade de ler, que se trata de um dos melhores trabalhos do Filipe (melhor ainda que a fantástica trilogia Dog Mendonça e Pizzaboy) e talvez das melhores novelas gráficas produzidas em Portugal. O que gerou uma grande enorme expectativa para «Os Vampiros».

O título da obra apresenta três fortes conotações: é o nome de criatura mitológica, é o nome de um grupo de comandos verdadeiro que combateu na Guiné e é o titulo da icónica canção do Zeca Afonso, censurada pelo regime. A ideia para a história deste livro ganhou forma a partir dessa ligação. Conta o autor que a ideia original de escrever uma clássica história de terror, tendo como pano de fundo a guerra colonial, depressa se transformou, porque a guerra é tema sério, numa história sobre o medo.

OS VAMPIROS
Guiné, Dezembro de 1972. Em plena guerra colonial, um grupo de soldados portugueses é destacado para uma operação secreta no Senegal. Porém, à medida que vão sendo consumidos pela paranóia e pelo cansaço, esta missão aparentemente simples vai transformar-se num verdadeiro pesadelo. Embrenhados na selva, estes homens terão de contar com sucessivos demónios – os da guerra e os que trouxeram consigo.

Com lançamento oficial no Festival de Beja, no dia 28 de Maio, às 15:30.

Ficha técnica:
OS VAMPIROS
Autores Filipe Melo (argumento) e Juan Cavia (arte)
Edição em capa dura, cores, 232 páginas
Edições TINTA-DA-CHINA





08 abril, 2016

E amanhã temos o regresso de Dog Mendonça


O chamado "fenómeno Dog Mendonça" foi uma lufada de ar fresco que, entre 2010 e 2013, atingiu o panorama bedéfilo nacional. Lembro-me de sessões de apresentação completamente esgotadas de um público que ultrapassou claramente o tradicional leitor de banda desenhada. É verdade que o Filipe Melo é um mestre-de-cerimónias sem igual. Mas para quem gosta de ler uma boa história em banda desenhada, que decorre a um ritmo alucinante, se desenvolve num ambiente que vai beber ao cinema fantástico, que mistura o sobrenatural com referências à cultura pop, a trilogia de aventuras Dog Mendonça e Pizzaboy é de leitura obrigatória. E o sucesso deste improvável quarteto de heróis (Dog Mendonça, Pizzaboy, Pazuul Nhgwaiatuu e uma gárgula falante) foi de tal ordem que ultrapassou as nossas fronteiras e atravessou um oceano.

Do outro lado do mundo, a editora Dark Horse fez publicar Dog Mendonça e Pizzaboy no mercado americano. Começou por um pequeno conjunto de quatro curtas histórias de apresentação de Dog Mendonça, mais tarde reunidas num único volume intitulado The Untold Stories of Dog Mendonça and Pizzaboy. É a versão portuguesa destes "contos inéditos" que finalmente agora chega às nossas livrarias numa edição da Tinta-da-China.

E assim amanhã, Sábado, às 18.30 na FNAC CHIADO há o lançamento de "Os Contos Inéditos de Dog Mendonça e Pizzaboy", que conta com a apresentação de Nuno Markl. E como tem sido o hábito nestes eventos, o mesmo está recheado de surpresas. Apareçam!


21 outubro, 2013

Lançamento Tinta-da-China: Dog Mendonça e Pizzaboy III - Requiem


Aqui está a capa do tão aguardado volume final da trilogia best-seller, escrito por Filipe Melo (PT), desenhado por Juan Cavia (AR) e colorido por Santiago Villa (AR). Um lobisomem com mau feitio, um distribuidor de pizzas, um demónio de seis mil anos e a cabeça de uma gárgula são os heróis de As Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy e estão de regresso para mais um capítulo da saga.

Esta série tornou-se um marco incontornável da BD portuguesa, tendo arrecadado o prémio de Melhor Argumento com o primeiro volume e o de Melhor Álbum Nacional com o segundo, em anteriores edições do Amadora BD. Os livros são actualmente editados nos EUA pela Dark Horse Comics.

Depois de John Landis e George A. Romero, o prefácio do terceiro livro é assinado por Tobe Hooper, lendário realizador de "Massacre no Texas" e "Poltergeist".

A edição de As Fantásticas Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy III - Requiem resulta ainda de uma fantástica acção de crowdfunding, que em tempo record conseguiu reunir mais de cinco mil euros, assegurando a sua edição e promoção por todo o país, durante as primeiras semanas de Novembro.

O lançamento está marcado para o dia 10 de Novembro, às 16h, na 24ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, com a presença dos autores e onde serão também leiloados alguns dos desenhos originais, com uma base de licitação de 75€, cujo resultado será doado à União Zoófila.



Os anteriores volumes da trilogia:
- As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy
- As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy

22 março, 2012

2ªs edições


Sendo Portugal um pais onde a banda desenhada é catalogada como uma arte menor, onde os respectivos livros e álbuns ocupam pequenos espaços recônditos nas prateleiras das nossas livrarias, é quase um acontecimento quando um autor português de banda desenhada consegue apoios e materializa em livro a sua obra. Melhor se torna quando esse livro tem uma boa receptividade por parte da crítica e uma excelente aceitação junto do público leitor bedéfilo e não só, até porque estas duas posições nem sempre são compatíveis. Neste contexto, rapidamente se percebe que quando se fala de 2ªs edições em banda desenhada em Portugal, é porque estamos perante obras de grande qualidade. E é neste patamar que surgem, direi sem surpresas, os livros "O amor infinito que te tenho e outras histórias", de Paulo Monteiro e os dois primeiros volumes de “Dog Mendonça e Pizzaboy” de Filipe Melo.

"O amor infinito…”(edição Polvo, 2010), é o primeiro livro de Paulo Monteiro. O director do Festival de BD de Beja, expressa o forte desejo como autor em se exprimir da forma que sabe: contar histórias desenhadas entre cigarros. Numa obra que reúne um conjunto de pequenos contos, escritos entre 2005 e 2010, Paulo Monteiro combina algumas das suas vivências e memórias num registo escrito quase poético ilustrado num traço emocional. Este livro, lançado em Outubro de 2010, foi o vencedor em 2011 dos prémios de Melhor Álbum Português no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora e da Melhor Publicação Independente atribuído pela Central Comics, apresenta-se agora na sua 2ª edição com uma nova capa, tal como eu acho que todas as segundas edições merecem. E não fica por aqui, pois prepara-se para ser editado lá fora, pela mão da editora Blank Slate Books com distribuição no Reino Unido e na Irlanda. Um reconhecimento merecido!
Páginas do conto "Irei Ver a Amada" incluído no livro "O amor infinito...

Dog Mendonça e Pizzaboy” já ganharam, por direito próprio, um lugar de destaque na história da banda desenhada nacional. Fruto da imaginação de Filipe Melo, que contou depois com a colaboração dos argentinos Juan Cavia (desenho) e Santiago Villa (cores), as aventuras de um detective do oculto que juntamente com um distribuidor de pizzas e um demónio de seis mil anos que esconde num corpo de uma rapariga de 6 anos que lutam contra forças do mal, demónios, zombies e outros tais para salvar o mundo, conquistaram definitivamente o público português até à última página. O primeiro livro "As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy" venceu em 2010 os prémios para Melhor Argumento para Álbum Português no Festival de BD da Amadora e de Melhor Publicação Nacional e Melhor Autor nos Troféus Central Comics. Tudo junto e temos a incrível marca de 4ª edição de “As Incríveis Aventuras…” (edição Tinta da China, 2010) e na 2ª edição de “As Extraordinárias Aventuras…” (edição Tinta da China, 2011). Um sucesso que não se mede só em Portugal mas igualmente nos EUA onde as primeiras aventuras em livro foram agora lá editadas. É preciso dizer mais?

Páginas de "As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy"
Ainda sobre estas aventuras pode-se ler neste blogue:
- As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy
- As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy

02 novembro, 2011

Leitura: As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy

Está de regresso o quarteto de heróis mais improvável da banda desenhada portuguesa. Agora a aventura é extraordinária e o motivo não é para menos, trata-se simplesmente de evitar apenas e só o… Apocalipse tal como está vem descrito na bíblia!

Neste segundo livro de «Dog Mendonça e PizzaBoy», que conta com o prefácio de George Romero, tudo começa quando um padre do Vaticano descobre que o mítico terceiro segredo de Fátima, ao contrário do que foi publicamente anunciado, revela afinal a data do fim do mundo e que esse dia já chegou. Uma bíblica praga de gafanhotos, um céu vermelho e o surgimento da besta de sete cabeças e dez chifres no Marques de Pombal, em Lisboa, são sinais mais que preocupantes, para cinco anos depois da última aventura, Dog Mendonça se reunir de novo a Eurico, o Pizzaboy, agora a trabalhar num call-center, e juntamente com Pazuul e Edgar Agostinho (sim, a gárgula tem nome), e salvar mais uma vez o mundo e a chave para isso está nas páginas de uma bíblia… infantil!!!

Está dado o mote para uma, mais que delirante e marcadamente mais acelerada, aventura onde Filipe Melo invoca desta vez o Livro das Revelações, segundo o próprio para poupar nos “direitos de autor”, para uma narrativa tipo filme-catástrofe, com a acção (leia-se destruição) a desenrolar-se entre Lisboa e o Santuário de Fátima, onde tem lugar o bíblico confronto final.

Assim à vinda de Abaddon, o anti-cristo, que longe de uma figura de demónio com asas de morcego e cauda de escorpião se apresenta sob a forma de pequeno anjo de olhar azul e que se faz devidamente acompanhar pelos 4 cavaleiros do Apocalipse, junta-lhe uma nova aparição da Nossa Senhora de Fátima que revela um novo segredo com dois mil anos, uma horda de zombies (ou Romero não assinasse o prefácio) ou porque já não há mais espaço para os mortos no inferno e ainda uma chuva de meteoritos porque não há fim do mundo sem eles.

Soma-se-lhe diálogos bem-humorados com múltiplas referências cinematográficas e à cultura popular portuguesa que fornecem um excelente suporte ao desenho e planificação de Juan Cavia, cujo traço aprendi a apreciar, e que mostra agora uma grande dinâmica, que juntamente com a colorização de Santiago Villa num trabalho com uma palete de cores mais leves conseguem compor um excelente grafismo da história (só uma pequena chamada de atenção, para o trabalho de impressão em algumas páginas, onde o desenho e as cores não saem com a perfeição desejada, como por exemplo na página 13).

Em suma, o resultado final de «As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy II», ainda que peque por não proporcionar ao leitor a visão da apocalíptica batalha final, é a renovação da lufada de ar fresco trazida com o primeiro álbum, que nos revela um Dog Mendonça em grande forma, deliciosamente sarcástico e nada dogmático, numa extraordinária aventura que cativa literalmente o leitor da primeira à última página. Acreditem que lê num fôlego.

Aguarda-se agora pela reconstrução da cidade de Lisboa para o terceiro livro!

As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy - Apocalipse
Autores Filipe Melo (argumento) e Juan Cavia (desenho)
Editora Tinta da China, 1ª edição de Outubro de 2011

Nota de Leitura:
MUITO BOM (4 em 5)



Relacionado:
As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy

Altamente recomendável a quem tiver oportunidade, até porque o Filipe Melo é uma excelente pessoa e um óptimo comunicador, e os argentinos Cavia e Villa são grandes desenhadores, e porque as sessões são sempre animadas, é o mini-tour de promoção deste novo álbum. Apontem lá as datas e apareçam nas sessões de autógrafos:

  • Dia 1 de Novembro 16.00 LANÇAMENTO OFICIAL FESTIVAL BD AMADORA 2011 Fórum Luís de Camões  17.00-19.00 AUTOGRAFOS - BD AMADORA - Filipe Melo, Juan Cavia, Santiago Villa  20.00 LANÇAMENTO TERTÚLIA DE BD DE LISBOA - Parque Mayer  23.00 LANÇAMENTO SHORTCUTZ - Bicaense, Lisboa
  • Dia 2 Novembro 22.00 LANÇAMENTO SHORTCUTZ PORTO - Hardclub
  • Dia 3 Novembro 18.30 LANÇAMENTO FNAC CHIADO - Lisboa
  • Dia 4 Novembro 18.00 FNAC STA CATARINA - PORTO  19.30 MUNDO FANTASMA
  • Dia 5 Novembro 15.00 BERTRAND CALDAS DA RAÍNHA
  • Dia 6 Novembro 15.00 SESSÃO DE AUTÓGRAFOS - DOG VOL. 2 e DOG DARKHORSE - FESTIVAL DA AMADORA 16.00 LANÇAMENTO "DOG NA DARKHORSE" FESTIVAL DE BD AMADORA 17.00-19.00 SESSÃO DE AUTÓGRAFOS - FESTIVAL BD AMADORA
  • Dia 9 Novembro 18.30 DR. KARTOON COIMBRA  21.30 FNAC Coimbra
  • Dia 10 Novembro 10.00 GUIMARÃES - Aula aberta de BD com João Lameiras

01 novembro, 2011

Imagem do dia: Lançamento de Dog Mendonça e Pizzaboy II


Filipe Melo e Juan Cavia apresentam hoje oficialmente a continuação das aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy. Depois do grande sucesso do primeiro álbum, os nossos heróis estão de regresso para salvar o Mundo... outra vez! Agora o desafio passa por enfrentar a maior das catástrofes – o Apocalipse. Pragas de insectos, criaturas gigantes e duzentos mil demónios invadem a Terra, arrastando os nossos heróis para uma aventura de proporções bíblicas! Os autores são convidados de hoje na Tertúlia BD.

20 março, 2010

As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy

Este álbum não é um álbum qualquer. É, em primeiro lugar, a  mais surpreendente e deliciosa obra de BD portuguesa em muitos anos. Pela criatividade da estrutura narrativa, AS INCRÍVEIS AVENTURAS DE DOG MENDONÇA E PIZZABOY não tem paralelo em Portugal nos últimos anos.

Dito isto, revelo que a mais recente e improvável das equipas que tem de salvar o mundo é formada por… um distribuidor de pizzas, um investigador do oculto, um demónio que se apresenta sob a forma de uma miúda e uma cabeça de gárgula falante. As forças do mal estão activas e está em curso uma terrível ameaça à Humanidade. O centro da acção é o submundo de… Lisboa.

A escolha da cidade de Lisboa como local de acção deve-se à premissa da capital portuguesa ter servido de local de passagem aqueles que fugiam da Segunda Guerra Mundial. Isto aliado ao facto de ter servido de palco para a actividade de espiões alemães também durante esse período, é o mote para uma história fantástica com criaturas sobrenaturais. Claro que também há o túnel que liga Portugal à Alemanha que foi sendo escavado nos últimos 50 anos.
 
Em linhas gerais é este o resumo de uma fantástica e delirante aventura delineada pelo português Filipe Melo, e o que começou por ser um projecto cinematográfico acabou por se transformar, felizmente, numa banda desenhada. São notórias as influências de Hellboy de Mike Mignola. Filipe Melo revela-se muito a vontade até porque a história beneficia muito da linguagem próxima que se consegue estabelecer entre o cinema e a BD, cumprindo a estrutura narrativa com todos os passos que uma boa aventura deve seguir: com inicio, desenvolvimento e fim.

Graficamente, o desenho do argentino Juan Cavia é um traço que tenho de aprender a gostar, até porque encontro algumas semelhanças com a arte de Humberto Ramos, de quem não sou manifestamente apreciador. O trabalho de colorização de Santiago Villa revela-se excelente pela criação das atmosferas nos respectivos ambientes onde se situa a acção.

A edição peca só, sem dúvida, pela capa que se encontra desprovida de qualquer imagem, apresentando apenas o título da obra sobre um fundo negro, o que é manifestamente pouco apelativo e não está à altura do conteúdo. Mais que se justificava um qualquer desenho, até porque é de um livro de banda desenhada que se trata.

Não obstante, “Dog Mendonça e Pizzaboy” é uma das mais refrescantes surpresas deste ano no que à BD portuguesa diz respeito, que merece toda a atenção de qualquer leitor bedéfilo.

O final desta história já indicia uma merecida continuação e o 2º volume de aventuras até já tem título: “Dog Mendonça e PizzaBoy – Apocalipse”.

As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy
Autores: Filipe Melo (argumento), Juan Cavia (desenho)
1º volume, cores, capa mole
Editora: Tinta da China, Fevereiro de 2010