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10 agosto, 2009

As minhas BD preferidas #8: Buddy Longway

Depois de alguns(!) meses (bem, na verdade passaram-se dois anos…) após a publicação do último texto relacionado, retomo agora uma das rubricas deste blogue, de BD’s preferidas, para escrever aqui sobre um western diferente daqueles que tradicionalmente estamos habituados a ler, onde invariavelmente a figura do cowboy se sobrepõe a todas as outras.

Falo de um western que nos dá uma visão da riqueza dos primeiros anos da conquista do Oeste americano. Dentro deste contexto os espaços abertos e livres são indissociáveis desses anos, pelo que o autor (neste caso, em simultâneo, argumentista e desenhador) Derib promove a apresentação de cenários onde a natureza em estado bruto e selvagem, seja a floresta, a montanha ou a planície, são a constante geradora da riqueza estética da história. Trata-se também de uma história de relações e sentimentos humanos entre culturas diferentes, donde sobressai a assumida admiração do autor pela tribo índia “sioux”. Na narrativa é visível a defesa do modo de vida índio, através da promoção da sua cultura e tradição, ainda que curiosamente as aventuras tenham como personagem principal um não-indio.

É assim que surge Buddy Longway - que dá o nome à série - a figura central de uma saga familiar por onde passam todas as linhas de força da narrativa. Longway é um caçador de peles e um explorador, que por opção vive de forma pacífica em harmonia com a natureza, numa área situada no estado do Missouri. Um dia salva uma jovem índia, Chinook de seu nome, da tribo “sioux”, com quem mais tarde vem a casar e constituir família. E é aqui que Derib rompe com convenções. É no dia-a-dia, no envelhecimento e no desfecho trágico desta relação familiar, que somos convidados pelo autor para ser leitores atentos desta série composta por um total de vinte álbuns.
Derib escreve argumentos simples e fluidos, utilizando referências típicas do Oeste americano para criar as suas aventuras. O desenho é vigoroso e bastante agradável, compondo por vezes planos bastante originais. Tudo isto contribui para um western bem estruturado, de leitura fácil, composto por personagens bastante humanas, sólidas e realistas quer seja pela opção do autor no envelhecimento destas, quer seja pelo destino final que o autor lhes reservou.

“Buddy Longway” em Portugal
As aventuras de Buddy Longway surgiram em Portugal através da revista Tintin, tendo a primeira aventura (“O Inimigo”) sido publicada entre Abril (#876) e Junho de 1976 (#904). Ao todo, foram publicadas através desta revista um total de nove aventuras da série. Encontram-se também registos de aventuras nas revistas Selecções Tintin e Mundo de Aventuras.

Em formato álbum, e até à data, encontram-se publicados nove aventuras, distribuídos por três editoras – Livraria Bertrand, Editorial Futura e Asa/Público (álbum duplo). Deixo então aqui a lista dos álbuns publicados em Portugal, respeitando a cronologia original:

1. Chinook, Livraria Bertrand, 1978
2. O Inimigo, Livraria Bertrand, 1978
3. Três Homens passaram, Livraria Bertrand, 1979
4. Sozinho, Livraria Bertrand, 1980
5. O Segredo, Livraria Bertrand, 1981
6. O Alce, Editorial Futura 1, 1988
7. O Inverno dos Cavalos, Editorial Futura 2, 1989
13. O Vento Selvagem, Asa/Público 11, 2009
14. O Manto Negro, Asa/Público 11, 2009

Sites relacionados:
- Buddy Longway [link]

As minhas BD preferidas #8: Buddy Longway

Depois de alguns(!) meses (bem, na verdade passaram-se dois anos…) após a publicação do último texto relacionado, retomo agora uma das rubricas deste blogue, de BD’s preferidas, para escrever aqui sobre um western diferente daqueles que tradicionalmente estamos habituados a ler, onde invariavelmente a figura do cowboy se sobrepõe a todas as outras.

Falo de um western que nos dá uma visão da riqueza dos primeiros anos da conquista do Oeste americano. Dentro deste contexto os espaços abertos e livres são indissociáveis desses anos, pelo que o autor (neste caso, em simultâneo, argumentista e desenhador) Derib promove a apresentação de cenários onde a natureza em estado bruto e selvagem, seja a floresta, a montanha ou a planície, são a constante geradora da riqueza estética da história. Trata-se também de uma história de relações e sentimentos humanos entre culturas diferentes, donde sobressai a assumida admiração do autor pela tribo índia “sioux”. Na narrativa é visível a defesa do modo de vida índio, através da promoção da sua cultura e tradição, ainda que curiosamente as aventuras tenham como personagem principal um não-indio.

É assim que surge Buddy Longway - que dá o nome à série - a figura central de uma saga familiar por onde passam todas as linhas de força da narrativa. Longway é um caçador de peles e um explorador, que por opção vive de forma pacífica em harmonia com a natureza, numa área situada no estado do Missouri. Um dia salva uma jovem índia, Chinook de seu nome, da tribo “sioux”, com quem mais tarde vem a casar e constituir família. E é aqui que Derib rompe com convenções. É no dia-a-dia, no envelhecimento e no desfecho trágico desta relação familiar, que somos convidados pelo autor para ser leitores atentos desta série composta por um total de vinte álbuns.
Derib escreve argumentos simples e fluidos, utilizando referências típicas do Oeste americano para criar as suas aventuras. O desenho é vigoroso e bastante agradável, compondo por vezes planos bastante originais. Tudo isto contribui para um western bem estruturado, de leitura fácil, composto por personagens bastante humanas, sólidas e realistas quer seja pela opção do autor no envelhecimento destas, quer seja pelo destino final que o autor lhes reservou.

“Buddy Longway” em Portugal
As aventuras de Buddy Longway surgiram em Portugal através da revista Tintin, tendo a primeira aventura (“O Inimigo”) sido publicada entre Abril (#876) e Junho de 1976 (#904). Ao todo, foram publicadas através desta revista um total de nove aventuras da série. Encontram-se também registos de aventuras nas revistas Selecções Tintin e Mundo de Aventuras.

Em formato álbum, e até à data, encontram-se publicados nove aventuras, distribuídos por três editoras – Livraria Bertrand, Editorial Futura e Asa/Público (álbum duplo). Deixo então aqui a lista dos álbuns publicados em Portugal, respeitando a cronologia original:

1. Chinook, Livraria Bertrand, 1978
2. O Inimigo, Livraria Bertrand, 1978
3. Três Homens passaram, Livraria Bertrand, 1979
4. Sozinho, Livraria Bertrand, 1980
5. O Segredo, Livraria Bertrand, 1981
6. O Alce, Editorial Futura 1, 1988
7. O Inverno dos Cavalos, Editorial Futura 2, 1989
13. O Vento Selvagem, Asa/Público 11, 2009
14. O Manto Negro, Asa/Público 11, 2009

Sites relacionados:
- Buddy Longway [link]

20 agosto, 2006

As minhas BD preferidas #7: Fantasma

De volta aos clássicos, desta vez para falar de uma das mais extraordinárias bandas desenhadas que conheço. O Fantasma, criação imortal do autor americano Lee Falk (1911-1999), foi uma personagem inovadora, por ter sido o primeiro herói a apresentar-se com uma identidade secreta, inaugurando assim a longa tradição na bd americana dos heróis mascarados. A história do Fantasma é, na realidade, a saga de uma família, que de geração em geração, através de um juramento (da caveira), renova a promessa de dedicar a sua vida a combater o mal.

Esta estrutura delineada pelo autor, conseguia dar profundidade à personagem, permitindo explorar várias facetas do Fantasma, ao variar a acção e a época das histórias, sendo o leitor, por vezes, “transportado” alguns séculos atrás para acompanhar as aventuras de um outro Fantasma de uma outra geração. A renovação da personagem, através da sua sucessão, para além de humaniza-la permite evitar aqueles desfasamentos temporais tão característicos dos heróis modernos. O Fantasma vive e morre no seu tempo mas ao mesmo tempo é imortal, porque alguém tomará sempre o seu lugar. Nas histórias, a ideia da imortalidade está vincada sob a forma de lendas de “O Espírito-Que-Anda” ou o "Homem-que-nunca-morre" que é sussurrada e provoca terror nos adversários.

O ambiente natural do Fantasma é a região selvagem onde vive. Aqui desenrola-se a maior parte das suas aventuras. No coração da selva, vive numa gruta em forma de caveira. Numa das salas guarda os registos escritos em forma de crónicas das várias gerações e noutra, a sala do Tesouro, encontra-se cheia objectos históricos recolhidos ao longo dos tempos por vários Fantasmas. Depois, existem ainda lugares exóticos como a espantosa praia dourada de Keela Wee com as suas areias de ouro ou a extraordinária Ilha de Éden, onde animais selvagens convivem amistosamente com monstros pré-históricos.
O Fantasma é também o Comandante da Patrulha da Selva, um corpo policial criado por um dos primeiros Fantasma, que tem como missão assegurar a Lei e Ordem na selva, sendo normal a intervenção destes nas histórias. Curiosamente o elemento “civilização” encontra-se muitas vezes ausente, ficando mesmo inexpressivo na narrativa, mesmo quando a acção se desloca para a cidade. Geralmente quando viaja, o Fantasma age de forma anónima, usando sempre uma gabardina, óculos escuros e chapéu.

Rezam as crónicas que o primeiro Fantasma foi Sir Christopher Standish, filho de um antigo marinheiro da frota de Cristóvão Colombo. No século XVI, numa das viagens, o navio que o seu pai era comandante, foi atacado por piratas Singh ao largo da costa de Bengala, país imaginário situado algures no continente africano, sendo o jovem Kit (diminutivo de Christopher) o único sobrevivente. Socorrido pelos pigmeus Bandar da selva africana, faz pela primeira vez o juramento, sobre a caveira do assassino de seu pai, dando assim origem à linhagem do Fantasma. Desde então, os habitantes da selva (excepto os pigmeus Bandar) acreditam que ele seja eterno, quando na verdade o actual Fantasma pertence à 21º geração.

Além da máscara, que nunca tira, e do trajo (curiosamente, o seu autor tinha previsto um trajo cinzento, mas quando a primeira edição a cores foi impressa, em 1939, por problemas na gráfica, a cor que saiu foi roxa, e assim foi mantida), Lee Falk dotou este herói de outros símbolos. O símbolo do Fantasma é uma caveira. Para além da já referida gruta da caveira, usa na sua mão direita o anel da caveira ou a marca do mal, utilizado frequentemente para marcar a face dos seus inimigos, quando utiliza os punhos; na mão esquerda, usa outro anel, cujo símbolo significa a marca do bem, que garante a quem usar que estará sempre sob sua protecção.

Propriedade da King Features Syndicate, o Fantasma fez a sua estreia a 17 de Fevereiro de 1936, com a história The Singh Brotherhood, nas páginas do “New York American Journal”, sendo o seu primeiro desenhador Ray Moore (1905-1984). Mais tarde, este foi substituído por Wilson McCoy (1902-1961) e, a partir de 1963, foi Sy Barry quem se encarregou dos desenhos durante cerca de três décadas. Mais recentemente, foi um seu assistente, George Olesen, que tomou conta dos desenhos, bem como Graham Nolan. De referir, que foi o próprio Lee Falk que ao longo de sessenta anos ininterruptos se encarregou de escrever os argumentos das histórias, ostentando por isso o título de autor de banda desenhada com maior longevidade.

Actualmente, através da King Features, continuam a ser publicadas tiras diárias em jornais de todo o mundo, as aventuras do 21º Fantasma, que é casado com Diana Palmer, funcionária da ONU, e pai de um casal de gémeos, Kit e Eloise. Em formato comic, a editora americana Moonstone publica um título regular desta personagem, “The Phantom”, que não tem qualquer ligação com as tiras publicadas nos jornais.

O FANTASMA EM PORTUGAL

Ao longo dos anos, o Fantasma surgiu em inúmeras publicações e reedições nos Estados Unidos e noutros países, incluindo o Brasil, onde foi publicado em revista própria durante longos anos. No nosso país, foi principalmente no saudoso Mundo de Aventuras que o divulgou e popularizou, havendo no entanto outras publicações (ex: Selecções do Mundo de Aventuras) que também publicaram histórias soltas deste herói. Infelizmente, não há registo de qualquer título de carácter regular inteiramente dedicado ao Fantasma.

No ano em se comemora os 70 anos da sua primeira publicação, a editora brasileira Opera Graphica aproveitou para lançar uma edição comemorativa, "O Fantasma - Sempre aos Domingos", que reúne todas as histórias do Fantasma escritas por Lee Falk e desenhadas por Ray Moore, que foram publicadas originalmente entre Maio de 1939 e Outubro de 1942, cuja capa reproduzo aqui ao lado. Um autêntico tesouro!

Pena é que as editoras portuguesas andem distraídas!



Sites relacionados:
- Fantasma News (Brasil)
- Os Amigos do Fantasma (EUA)

Consultas efectuadas:
- post “The Phantom, O Fantasma” no blogue MANIA DOS QUADRADINHOS
- “Mandrake & Fantasma” na colecção OS CLASSICOS DA BANDA DESENHADA
- “Fantasma (banda desenhada)" na Wikipédia.org

06 maio, 2006

As minhas BD preferidas #6: Calvin & Hobbes

Era uma vez uma criança e o seu tigre de peluche. Poderia ser este o início para uma das mais divertidas histórias em tiras de banda desenhada que alguma vez li (e continuo a reler). A criança chama-se Calvin e têm 6 anos e o seu companheiro é um tigre de peluche chamado Hobbes e as suas aventuras imaginárias têm a extraordinária capacidade de sintetizar toda a lógica de um universo infantil, bem construído onde não falta nenhuma das suas referências, desde dos pais até à professora, passando pela ama e pelos colegas da escola, desde dos monstros debaixo da cama, até às naves espaciais, passando pelos dinossauros e pelas viagens no tempo, onde as todas as situações são possíveis e a filosofia infantil prevalece. É um universo com que facilmente nos identificamos, que nos contagia, delicia e principalmente nos faz rir.

Todo este trabalho é fruto do génio de Bill Watterson, um desenhador americano avesso a entrevistas e fotografias, onde o desenhos e os diálogos são o reflexo perfeito, em forma de humor, dessa mistura inocente de sentimentos que é a infância. Uma das principais características que mostra a genialidade do autor, é o pormenor das expressões faciais das várias personagens quando confrontados com as variadas situações. Simplesmente delicioso!

Infelizmente, Bill Watterson deixou de desenhar as histórias de "Calvin & Hobbes" em 1996, na sequência de desentendimentos com a editora, detentora dos direitos de publicação da sua obra, tendo a última tira inédita sido publicada em 31 de Dezembro de 1995. Apesar disso, as aventuras de "Calvin & Hobbes" continuam ainda a ser publicadas e republicadas em jornais de todo o mundo, sendo que em Portugal, as tiras diárias destas personagens são asseguradas pelo jornal “Público”, desde do seu inicio.

“Calvin & Hobbes” em Portugal:

Em Portugal, as aventuras de "Calvin & Hobbes" foram introduzidas pelo jornal "Público", desde da sua primeira edição, com a publicação de uma tira diária na última página. Actualmente, as aventuras completas de "Calvin & Hobbes" podem ser encontradas nos 17 álbuns publicados pela editora Gradiva. A saber:

- "Páginas de Domingo"
- "CALVIN & HOOBES - A última antologia"
- "O Indispensável de CALVIN & HOBBES"
- "O Essencial de CALVIN & HOBBES"
- "É Um Mundo Mágico"
- "Há Tesouros por toda a parte"
- "Patabéns, CALVIN E HOBBES"
- "O Tigre Assassino Ataca de Novo"
- "Que Dias Tão Cheios!"
- "O Ataque dos Demónios da Neve"
- "Progresso Científico...Uma Treta!"
- "A Noite da Grande Vingança"
- "Monstros de Outro Planeta"
- "Viva o Alasca!"
- "Plácidos Domingos"
- "Há Monstros Debaixo da Cama?"
- "CALVIN & HOBBES"

Recomendo sem reservas esta banda desenhada, garantindo que o dinheiro gasto na sua compra é devolvido pelo prazer que retiramos da sua leitura.

Sites de consulta:

- Gradiva [link]
- Tiras publicadas no jornal Público [link]
- Página não-oficial de "Calvin & Hobbes" em portugês [link]

09 abril, 2006

As minhas BD preferidas #5: XIII

XIII aliás Jason Mullway aliás Jason Mac Lane aliás Jason Fly aliás Seamus O'Neil aliás Kelly Brian aliás Alan Smith aliás Jake Shelton aliás Steve Rowland aliás Ross Tanner aliás Jed Olsen aliás John Fleming aliás Hugh Mitchell aliás Karl Meredith aliás Reginald Wesson aliás "El Cascador” são as identidades de um herói, amnésico e dotado de qualidades atléticas impressionantes que o desenhador William Vance ("Blueberry") e o argumentista Jean Van Hamme ("Thorgal", "Blake e Mortimer") têm desenvolvido, de forma espectacular devo acrescentar, desde do início da sua publicação em 7 de Junho de 1984 na revista "Spirou”.

Um assassinato presidencial, uma conspiração, uma organização sinistra e um homem sem memória é o fio condutor desta banda desenhada franco-belga, que nos leva a acompanhar as longas e intrincadas diligências do herói em busca do seu passado e da sua identidade pessoal. Conhecido por XIII (treze) devido a uma tatuagem em numeração romana no pescoço, terá aparentemente pertencido a um departamento ultra-secreto de um serviço de contra-espionagem. É essa circunstância que explica a feroz perseguição de que é alvo por parte de múltiplas instâncias de poder, tanto civis como militares.

A excelente narrativa das histórias, onde segredos se escondem atrás de segredos, aliada à notável galeria de personagens que se cruzam na vida do herói, traduzem-se numa excelente obra de qualidade reconhecida, onde na sua edição original, em francês, a colecção já atingiu os 17 álbuns publicados.

“XIII” em Portugal

A editora Meribérica publicou, de forma bastante irregular, entre 1988 e 2004, um total de nove álbuns da série, sendo “Por Maria” o último título publicado. Os álbuns publicados em Portugal são os seguintes (entre parentesis o ano de publicação):

- “O Dia do Sol Negro” (1988)
- “Para Onde Vai o Índio” (1989)
- “Todas as Lágrimas do Inferno” (1990)
- “SPADS” (1997)
- “Alerta Vermelho” (1998)
- “O Dossier Jason Fly” (1999)
- “A Noite de 3 de Agosto” (2003)
- “Treze Contra Um” (2004)
- “Por Maria” (2004)

Actualmente, depois do desaparecimento da Meribérica, desconhece-se a quem pertence os direitos de publicação, pelo que se aguarda por novidades, com a esperança que esta excelente série não fique incompleta em Portugal. Para já fica feita a apresentação de uma das melhores colecções da banda desenhada franco-belga da actualidade e uma das minhas preferidas.

Sites de consulta:

- site oficial de XIII [link]
- site não-oficial de XIII [link]

26 fevereiro, 2006

As minhas BD preferidas #4: Batman

Foi a leitura da extinta ‘Revista dos Super-Heróis’, uma publicação da Agência Portuguesa de Revistas que me despertou o gosto por uma das mais interessantes personagens do universo da banda desenhada americana: o BATMAN, o Homem-Morcego.

Criado pelo desenhador Bob Kane (1916-1998), o visual deste novo super-herói foi inspirado em heróis da época, tais como o "Zorro" ou "The Shadow". A sua primeira aparição dá-se em Maio de 1939, na história “The Case of the Chemical Syndicate” publicada então na edição n.º 27 da revista “Detective Comics” da editora National Publications, actualmente DC Comics.

BATMAN é super-heroi humano. Desprovido de quaisquer poderes especiais, faz uso das técnicas de luta que aprendeu com vários professores, para se assumir como um justiceiro que combate o crime em Gotham City, a coberto da noite, seu território por excelência. É também da noite o animal cujo símbolo adoptou, o morcego, que lhe confere assim através da imagem (capa e máscara) uma identidade misteriosa, sinistra e simultaneamente aterradora.

BATMAN é o alter-ego de Bruce Wayne, um fútil playboy milionário, que vive constantemente em conflito consigo próprio, atormentado pela recordação do assassinato dos pais num assalto – que assistiu quando jovem. Jurando vingar a morte dos pais, faz a promessa de combater o crime, criando assim uma nova identidade, o Homem-Morcego. A tecnologia fornecida pelas indústrias Wayne, permite-lhe dispor dos meios suficientes para desenvolver as suas actividade de investigação e luta contra o crime. Actua muitas vezes à margem da lei, movido por um sentido de justiça muito próprio, contando para isso com a complacência do Comissário James Gordon, um dos seus principais aliados, o apoio de Robin, um parceiro que já teve várias identidades – primeiro Dick Grayson, depois Jason Todd e actualmente Tim Drake – e a cumplicidade de Alfred Pennyworth, o mordomo da Mansão Wayne.

No universo de BATMAN, a galeria de criminosos é extremamente rica em personagens trágicos, psicopatas fascinantes, que interagem bem com toda a loucura que rodeia Gotham City. Entre todos, destaca-se obviamente Joker. Estreou-se na edição 1 da revista "Batman" e é talvez a mais genial de todas as personagens. É tambem a mais perigosa e seguramente a mais imprevisível. Joker assume a representação pura do mal. Goza do estatuto de inimigo natural de BATMAN, por ter morto(*) um Robin e colocado Barbara Gordon (a filha do Comissário Gordon) numa cadeira de rodas. O facto de BATMAN nunca ter feito ‘justiça pelas próprias mãos’, permitindo que Joker continue a espalhar sua insanidade pelas ruas de Gotham City, entra em linha de conta com o natural equilíbrio existente no mundo dos super-herois: um super-vilão por oposição a um super-heroi, a dicotomia Bem/Mal. Depois somam-se criminosos como Ra's Al Ghul (um génio da medicina imortal, líder de uma organização criminosa internacional conhecida como Liga dos Assassinos, cujo sonho é dizimar parte da população mundial de forma a restabelecer o equilíbrio no planeta), Enigma (um criminoso obcecado por charadas), Duas-Caras (um ex-procurador que após ter sofrido um ataque com ácido, enlouqueceu e desenvolveu uma dupla personalidade assente no conceito de dualidade), Pinguim, Espantalho, Hera, Bane (destaca-se por ter sido dos poucos que conseguiu derrotar o BATMAN), Black Mask (o actual senhor do crime em Gotham City) e mais recentemente surgiu Hush, entre outros.

* Em 1986, numa controversa decisão da editora DC Comics, que envolveu os próprios leitores que podiam participar através de uma votação via telefone no desfecho final, assistimos à morte de Robin/Jason Todd às mãos do Joker, numa das mais violentas sequências em banda desenhada, no desenho de Jim Aparo e publicada na história “Death in the Family” (Batman #426-429). Mas recentemente a história “Hush” (Batman #608-619), somos confrontados com o aparecimento de um novo criminoso em Gotham City, que dá pelo nome de Red Hood. Mais tarde revela-se como sendo o ‘falecido’ Jason Todd!!! Confusos? A DC promete explicar como afinal Jason Todd não morreu, na edição “Batman Annual #25" com data prevista de lançamento para Março deste ano.

Apesar dos seus altos e baixos, a renovação constante da personagem e do seu universo, através da criação de histórias como “Death in the Family”, “Batman: Ano Um”, “O Regresso do Cavaleiro das Trevas”, “Piada Mortal”, “The Long Halloween, “O Homem que Ri” ou ”A Queda do Morcego”, complementado com o sucesso da aposta no (re)lançamento de Homem-Morcego no cinema, com “Batman Begins” (2005), contribuiu para o desenvolvimento e enriquecimento de BATMAN no mundo da banda desenhada, consolidando como um herói de longevidade, na medida em que o comic "Batman" é o único de publicação mensal regular, que nunca foi objecto de qualquer interrupção, desde do seu primeiro número.

Actualmente em Portugal, não existe qualquer revista que publique regularmente as aventuras de BATMAN. O pouco que existe, vêm da Devir que, episodicamente, publica uma história completa e pouco mais. Felizmente, para mim, que há muito que compro o original americano. Garanto todos os meses a minha dose de aventuras. Deixo agora aqui, em jeito de ‘memória futura’, o historial de todas as publicações de BATMAN em língua portuguesa.

"BATMAN" em Portugal:

- A estreia das aventuras de BATMAN em Portugal, aconteceu em Janeiro de 1972, através de tiras publicadas nas páginas do já desaparecido jornal Diário Popular.

- No formato de revista, a primeira publicação dá-se no "Jornal do Cuto", com uma história dividida em oito fascículos, do número 158 ao 166.

- Entre 1982 e 1986, surge a colecção “A Revista dos Super-Herois” da Agência Portuguesa de Revistas, com um total de 42 números, onde Batman alternava com as aventuras do Super-Homem.

- entre 1995 e 1997, inicia-se a fase da Abril/ControlJornal, que adoptou o formato brasileiro e publicou a revista “Liga da Justiça e Batman”, numa colecção com um total de 26 números.

- seguiu-se “Batman (1ª série)", com 19 números publicados; Batman (2ª série)" com 45 números e “Batman Vigilantes de Gotham City”, também numa colecção com 45 números.

- regista-se ainda a publicação de diversos números únicos e mini-séries, tanto da Abril/ControlJornal como da Meribérica.

- a partir do ano de 2000, a editora Devir deu início à publicação (irregular) da colecção “Clássicos Batman” (num total de 5 volumes, até à data) que inclui algumas das melhores histórias de Batman, nomeadamente a fase Frank Miller. Posteriormente também deu inicio à colecção “Universo DC”, actualmente com oito números publicados, onde se destaca o arco “Batman: Silêncio” da dupla Jeph Loeb-Jim Lee.

- em 2004, na colecção “Os Clássicos da Banda Desenhada” do Correio da Manhã, o volume n.º 16 é inteiramente dedicado a Batman.

- em 2005, Batman é de novo escolhido para integrar a colecção ”Série Ouro” do Correio da Manhã, no volume n.º 2.

- a edição em álbuns de luxo da história “Kingdom Come”, com desenhos de Alex Ross e argumento de Mark Waid, pela editora Vitamina BD.

Sites de consulta:

- Site oficial da DC Comics [link]
- The Dark Knight [link]
- Site oficial do filme "Batman Begins" [link]

28 dezembro, 2005

As minhas BD preferidas #3: Torpedo 1936

Na vizinha Espanha, foi publicada pela primeira vez, em 1982, na revista “Creepy”, uma das melhores séries negras da banda desenhada europeia, escrita por Enrique Sánchez Abulí (francês radicado em Espanha) e desenhada, numa primeira fase, por Alex Toth e posteriormente por Jordi Bernet (espanhol). Luca Torelli, um emigrante italiano, aliás, Torpedo 1936, “um pistoleiro profissional da pior espécie, frio, lúgubre, sem piedade, corpo esguio, rosto macilento, gestos indolentes e seguros que não gosta de grandes discursos, que acredita que tudo tem um preço, tanto o amor como a morte” (texto da contra-capa de um dos álbuns do Torpedo).

O universo de Torpedo centra-se no submundo da cidade de Nova Iorque dos anos 30, o cenário perfeito para as histórias de violência, sexo, vingança e crime que preenchem a vida de Luca Torelli. Por vezes, somos "transportados" para a Sicilia dos anos 20, onde acompanhamos a infância de Torpedo e a sua "educação" num meio dominado pela Máfia.


A série Torpedo encontra-se inteiramente desenhada num magnifico registo a preto e branco (apesar das capas coloridas), onde se faz um uso sistemático do contraste entre luzes e sombras que associado à utilização de grandes planos, acaba por se traduzir em imagens com um forte impacto visual, em perfeita harmonia com a violência das histórias e o carácter da personagem. Aqui fica a minha admiração pelo excelente traço de Jordi Bernet. Aliás a troca de Toth por Bernet, na minha opinião, só beneficiou a personagem. Aliado ao desenho, encontramos um argumento imaginativo, que se traduzem em histórias curtas mas dotadas de excelentes diálogos, com grande sentido de humor (negro, obviamente) e ironia q.b.

Apesar de pouco conhecida, talvez pelo facto das aventuras de Luca Torelli e do seu sócio Rascall terem terminado, por decisão por decisão do seu autor (Sánchez Abulí) na sequência de um desentendimento com Bernet, Torpedo surge como umas das minhas bandas desenhadas preferidas .

"Torpedo 1936" em Portugal:

A série Torpedo, encontra-se, infelizmente, parcialmente editada em Portugal, através de 6 álbuns da Editorial Futura.

No formato revista, foram publicadas histórias avulsas, nomeadamente na revista “O Mosquito” - 5ª Série (1984-1986), no Almanaque “O Mosquito” (1984-1987) e nas Selecções BD - 2ª Série (1998-2001).

19 dezembro, 2005

As minhas BD preferidas #2: Homem-Aranha

Se me perguntarem qual é o meu super-heroi preferido, respondo de imediato que é o Homem-Aranha!

Criado por Stan Lee (argumento) e Steve Ditko (desenho) fez a sua primeira aparição nas páginas da revista Amazing Fantasy #15, publicada em Agosto de 1962. Curiosamente a revista foi cancelada neste número. No entanto, face à pressão dos leitores que haviam gostado da aparição desta nova personagem, a Marvel resolveu relançar as aventuras do ‘Aranha’, a partir de Março de 1963, com a publicação regular de uma nova revista intitulada The Amazing Spider-Man.

O Homem-Aranha tem a sua origem quando o jovem estudante Peter Benjamin Parker, órfão, criado pelos seus tios Ben e May, é mordido por uma aranha radioactiva. A partir daqui, Peter Parker, que adquire super-poderes, ficando dotado de uma força colossal, uma enorme agilidade e um ‘sentido de aranha’ (alerta para perigos), desenvolve então a personagem do Homem-Aranha com o objectivo inicial de ganhar facilmente dinheiro em combates de luta-livre. No entanto, deslumbrado com a sua nova condição, certo dia, Peter Parker não faz qualquer esforço para impedir a fuga de um assaltante. Este acto viria a trazer graves consequências na sua vida, na medida que este assaltante acabaria por matar o seu tio Ben. Marcado pela tragédia, aprende desta forma o significado das palavras que o tio lhe havia dito anteriormente: "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades". E este passa a ser o lema da vida do nosso herói.

O meu fascínio pelo Homem-Aranha provém bastante, não da sua condição de herói, mas sim do seu lado humano. Não encontro outro super-heroi que passe pelos problemas pessoais que Peter Parker passa, quando assume a sua faceta de cidadão comum. É humilde e voluntarioso, ganha a vida como professor, pass por vezes por dificuldades financeiras, tem de gerir crises familiares, derivadas da sua relação com a sua mulher May Jane ou com a sua Tia May, luta ‘interiormente’ contra sentimentos de culpa, derivados da morte do seu tio Ben e da sua antiga namorada Gwen Stacy. Todo este mundo imperfeito de Peter Parker, aliado ao seu estatuto de super-heroi, tornam o Homem-Aranha um personagem único no mundo da banda desenhada.

Do seu universo, também sobressai uma vasta e rica galeria de inimigos/vilões, entre os quais se podem destacar, entre muitos outros, personagens como o Duente Verde, pai do melhor amigo de Peter e um dos piores inimigos do Homem-Aranha, responsável pela morte de Gwen Stacy, cuja primeira aparição foi em Amazing Spider-Man #14; o Dr. Octopus (Dr. Otto Octavius) um reconhecido cientista na área da física nuclear, cujo um acidente em laboratório fez com que uns tentáculos hidráulicos, por ele criados, se fundissem com o seu corpo, cuja primeira aparição foi em Amazing Spider-Man #3; o Kraven, um dos melhores caçadores do Mundo, que desenvolveu uma obsessão pelo Homem-Aranha e suicidou-se depois de o vencer. Primeira aparição em Amazing Spider-Man #15; o Venom, um simbionte que resultou do estranho cruzamento entre um ex-jornalista com um simbionte alienígena, que partilhavam em comum um ódio pelo Homem-Aranha. Primeira aparição em Amazing Spider-Man #299 ou ainda mais recentemente Morlun, um estranho personagem com uma força sobre-humana e sobre o qual ainda não se conhecem muitos pormenores e cuja sua primeira aparição aconteceu em Amazing Spider-Man #471.

Ao longo de mais de quarenta anos de existência, felizmente que foram muitos e bons os autores que contribuíram para o desenvolvimento e enriquecimento deste super-heroi. Entre os argumentistas destacam-se, entre outros, Stan Lee, Gerry Conway, Roger Stern, Tom DeFalco, David Michelinie ou o actual J. Michael Straczynski. Entre os desenhadores encontramos nomes como Steve Ditko, John Romita, Gil Kane, Todd McFarlane, Erik Larsen, Luke Ross (ver desenho), John Romita Jr. (a provar que ‘filho de peixe…’) ou o actual Mike Deodato Jr.

O grande sucesso das aventuras do Homem-Aranha motivou mesmo uma elevada produção de histórias que teve como consequência, nos anos 90, no aparecimento de dezenas de títulos. O excesso de títulos, a publicação de histórias confusas ou mal contadas, que teve o expoente máximo no arco “A Saga do Clone”, o aproveitamento por parte da Marvel em publicar histórias interligadas nas várias revistas, levou à saturação e consequente perda de leitores, provocando desta forma o cancelamento de muitas revistas. Actualmente, parece-me observar o renascer deste fenómeno, conforme se pode verificar no arco “The Other” já falado aqui. Espero que com outras consequências!

Já em 2000, numa tentativa de cativar novas gerações de leitores, a Marvel desenvolveu então uma nova linha de acção, que designou de “Ultimate”, onde todo o universo Homem-Aranha foi actualizado, ou seja, a história do Homem-Aranha é recontada e transposta para os nossos dias, o que implicou obviamente algumas alterações relativamente à matriz original, o que se traduziu num enorme sucesso em termos de vendas.
As recentes adaptações cinematográficas, “Spider-Man” e “Spider-Man II” (está prevista a estreia de “Spider-Man III” em 2007), para além de se revelarem como das mais lucrativas de sempre da história da banda desenhada, tambem ajudaram à recuperação da popularidade do Homem-Aranha.

Da minha parte, começei a acompanhar as aventuras do Homem-Aranha através da colecção publicada pela Agência Portuguesa de Revistas. Depois, perante o vazio que se instalou no mercado português, comecei a coleccionar os comics americanos, primeiro “Amazing Spider-Man” e mais tarde “Ultimate Spider-Man”. Actualmente, para além dos títulos americanos, colecciono também as edições portuguesas publicadas pela Devir.

"Homem-Aranha" em Portugal:

Em Portugal, o Homem-Aranha chegou a partir do final da década de 60, através das revistas brasileiras de editoras como a EBAL, a Bloch, a Panini e a Abril.

- a primeira edição em português do Homem-Aranha, dá-se em Abril de 1971, no n.º 1 da revista Acção & Mistério (Série Fantástica), das edições Palirex. Foram ainda publicadas mais aventuras do Homem-Aranha nos n.ºs 2, 17, 18, 20 e 21 desta colecção.

- entre 1978 e 1981, a Agência Portuguesa de Revistas, publicou As Aventuras do Homem-Aranha, uma colecção que teve um total de 44 números.

- em 1983, a Distri Editora lançou O Fabuloso Homem-Aranha, com 10 números publicados.

- depois chegaram as revistas da Morumbi (depois Abril Morumbi), com a colecção Homem-Aranha, em duas séries distintas, em 1988 e em 1995. A Abril Controljornal também lhe dedicou atenção, até que em 1999 a Devir lançou Peter Parker: Homem-Aranha, em formato comic book americano, publicando até 2002, uma colecção que terminou no número #27, com a história da homenagem às vitimas dos atentados terroristas de 11/09/2001, publicada originalmente em Amazing Spider-Man #36 (#477 na numeração original).

- seguiu-se uma publicação conjunta Jornal de Noticias/Devir, intitulada O Sensacional Homem-Aranha, num total de 20 números.

- e desde 2003, que a Devir tem vindo a publicar de forma regular e periodicidade mensal a revista Homem-Aranha.

- encontramos também as aventuras avulso do Homem-Aranha, em várias edições, das histórias mais recentes do Homem-Aranha, nomeadamente na colecção Universo Marvel Deluxe (números 6, 7 e 13) da Devir e nas colecções Clássicos da BD (número 5) e Série Ouro (número 9) do Correio da Manha.

- a linha Ultimate, também foi objecto de publicação em Portugal, numa primeira fase, de novo através da iniciativa conjunta Jornal de Noticias/Devir que durante o ano de 2004, publicaram a revista Ultimate Homem-Aranha num total de 20 números; e mais tarde, em 2005, a Devir retomou esta publicação numa base mensal, reiniciando a numeração a partir do número 1.

Em formato de álbum, podemos encontrar O Fabuloso Homem-Aranha e As Maiores Aventuras do Homem-Aranha, ambos publicações da Agência Portuguesa de Revistas e a colecção Spider-Man da editora Futura.

Sites de consulta:

- Site não-oficial de Stan Lee [link]
- Site não-oficial do Spider-Man [link]
- Site oficial da Marvel [link]
- Site oficial da Devir – Revista Homem-Aranha [link]
- Site oficial do filme “Spider-Man III” [link]

26 novembro, 2005

As minhas BD preferidas #1: Tenente Blueberry

Muito naturalmente. Desde miúdo que as historias do Oeste Americano sempre me fascinaram. E o formato em banda desenhada ocupou sempre um lugar de destaque. Mas a leitura da aventura de “Forte Navajo” (publicada pela primeira vez na revista Pilote n.º 210, em 31 de Outubro de 1963) e dos álbuns seguintes marcaram desde logo a série Blueberry como a minha banda desenhada preferida. Considero não existir melhor. Prova disso são os trinta e sete mais um (tenho o “Chihuahua Pearl” na versão francesa, apenas porque o desenho da capa nesta edição, diferente na versão portuguesa, é simplesmente espantoso!) álbuns da minha colecção, publicados pela Meribérica-Liber, orgulhosamente arrumados na prateleira.

Os excelentes textos e desenhos de Jean-Michel Charlier e Jean Giraud, respectivamente, transportam-nos para um Oeste selvagem, que se estende desde das pradarias dos Estados Unidos até ao Novo México, admiravelmente recriado em todo seu ambiente e paisagens, com todas as sua referências, algumas históricas, tais como a Guerra da Secessão ou a construção do Caminho de Ferro Transcontinental, onde se cruzam personagens cheias de vida (Jimmy Mcclure ou Chihuahua Pearl, entre outras) com personagens reais (Cochise ou Wyatt Earp, entre outros) onde Mike S. Donovan a.k.a. Mike Steve Blueberry a.k.a. Mike Blueberry, acusado de um crime que não cometeu, se torna tenente das fileiras do exército americano, e assume o papeis de anti-herói, defensor de causas, renegado, jogador e pistoleiro. O protagonista principal dá mesmo o seu nome ao título principal da série, a qual se designa de forma genérica como “Uma Aventura do Tenente Blueberry”.

O sucesso e a evolução da própria narrativa justificou que surgissem novos títulos complementares, onde se desenvolveram novas linhas de acção. Assim surgiu a segunda série “Tenente Blueberry” ainda da dupla Charlier/Giraud que permitiu o início de um novo ciclo com o título “Nariz Partido” mas cujo falecimento de Charlier em 1989 veio interromper; a série “Mister Blueberry” escrita e desenhada apenas por Giraud, que nos álbuns já publicados nos mostra um Blueberry mais velho e cansado, a viver tranquilamente a vida como jogador profissional, cuja acção decorre em Tombstone, local onde ocorreu um dos episódios mais míticos do velho oeste: o duelo em O.K. Corral; a série “A Juventude de Blueberry” de Charlier/Giraud e continuada por Cortegianni/Wilson, que desenvolve o passado de Blueberry e finalmente a série “Marshal Blueberry” de Giraud, onde encontramos Blueberry a assumir as suas funções de Marshal interino numa pequena cidade fronteiriça chamada Heaven.

"Blueberry" em Portugal

Em Portugal, podemos encontrar as aventuras de Blueberry, em formato de revista, nas seguintes publicações: Tintin, Flecha 2000, Flecha 2000 (Diário Popular), Jornal da BD, Selecções BD, Selecções BD (2ª série) e Clássicos da Banda Desenhada (Correio da Manhã).

Em formato de álbum, a Editorial Íbis (inactiva) começou por publicar em 1969, os dois primeiros álbuns da colecção: «Forte Navajo» e «Tempestade no Oeste». Infelizmente ficou-se por aqui.

Mais tarde, a desaparecida editora Meribérica-Liber pegou no título e publicou 37 álbuns no periodo compreendido entre 1983 e 2003 (o último álbum publicado foi "O.K. Corral"). No entanto, a série «A Juventude de Blueberry» encontra-se incompleta, uma vez que a editora não respeitou a cronologia da história. Os álbuns publicados foram os seguintes:

"Blueberry" (Primeira Série)
- Forte Navajo (1983)
- Tempestade no Oeste (1983)
- A Águia Solitária (1983)
- O Cavaleiro Perdido (1984)
- A Pista dos Navajos (1984)
- O Homem da Estrela de Prata (1984)
- O Cavalo de Ferro (1985)
- O Homem do Punho de Aço (1985)
- A Pista dos Sioux (1986)
- O General Cabeça Amarela (1986)
- A Mina do Alemão Perdido (1988)
- O Espectro das Balas de Ouro
- Chihuahua Pearl
- O Homem que Valia $500.000
- Balada Para um Caixão
- O Fora-da-Lei
- Angel Face
- Mister Blueberry
- Sombras sobre Tombstone
- Gerónimo, o Apache
- OK Corral
- Dust

"Blueberry" (Segunda Série)
- Nariz Partido
- A Longa Marcha
- A Tribo Fantasma
- A Última Cartada
- O Fim da Pista
- Arizona Love

Série "Marshal Blueberry"
- À Ordem de Washington
- Missão Sherman
- Fronteira Sangrenta

Série "A Juventude de Blueberry"
- A Juventude de Blueberry
- Um Ianque Chamado Blueberry
- Os Demónios do Missouri
- Terror no Kansas
- O Raid Infernal
- Perseguição Implacável
- Três Homens para Atlanta


Actualmente, com a falência da Meribérica (anterior detentora dos direitos de publicação) existe um vazio relativamente a este título, desconhecendo-se mesmo a quem pertencem actualmente os direitos ou se os mesmos se encontram negociados para Portugal. Com esta indefinição, resta reler as aventuras de Blueberry já publicadas e aguardar com esperança que alguma editora portuguesa, continue a publicar esta excelente colecção.

(actualização em 26/08/2006)
A editora ASA editou em Julho deste ano, o 28º album da série "Blueberry". O novo album "DUST" vem encerrar o ciclo "Mister Blueberry". Esta é um excelente noticia, dado que ficam assegurados os direitos de publicação para Portugal daquela que é provavelmente a melhor banda desenhada da escola franco-belga.