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01 maio, 2006

BDjornal

Maio. Este mês o BDJORNAL não sai para as bancas.

Com a publicação do seu n.º 12 no mês de Abril de 2006, o BDjornal fez um ano de existência. Atente-se que se trata de uma publicação que só trata de Banda Desenhada, pelo que a sua duração foi um feito notável. Nas palavras do seu director Jorge Machado-Dias, irá agora sofrer uma necessária reestruturação, visível a partir do n.º 13 que sairá em apenas em Junho. O jornal reduzirá o seu formato, aumentará o número de páginas, de 32 para 48, das quais 16 a cores, passará (temporariamente) de mensal a bimestral e o preço subirá de €2,00 para €3,00.

Eu, confesso-me um comprador/leitor/coleccionador do BDjornal desde do seu início. Isto porque o considero um projecto válido que veio colmatar, e bem, um espaço que se encontrava vazio no que se refere à divulgação da temática da BD em Portugal. Afinal trata-se da única publicação regular onde podemos ler sobre reportagens de festivais bedéfilos, entrevistas a editores e a autores, uma secção de criticas, novos lançamentos e pequenos apontamentos bedéfilos. Apresentava ainda um caderno destacável de BD inteiramente produzida por autores portugueses. A colaboração de várias pessoas, ligadas à BD, entre os quais alguns autores de blogues, enriqueceu o projecto e fizeram do BDjornal uma referência.

No entanto, não posso deixar de emitir algumas considerações sobre as mudanças anunciadas. A primeira passa logo pela periodicidade. Espero que esteja redondamente enganado, mas a passagem a bimestral parece-me que “mata” a publicação. Em dois meses, "muita água corre debaixo da ponte". A título de exemplo, a reportagem sobre os acontecimentos do II Festival Internacional de Beja de BD só poderá ler lida em Junho. Uma eventual reportagem sobre os lançamentos nas Feiras do Livro de Lisboa ou Porto só poderá ser lida em Agosto. Convenhamos, a principal mais-valia do jornal, a actualidade da informação, desaparece. A própria natureza do projecto e, atente-se ao título, fica afectada.

Depois temos que das 48 páginas anunciadas, 32 serão só de banda desenhada. Não que não goste de ler BD e descobrir novos autores, mas o que procurava no BDjornal desaparece. O jornal informativo dá lugar a uma nova revista de banda desenhada, quiçá concorrente directa da SKETCHBOOK. Num mercado de reduzida dimensão como o português, não vejo a racionalidade disto.

Pela entrevista que Machado Dias deu ao BDesenhada.com percebo perfeitamente que são questões económicas e de distribuição que forçam estas mudanças, mas também parece-me que o caminho a seguir também não é este. Não pelo aumento do preço de capa, porque até concordo - afinal o que são 3 ou mesmo 4 euros por mês por um produto único? - mas pelas razões atrás referidas.

Preferia que as alterações se centrassem em termos qualitativos, no conteúdo da informação, na existência secções fixas (por exemplo de entrevistas a autores, criticas de novos lançamentos), na criação de novas rubricas (por exemplo a criação de um espaço para anúncios para compra e venda de BD), etc. Afinal é o próprio director do jornal que afirma que existe material suficiente para garantir edições mensais.

Como leitor, resta-me esperar que o meu pessimismo vá dar uma volta, e que as anunciadas alterações resultem, que as vendas melhorem e que o JORNAL volte rápido e em força e, se possível na periodicidade mensal!

2 comentários:

  1. Já que isto não é segredo para ninguém... a SKETCHBOOK acabou!!

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  2. !!!!?????
    Acabou? tens a certeza celtic?
    Acabei de comprar o n.º 2, e este número até revela alguma 'pujança' na medida em foram feitas duas edições com capas diferentes!

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