O editor Manuel Caldas continua a sua “missão” de recuperar, restaurar e publicar clássicos da BD americana. A sua mais recente edição é dedicada a Krazy Kat, uma comic strip criada por George Herriman e publicada entre 1913 e 1944, sob a forma de tiras diárias, em jornais americanos. As histórias, simples, contam, num registo humorístico muito próprio, sobre o relacionamento de Krazy Kat com estranho rato de nome Ignatz, cujo maior prazer é atirar tijolos à cabeça do gato, que por sua vez interpreta isso como uma demonstração de amor. Depois temos Pupp, um cão polícia, cuja missão é manter a ordem e evitar (nem sempre com sucesso) que Ignatz atire tijolos a Krazy. Portanto, um estranho e divertido triângulo de relações, que apresenta como particularidade o facto de muitas vezes o autor subverter a narrativa, interagindo com as próprias personagens.
Ao longo de 48 páginas, este livro apresenta-nos 42 pranchas de Krazy Kat a cores, restauradas e legendadas por Manuel Caldas e traduzidas por João Ramalho Santos, incluindo um desdobrável que reproduz a cores uma prancha de Krazy Kat no exacto tamanho em que foi desenhada.
Aos interessados, atendendo às especificidades do nosso mercado de distribuição, informo que garantidamente que é mais fácil encomendar o livro directamente ao editor aqui do que encontra-lo nas lojas.
Aos interessados, atendendo às especificidades do nosso mercado de distribuição, informo que garantidamente que é mais fácil encomendar o livro directamente ao editor aqui do que encontra-lo nas lojas.
Pois, mas o que eu gostava mesmo era que ele em vez de se dispersar por tantas obras obras, se concentrasse naquelas série que já começou... Isto vai dar séries incompletas na certa!
ResponderEliminar:(
Abraço
Eu adorava ver Manuel Caldas restaurar e editar Flash Gordon.
ResponderEliminarBongop, não te esqueças que o Manuel Caldas tem primeiro de reunir todas as tiras publicadas nos jornais antes de poder publicar em livro. Convenhamos que não será tarefa nada fácil e se calhar por vezes mesmo impossível. Penso que ele deverá ir editando em função da disponibilidade da "matéria-prima"!
ResponderEliminarCaro Cori, apoiado! Flash Gordon das tiras dos jornais era sem dúvida uma grande aposta.
Qual o interesse de fazer isso com inúmeros personagens, não tendo tempo para acabar a grande maioria? Eu comprei os dois primeiros números do Haggar e tou a ver que parou por aqui... não são só as editoras maiores a defraudar as nossas expectativas! Estava à espera de que saísse um livro por ano e pelos vistos o terceiro vai demorar muito, muito tempo...
ResponderEliminar:(
E alguém acha que, se os dois primeiros números do Hagar venderam menos de 500 cópias cada, é economicamente viável a publicação de mais algum? Não são só as editoras (grandes ou pequenas) que defraudam; os potenciais leitores também defraudam
ResponderEliminarPara já acho de mau gosto comentar anonimamente... e depois não sei de quanto foram as tiragens do Haggar. Não sei se foi feito um estudo de mercado para um colecção tão ambiciosa ver a luz do dia, mas eu como fã do viking em questão comprei os dois! Como é lógico a minha expectativa é ter a colecção completa. Pelas palavras anónimas, mas cheias de conhecimento, sobre as vendas do Haggar presumo que esta vá para a minha estante das séries descontinuadas.
ResponderEliminar"Um estudo de mercado"?! E porque não publicidade na TV no horário nobre?
ResponderEliminarIsso é falta de realismo. Nem a Meribérica faz isso. Como todos os editores, age pela experi~encia que tem e por intuição.
Isto não é para irritar ninguém, mas porque há-de ser de mais mau gosto comentar como Anónimo do que como Bongop ou Bangup ou Bancop ou Bancuq? Ou Dedis?
ResponderEliminarVerbal, desculpa, eu sei que o blog é teu mas tenho de responder.
ResponderEliminarJosé Antunes, a Meribérica não faz isso não senhora, e tem uma boa razão para isso, já faliu há muitos anos!
Dedis, se clicar no meu "nick" (Bongop)irá parar a uma página onde consta o meu nome, Nuno Miguel Rodrigues Vieira Amado, assim como a minha data de nascimento e outros dados referentes à minha pessoa. Não, não está lá a minha morada nem o nº de BI, mas estou bem identificado!
Quando falo em "estudo de mercado", falo em tentar perceber se um livro na sua língua original é "falado" por cá, quais são as tendências de compra do público actual, etc. Podem dizer que é difícil, mas acho que basta rodar os vários blogues relacionados com BD e ir lendo o que se passa pelos fóruns de BD. E sim publicidade bem feita vende! Existe um exemplo disso, é um "fanzine" e chama-se "Murmúrios das Profundezas". Independentemente da qualidade deste, a sua publicidade nos canais próprios da BD nacional foi tão boa que puseram toda a gente a "babar" pela sua saída. Existem canais que não na TV em horário nobre, e que divulgam bastante bem qualquer obra. Não se fechem tanto, usem e abusem da internet.
Posso ter sido mal entendido... eu respeito imenso e admiro o trabalho do Manuel Caldas, e quem me conhece sabe isso perfeitamente.
Agora tem de se perceber que as obras que ele restaura com grande mestria não são para o grande público, a maior parte dos jovens nem sequer olha duas vezes para a enorme obra que é o Príncipe Valente, e Manuel Caldas fez um trabalho extraordinário nessa série. É expectável que não se vendam muitos volumes, infelizmente.
Eu divulgo ao máximo, dentro das minhas possibilidades, a BD que se faz cá dentro e lá fora no meu blog, porque sei que é a divulgação e publicidade que faz vender.
E Dedis... isso não me irrita, existem coisas piores!
Já agora, estudo de mercado não é falta de realismo, é uma ferramenta não aproveitada por nenhum editor de BD nacional. Sabendo o que sei pelo que leio nos muitos blogues, fóruns, festivais e até por estar atento aos leilões de BD, sei com uma certa dose de erro, quando um livro vai ser um "flop", sucesso ou "assim assim". Posso-me enganar... mas as tendências estão lá!
Abraço
(Desculpa Verbal)
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ResponderEliminarJá agora... verifiquei agora que não consta a minha data de nascimento!
ResponderEliminarmas também não vou dizer, sou como as senhoras!
:D
Alguma arrogância por aqui. Um comentário anónimo pode ser bastante válido desde que não seja insultuoso. Além disso não alimenta feira de vaidades.
ResponderEliminarBoas, vejo que isto tem andado animado! Questões colaterais à parte, e debruçando sobre o essencial, sou da opinião que as edições do Manuel Caldas (MC) sofrem do mesmo síndroma da BD em Portugal, i.e. falta de leitores. O MC tem a favor dele a elevada qualidade das suas edições, mas também tem contra ele o facto de as suas edições serem destinadas a um publico-alvo especifico que não deve ultrapassar as poucas centenas no país inteiro. Porque estamos a falar de grandes clássicos americanos que também pouco ou nada dizem às novas gerações de leitores. Penso não ser um questão de publicidade (falta de), quanto muito de distribuição. Da minha parte, sabendo das dificuldades nas vendas das edições do MC, dou-me por satisfeito por cada nova edição que vê a luz do dia.
ResponderEliminarConcordo com muito do que aqui foi dito e não concordo com algumas coisas.
ResponderEliminarNo meu humilde blog não permito entradas anónimas. Com isto não impeço quem quer que seja de inventar um nome ou criar um nick para escrever o que lhe dá na real gana. Respeito os comentários dos outros, embora possa não concordar com eles. Não chamo vaidoso a alguém que apenas defende a sua posição ou a alguém que tenha uma visão muito própria do que quer que seja.
O MC tem feito um trabalho notável na recuperação de BD bastante datada do ponto de vista das novas gerações, é um facto que ninguém deverá discordar. O público alvo das suas edições não será esta nova geração mas uma geração mais madura e esclarecida no que toca a BD. Creio que estaremos em maioria no plano bedéfilo Português.
Se o MC estará a correr a muitas capelinhas, só ele saberá de si. Se o estiver a fazer e não tiver arcaboiço para se aguentar, lamento-o por ele e por mim, que ficarei com mais umas colecções por terminar. Desculpas de que o público é mau e não compra, são más desculpas, para além de demostrar uma enorme ingenuidade. O público não defrauda! Os livros do MC primam pela qualidade no conteúdo e alguns também na apresentação. Os preços estão longe de serem acessiveis a todos.
O Hägar teve uma edição muito pobrezinha quanto à apresentação e um preço demasiado elevado (eu comprei os dois). Pelo preço de um dos Hägar do MC comprei a edição de luxo (com uma encadernação igual à dos Peanuts) Norte-Americana. Vou preferir continuar a comprar a edição Norte-Americana (o MC que me desculpe, mas é mesmo assim).
O Krazy Kat, que eu já encomendei (e paguei!) ao MC, não o vi ainda, mas espero que seja um trabalho para continuar. Tenho os dois volumes da Livros do Horizonte (com uma bela encadernação...mas só isso), mas como não prosseguiram a colecção eu gostaria de lhe ver o fim. A Livros do Horizonte também não continuou as colecções do Litle Nemo in Slumberland e a dos Peanuts.
Os estudos de mercado são uma ferramenta séria para um qualquer produto ver se tem lugar num qualquer mercado. Não há produto, para além das marcas históricas de confiança, que não se faça valer de um estudo de mercado para poder saber qual a sua segurança ou fragilidade no mercado a que se destina.
Estudos de mercado não são baratos e muito provavelmente o MC não se poderá valer de um, isto é, se quiser manter os preços (que, repito, já não são para qualquer um).
Quanto à Meribérica ter ou não feito estudos de mercado, não sei. Provavelmente não fez suficientes...faliram enquanto líderes no seu mercado. Agir por intuição no mercado editorial é próprio de um desajustado ou de alguém que já tem uma enorme experiência no mercado e uma considerável reputação em apenas com a sua intuição fazer ganhar muito dinheiro à sua Editora (quantos serão? e quantos destes arriscam a sua intuição/carreira em "foras-de-série"?). Se no nosso País é assim, só com base na intuição, então muita coisa estará explicada!
Aproveito para deixar as minhas felicitações ao MC e votos de sucesso.
Abraço para ti também Verbal...hehehe!
Chamaram-me a atenção para “ discussão” que aqui estava a ocorrer e resolvi dar algumas explicações. Sem arrogância nenhuma.
ResponderEliminarA propósito de estudos de mercados, tenho a dizer que não duvido de que seja vantajoso fazê-los, mas se para isso é necessário dinheiro, então, logo a partida, para um editor como eu isso é algo em que nem se pode pensar. Mas se um estudo de mercado é o que diz Bongop -- “tentar perceber se um livro na sua língua original é "falado" por cá, quais são as tendências de compra do público actual, etc.” --, então, da minha parte, isso sem dúvida que presidiu ao lançamento dos dois livros do “Hagar”, pois toda a gente sabe que não sou propriamente um novato no mundo da banda desenhada. E então, porque é que o “Hagar” só vendeu cerca de 500 exemplares de cada volume? Não sei. Ou pelo menos não sei exactamente, pois algumas explicações podem ser avançadas: falta de visibilidade da edição, má distribuição… Bem, afinal só consigo avançar duas. É que, de resto, os dois livrinhos estão dentro do preço habitual dos livros do género e a série é bem conhecida em Portugal e é agradável de se ler. Faltou a publicidade? Claro que faltou, mas o “Príncipe Valente” também a não teve e a verdade é que em menos de um ano os dois primeiros volumes saídos esgotaram os 1000 exemplares de cada e o 3º, já com 1500, está actualmente e desde há bastante tempo, esgotadíssimo. E eram livros (necessariamente) caros.
Como se explica então o fracasso do Hagar e o êxito do PV (grande êxito, porque se com 1000 exemplares vendidos o PV já era um empreendimento economicamente compensador, com 1500 muito mais o era –- e é, daí a razão de tal projecto editorial me ter sido roubado depois de publicado o último dos volumes que mais trabalho de restauro implicavam)?
Claro que eu não tenho dúvidas de que a publicidade ajudaria o “Hagar”, mas nem tudo se pode fazer como as regras aconselham. E se o PV foi o êxito que foi, esgotando 1500 exemplares, não era legítimo da minha parte esperar que o Hagar vendesse perto de 1000 exemplares? Ou melhor: não era legítimo da minha parte TER A CERTEZA de que venderia perto de 1000? Eu acho que era. Mas enganei-me, e 500 exemplares não pagam as despesas com a gráfica e os direitos de autor. Ou seja: sem sequer considerar o meu trabalho, com o “Hagar” perdi dinheiro. E porque se diz que dois volumes lançados um próximo do outro ajudam às vendas, isso eu preocupei-me com fazer. O que agora significa que perdi dinheiro A DOBRAR.
É, portanto, justo que se me exija sentir algum peso na consciência por os leitores se considerarem defraudados?
Quanto à pessoa que diz que “adorava ver Manuel Caldas restaurar e editar Flash Gordon”, a minha resposta é: de facto, publicar o “Flash Gordon” do Alex Raymond era um dos meus projectos, mas, depois de me ter usurpado o PV, o meu ex-“sócio” correu a assinar um contrato para o publicar ele. E fez o mesmo em relação ao “Rip Kirby” (e, se calhar, até com outras séries clássicas). Estava certamente convencido de que tudo se venderia como o PV (e que se tornaria o milionário editor de clássicos da bd), mas com o seu “Tarzan” do Manning deve ter aprendido a mesma lição que também eu aprendi com o “Lance”: não basta ser de um clássico para que uma edição se venda como o PV. Resultado: ainda não se atreveu a publicar o “Flash Gordon” (que, como era do conhecimento público, já estava pronto para o prelo por alturas do festival da Amadora DO ANO PASSADO) e o “Rip Kirby” parece que ainda nem começou a ser preparado.
“O Krazy Kat, que eu já encomendei (e paguei!) ao MC, não o vi ainda, mas espero que seja um trabalho para continuar.”
ResponderEliminarMas como é que há-de ser para continuar se é um livro fora de colecção, ó Refendabd? O título é bem claro e não deixa margem para dúvidas. Neste caso ninguém pode acusar o Caldas de iludir o público.
Primeiro, não acusei o MC de coisa alguma, a não ser, talvez, de ser um virtuoso no restauro de BD clássica.
ResponderEliminarSegundo, o título não diz coisissima alguma acerca da não continuação deste trabalho, ou de uma eventual continuação, é certo. Por mim, gostava de possuir a colecção de todas as pranchas possíveis de restaurar.
Caro Manuel Caldas,
Eu, como algumas pessoas com quem me dou, acharam os Hägar carotes para a apresentação do livro. Quanto ao Lance e, especialmente, ao PV não achamos o mesmo.
PS: Quando escrevi que "o encomendei (e já paguei!)" não quis, nem por um esgar, sugerir que o Manuel Caldas está em falta. Paguei-o ontem e os correios, por muito rápidos que possam ser, não conseguem ser assim tão rápidos.
ResponderEliminarQue fique bem claro.
O Hagar não estar esgotado é até uma boa notícia. Assim pode-se sempre comprar. Pelo contrário, os livros esgotados, só se compram em Alfarrabistas e são caros.
ResponderEliminarO facto do Hagar ter vendido pouco no 1º ano, não prova que não venda em 2010, 2011,... (irá vendendo).
Ao Sr. Vilela, que conheço pessoalmente, deixo um conselho: não publique mais BD, porque ninguém a compra.
Liberte os direitos que tem sobre as séries - é um serviço enorme que prestará à BD.
Caro o Hagar? Não, de maneira nenhuma em comparação com o Zits, o Calvin e todos do género. O seu fracaso deveu-se, isso sim, a uma razão muito simples. É que é uma obra medíocre, e o público muitas vezes apercebe-se disso. Já se sabe q coisas como a Cathy e o Dilbert, por exemplo, também são medíocres e vendem-se. Então azar do Manuel Caldas? Não: sorte da Gradiva e da Asa.
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ResponderEliminarO custo e a respectiva consideração que dele advém para cada um serão sempre relativos.
ResponderEliminarEu creio que 12,5 euros serão um bocadinho acima do aceitável. Se o livro tivesse custado 10 euros, provavelmente nada diria. Obviamente não percebo nada do processo editorial.
Gostos não se discutem, lá diz o ditado. Eu, sem pôr em causa o gosto do comentarista anterior, gosto bastante de strip comics, umas mais dos que outras. Não considero a Cathy (que eu não aprecio em particular) medíocre, longe disso. Tão pouco o Dilbert é medíocre. Ainda menos o Hägar será medíocre. Não sei o que o comentarista anterior considerará uma obra aceitável ou até boa no género strip-comic. Considerar a obra do Dick Browne medíocre, gostos à parte...enfim!
A Gradiva, a Bizâncio e a ASA (em especial as duas primeiras) têm apostado nos best-sellers dos strip-comics, em alguns casos muito bem, noutros nem por isso. Não creio que será sorte. Certos títulos não pegam porque os leitores não se identificam com as situações que nelas são retratadas; porque o humor do país original não é da mesma maneira entendido num outro qualquer país (Portugal, no caso concreto). Pessoalmente, não compro estas obras a nenhuma das editoras Portuguesas, prefiro os originais da Andrews McMeel por serem mais baratos (compro-as em sites nos EUA!) e por não se perder nada na tradução que, por muito bem conseguida que seja, nem sempre funciona.
Como é que se pode dizer que o Haggar é uma obra medíocre????
ResponderEliminarCredo!
O comentador João Aguiar pode dizer que não gosta, agora chamar nomes não!
É diferente não gostar e ser de fraca qualidade, assim como se pode gostar de séries de fraca qualidade. Isso acontece comigo, agora não se pode confundir gosto com qualidade.
Eu não tenho grande dom de palavra, mas o que o Pedro Moura escreve é bastante ésclarecedor sobre o Hagar e tem razão:
ResponderEliminarhttp://lerbd.blogspot.com/2008/08/hgar-o-horrendo-dik-browne-librimpress.html
Primeiro...
ResponderEliminarA minha opinião vale o vale, assim como a do Pedro Moura.
Segundo...
A minha opinião neste caso não é a mesma do Pedro Moura, e isso não invalida a minha.
Terceiro...
Nunca comparei BD a nenhuma caixa de chocolates. A BD depois de consumida pela primeira vez fica na estante para ser consumida novamente. Eu (pelo menos eu) não consigo consumir um chocolate, o mesmo chocolate, duas vezes...
Quarto...
É bom ter um cérebro próprio para decidirmos o que gostamos e não gostamos.
Quinto...
Na generalidade eu não gosto daquilo que o Pedro Moura gosta, e penso que o contrário também será verdade (não estou a atacar o Pedro Moura pelos seus gostos, apenas não são os mesmos).
Sexto...
O mundo é cheio de cores, felizmente! Gosto de usar o máximo possível desta vertente da vida, e nunca irá ser por alguém me dizer que "aquilo não presta" que eu irei dizer o mesmo!
Sétimo...
O que o Pedro Moura diz não é lei!
Oitavo...
Também não tenho o dom da palavra, apenas expresso com as palavras que conheço aquilo que sinto, ou me passa pela cabeça (mesmo que não esteja bem escrito).
Nono...
Isto não é para fazer guerra a ninguém, é apenas a minha posição quando alguém se serve da opinião de outro para justificar aquilo que não sabe.
Décimo...
Sei lá!
O post do Pedro Moura apenas me diz que ele não gosta! Se Haggar não tivesse a qualidade que tem não seria editado por todo o mundo como foi. E eu discordo da opinião do Pedro Moura nesse post em relação a todas as séries de tiras de que ele fala. Para mim Peanuts é sinónimo de "seca", todas as outras que têm "qualidade média" são exactamente aquelas que eu gosto mais!
E nem sequer pretendo entrar em guerra de BD com o Pedro Moura, como disse atrás, apenas temos gostos diferentes, e que eu respeito!
Nuno Amado
Na minha qualidade de leitor, não concordo com o raciocínio do MC em aferir expectativas de vendas do Hagar em função das vendas do PV. Porque? Porque se trata de géneros completamente diferentes e em termos de qualidade da obra (desenho e argumento) não há comparação possivel, e também creio que não exista um publico português bedéfilo em número suficiente com um gosto tão eclético (em termos de géneros) quanto isso. Eu, por exemplo relativamente ao género humorístico, excepcionado Calvin & Hobbes de Bill Waterson, não sou comprador. E verdade seja dita também tenho alguma dificuldade em perceber o sucesso(?) de séries como Cathy ou Dilbert, mas gostos de cada um são soberanos e efectivamente não se discutem (e muito menos se prevêem). Quanto ao insucesso de vendas do Hagar, junto ao que escrevi anteriormente, cumulativamente, a questão do preço referida pelo Refem. Falta da qualidade? Não creio, alias até considero Hagar com mais qualidade em termos humorísticos do que a Cathy ou o Dilbert!
ResponderEliminarHehehe! Isto é que é um post cheio de comentários.
ResponderEliminarToma lá mais um:
Li o que o Pedro Moura escreveu do Dik Browne e do seu Hagär. Concluí que o Pedro Moura não gosta do Hagär e percebi que gosta de algumas coisas que eu considero intragáveis. São gostos e não se discutem. Aquilo que eu considero intragável no gosto dele por comic-strips também considero que tenha qualidade. São registos intelectuais/culturais, logo de humor (?) (que não é obrigatório nos comic-strip) diferentes e que não têm comparação possível. Na matemática não se somam cadeiras com mesas. Também na crítica será desadequado, na minha pouco humilde opinião, comparar o incomparável.
Os Peanuts serão outra questão. Só hoje, depois de adulto, consigo ler e vislumbrar algumas das intenções do autor. Muitas ainda me escapam, estou certo. Impregnada de cultura Norte-Americana, que julgamos próxima mas está bastante distante de nós, será complicado para um qualquer incauto leitor que procura "apenas" humor considerar esta série como frutuosa no género.
Já muita tinta foi gasta a dissecar a obra de Charles Schulz por pessoas muito mais preparadas para isso do que eu, e por isso nem me atrevo a avançar mais neste terreno. Tenho a minha opinião, é certo, e o que li dessas pessoas sobre os Peanuts também me ajudou a formá-la. Quando era miúdo, adorava ver os especiais de Natal na TV...mas são coisas diferentes.
Quanto a vendas: o Hagär é um best-seller (ainda hoje) nas funny pages dos jornais. É um facto. Será correcto dizer que aquilo que as massas gostam é desprovido de qualidade só por isso? Também seria certo afirmar o contrário? Quais serão os indicadores correctos para definir "qualidade"? O que a crítica adula? O que as massas seguem? Tanta tinta para uma velha questão...sem querer me desdizer, mas com certeza não estará apenas no gosto de cada um, ou será que está, afinal? Hehehe!
Mais um...para bateres o recorde!
ResponderEliminarConsidero o Dilbert brilhante. Não tenho receio algum em o afirmar. Capta de forma mordaz o ambiente e as relações de e no trabalho nas empresas ditas "modernas". É um "case-study" nessas mesmas empresas que conseguiram vislumbrar o porquê de certas coisas não funcionarem, ou porque é que funcionam de determinada maneira. Até o próprio método do autor é brilhante. Conseguiu facturar imenso em abrir o Dilbert ao grande público que lhe envia todos os dias centenas de ideias para tiras, tornando-o praticamente inesgotável. Se é legitimo? Obviamente é. Se é preguiçoso ou menos verdadeiro? Talvez, depende da inveja de cada um.
A Cathy tem o público feminino como alvo principal. Sendo homem, escapam-me a grande maioria dos dissabores, angústias e seus psicanalíticos problemas. Não consigo apreciar a série, mas considero que tenha qualidade intelectual.
Toma lá mais outro para fazeres 30 comentários!
ResponderEliminarGosto de Dilbert, mas não sou "maluco" por ele. Aliás tiras cómicas não são o meu género de eleição. Como diz o Refem, numa empresa média-grande conseguimos ver retratados situações muito estúpidas, mas que acontecem! Dilbert tem essa qualidade.
Quanto ao Haggar, desde miúdo que lhe acho piada e a minha idade actual não alterou isso!
Abraço
Então, afinal, se o Hagar não é mau e até tantos o consideram bom, porque é que só vendeu cerca de 500 exemplares? Porquê? É que pelo preço eventualmente alto é que não foi (até porque se o 1º número tinha um papel vera, o 2º não, e até tem mais páginas)
ResponderEliminarSim anónimo... o que é que uma coisa tem a ver com outra?
ResponderEliminarSandman, uma das maiores obras de BD jamais criadas no nosso planeta azul, foi interrompida em Portugal por falta de vendas!
Fables, outro caso de sucesso internacional foi interrompido no nº1 por falta de vendas em Portugal (e a nossa edição, Devir, foi muito superior à congénere original).
Quantos casos destes é que queres que te enumere?
Desculpem, não era anónimo, era eu, foi um lapso.
ResponderEliminarO ser interrompida não significa exactamente vendas baixas mas apenas vendas insuficientes para as pretensões do editor. Se o editor imprime 5000 exemplares para se parecer aos franceses e depois só vende metade, encarará tal como um fracasso. Mas se imprimiu apenas 1000 (como o Manuel Caldas diz que fez com os dois primeiros do Príncipe Valente) e os 1000 esgotam, então é um sucesso.
Outro exemplo e um mistério: o “Mutts” é um sucesso em Portugal, pois até já teve reedições, e no entanto anda a ser publicado às pinguinhas. Porquê? Como se compreende que uma série seja um êxito e o editor não o aproveite? Não há aqui qualquer coisa que funciona mal? Uma coisa tem procura mas não há oferta – como é isto?
E note-se que estou a falar de sucesso comprovado, não de um falso sucesso, como é o caso do “Tarzan” do Russ Manning, que o editor já disse que vende tão bem como o “Príncipe Valente” mas que, mesmo assim, parou de publicar. Claro que neste caso é um falso sucesso, alardeado por alguém que não quer reconhecer os seus fracassos, mas no caso do “Mutts” é um sucesso autêntico, comprovado pelas reedições.
Portanto, nem tudo é simples de explicar nem entender na questão dos êxitos e fracassos editoriais.