Sendo Portugal um pais onde a banda desenhada é catalogada como uma arte menor, onde os respectivos livros e álbuns ocupam pequenos espaços recônditos nas prateleiras das nossas livrarias, é quase um acontecimento quando um autor português de banda desenhada consegue apoios e materializa em livro a sua obra. Melhor se torna quando esse livro tem uma boa receptividade por parte da crítica e uma excelente aceitação junto do público leitor bedéfilo e não só, até porque estas duas posições nem sempre são compatíveis. Neste contexto, rapidamente se percebe que quando se fala de 2ªs edições em banda desenhada em Portugal, é porque estamos perante obras de grande qualidade. E é neste patamar que surgem, direi sem surpresas, os livros "O amor infinito que te tenho e outras histórias", de Paulo Monteiro e os dois primeiros volumes de “Dog Mendonça e Pizzaboy” de Filipe Melo.
"O amor infinito…”(edição Polvo, 2010), é o primeiro livro de Paulo Monteiro. O director do Festival de BD de Beja, expressa o forte desejo como autor em se exprimir da forma que sabe: contar histórias desenhadas entre cigarros. Numa obra que reúne um conjunto de pequenos contos, escritos entre 2005 e 2010, Paulo Monteiro combina algumas das suas vivências e memórias num registo escrito quase poético ilustrado num traço emocional. Este livro, lançado em Outubro de 2010, foi o vencedor em 2011 dos prémios de Melhor Álbum Português no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora e da Melhor Publicação Independente atribuído pela Central Comics, apresenta-se agora na sua 2ª edição com uma nova capa, tal como eu acho que todas as segundas edições merecem. E não fica por aqui, pois prepara-se para ser editado lá fora, pela mão da editora Blank Slate Books com distribuição no Reino Unido e na Irlanda. Um reconhecimento merecido!
Páginas do conto "Irei Ver a Amada" incluído no livro "O amor infinito... |
“Dog Mendonça e Pizzaboy” já ganharam, por direito próprio, um lugar de destaque na história da banda desenhada nacional. Fruto da imaginação de Filipe Melo, que contou depois com a colaboração dos argentinos Juan Cavia (desenho) e Santiago Villa (cores), as aventuras de um detective do oculto que juntamente com um distribuidor de pizzas e um demónio de seis mil anos que esconde num corpo de uma rapariga de 6 anos que lutam contra forças do mal, demónios, zombies e outros tais para salvar o mundo, conquistaram definitivamente o público português até à última página. O primeiro livro "As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy" venceu em 2010 os prémios para Melhor Argumento para Álbum Português no Festival de BD da Amadora e de Melhor Publicação Nacional e Melhor Autor nos Troféus Central Comics. Tudo junto e temos a incrível marca de 4ª edição de “As Incríveis Aventuras…” (edição Tinta da China, 2010) e na 2ª edição de “As Extraordinárias Aventuras…” (edição Tinta da China, 2011). Um sucesso que não se mede só em Portugal mas igualmente nos EUA onde as primeiras aventuras em livro foram agora lá editadas. É preciso dizer mais?
Páginas de "As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy" |
- As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy
- As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy
Felicito a reedição dos livros. No entanto continuo a achar que em relação ao Pizza Boy, é um atentado ao trabalho dos desenhadores a péssima qualidade de impressão do livro. Neste aspecto a coisa não melhorou com a reedição.
ResponderEliminarCumprimentos
Caro anónimo, concordo inteiramente consigo, especialmente no segundo livro "As Extraordinárias...". Há paginas com as cores completamente esbatidas. Na altura do lançamento falei com o Filipe Melo acerca disso, mas pelos vistos de pouco serviu para a reedição. É pena!
ResponderEliminarTou curioso para saber qual vai ser a aceitação do TPB da Dark Horse com as primeiras aventuras. Será que os americanos vão entrar no mundo das Pizzas???
ResponderEliminar:D
Era bom que fosse, seria um corolário óptimo para estas aventuras e para os seus autores!
:)
Abraço
Olá Bongop, penso que a publicação de curtas na revista Dark Horse Presents serviu mesmo para testar a opinião dos americanos, pelo que este passo de publicação do livro é já sinal da sua aceitação... penso eu de que! Abraço
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