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10 outubro, 2012

Autobiografia na Banda Desenhada

Cartaz oficial da autoria de Paulo Monteiro
Já andava para escrever sobre a edição de autobiografias em BD aqui no blogue. Numa altura que se está em contagem decrescente para o 23º Amadora BD, a propósito da última newsletter recebida do festival, dá-se a feliz coincidência. O tema central da edição deste ano Amadora BD é a Autobiografia na Banda Desenhada

Numa altura que o mercado da edição de banda desenhada em Portugal tem assistido nos últimos tempos à publicação de várias obras relacionadas, cujo público-alvo vai para além daquele tradicional consumidor dos super-heróis americanos ou da produção franco-belga, a temática escolhida para o festival deste ano justifica-se tanto pelo seu interesse como pela oportunidade.

As obras que falo, são edições que se destacam por transmitirem as vivências e pensamentos mais intimistas do seus autores sob a forma de narrativas gráficas de registo autobiográfico. Livros como Persepolis, de Marjane Satrapi, FunHome, de Alison Bechdel (ambos da Contraponto) ou Blankets, de Craig Thompson (da Devir), ou de autores nacionais, como O Amor Infinito que Te Tenho, de Paulo Monteiro (da Polvo) ou os diários gráficos Israel, Newborn e Pontas Soltas, de Ricardo Cabral (da ASA), que tem merecido inclusivamente a atenção de jornais, no interesse que cativam, mostram sem dúvida uma maturidade do nosso mercado, que muito me agrada. Quando tantas vezes se fala na questão de atrair novos públicos para a BD e dá-se o enfoque nas novas gerações, eu aplaudo este outro caminho de conquistar um público diferente, mais adulto e sem dúvida mais exigente.

E assim, a organização do festival da Amadora que tantas vezes acerta ao lado, e aqui recordo escolhas recentes como O Grande Vigésimo (na edição de 2009) ou o Centenário da República (em 2010), este ano dá um significativo contributo para a promoção da banda desenhada numa temática que tem vindo a elevar o nível da edição bedéfila em Portugal. Resta agora saber se as opções ao nível das exposições centrais estarão ao nível qualitativo das obras. Mais isso já será outra história!

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