Tenho comentado com várias pessoas que estou convencido que a edição de banda desenhada em Portugal atravessa, de novo, um forte crescimento. Temos actualmente a Devir, a Goody, a Kingpin, a Polvo, o Grupo Babel, a Levoir com uma excelente oferta em quantidade e qualidade. Mais, a oferta agora é muito mais variada que à alguns anos atrás. Para todos os públicos. Como a confirmar esta minha ideia, junta-se a editora G-Floy, que depois de sete volumes de Hellboy, adormeceu e ressurge agora pela porta grande com a edição de SAGA.
SAGA tem sido descrito como muita coisa, um épico de ficção científica cruzada com fantasia, com romance e comédia à mistura, como um encontro entre a Guerra dos Tronos e a Guerra das Estrelas ou Romeu e Julieta no espaço. É também um dos comics independentes de maior sucesso dos últimos anos, e talvez uma das bandas desenhadas mais premiadas de todos os tempos, tendo ganhado praticamente todos os prémios Eisner e Harvey para que foi nomeado nas duas últimas edições. A sua mistura elegante de géneros, aliada a um sentido de crítica social mordaz e uma boa pitada de humor e sexo, complementada pela arte pormenorizada e elegante de Fiona Staples — que atinge um equilíbrio difícil entre o realismo das ilustrações e o lado abstracto das suas sombras, cores e cenários — tornou SAGA num dos fenómenos sem precedentes nos comics americanos, uma saga subversiva para adultos.
Sobre SAGA:
SAGA é a história de dois jovens soldados de lados opostos de um vasto conflito intergaláctico sem fim, que se apaixonam e arriscam tudo para protegerem a vida que criaram e que terá de crescer num universo hostil e perigoso. Alana e Marko querem apenas poder viver a sua vida em paz com a sua jovem filha Hazel — considerada uma abominação por todas as potências envolvidas na guerra — e, entre serem perseguidos por um príncipe robot com cabeça de TV, assassinos profissionais dos mais diversos planetas e serem assombrados pelos fantasmas de vítimas de batalhas passadas, a sua história irá mudar a galáxia.
SAGA é já uma das mais premiadas séries de banda desenhada de todos os tempos. Nas duas edições em que concorreu aos Prémios Eisner (os Óscares da banda desenhada americana), em 2013 e 2014, ganhou praticamente todas as principais categorias em cada ano, como Melhor Nova Série, Melhor Série em Continuação, Melhor Argumento, Melhor Arte, e o seu primeiro volume antológico (que reúne os primeiros seis números da série e corresponde ao primeiro volume editado pela G-Floy em Portugal) venceu também o Hugo (o prémio máximo da ficção científica) como Melhor Novela Gráfica.
O primeiro volume de SAGA estará disponível no fim de semana de 1 e 2 de Novembro, no Festival da Amadora (no stand Livraria Dr. Kartoon), e será comercializado em Novembro em bancas e livrarias. Boas leituras!
Ficha técnica:
Saga - Volume Um
Brian K. Vaughan e Fiona Staples
168 páginas, cor, capa dura.
PVP: 8,99€
Editora G.FLOY
Nuno, há dois anos, quando tinha o Art&ntropia a bombar, tinha mensalmente uma rúbrica denominada "Radar de Mercado". E já nessa altura se notava que a coisa ia evoluir no sentido que tu agora referes. A questão é...e as vendas estão a condizer? Mais que isso, finalmente a pedra no sapato (distribuição) está resolvida? À primeiro eu respondo que ainda é cedo para dizer se foi criado um mercado sustentável e à segunda eu respondo que não, pois as publicações da Panini estão longe de ter uma distribuição eficaz. Mas estou na mesma sintonia que tu. As coisas estão MUITO melhores.
ResponderEliminarO preço é muito proximo do sc original.Só que em periocidade vai ser o novo Hellboy,Colocam a hc mas o mais importannte nao fazem.
ResponderEliminarOlá João! A minha observação deriva da proliferação de novas edições de banda desenhada que tem invadido os pontos de venda nacionais, vindo mesmo de editoras que tradicionalmente nunca investiram neste género e que começam agora a juntar títulos ao seu catálogo. Partindo do pressuposto que por muita paixão que haja na edição de BD o importante mesmo é uma editora apresentar lucro, porque assim só assim garante a sua continuidade, o simples facto de haver novas edições todas as semanas, é sinónimo que tem havido vendas. Ninguém edita o que não vende. E este tem também sido o feedback que tenho obtido de alguns responsáveis de editoras com quem tenho falado. As vendas justificam a edição, e é tudo o que queremos.
ResponderEliminarSobre a distribuição, a «pedra no sapato» é só mesmo para as edições brasileira importadas, e muito me espanta quem em Portugal ainda tem paciência para procurar e coleccionar Panini’s e afins. Eu como só atendo à edição portuguesa, não tenho qualquer problema. Qualquer novo título por cá editado, facilmente o encontro à venda.
Abraço
Olá Optimus! Como é que sabes sobre a periodicidade da nova edição? Não me parece razoavel que G-Floy se permita a lançar um novo volume a «cada dia que o rei faz anos». Lembro-me que no inicio da «nova» aventura da Devir, muita gente tambem não lhe dava crédito, e o tempo veio demonstrar o contrário. Acredito que o mesmo se vao passar com a G-Floy. Para já, €8,99 em capa dura é um excelente inicio. Abraço
ResponderEliminarÉ exactamente na distribuição da edição portuguesa da Panini que reside a pedra. Porque, tirando as grandes superfícies, a Panini (portuguesa ou basileira) é mal distribuída. Não encontras nem encontrarás nos quiosques de rua que voltaram com vivacidade (não sei se tinhas esta ideia presente, mas eles estão de volta e em força) e é mais facil encontrar em papelarias do interior do país (ainda bem) do que nos suburbios (ainda mal). Tem tudo a ver com os dois distribuidores que fornecem para estes quiosques, que nunca distribuem publicações Panini, apesar de serem os distribuidores oficiais dos cromos panini...não faz sentido. De resto, tal como tu sentes, também eu sinto que o ciclo está a inverter...para melhor.
ResponderEliminarJoão, quanto à Panini portuguesa (ou espanhola) confesso que não tenho dificuldade em encontrar. Na minha papelaria recebem dois, três exemplares de cada edição. Em alternativa tenho tambem a FNAC. Quanto às brasileiras é que falham redondamente. Mas como já referi anteriormente, não me incomoda. Agora se falarmos de BD em quiosques a conversa muda. Torna-se muito dificil encontrar BD nestes postos de venda (a excepção talvez seja as Disney's). Mas é verdade que agora os tempos são outros e a distribuição procura outros postos de venda a que o consumidor já se habituou. É pelo menos a minha ideia. Abraço
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