Chega um pouco fora de horas, esta publicação em modo de balanço da 27º edição do Amadora BD, mas serve de pretexto para publicar aqui algumas fotos do festival. Já o tinha afirmado, não foi uma edição que deixa saudades. O modelo do festival assente em três fins-de-semana já se encontra esgotado, pela incapacidade da organização em conseguir garantir justamente um programa vasto e interessante para os 15 dias. A presença de nomes sonantes da BD que já foi um cartão de visita do Amadora BD é agora uma memória. E se atendermos que 2016 foi um ano tão rico em edição de banda desenhada em Portugal, não se consegue explicar o convite a autores, perfeitos desconhecidos do grande público, e muitos deles sem qualquer obra por cá editada. Felizmente que houve excepções, e a presença de António Altarriba (Eu, Assassino, ed. Arte de autor) e Kim (A Asa Quebrada e A Arte de Voar, ed. Levoir), de Alexo Papadatos e Abraham Kawa (Democracia, ed. Bertrand) e de Tony Sandoval (Rendez-vous em Phoenix, ed. Kingpin) ajudaram a animar o primeiro fim-de-semana, o único que se aproveitou. Soube a pouco. Faltou (mais uma vez) um ou mais verdadeiros cabeças-de-cartaz.
Para além dos autores, as exposições sempre foram um dos bons motivos de interesse do Amadora BD. Este ano a maioria delas não passou da classificação de interessante. A exposição central foi dedicada ao inenarrável tema de Espaço e Tempo. Será que não há melhor temática? A atribulada mostra dedicada aos 70 anos de Lucky Luke tinha demasiadas impressões. A curta de Jorge Coelho e a Volta da dupla André Caetano/André Oliveira estavam escondidas e mereciam talvez melhor lugar de exposição. A arte de Marco Mendes na qualidade de vencedor do PNBD'2015 para o Melhor Álbum Português (e tão maltratado que foi com a amputação do seu desenho que serviu de base ao cartaz oficial) estava num lugar de passagem. Assim, entre todas a minha preferência recaiu sobre a dedicada a Pasquale Frisenda. A exposição TEX e a BD deste autor era a mais bem conseguida. Num espaço bem localizado, com uma cenografia a preto-e-branco serviu de enquadramento perfeito para um conjunto de pranchas que mostravam bem o virtuosismo deste autor. E soube a pouco. Valeu a edição de O Segredo do Juiz Bean que foi surpresa da editora Polvo. E resto foi muitos autores portugueses, e muitas conversas. Para a história fica aqui o registo fotográfico que foi possivel.
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