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01 janeiro, 2019

O ESTADO DA ARTE EM 2018

 
Em termos bedéfilos o ano de 2018 foi dos mais generosos dos últimos tempos! Foram 32 editoras nacionais a contribuírem para a edição no nosso mercado de um total de 308 lançamentos de novidades de banda desenhada. (ver aqui, com a ressalva que  a listagem que compilei poderá não ser exaustiva e omitir edições de autor, de pequenas editoras e camarárias que por algum motivo me possa ter escapado). Mas mais edição menos edição a verdade é que em nada altera aquele que é o melhor resultado dos últimos cinco anos e que dificilmente voltará a repetirá nos anos mais próximos pelas razões que falarei mais adiante.
 
Em termos de entradas e saídas, saúda-se o nascimento de duas novas editoras: a ALA DOS LIVROS e a JBC Portugal. A primeira apresenta-se para um público mais leitor de bd franco-belga, enquanto a segunda promete complementar a oferta de mangá no mercado nacional. No lado das saídas, o ano fica irremediavelmente marcado pelo fim da GOODY. Sai de cena ao fim de seis anos de actividade e 463 edições depois, levando com ela todas as publicações regulares do universo Disney e Marvel. 
 
E foi justamente a GOODY a editora mais produtiva em 2018, ao publicar entre as suas colecções Disney e Marvel, um total de 96 revistas. Para melhor se perceber o impacto, basta dizer que um terço do que foi editado no ano tinha o selo desta editora. Uma média de quase duas revistas por semana. Infelizmente não foi o suficiente para a salvar, e com isso prevê-se a partir de 2019 anos mais pobres em termos de edição e uma forte diminuição da oferta de banda desenhada em banca.
 
A LEVOIR surge neste top na segunda posição. O resultado da sua parceria com o jornal Público, traduziu-se em algumas das melhores coleções do ano. Foram mais Novelas Gráficas, uma surpresa Bonelli, o muito esperado Torpedo, o aniversário da Vertigo, o Batman de Marini e a continuação de Y somaram 42 obras. Para 2019 é uma incógnita ainda.
 
A fechar o top 3 das editoras nacionais encontramos a dinâmica G.FLOY. O seu diversificado catálogo permitiu-lhe fechar 2018 com o seu melhor registo, num total de 30 edições com a sua chancela, a que se soma mais dois lançamentos em co-edição com a ComicHeart. Apresenta um crescimento de mais oito livros (+33%) relativamente ao ano anterior.
 
E foram estas três editoras, no seu conjunto, responsáveis por mais de 50% do total de toda a edição de banda desenhada em Portugal durante 2018. E é curioso ver que todas estas editoras disponibilizaram em banca os seus lançamentos.
 
Na quarta posição, está a ASA. Com uma produção em linha com os anos anteriores (28 edições). Recuperou do seu catálogo franco-belga, algumas séries que se encontravam esquecida, como por exemplo I.R.$ ou Largo Winch, com o condão de as colocar em linha com as colecções originais.
 
A fechar o top 5 das maiores editoras nacionais, temos a DEVIR. A editora nacional por excelência de mangá, deu continuidade às várias colecções do seu catálogo, ainda que a um rimo de edição inferior ao verificado em anos anteriores. Em consequência apresentou, relativamente ao ano anterior, uma quebra em termos de número de publicações (-35%), tendo fechado o ano com apenas 26 edições.
 
Depois temos uma mão-cheia de pequenas editoras que editaram cinco ou mais livros em 2018. Em consistência com a produção do ano passado. A excepção aqui vai para a GRADIVA com mais quatro edições e para a estreante JBC que no seu primeiro ano lançou cinco obras. Assim para fechar o top 10 das editoras nacionais temos a POLVO (13 edições), ESCORPIÃO AZUL (10 edições), ARTE DE AUTOR (7 edições), PLANETA (6 edições) e em ex aequo a GRADIVA e a JBC com 5 edições cada.
 
Em resumo, temos 2018 como um excelente ano. Desde 2016 que se observa um crescimento do n.º de edições e que culminou agora com a bonita marca de 308 lançamentos num único ano. Mas nem tudo são rosas, porque terminadas as colecções grandes da SALVAT que influenciaram os números de 2016 e 2107, e o fim da GOODY é expectável que tenhamos atingido o pico da montanha, e a partir daqui será uma descida ou um forte abrandamento em termos de novos lançamentos. Mas por outro lado, o nosso mercado começa a ganhar uam maturidade, onde os ajustes passam por um carácter qualitativo. É assim espectável para 2019 menos bd's mas melhores bd's. Desde que proporcionem boas leituras!
 

10 comentários:

  1. Parabéns pela lista.
    Não sei se existirá enquadramento também para os seguintes lançamentos:
    - "A Fantástica História do Restauro do Forno Comunitário de Beja”, de Cristina Matos, edição da Associação de Defesa do Património de Beja e lançado durante o Festival de BD de Beja
    - "Um Só", de Flávio C. Almeida, edição de autor
    Cumprimentos e desejos de um ótimo 2019

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  2. Lazarus da Devir, se foi editado por cá, eu não acho,... onde está?

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  3. Olá APoeira, se se tratar de BD em principio haverá enquadramento. Tenho de ir pesquisar mais informação porque se tratam daquelas publicações que caíram naquela salvaguarda que referi no texto. Obrigado pelo contributo. Bom Ano.

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  4. Olá Miguel, que foi editado foi, porque tenho um exemplar na minha colecção, adquirido no stand da Devir durante a ComicCon. O problema é que não teve distribuição por motivos, em principio, logísticos e da gráfica. Vamos ver se a situação fica esclarecida já agora nos inícios de 2019.

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  5. A Kingpin deixou de editar?

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  6. Boas Nuno, tens razão, que foi editado por cá,também sei isso. O problema é que mesmo que venha a ser resolvido o problema de distribuição, não tenho confiança que a devir leve até ao fim a serie Lazarus,...por isso o melhor mesmo será comprar importado.

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  7. Viva António. A Kingpin esteve praticmaente ausente das edições em 2018, mas não deixou de editar. Aliás esperam-se duas ou três boas novidades este ano e de autores portugueses. Em 2018, a Kingpin fez um forte investimento numa nova loja e talvez por esse facto a sua vertente editorial tenha sido afectada.

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  8. Miguel, não é uma situação muito normal esta do Lazarus. Vou entrar em contacto com a editora para percebe qual o ponto de situação desta série, se é para continuar ou se para cair. Quando houver novidades informo aqui no blogue.

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  9. Isso é que era, Nuno. Ficaria muito agradecido, eu e muitos leitores, pela informação,... porque, sinceramente, preferia em português. Mas se tiver que ser em inglês, que seja, já estou habituado e tenho já bastantes importados.

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