Vamos lá a pôr ordem aqui na casa até porque continuam a acontecer cenas. Uma dessas cenas prende-se com a editora LEVOIR. Enquanto continua semanalmente a celebrar os 80 anos do Morcego, vai nos intervalos anunciando coisas novas. Anunciou o lançamento de saga de Jeff Lemire, «Black Hammer» reunida em dois volumes. Entre 6 a 13 de Abril disponíveis nas bancas nacionais.
E não se fica. No dia 1 de Abril anunciou igualmente novos lançamentos. Agora trata-se da série «Get Jiro». Mas parece que não se tratou de nenhuma brincadeira, as bd's que Anthony Bourdain escreveu vão ser editadas em português. "Get Jiro!" e "Get Jiro: Blood and Sushi", com o selo da Vertigo, tem lançamento previsto para Junho.
Sobre estes 4 lançamentos a seu tempo darei aqui mais atenção. Para já fica a nota!
Lançar Black Hammer nas semanas em que vai estar toda a gente a pensar e a falar de Shazam é das melhores estratégias comerciais a que já assisti.
ResponderEliminarAcho que são mídias diferentes. O Black Hammer sai em livro e o Shazam em filme, que eu saiba não há nenhuma BD do Shazam programada para sair. Além do mais os meus parabéns à Levoir por publicar este material da Image. A minha única "reclamação" era que publicassem estes títulos em formato TPB, pois era mais prático ler nos transportes. (Porque raio tem de ser tudo em capa dura?).
ResponderEliminar*Correcção não é da Image mas da Dark Horse. My bad! :-(
ResponderEliminarE os filmes não afetam as vendas dos livros agora? A Bertrand decidiu lançar Pet Sematary agora porquê? Se eu te disser que Pet Sematary não vai fazer nem metade da bilheteira de Shazam estou a enganar-me por muito? Os livros do Darkseid na coleção Liga da Justiça venderam o dobro do resto da coleção. Shazam é ipsis verbis a fase novos 52, era uma boa altura para capitalizar a procura de material que se vai assistir, especialmente tendo em conta que é uma personagem relativamente desconhecida. Tal como aconteceu com Aquaman... ou Guardiões da Galáxia... ou até Iron Man... Estas personagens não vendem mais hoje do que antes de terem filmes? Eu acho Black Hammer uma excelente edição, mas do ponto de vista comercial, com a epidemia de super heróis que se inicia precisamente agora em Abril e dura até ao Verão, a juntar a outros projetos da Levoir mais alternativos que cativam mais facilmente o público do Público, o retorno financeiro vai demorar muito a chegar. Vê lá se a G Floy vai lançar obras francesas, distiopias da image ou cenas alternativas do Mark Millar em Abril, levas Wolverine e Deadpool para tentar apanhar todas as migalhas de super-heróis que caiam na rede. Não sei quem os aconselha mas andam a perder dinheiro à grande...
ResponderEliminarEm lançar bds em sintonia com o Filme a Goody era optima desde Vingadores:Infinito ate Pantera Negra,e ate Deadpool.
ResponderEliminarAte a Planeta comic faz sempre que sai um Star Wars novo nos cinemas ai a Levoir falha nem series de tv cw rtp/axn (Flash,Lendas,Arrow,Batwoman,Supergirl) aproveita.Quanto mais filmes.
A Levoir já experimentou a estratégia de lançar colecções próximas aos filmes, como foi com a Mulher-Maravilha, Liga da Justiça e Esquadrão Suicida, neste último caso com as colecções dedicadas aos vilões DC e à Harley Quinn.
ResponderEliminarSe não repetiram com Aquaman, nem com Shazam, e só editam Batman, é porque terão percebido o que é que vende.
Bruno Geraldes
Não faço ideia de quem disse que os livros do Darkseid da colecção da Liga da Levoir venderam mais, mas posso dizer peremptoriamente que é mentira.
ResponderEliminarE mais algumas informações, já agora:
1) não, não se vendem mais livros de supers desde que se lançaram os filmes, na última década. Bem pelo contrário, com as expectáveis flutuações, a tendência é clara: NUNCA se venderam tão poucos livros de BD de super-heróis como agora, a curva tem sido a descer há anos e anos.
2) na minha experiência (desde a edição dos primeiros livros ligados a filmes que fiz na Devir em 1999), os livros dos heróis ligados aos filmes não vendem particularmente mais, com uma ou outra excepção. Aquilo que vendia bem sim, eram os livros que adaptavam DIRECTAMENTE o filme em BD (normalmente livros de BD muito fraquitos que nem dá grande pica editar), ou livros com o poster do filme pespegado na capa, o que às vezes é mau, porque passado o filme é um livro com uma capa foleira.
3) por sistema, a G. Floy NÃO planeia livros para datas de filmes. O efeito é em geral muito pequeno e não compensa atrapalhar o nosso calendário - que já é difícil de gerir - para garantir um livro para uma certa data. razão pela qual, salvo presença de um autor, também NÃO programamos novidades para festivais. na prática temos SEMPRE novidades todos os meses, por isso...
4) e por isso, os lançamentos de Uncanny X-Force 4 e de Deadpool 2 de finais de Abril NÃO estão ligados com os filmes, simplesmente estavam no calendário (juntamente, p.ex. com o Wicked + Divine 3).
Na minha opinião: a DC produz uns livros porreiros antológicos que depois a Urban em França adapta para ainda melhor, e que são excelentes introduções a personagens. Isso talvez fizesse sentido editar, sendo histórias autoconclusivas e dando uma panorâmica da personagem, e podem ser livros bons para vender durante as (pouquíssimas) semanas que um filme está na berra. O problema do Shazam é que começar uma série usando o filme é má ideia. Dois meses depois já toda a gente esqueceu o filme, e a editora está encalhada com uma série de uma personagem ultra-menor que tem de continuar. Qualquer lançamento desse tipo tem de ser na minha opinião de um stand-alone.
Só para clarificar: ninguém “disse” que os livros do Darkseid venderam mais. Basta uma pessoa informar-se junto das livrarias. Aliás até acrescento que esses mesmos livros vendem mais hoje do que o dvd ou bluray do próprio filme e basta uma pessoa consultar o site da fnac para verificar que isto é verdade.
ResponderEliminarA fase novos 52 do Shazam que “adapta DIRETAMENTE o filme” é por sua vez um “stand-alone” pelo que não entendo muito bem a confusão de argumento que se pretendia expor...
O resto de debate (esse sim sobre quem “diz” o quê...) intenção vs coincidência não me interessa e fica para quem for crente.
Mas eu digo que o Darkseid não vendeu mais e qualquer a diferença nas vendas deve ser tão pequena que não se nota (e sei disso directamente porque fui eu que produzi os livros para a Levoir e pelo que me dizem lá, esses não foram os que mais venderam dessa colecção). Nestas colecções todas, praticamente sem excepção (houve um ou outro caso que não invalidam a observação) os que mais vendem são sempre os livros que saem em primeiro na colecção, tipicamente o vol. 1, seguido do 2, e assim por diante, sendo que mais para a frente as diferenças são de pouca monta. As vendas posteriores nas livrarias podem revelar números diferentes, mas não deixam de ser uma parte muito pequena do total das vendas isto são essencialmente projectos para bancas), pelo que acaba por não se notar as diferenças que aí ocorrem. O que prova que a influência dos filmes não costuma ser tão grande.
ResponderEliminarEu não li essa história dos Novos 52 do Shazam, pensei que fosse início da série. Dito isto, e como afirmei, podia ter feito sentido fazer um livro que fosse uma apresentação à personagem, por ocasião do filme, mas se fosse eu a ter de tomar a decisão, não o faria. Porque era um livro que se arriscaria posteriormente a vender pouco, e por se tratar duma personagem muito menor. Os recursos a investir seriam mais bem gastos noutro título (isto na minha opinião, claro). O Black Hammer é uma série que eu editaria sem hesitações (como qualquer outra coisa do Lemire), e entendo que a Levoir tenha achado que o Shazam não seja uma personagem suficientemente importante para fazer em vez do Black Hammer. E o Jiro deve tre sido por ser um projecto que o Público aceitou.
Relativamente a tudo o resto, são opiniões, sendo que são as opiniões de quem edita livros desde 1999 e já produziu literalmente centenas de livros ao longo destas duas décadas. Sei bem os números de venda dos livros que editei na devir, e agora na G.Floy, e sei muitos dos números de vendas das outras editoras, especialmente aquelas com quem trabalho como colaborador, e posso dizer isto: 1) as vendas de livros de BD - todos os géneros confundidos - vão baixando desde que comecei neste mercado, o que a G.Floy vende hoje é p.ex. metade do que a Devir vendia de livros equivalentes, e não há filmes que tenham mudado essa curva descendente, e 2) sei os números de todas as adaptações de filmes e de livros de personagens de filmes que editei para lançar com filmes respectivos, e a minha opinião geral é que o efeito deles é muito reduzido.
@José Freitas
ResponderEliminarRelativamente às baixas vendas, eu gostaria de saber se as baixas vendas se deve ao facto; de alguns "lançamentos" (sobretudo de super-heroís) serem na verdade relançamentos de material já editado em Portugal; se devido a projectos falhados/falidos do tipo Panini e, mais recentemente, Goddy; devido ao facto de muito público sobretudo jovens estarem a mudar os seus hábitos de leitura para o mangá; ou se por fim faz falta um pouco de ligação entre as bandas desenhadas e as séries de tv de super-heróis (ou mesmo Tintim ou Asteríx) na netflix ou mesmo nos desenhos animados como nos anos 90.
Como leitor é uma dúvida que eu tenho, muito embora actualmente o meu gosto de leitura passe mais por ler estórias fechadas do que estórias mais longas como as dos super-heroís ou mesmo mangá.
Obrigado
Pois, isso são as perguntas que eu (e os oturos editores) nos fazemos constantemente. Diria que é um pouco de tudo.
ResponderEliminarpor um lado, é cada vez mais difícil convencer os mais jovens a ler, e isso reflecte-se nas vendas, e tenho a sensação que é mais fácil eles começarem a ler mangá, do que BD franco-belga ou comics. E muitos não vão do mangá para outros géneros, ficam por lá.
Os projectos falhados e as séries sem continuação têm a sua quota parte de responsabilidade, já que, pelo menos nos comics, eu noto que sempre que um projecto falha ou acaba (a Devir desistir de editar comics para bancas, as outras editoras terem deixado de editar Marvel, a Panini ter lançado comics em 2014 e ter abandonado e agora a Goody) muitos leitores passam para as compras em inglês, e não regressam ao português.
Dito isto, neste momento estamos a passar um bom momento, mas eu noto que sobretudo os leitores se espalharam por muitos mais títulos, e não é seguro que este bom momento se mantenha.
Diria que as re-edições não são um problema, e diria que a ligação ao cinema ou à TV não é essencial. Há uma crise nos super-heróis que é mais acentuada que nos outros géneros de BD, que mesmo assim se portam bem noutros mercados, mas parecido com cá: nunca se vendeu tanta BD em França, mas os tops de hoje vendem metade do que vendiam os tops de há vinte anos. A diferença é que há 20 anos saíam 3000 novidades por ano (lá) e hoje saem 5000.
Eu como editor sinto essa mudança em direcção a histórias mais auto-conclusivas ou séries mais curtas, e quando editamos Marvel na G.Floy tentamos fazê-lo assim. Sagas em 3 ou 4 volumes, ou livros únicos. E a categoria do romance gráfico é a que mais tem crescido, pelo que a tendência será essa.
Vamos ver.
A questão do Astérix, p.ex. é meio misteriosa. porque vende provavelmente mais de 50 000 ex. num ano, e os títulos imediatamente a seguir começam nos 4-5 000, e abaixo dos top 5 baixa para 2 000 de máximo. Porquê? Suspeito que muita gente não lê o Astérix e compra por hábito/tradição. Ou então, o mercado ainda vive naquele preconceito de que a BD é cena para crianças, e o Astérix é quase a única coisa que sobra de títulos para crianças, todo o resto do mercado evolui para uma BD mais adulta.
ResponderEliminarComo fazer para transformar esses leitores de Astérix em leitores de outras coisas? Será que são MESMO leitores, ou os pais compram por hábito e os putos fingem que lêem?
@José Freitas
ResponderEliminarO caso do Astérix deve ser como o caso do Princepezinho na Livraria Lello, no Porto. Deve ser o livro mais vendido,mas duvido que toda a gente vá lá só para o comprar...
Em relação à G-Floy, podemos esperar quem sabe no futuro um novo lançamento do "Visão" de Tom King. Eu comprei o 1º volume pela Goddy, mas tenho andado com vontade de ler o 2º. Sendo esta uma Bd que inclusive é recomendado numa Universidade Americana para ler. (Caso o façam por favor juntem logo os 2 volumes). Ainda numa de Tom King se me permitem, que tal o Mister Miracle? Tem tido boas reviews.
Agora voltando as baixas vendas de BD. Eu consultei o Plano Nacional De Leitura e reparei que pouco mudou em 20 e poucos anos. Claro que as obras ditas clássicas têm de estar lá, mas já é hora de incluir outro tipo de material. A BD para além de ajudar a ensinar a ler (textos são curtos e normalmente acessíveis às crianças), também existem excelentes obras como "Maus", "Persépolis", entre outros, ou seja mais BD no Plano nacional de Leitura.
O Visão teria de ser em dois volumes, porque não poderia co-editar com os meus colegas da Polónia, porque o livro lá saiu por outra editora (e não há como editar um livro de 300 pgs só para Portugal), e isso tem um problema: não vou re-editar o 1, e não posso lançar o 2 sem ter controlo sobre o stock do 1... Infelizmente é algo que está completamente inviabilizado neste momento.
ResponderEliminarO Mister Miracle é da Levoir, e eles é que editam DC. E lá está, não sei se venderia... seria um risco grande.
O Plano Nacional de Leitura mudou muito, e nós por exemplo, temos uma dezena de livros recomendados, incluindo, pasme-se vários de super-heróis (Miss Marvel, Legado de Júpiter, etc...).
Pode consultar os livros recomendados em 2017-2018 aqui, no fim da página em baixo, por baixo dos motores de busca, estão PDFs com a listagem toda (e uma secção dedicada à BD).
http://www.pnl2027.gov.pt/np4/livrospnl?cat_livrospnl=catalogo_blx
"Aquilo que vendia bem sim, eram os livros que adaptavam DIRECTAMENTE o filme em BD (normalmente livros de BD muito fraquitos que nem dá grande pica editar), ou livros com o poster do filme pespegado na capa, o que às vezes é mau, porque passado o filme é um livro com uma capa foleira."
ResponderEliminarOs filmes que adaptam filmes são fracos na era da internet ate uma Anacronismo,cada vez demora menos tempo do cinema a passar dvd/blu.
No século passado fazia sentido agora não.
"Os projectos falhados e as séries sem continuação têm a sua quota parte de responsabilidade, já que, pelo menos nos comics, eu noto que sempre que um projecto falha ou acaba (a Devir desistir de editar comics para bancas, as outras editoras terem deixado de editar Marvel, a Panini ter lançado comics em 2014 e ter abandonado e agora a Goody) muitos leitores passam para as compras em inglês, e não regressam ao português."
Ena culpar o consumidor é sempre mais fácil que fazer publicidade ao produto que quer divulgar que foi ai que Panini es falhou muito.Qualquer editor o faz.
"Diria que as re-edições não são um problema, e diria que a ligação ao cinema ou à TV não é essencial. Há uma crise nos super-heróis que é mais acentuada que nos outros géneros de BD, que mesmo assim se portam bem noutros mercados, mas parecido com cá: nunca se vendeu tanta BD em França, mas os tops de hoje vendem metade do que vendiam os tops de há vinte anos. A diferença é que há 20 anos saíam 3000 novidades por ano (lá) e hoje saem 5000."
Não é essencial então Marvel e Dc nos States erram muito sempre que filmes/series de tv inundam o mercado com edições desse Herói/Super Grupo como Capitá Marvel,Aquaman etc
A crise do papel e geral seja jornais,livros,revistas o digital mudou muito poe todo o mundo,tanto que ate certas edições saem em digital 1 e depois em Tpb tipo a nova Morte do Superman.
" O Black Hammer é uma série que eu editaria sem hesitações (como qualquer outra coisa do Lemire), e entendo que a Levoir tenha achado que o Shazam não seja uma personagem suficientemente importante para fazer em vez do Black Hammer. E o Jiro deve tre sido por ser um projecto que o Público aceito"
Shazam (que a Dc teve que investir numa guerra judicial quando surgiu porque fazia frente ao Superman em vendas)não é importante mas as copias Dc do Lemire são.
Claro que depois o encostou ou nao haveria Superman se a anterior editora não tivesse vendido o personagem a dc,mais ou menos como fizeram com a linha Supers da Wildstorm que anda de Relaunch em Relaunch.E que eram Supérfluos para eles durante os Novos 52.
É tipo eu ter direitos do Hulk e Justiceiro e vou editar a versões Dc nova era de Heróis Damage ou Silencer é igual.
"Se não repetiram com Aquaman, nem com Shazam, e só editam Batman, é porque terão percebido o que é que vende."
Com Aquaman lançaram um numero que acaba com continua no próximo volume que não saiu,Shazam não tem números porque nem 1 volume lançaram looool
E o que tem Batman vender quer dizer que so ele tem direito a aniversários,como o ano passado ignoram o do Superman quer dizer que daqui a 5 anos mais uma colecção aniversario do morcego.
A exclusividade Dc só serve para Batman e o resto do Universo dc!!??
Devia ser exclusividade Batman então!?
E não é a colecção de Sobras Salvat do Homem Aranha que vai salvar o mercado.Na minha opinião não resolve a falta de Marvel/goody/disney.
ResponderEliminarAte porque tem arcos polémicos capazes de afastarem leitores tipo Feroz,O Outro,ETc
O que dita as regras são os "putos". Por isso o mangá vende. Os putos nem se iniciaram na bd dita convencional. Contra factos nao existem argumentos.
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