Hora de abrir aqui no blogue a janela para começar a falar do festival AMADORA BD que agora sob nova gerência comemora este ano o seu 30º aniversário. Faltam menos de duas semanas para o evento. A linha gráfica da autoria do mui talentoso Jorge Coelho já circula por aí. Gosto particularmente do jogo de palavras que foi feito com o nome o festival. A sua partição silábica deu origem às palavras «ama» e «adora» e a sua disposição no cartaz com o acrescento de «BD» passa a mensagem de «AMA, ADORA BD». Muito criativo. Aplausos!
Já há cartaz, mas falta ainda a divulgação do programa oficial com a lista de autores, os lançamentos, as exposições. Mas antes de entrarmos por aí, uma pequena nota para uma melhoria observável, que é a redução do número de dias do festival. Passa dos cansativos três fins de semana, para apenas dois. Uma alteração que permitirá uma maior dinâmica com a concentração do programa de actividades. Nota positiva.
Quanto ao programa, bem na hora em que escrevo estas palavras, o sitio oficial do festival (disponível em www.amadorabd.com) continua ainda sobre influência gráfica da edição anterior e a apresentar a programação de... 2018!!! Enfim, podia ser diferente...!
Então e novidades? Socorro-me das redes sociais. A organização tem feito um esforço ao nível da comunicação nas plataformas sociais. Têm sido publicados pequenos "destapar o véu" sobre o festival. Assim já se sabe que podemos contar este ano com um bom conjunto de exposições.
A primeira que refiro diz respeito à celebração do «30º aniversário do Amadora BD». E como de aniversários falamos, teremos também a exposição dedicada ao «80º aniversário do Batman», que eu penso que seja a mesma que esteve recentemente em exibição no CC UBBO em Odivelas. Depois entramos em homenagens. A primeira é dedicada a Stan Lee em «O Mito e as Criações». Segue-se Vasco Granja que será lembrado através de desenhos e pranchas originais retirados do seu vasto espólio num amostra intitulada «Vasco Granja e a BD», e teremos ainda dedicada a «Geraldes Lino», um conhecido e incansável militante bedéfilo que nos deixou em Fevereiro deste ano.
Claro está, o autor convidado e em destaque, «Jorge Coelho», terá uma mostra com a sua obra, e outra exposição irá abordar o universo de «Andrómeda» de Zé Burnay. Depois há espaço para mostrar o trabalho de ilustração de Marjolaine Leray na obra «O Capuchinho Vermelho», vencedor do prémio de Melhor Ilustrador Estrangeiro em 2018; uma colectiva de três autores da Chili Com Carne: Xavier de Almeida, Tiago Baptista e Mariana Pita. Resumidamente é isto. Tendo já o programa de exposições alinhavado, não se percebe o porquê da organização não o divulgar num anúncio oficial.
Em termos de presença de autores, também já se consegue descobrir alguns dos nomes convidados. Assim distribuídos pelos dois fins-de-semana, teremos a visita de:
- Alfonso Font, versátil autor, que também assina histórias do Tex, irá estar presente no fim-de-semana de 2 e 3 de Novembro.
- Altarriba e Keko, autores convidados para o lançamento do livro «Eu, Louco» da editora Ala dos Livros.
- Lúcio Oliveira e do seu divertidissimo Edibar da Silva, que terá também o lançamento do «Edibar e Cª» pela editora Polvo.
- Michele Cropera, autor italiano que estará presente para o lançamento de «Dampyr: O suicídio de Aleister Crowley» da nova editora A Seita.
- Tommi Musturi e Benjamin Bergman, dois autores finlandeses, publicados e convidados da editora Chili Com Carne.
- Ruben Pellejero, desenhador do novo Corto Maltese.
- Marjolaine Leray, ilustradora premiada com exposição dedicada no festival
- Jorge Coelho, autor nacional em destaque no festival.
Quanto a novidades, já se sabe que o AMADORA BD é um palco privilegiado pelas editoras nacionais para o lançamento das últimas novidades do ano. E a coisa promete, senão vejamos:
- A editora ARTE DE AUTOR, prepara não uma, não duas mas três novidades franco-belgas. O primeiro volume da série de «Os Filhos de El Topo», de Jodorowsky; o segundo volume de «Bug» de Enki Bilal; e o terceiro volume da colecção Agatha Christie, desta vez dedicado aos «Beresford».
- A editora ALA DOS LIVROS, conforme já referido irá lançar «Eu, Louco» contando com a presença dos autores Altarriba, já uma visita habitual em Portugal, e de Keko.
- A editora G.FLOY, como habitualmente, tem preparados alguns lançamentos: o novo volume da série «Saga»; o segundo volume de «Monshine» e do universo Millarorld, temos «Huck».
- A LEVOIR vai finalmente completar a saga «Y O Último Homem» com o lançamento dos dois últimos volumes da colecção.
- Da nova editora A SEITA teremos «Dampyr: O suicídio de Aleister Crowley», que contará igualmente com a presença do autor Michele Cropera, e «Assembleia das Mulheres» uma divertida adaptação da obra-prima de Aristófanes por Zé Nuno Fraga.
- A editora POLVO acrescenta mais um autor brasileiro à sua carteira, editando em Portugal, as tiras humorísticas de boemio Edibar da Silva em «Edibar e Cª» e contará com a presença do autor Lúcio Oliveira.
- A ASA terá no novo Asterix, «A filha de Vercingétorix», a sua principal novidade. E espera-se que seja acompanhado do novo álbum da série Michel Vaillant, «13 Dias».
- A ESCORPIÃO AZUL tem preparados «O Filho do Führer» e «O Pistoleiro do Futuro» para apresentar no festival.
- A editora ARCÁDIA celebra os 25 anos da primeira edição de «A Voz dos Deuses, Memórias de um Companheiro de Armas de Viriato» com uma nova edição, pela primeira vez, totalmente a preto e branco.
- Da pequena AVE RARA, vi uma publicação que indicia que o segundo livro da série «Gentleman», que conta com a arte de Fábio Veras, poderá andar pelo festival.
E pronto está aqui feita uma pequena apresentação daquilo que poderá ser a edição do AMADORA BD deste ano. As expectativas são boas. Informo que qualquer semelhança do que foi aqui dito com a realidade poderá ser mera coincidência, pelo que recomendo uma leitura atenta do programa oficial. O 30º AMADORA BD abre as suas portas a 24 de Outubro.
Continua por explicar qual é o grande convidado que o CPBD prometeu para celebrar Batman. Teve de cancelar o evento em Maio por razões já aqui abordadas mas prometeu que a celebração seria feita na Amadora para compensar e até agora a montanha pariu um rato.
ResponderEliminarVai ser o Miguel Mendonça.
ResponderEliminarSem estar em causa a qualidade e relevância do Miguel, se for isso parece-me pouco para um projecto com orçamento substancial aprovado desde Janeiro...
ResponderEliminarTotalmente de acordo.
ResponderEliminarDepois de um ano, esperava-se outro ânimo, outra desenvoltura. Mas não - celebrar 30 anos com este cartaz, sem programação oficial completa nem divulgada, sem página na web, sem divulgação alargada, sabe a pouco, muito pouco.... Esperemos que boa parte do orçamento não tenha ido para a "artista" convidada, Joana Vasconcelos.... Tudo isto é muito triste!
ResponderEliminarPenso que devemos dar o beneficio da dúvida a esta nova gerência. É o ano zero. É certo que a lista de autores convidados já devia ter sido tornada publica, que o sitio oficial devia estar actualizado, mas por outro lado há muita coisa que ainda não sabemos e que deve estar a ser preparada. Por mim vou aguardar para ver, mas dispensava bem a Vasconcelos.
ResponderEliminarEu, pessoalmente, destaco essa ´´nova editora- A Seita´´ por trazer ´Bonelli´. Espero,sinceramente, que tragam variedade de títulos da Bonelli, sem ser ´´só´´ Dylan Dog. Muito bom trazerem Dampyr,... espero que continuem com a variedade!!! Bela noticia.
ResponderEliminarCaro Nuno,
ResponderEliminarTudo bem: dar o benefício da dúvida a esta nova direcção.
CONTUDO, desde Janeiro são quase 10 meses...
Mas tudo bem, devem de existir situações que desconhecemos.
CONTUDO, a ver como será para o ano. Porque, então, as desculpas terão acabado.
Quanto à Joana Vasconcelos, é aí que acho que o pessoal está a ser injusto. E pior: PRECONCEITUOSO.
Pessoalmente, "não me aquenta nem me arrefenta". Também não sou de despender preciosas energias em "ódios" biliares ou viscerais. Uma coisa é inegável: vai trazer VISIBILIDADE e MEDIATISMO ao Festival.
Porque o facto de ela ser uma "boa" artista (ou sequer consensual) é subjectivo. Agora, que é uma excelente publicitária e profissional de marketing, acho que não há dúvidas.
Estranho, o ódio por terem chamado a Joana Vasconcelos é fácil de explicar: pelas fotos colocadas é evidente que ela foi chamada para ajudar na disposição do espaço e na montagem das exposições. A confirmar-se, é só uma das grandes ideias que esta direção podia ter tido porque esse é o maior problema do festival desde que assentou arraiais naquele parque de estacionamento que é o espaço presente e a Joana é provavelmente uma das artistas nacionais com mais experiência de exposição e de utilização de espaço. Agora, pensa comigo Estranho, se estivesses há 10 anos associado a exposições atabalhoadas e confusas e alguém de fora que nem é do meio te desse uma lição em 3 meses, não ficavas com a mesma azia que as “elites da bd” demonstraram?
ResponderEliminarAnónimo,
ResponderEliminarComo diria Jack, o Estripador: "Vamos por partes..."
1. Uma coisa ser "facilmente explicável", não a torna válida, correcta ou legítima;
2. Plenamente de acordo com ser uma boa ideia ("grande", não exageremos!) e com a experiência da JV na exposição e utilização de espaço;
3. Nos últimos tempos (e eu sou crítico do FIBDA e da última direcção!), não achei as exposições "atabalhoadas e confusas": achei que, precisamente, o aproveitamento do espaço melhorou, o trabalho de cenografia melhorou e os detalhes (papéis MAL colados, a fazer de legendas; mal cortados, ausência de molduras, molduras de má qualidade, molduras descoladas, etc.) também melhoraram;
4. Se não estivesse a fazer bem o meu trabalho ou estivesse a "dar a cara" por um projecto do qual não estou satisfeito com a qualidade e alguém me viesse dar uma nova perspectiva/orientação, tinha mais é de "comer, engolir e calar". E com "boa cara".
A "azia" egotista baseada na incompetência e/ou falta de know-how (mas cujo resultado é algo de menor qualidade) é infantil, estúpida e improdutiva;
5. Sei, de fonte segura, que os "arquitectos" responsáveis pela gestão do espaço pertencem ao atelier da JV. Ergo, parece-me haver uma sequência lógica, além da opção estratégica de marketing/projecção/viabilidade;
6. É de lamentar que não exista o mesmo grau de preocupação/revolta/azia face aos dinheiros que não se sabe para onde foram, em anos anteriores. Ou em relação aos 2500 e-mails que o Nelson Dona deixou por ABRIR, AINDA durante a vigência do seu último "mandato". Quando tinha tempo mais do que de sobra para fazer dezenas de publicações sobre o estado e as eleições do Brasil, na sua página pessoal do Facebook. ISSO é que me dá azia.
Agora, returquo a pergunta que me fizeste: E tu? Não ficas com a mesma azia que eu?
Estranho, estás a confundir dois aspectos diferentes. Uma coisa é a inação e desorganização na gestão dos convidados e temas das exposições do Nelson Dona que já foi mais do que criticada ao longo dos anos e que claro revoltava-me a mim e a qualquer pessoa que não partilhasse do seu coma induzido. Agora a questão é que o Nelson já está morto e enterrado. Eu estou a falar dos parceiros que andaram la a montar exposições com ele e continuam la a dizer que são especialistas e agora tiveram de baixar a cabeça. Um deles queria ser creditado como comissário da exposição Stan Lee só porque diz que foi ele que teve a ideia e levou uma nega porque a entrada da Joana alterou por completo a disposição da exposição. E isso, se resultar num melhor evento, não me revolta nada. Já chega das mesmas vacas sagradas.
ResponderEliminarAnónimo,
ResponderEliminarNão estou a confundir NADA. Se releres o que escrevi, percebes que dei um exemplo do que me incomoda, revolta e "azia".
Se houve "baixar de cabeça", SE CALHAR não são assim TÃO especialistas. E volto a frisar que os "arquitectos do costume", APARENTEMENTE, pertencem ao atelier da JV.
Agora, pareces ser tu a confundir as coisas: não é pela JV "chegar" que se deixa de ser "comissário" ou não.
"Comissário" tem mais que ver com a idealização da exposição (não necessariamente montagem, cenografia, etc.), com os contactos necessários (envio das pranchas originais, etc.)...
Aliás, o comissário dessa exposição é o Mário de Freitas.
Boas!
ResponderEliminarRelativamente à JV, tenho a esclarecer que não é uma questão de “ódio” ou “preconceito” ou qualquer outra etiqueta que queiram colocar. É mesmo uma questão de gosto pessoal. Já vi trabalhos dela, e não me motivaram qualquer entusiasmo. Acredito que haja um público para a JV, eu é que não pertenço a esse grupo. Só isto. Sei que foi convidada planear/organizar a cenografia geral do espaço do festival. Se é capaz de dar publicidade extra ao festival? Sim. Se penso que a JV vai atrair mais público que goste de BD? Não. Mas o balanço faz-se no fim. O festival tem um orçamento a rondar os 400m euros, e tudo o que se pede que é que essa verba seja bem gasta na divulgação e promoção da banda desenhada, dos nossos autores, das nossas editoras.
Boas, Nuno,
ResponderEliminarÉ precisamente aí que vemos as coisas de modo diferente. Continuo a achar preconceituosa a tua afirmação: "Se penso que a JV vai atrair mais público que goste de BD?". Uma coisa é o que pensamos. Contudo, o verdadeiro pensamento (produtivo) assenta em factos, não em premissas/axiomas/dogmas pessoais. Em que te baseias para "pensar" isso? Estou mesmo academicamente curioso. Considero não ter dados suficientes para "pensar" essa correlação. Tão pouco me faz sentido. Mas isso sou eu.
Mas utilizemos o método de "redução ao absurdo", da lógica: REALMENTE, a JV não vai atrair mais público que goste de BD. Então, NA MINHA OPINIÃO, isso ainda é mais produtivo: quer-se captar NOVO público. O público que gosta de BD virá, de qualquer modo. Creio que os cânones do marketing e publicidade estão de acordo com esta estratégia: o que interessa é captar NOVAS franjas de "mercado".
Se se fizer um balanço, no fim, será completamente improdutivo e inconclusivo, NO IMEDIATO: comparar com a direção anterior não faz sentido. Poderá é servir de INÍCIO de um registo de visitas anuais, para FUTURAS comparações que sejam PERTINENTES. Tem é de ser uma contagem rigorosa e honesta. E só isso seria suficiente para esta edição ficar aquém das anteriores, em consequência da "cosmética de números" que, PROVAVELMENTE, foi feita durante a direção anterior.