Já são conhecidos os 14 títulos que compõem a próxima colecção de «Novelas Gráficas», resultante da parceria do jornal Público e da editora LEVOIR. Com lançamentos semanais, entre de 22 de Agosto e 21 de Novembro, esta nova colecção, a 6ª série, apresenta-se em edição de coleccionador, de capa dura, e no formato que respeita a edição original. A imagem aqui apresentada é meramente ilustrativa, poderá vir a ser a capa da edição «O Neto do Homem mais sábio» do espanhol Tomás Guerreiro sobre a vida de José Saramago.
A ordem de edição pode não ser necessariamente esta:
- O Expresso do Amanhã I, de Lob, Rochette
- O Expresso do Amanhã II, de Legrand, Rochette
- O Neto do Homem mais Sábio, de Tomás Guerrero
- Rever Paris, de Schuiten, Peeters
- As Paredes Têm Ouvidos, de Giorgio Fratini
- The New Deal, de Jonathan Case
- Bordados, de Marjane Satrapi
- Arde Cuba, de Agustín Ferrer Casas
- Karmen, de Guillem March
- A vida é bela, se não desistires, de Seth
- A Solidão do Executivo, de Hernán Migoya, Bartolomé Seguí
- Acender uma Fogueira, de Christophe Chabouté
- Ao som do Fado, de Nicolas Barral
- Andanças e Confissões de um Homem em Pijama, de Paco Roca
O livro de paco roca é o mesmo que foi publicado pela levoir?
ResponderEliminarBoas Nuno, tenho estado a acompanhar os anúncios na página do FB da editora e, até agora, destaco o seguinte:
ResponderEliminar- 1º edição em Portugal de um dos meus cartoonistas favoritos, Seth e com uma das suas obras maiores, senão a maior.
- 1º edição em Portugal de um dos mais conceituados autores franceses da actualidade, Chabouté, embora não com uma das obras que gostaria de ver (Moby Dick, Um pedaço de Madeira e Aço, Landru, etc...)
- Autores em repetição: Schuiten / Peeters, Hernán Migoya/Bartolomé Seguí e Paco Roca
- Autores totalmente desconhecidos para mim: Lob/Legrand/Rochette, Tomás Guerrero, Giorgio Frati, Nicolas Barral, Agustín Ferrer Casas e Guillem March.
- 3 dos títulos são nitidamente escolhidos por afinidade a temas nacionais - "As Paredes Têm Ouvidos", "Ao som do Fado" e "O Neto do Homem mais sábio".
Como em anos anteriores vê-se uma predominância de autores espanhóis (5), embora nenhum daqueles que gostaria de ver publicados e que já apontei em comentários anteriores. Esperemos que o que se passou com a infeliz edição de "Memórias de um Homem em Pijama" não se repita neste novo volume de Roca. Observa-se igualmente uma colagem a séries televisivas para alavancar uma obra (O Expresso de Manhã), que desconheço e que, pessoalmente, não me chama. Mantêm-se 3 conjuntos de autores seguros - : Schuiten / Peeters, Hernán Migoya/Bartolomé Seguí e Paco Roca, "roubando" espaço a outras obras que poderiam ter interesse em introduzir junto do público português. Verifica-se também a ausência de autores brasileiros, portugueses e de outras paragens - o círculo fecha-se, com a excepção de Seth, Jonathan Case e Giorgio Fratini, em autores franco/belgas (Lob/Legrand/Rochette, Schuiten / Peeters, Marjane Satrapi e Christophe Chabouté) e espanhóis (Tomás Guerrero, Agustín Ferrer Casas, Guillem March, Hernán Migoya/Bartolomé Seguí, Nicolas Barral e Paco Roca), de longe o maior contigente.
A confirmar-se a lista temos outra republicação, à semelhança de "Traço de Giz" e "A Febre de Urbicanda", o livro do italiano Giorgio Fratini "As Paredes Têm Ouvidos", publicado anteriormente pela Campo das Letras Editores em 2008.
Como nota final, espero que a Levoir tenha, ao contrário de que aconteceu nas séries mais recentes, um particular cuidado na produção dos livros que edita e isto, contempla, obviamente, a qualidade e tipo de papel, a impressão e reprodução de cores e a letragem ( e aqui estou particularmente apreensivo em relação a "A vida é bela, se não desistires" de Seth...). Muito francamente gostaria que obras deste nível saíssem fora do âmbito desta coleção com valores de produção (e preço, claro...) mais alto. Mas veremos...
Concordo com praticamente tudo o que o António disse mas temos que ver que , talvez, esta seja a maneira mais ´´acessível´´ de o publico em geral ter estas obras e a um preço ´´em conta´´, que de outra forma seria mais difícil. Não quero fazer de advogado do diabo, até porque,como já referi, concordo com praticamente tudo o que foi dito.
ResponderEliminar@Miguel Monteiro. Caro Miguel, julgo que acessibilidade e qualidade não são conceitos opostos, bem pelo contrário - basta ver as 1as e 2as séries, com papel e impressão de melhor qualidade. Penso igualmente que o público comprador em Portugal deve ter direito a obras de qualidade, publicadas com qualidade, e a preços acessiveis e isto significa atenção ao pormenor. Editar por editar, para cumprir calendário não chega. Por falar em calendário, parece-me estranho a coleção estar a ser anunciada “às pinguinhas” a apenas algumas semanas da sua disponibilização ao público...
ResponderEliminarUma vez mais, concordo com o que disse, eu até, infelizmente, compro bastantes edições em inglês por causa da qualidade de edição e impressão. Só discordo com uma coisa,...ou eu muito me engano, mas acho que a 1ª e 2ª series têm a mesma qualidade de impressão e papel que todas as outras.
ResponderEliminarExactamente,... fui ver na minha coleção e só o ´´Foi assim a guerra das trincheiras´´ do Tardi é que tem um papel de melhor qualidade e gramatura, o que achei estranho, visto ser o único a ter um papel diferente de todos os outros.
ResponderEliminar@Antonio e Miguel Monteiro:
ResponderEliminarPenso que o papel do Guerra das Trincheiras deve ser o mesmo do resto da colecção, por questões várias aquele papel é o que tem a melhor relação qualidade (é um bom couché mate) e preço (apesar de ter uma gramagem ligeiramente abaixo do que deveria ter), e é a maneira de conseguir ter livros de muita qualidade e formatos diferentes, quer em tamanho, quer em número de pgs. aos preços (SUPER baratos) a que a colecção é disponibilizada com o Público.
Notas adicionais: se bem que o livro do Chabouté seja a primeira "obra" dele editada em Portugal, ele não é inédito, tem duas histórias curtas editadas na revista Comix da Devir. O Guillem March tem um álbum já editado na colecção, no ano passado, "Monika".
Apesar de concordar com quase tudo,(porque, quem não quer um livro publicado com a melhor qualidade possível?)lá no fundo, e pra ser sincero, até não me faz assim tanta diferença estas publicações das Novelas Gráficas, porque justamente e como já tinha referido antes, continua a ser a maneira mais acessível de eu e o publico em geral ter estas obras a um preço ´´em conta´´, que de outra maneira talvez não fosse possível. Resumindo e concluindo,...que estas séries das NOVELAS GRÁFICAS durem bastante tempo e continuem a ser editadas por cá, que para mim são sempre bem-vindas!!!
ResponderEliminarUnknow o livro do Paco Roca reúne os dois volumes que faltavam, «Andanças» e «Confissões» da trilogia «Homem em Pijama». É um dois em um!
ResponderEliminarCaro António, não conseguiria fazer uma análise melhor. Diria que é quase natural a predomínio de autores espanhóis nestas «Novelas» ou não fosse a LEVOIR uma editora espanhola. Atribuo talvez a maior facilidade de contactos e negociação de direitos. E nisto Paco Roca é quase um “autor da casa”. Mas confesso que tem sido uma óptima viagem até Espanha, porque tem permitido a descoberta de outros nomes que de outra forma passariam, pelo menos para mim, completamente ao lado. E mais uma vez, vou ter novos autores para descobrir.
ResponderEliminarNa questão da edição, a minha principal crítica nestas novelas vai para a adopção dos formatos originais. Compreendo a conceito mas ter numa colecção livros de diferentes formatos e tamanhos é para mim um absurdo. Não gosto.
@Nuno Caro Nuno não desejando alongar-me muito mais sobre o assunto direi apenas o seguinte: a edição de obras "difíceis" em Portugal não é, infelizmente, muito profícua - a dimensão do mercado e a economia de escala obrigam, necessariamente, a fazer opções quando se licencia e edita uma obra. Pessoalmente julgo que a Levoir teme o mérito de ter assumido esta vertente (as obras "difíceis"...) embora num modelo que, na minha opinião, deveria ser repensado, senão reformulado. Há um publico adulto potencialmente disponível e desperto para a aquisição destas obras? - penso que sim. Haverá lugar para editar com melhor qualidade? Também penso que sim. A coleção NG tem o seu lugar e faz sentido, mas outra coleção que acolhesse obras de referência, também. Precisamos de mais e melhores títulos "espalhados" pelo ano e não ficar apenas à espera da "injeção anual" Levoir, se é que me faço entender...
ResponderEliminarCaro António, penso que abriu aqui um espaço de discussão interessante. A publicação de qualidade de obras "difíceis" ou de referência, eventualmente com ex-libris incluído, para um público mais exigente e com maior poder de compra. Não será uma mina de ouro mas penso que é um nicho de mercado bastante interessante. Já começa a haver obras com preços de capa na casa das três dezenas. Basta observar que o próximo livro do Filipe Melo, teve uma campanha de pré-venda onde incluía um original da obra com um preço de € 100 e esgotou 150 livros em 2 dias. Pessoalmente também acho haver mercado/público para estas obras.
ResponderEliminar@Nuno Neves Nuno ainda bem que os nossos pontos de vista coincidem. Não sou de perto nem de longe editor, mas a minha perspectiva sem pre foi que obras de qualidade (conteúdo e objecto) quando devidamente tratadas, promovidas e divulgadas tem "saída". Salvaguardando as óbvias diferenças de dimensão, saliento o exemplo de 2 editoras brasileiras que acompanho de perto - a Pipoca e Nanquim e Comix Zone - ambas têm realizado um trabalho exemplar de edição (a 1ª desde 2017...) selecionando "a dedo" obras de referência e apostando na máxima qualidade na edição e atenção ao detalhe (papel, acabamentos, letragem, extras, etc...) e as obras vende-se sempre com vários títulos alvo de diversas reedições. Outro exemplo em mercados mais próximos e com dimensões semelhantes ao nosso - a editora holandesa Scratch - belíssimo e extenso catálogo e edições com valores de produção elevados. A Ala dos Livros e Arte de Autor, são um bom exemplo local de se pode editar com qualidade. O leitor português merece-o...
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