De regresso a este espaço e às lides bedéfilas, depois de umas retemperadoras férias, e reparo que já não há Agostos como antigamente, onde ia tudo a banhos e nada acontecia. A verdade é que continuaram a acontecer coisas e edição nacional de BD continuou num bom ritmo para um mês de Verão.
Mas para começar, nesta rentrée gostaria de falar do Amadora BD.
Surpreendentemente, e com três meses de antecedência, a organização do festival divulgou a imagem da 33ª edição, que conta com a assinatura do nosso conhecido Juan Cavia. A ilustração do cartaz oficial mostra dois corpos abraçados em queda, simbolizando uma passagem entre França, representada na parte superior pela paisagem da cidade de Lyon (França) e Portugal, representada na parte inferior pela paisagem da cidade da Amadora.
A relação entre Portugal-França é o tema central e a inspiração para a cenografia da edição deste ano do Amadora BD.
Apesar de perceber a ideia e o contexto do cartaz, e de gostar da ilustração, confesso que gostaria de ver algo mais parecido com o que se faz lá fora, onde a parte gráfica cumpre exemplarmente o seu papel, com a representação de personagens icónicos da BD, permitindo a quem os visualize uma associação imediata a um evento de Banda Desenhada.
Quantos dos eventuais visitantes da edição deste ano do Amadora BD, e
que não lerem este este texto, saberão interpretar o significado do
nosso cartaz? E quantos dos que virem a ilustração saberão associar a
que tipo de evento é que se trata?
Tomei a liberdade de pesquisar por alguns dos cartazes de alguns festivais de BD que já realizaram este ano por essa Europa fora, incluindo o da edição deste ano de Lyon, e deixo aqui alguns exemplos:
Na edição deste ano há algumas alterações. Vamos perder o feriado de 1 de Novembro. E a organização dá destaque a uma nova área de street food(!), certamente esquecida da chuva copiosa que aconteceu num dos dias do ano passado, e a um novo espaço de gaming, que pessoalmente e rapidamente dispensava. Sem sentido! Nada contra os jogadores mas trata-se aqui de um festival
de Banda Desenhada, onde o que se pretende é exposições, lançamentos,
apresentações, sessões de autógrafos. Para outras naturezas, outros
eventos servirão melhor!
Os anos passam, e não vejo a AmadoraBD arrancar definitivamente para um evento de caráter maior dentro do panorama europeu. Somos um mercado pequeno e marginal (mesmo geograficamente), mas isso não se deveria refletir na pobreza de ideias que há muitos anos para cá, as diversas organizações deste festival demonstram. O mesmo pode-se dizer dos espaços de exposição que sucessivamente têm vindo a piorar. Fiquei profundamente desapontado no ano passado com o ex-ringue de skates adaptado e com tenda de farturas com buracos por todo o lado, onde encafuaram os expositores e oradores. Com o que propõem este ano, será mais uma edição a que não irei.
ResponderEliminarNão posso deixar de concordar com o comentador acima. 30 e muitos anos de festival ainda sem um local decente e com condições é confrangedor. Sem nomes de peso e de variadas origens, é-o ainda mais... As condições actuais não são de todo propícias mas faltam-nos mais editoras e mais títulos editados. O balanço este ano, desconfio será muito pobre...
ResponderEliminarBragaBD é que era!
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