Primeiro um EXCELENTE 2019 para todos! Segundo, 2018 foi dos mais generosos dos últimos anos bedefilamente falando. Tivemos um total de 31 editoras nacionais a contribuírem com a edição em português de um ou mais livros de banda desenhada. O ano foi verdadeiramente incrível com 307 novas edições de banda desenhada em Portugal (a listagem que compilei poderá não ser exaustiva e omitir edições de autor, de pequenas editoras e camarárias que por algum motivo me possa ter escapado). Mais edição menos edição em nada altera aquele que é o melhor resultado dos últimos 5 anos e que dificilmente se repetirá nos anos mais próximos pelas razões que falarei mais adiante.
Em termos de entradas e saídas, saúda-se o nascimento de duas novas editoras: a ALA DOS LIVROS e a JBC Portugal. A primeira apresenta-se para um público mais leitor de bd franco-belga, enquanto a segunda promete complementar a oferta de mangá no mercado nacional. Nas saídas, o ano fica irremediavelmente marcado pelo desaparecimento da GOODY. Por ser uma das maiores e das mais activas o impacto irá sentir-se bastante em 2019. Sai de cena ao fim de 6 anos e 463 edições, levando com ela as publicações regulares da Disney e da Marvel.
E foi justamente a GOODY a editora mais produtiva de 2018 ao publicar, entre colecções Disney e Marvel, um total de 96 revistas. Um terço do que foi lançado por cá levava o selo desta editora. Uma média de quase duas revistas por semana. Infelizmente não foi o suficiente para a salvar, e com isso prevê-se um 2019 mais pobre em n.º de edições e distribuição de banda desenhada em banca.
A LEVOIR surge neste top na 2ª posição. O resultado da sua parceria com o jornal Público, traduziu-se em algumas das melhores coleções do ano. Foram mais Novelas Gráficas, uma surpresa Bonelli, o muito esperado Torpedo, o aniversário da Vertigo, o Batman de Marini e a continuação de Y somaram 42 obras. Para 2019 é uma incógnita ainda.
A fechar o top 3 das editoras nacionais encontramos a dinâmica G.FLOY. O seu diversificado catálogo permitiu apresentar em 2018 o seu melhor registo, com um total de 32 edições, duas destas em co-edição com a ComicHeart. Teve um crescimento de mais 8 livros (+33%) relativamente ao ano anterior.
Temos assim que estas três editoras, foram no seu conjunto, responsáveis por mais de 50% da edição nacional de banda desenhada em 2018. E é interessante ver que todas estas editoras disponibilizaram em banca os seus lançamentos.
Na quarta posição, está a ASA. Com uma produção em linha com os anos anteriores (28 edições), recuperou do seu catálogo franco-belga séries que estavam esquecida, como I.R.$ e Largo Winch, com o condão de as colocar em linha com as colecções originais.
A fechar o top 5 das maiores editoras nacionais, temos a DEVIR. A editora nacional por excelência de mangá, deu continuidade às suas várias colecções,ainda que não ao ritmo de anos anteriores, e por causa disso apresentou, relativamente ao ano anterior, uma quebra no n.º de publicações de 14 (-35%), e com isso fechou o ano com apenas 26 edições.
Depois temos uma mão-cheia de pequenas editoras que editaram 5 ou mais livros em 2018. Em consistência com a produção do ano passado. A excepção aqui vai para a GRADIVA com +4 edições e para a estreante JBC que no seu primeiro ano lançou cinco obras. Assim para fechar o top 10 das editoras nacionais temos a POLVO (13 edições), ESCORPIÃO AZUL (10 edições), ARTE DE AUTOR (7 edições), PLANETA (6 edições) e em ex aequo a GRADIVA e a JBC com 5 edições cada.
Em resumo, 2018 foi um excelente ano em termos de edição. Desde 2016 que se observa um crescimento do n.º de lançamentos e culminou agora com a bonita marca de 307 obras editadas. Terminadas as colecções grandes da SALVAT que influenciaram os números de 2016 e 2107, e com o fim da GOODY, é expectável a partir daqui um grande abrandamento no número de lançamentos. Por outro lado, o nosso mercado começa a ter uma maturidade, onde os ajustes passam por um carácter qualitativo. Espera-se assim para 2019 menos bd's mas melhores bd's. Que no mínimo sejam todas boas leituras!