Li e reli. O último álbum de Hermann, a primeira parte de “O Diabo dos Sete Mares” publicado recentemente pela VitaminaBD, provocou-me um misto de curiosidade e desilusão.
Primeiro porque Hermann explora aqui um novo mundo. Depois dos ambientes da idade média (universo de “Bois-Maury”), do western americano (“Comanche”, “Mataram Wild Bill”) ou de cenários pós-apocalíptico (série “Jeremiah”), seguem-se as histórias de piratas. Hermann mantêm-se fiel ao seu traço, demonstrando assim uma enorme versatilidade no seu desenho, apesar do argumento, infelizmente, não deixar grande margem de manobra na exploração de paisagens e na captação da atmosfera própria que emana daqueles ambientes. Aliás considero o argumento a parte mais fraca do álbum. Como em qualquer história de piratas que se preze, gira em redor da busca do grande tesouro, neste caso o do pirata Robert Murdoch, cujo cognome dá o título ao álbum. Mas a descentralização de toda a acção, consubstanciada na evolução de várias histórias paralelas, uma de amor protagonizada por um jovem casal em fuga e as restantes de ganância e traições por dois pequenos grupos de piratas, tudo personagens que se encontram ligadas de formas indirectas e diferentes, mas que confluem todas para um único objectivo, aliado á mudança, brusca por vezes, de rumo de cada uma delas, torna o argumento algo confuso nesta primeira parte da história.
E por falar em confusão, chamo a atenção para a troca de nomes entre “Port Royal”, “Spanish Town” e “Kingston”, três cidades diferentes mas que no álbum são referidas como se da mesma se tratasse (ver últimas vinhetas das págs. 41 e 43 e pág. 44). Fica a dúvida se se trata de erro do tradutor ou confusão do argumentista?
Para além de considerar que existe menos acção do que aquela que seria de esperar num álbum de piratas, dou porém o beneficio da dúvida e aguardo pela conclusão da história. Mas como fã de Hermann, não me custa incluir este “Diabo” na prateleira ao lado de outros álbuns tais como “Caatinga”, “Afrika” ou mesmo a série “Jeremiah”.
A minha nota:
Edição: VitaminaBD, 1ª edição de Agosto de 2008
Primeiro porque Hermann explora aqui um novo mundo. Depois dos ambientes da idade média (universo de “Bois-Maury”), do western americano (“Comanche”, “Mataram Wild Bill”) ou de cenários pós-apocalíptico (série “Jeremiah”), seguem-se as histórias de piratas. Hermann mantêm-se fiel ao seu traço, demonstrando assim uma enorme versatilidade no seu desenho, apesar do argumento, infelizmente, não deixar grande margem de manobra na exploração de paisagens e na captação da atmosfera própria que emana daqueles ambientes. Aliás considero o argumento a parte mais fraca do álbum. Como em qualquer história de piratas que se preze, gira em redor da busca do grande tesouro, neste caso o do pirata Robert Murdoch, cujo cognome dá o título ao álbum. Mas a descentralização de toda a acção, consubstanciada na evolução de várias histórias paralelas, uma de amor protagonizada por um jovem casal em fuga e as restantes de ganância e traições por dois pequenos grupos de piratas, tudo personagens que se encontram ligadas de formas indirectas e diferentes, mas que confluem todas para um único objectivo, aliado á mudança, brusca por vezes, de rumo de cada uma delas, torna o argumento algo confuso nesta primeira parte da história.
E por falar em confusão, chamo a atenção para a troca de nomes entre “Port Royal”, “Spanish Town” e “Kingston”, três cidades diferentes mas que no álbum são referidas como se da mesma se tratasse (ver últimas vinhetas das págs. 41 e 43 e pág. 44). Fica a dúvida se se trata de erro do tradutor ou confusão do argumentista?
Para além de considerar que existe menos acção do que aquela que seria de esperar num álbum de piratas, dou porém o beneficio da dúvida e aguardo pela conclusão da história. Mas como fã de Hermann, não me custa incluir este “Diabo” na prateleira ao lado de outros álbuns tais como “Caatinga”, “Afrika” ou mesmo a série “Jeremiah”.
A minha nota:
Edição: VitaminaBD, 1ª edição de Agosto de 2008
Concordo com o que escreves, mas atenção que o argumento é do filho, Yves H..
ResponderEliminarConfesso que, apesar de ter quase tudo o que foi editado por cá, não sou grande fã do Hermann, não pelos desenhos, mas porque os argumentos decepcionam-me quase sempre, especialmente quando são do próprio. Os "Bois-Maury" estão acima de todos os outros, para mim.
Ainda por cima, li este livro logo depois de ler os excelentes 4 primeiros volumes de "Os Passageiros do Vento", que também giram em torno da temática marítima...
Acho curioso ver o Hermann lançar-se numa estória de pirataria, temática que acho que está sub-explorada na BD e que, na sequência dos filmes "Piratas das Caraíbas", parece uma boa aposta comercial. Além desse "aproveitamento" comercial, parece que ainda vamos ter zombies à mistura! Eheheh, só falta um elfo e um dinossauro para juntar todos os elementos mais em voga na ficção dos últimos anos.
Quanto ao erro que apontas, relativo aos nomes da(s) cidade(s) confesso que não me apercebi, mas logo na 1ª vinheta existe um outro erro flagrante na data indicada. Não me lembro agora qual é a data, mas a acção passa-se claramente mais tarde, já no séc. XVIII.
Abraço
Concordo com tudo o que disseste e também dou o benefício da dúvida. Se o nosso mercado fosse bem mais generoso, creio que não compraria estes últimos álbuns do Herman. Mesmo a série Jeremiah tem caído muito. Faltam-nos muitos álbuns dessa série editados em Português, entre os editados pela Meribérica e os pela VBD. Se havia um artista que eu elegia sempre como especial, pelos seus trabalhos, era o Herman. Agora não. A série Comanche é uma das melhores que já li; Bernard Prince (até ao 14º álbum) também. Talvez teria sido melhor continuar apenas a desenhar e escolher melhor os seus argumentistas (mesmo que um seja o filho).
ResponderEliminarEu dou o beneficio da dúvida para o 2º volume!
ResponderEliminarMas como eu adorei aqueles mares e paisagens das Caraíbas...
Este volume 1 peca por muitas (demais) pontas soltas... e para quem não gosta de zombies em estórias de piratas... tás lixado Verbal! ahahahahahh
:D
@gustavo, tens razão nesse erro logo na primeira vinheta que refere "século XIII" (????) quando na contracapa do álbum situa a acção no principio do séc. XVIII (o que me parece + provável). Certo, certo é a confusão que paira sobre este álbum!!!
ResponderEliminarQuanto ás influência dos “Piratas das Caraíbas” elas parecem-me óbvias, mas @bongop só me faltava agora haver zombies também atrás do tesouro do pirata!!! Para invenções destas, mais valia introduzirem a lenda do “Holandês Voador”, tornava mais credível a história!!
Concordo contigo @refém relativamente às más escolhas dos argumentistas e sem querer ser má-lingua atrevo-me a dizer que os melhores álbuns que li do Hermann (Comanche, Cattinga, Mataram Wild Bill ou Afrika ) não tem a assinatura do filho!!!
Quanto ao flagrante erro que eu nem considero de tradução, mas mais de atenção ("séc XIII" na vez do "séc. XVIII"), como tu já tinhas dito, nesse tempo só mesmo, talvez, os Vikings, e nunca tão a Sul. O Pedro silva sabe do erro (foste tu, Bongop) e claro que não ficou satisfeito.
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