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16 novembro, 2009

O Aniversário de Asterix e Obelix - O Livro de Ouro

Foi anunciado com pompa e circunstancia porque a efeméride também assim o exigia, ou não se tratasse do 50º aniversário de uma das personagens mais populares da BD. Assim, os 50 anos de Asterix e Obelix foram o pretexto para o seu sobrevivo autor Albert Uderzo, editar o 34º álbum da colecção. O Livro de Ouro é um álbum que já ninguém esperava, sobretudo depois disto, mas agora depois de o ter lido também digo… dispensava!

É verdade que o desenho de Uderzo continua elegante como sempre nos habituou, e é talvez o que melhor se aproveita deste álbum, porque o principal problema prende-se (como sempre) com o argumento, e neste “Livro de Ouro”, manifestamente com a falta dele.

Uderzo quis fazer uma apologia aos seus heróis. E nos preparativos para a festa surpresa de aniversário, faz desfilar ao longo das páginas do álbum, todo o universo de personagens que, ao longo de 50 anos de aventuras, se cruzaram com Asterix e Obelix. Apesar das boas intenções, o resultado é uma narrativa pouco conseguida para onde foram sendo "despejadas" personagens,. Valeu inclusive o aproveitamento de um pequeno "guia de viagens" escrito por Goscinny. A estrutura do álbum encontra-se alicerçada no somatório de pequenas histórias que se vão ligando, intervaladas com a introdução de pequenos “gags” e paródias promovidas pelo autor, nem sempre bem conseguidas, diga-se, o que manifestamente contribui para algum desinteresse na sua leitura.

Curiosamente, é no álbum que celebra a festa o único da colecção onde a vinheta final não mostra o famoso banquete dos gauleses. Ficamos assim sem imagens, daquilo que o próprio Uderzo definiu como “o maior banquete festivo já preparado pelos irredutíveis gauleses”.





Em resumo, este Livro de Ouro, que eu classifico como um (último) delírio fantasioso de Uderzo, não é a melhor das despedidas, mas ironicamente relembra-nos que a seu melhor talento é o desenho e não o argumento. Uma vez que o autor cedeu os direitos de publicação da personagem, permitindo assim que as aventuras de Asterix continuem mesmo depois da sua morte, abre-se uma nova etapa, com outros autores, argumentistas e desenhadores, de quem se espera que consigam recuperar o humor de velhos tempos!

O Aniversário de Asterix e Obelix - O Livro de Ouro
De UDERZO, Albert
Álbum n.º 34, Cores, Capa Dura
Editora ASA, 1ª edição de Outubro de 2009

A minha nota:

11 comentários:

  1. Tambem estou de acordo que o autor já devia ter arrumado as luvas e que já devia ter largado o ring uns albuns atrás. Penso que este foi uma forma de se despedir dos admiradores da série.
    Abraço.

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  2. Ainda houve dois álbuns que gostei, "A Odisseia de Astérix" e "As Mil e Uma Noites de Astérix". Os outros são completamente para esquecer.
    Estou muito curioso para ver a quem é que vai ser entregue as novas aventuras e se o desenho se vai manter igual ao original. Se no Spirou, o desenho funcionou (por vezes), aqui creio que serei inflexivel.
    Terem alterado o nome aos personagens com a desculpa que os tracadilhos em Francês passariam despercebidos foi, para mim, uma grande asneira. Se calhar, no Tintin, vão passar a chamar ao Haddock...Capitão Rosa!

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  3. Reboot a serie com um novo volume 1,talvez.Ja li esse e ate é divertido,mas não vale 12€.

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  4. Já há quem se debruce sobre uma hipotética homosexualidade do Tntin e do capitão... Com esse nome seria o cúmulo!

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  5. Os desenhadores que irão continuar Asteriz já estão apresentados: são os irmãos Frédéric e Thierry Mébarki, que segundo constam já trabalhavam directamente com Uderzo.
    Quanto à política de promover o aportuguesamento dos nomes das personagens de BD é uma coisa que já deu resultados ridículos no passado, apesar de sabermos bem que no caso da ASA serve de ridícula desculpa para justificar as suas enésimas reedições. Foi no caso do Asterix, segue-se agora o "Tim-Tim".

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  6. Olá Verbal.

    Sem dúvida que a série de Astérix se ressentiu com a morte de Goscinny, nunca mais sendo a mesma. Ainda não li este último volume, mas entristece-me que seja assim desapontante. Veremos o farão os irmãos Mébarki.

    Um abraço.

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  7. As aventuras de Tim-Tim...até me arrepiei!
    E o que é que se sabe desses irmãos, que fizeram uns desenhos e trabalharam numas campanhas?! Se apenas foram escolhidos porque sabem desenhar os personagens, será um mau pronuncio...para isso já chegava o Uderzo.
    Faltou-te o Régis Grébent, que também foi escolhido pelo autor.

    Gio: Tenho um livro do Serge Tisseron ("Tintin no Psicanalista" ed.Bertrand, 1987) que eu não tenho fresco na memória, é certo, mas que no qual escreveu sobre os "casos maternos e paternos", não aborda a homossexualidade explicitamente, mas deu que pensar!
    Capitão Rosa, foi, de facto, o nome em Portugal do capitão Haddock durante muito tempo. Como o Verbal refere, durante o tempo da "velha senhora" praticamente todos os personagens da BD foram "aportuguesados", o mais flagrante foi o Battler Britton, que para além do nome ganhou genealogia (Major Jaime Eduardo de Cook e Alvega, o piloto Luso-Britânico da RAF).

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Caro Nuno, o "Livro de Ouro" só recomendo mesmo a coleccionadores da série. Não tem ponta por onde se pegue! Mais que se justifica uma "lufada" de ar fresco lá para os lados da Gália! Abraço

    Amigo Refem, quer-me parecer que a Hachette aposta na continuidade do mesmo traço para Asterix.

    Quanto ao Tim-Tim, defendo que se é para se aportuguesar ao menos que faça a coisa bem feita! eheheheh

    Também sugiro à ASA Tenente Mirtilo para o Blueberry, Agente Espacial Valério para o Valerian e talvez Bernardo & Martin para o Blake & Mortimer!

    Quanto ao passado, o Battler Britton até se safou com um nome "dondoca", em absoluto contraste com o Flash Gordon, coitado, que foi pirosamente baptizado de Capitão Relâmpago!!! Desconfio que ainda hoje deve ser alvo de gozo lá para os lados do Planeta Mongo!

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  10. Verbal
    Em França tambem não foi melhor: Flash Gordon foi rebaptizado Guy L'éclair.

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  11. Já não há pachorra para Asterix e Tintin.Temos que sair da "idade das trevas"...e passar para o sec.XXI

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