Hoje as novelas gráficas ocupam o dobro do espaço nas bancas. Encontramos o sexto e sétimo volumes da colecção, que por força do adiamento que se verificou na semana passada, a LEVOIR/Público decidiram acumular para esta Quinta-feira. O primeiro deste volumes, traz-nos um autor ainda inédito em Portugal, Eric Corbeyran, que aborda nesta sua obra, LÉA NÃO SABE COMO FUNCIONA O ASPIRADOR, dois temas de forma original, um escritor em crise de inspiração, e um problema social grave, a violência doméstica. O grafismo, feito a lápis, altamente realista do artista coreano Gwanjo contribui para a atmosfera íntima da história.
No segundo livro, ESTAMPAS 1936, temos a Guerra Civil Espanhola vista de diferentes ângulos. É o regresso do autor, Hernández Cava a um conflito complexo que dividiu o seu país. Magnificamente ilustrado por Miguel Navia, esta obra agrupa um conjunto de 36 histórias que se passam durante o início da Guerra Civil, peças de um mosaico cujas formas se revelam à medida que avança a leitura. Os republicanos sitiados de Madrid, as forças golpistas, os
extremistas de ambos os lados, os correspondentes estrangeiros, as tropas marroquinas do exército de Franco, camponeses, mendigos, mulheres e crianças enchem as páginas deste livro que pousa o seu olhar sobre as vítimas anónimas da História.
Novela Gráfica VII - Volume 6 - LÉA NÃO SABE COMO FUNCIONA O ASPIRADOR
Louis Levasseur perdeu as ilusões, há mais de dois anos que não produz uma única linha e as vendas dos seus livros anteriores têm sido medíocres. Enquanto carrega a sua depressão pela rua, apanha o lixo de um caixote que um cão vadio rasgou. Diverte-se ao encontrar um grande número de instruções para electrodomésticos, bem como o diário de uma jovem mulher, cheio de lugares-comuns tão insípidos quanto narcisistas. À noite, como noutras noites, em frente ao seu computador, nada sai. Para se inspirar, teve a ideia de ir ao caixote do lixo para encontrar o diário desta mulher chamada Léa. Descobre que ela é a vizinha asiática do andar de baixo, que acaba de se mudar após o divórcio. Dona de casa submissa, Léa escreveu no seu diário sobre uma curiosa patologia: um dia, sem razão aparente, começou a "congelar" em frente de todos os electrodomésticos. Não se lembrava de como funcionava um aspirador, uma máquina de café ou uma máquina de lavar roupa. Louis achou que era uma ideia brilhante e decidiu fazer disso o tema do seu novo romance. Avisou o seu editor que tem o próximo bestseller e começa a escrever freneticamente, contando as consequências quotidianas desta curiosa doença, extrapolando e fantasiando sobre as suas origens...
Novela Gráfica VII - Volume 7 - ESTAMPAS 1936
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