Paulo Monteiro, director do Festival de Beja, participou na passada Terça-feira na Tertúlia BD de Lisboa, onde fez a apresentação da 16ª edição do festival. E estão aí as novidades. Autores e Exposições. Desde já fica um agradecimento ao João Gordinho, que para quem não conhece é o autor de uma das belas surpresas do último Amadora BD, o livro «O Filho do Führer» (ed. Escorpião Azul), e que disponibilizou as imagens que agora publico.
Assim preparem-se para receber nomes como Achdé (responsável pelas novas aventuras de Lucky Luke), R.M Guera (autor do magnifico «Os Malditos» da G.Floy), Rúben Pellejero (o desenhador de novo Corto Maltese que tem sido publicado pela Arte de Autor), a dupla espanhola Fernando Llor e Pablo Caballo (do surpreendente «O Espírito do Escorpião» editado pela Escorpião Azul), Bartolomé Segui (que nos desenhou as «Histórias do Bairro» editado pela Levoir). Apenas para citar alguns da minha preferência. Da 'armada nacional' destaco Luís Louro e o seu "Corvo"(?) e Nuno Plati que acabou de publicar um álbum franco-belga, «Métanoïde» (ed. Glenat). Todos os autores convidados tem exposições dedicadas.
O festival decorre entre 29 de Maio e 14 de Junho, mas é no primeiro fim-de-semana (30 e 31) que os autores se concentram.
O festival decorre entre 29 de Maio e 14 de Junho, mas é no primeiro fim-de-semana (30 e 31) que os autores se concentram.
Obrigado eu Nuno
ResponderEliminarEste ano, e APENAS comparando com edições anteriores e SEM DESPRIMOR para com a evidente qualidade dos convidados, está bastante mais "fraco".
ResponderEliminarOs "grandes nomes" são todos "repetidos". O Vianello é um nome "médio-pequeno"...
Dos portugueses, O Plati e o Louro fazem sentido, mas têm sido muito fáceis de "apanhar"...
Muito "fraquinho"...
COMPARATIVAMENTE a outras edições, claro!
Posso concordar. Depois do excelente naipe de convidados da edição do ano passado, confesso pensar que seria difícil manter o mesmo registo todos os anos. Por vezes beneficiamos de um alinhamento dos astros e em 2019 isso aconteceu. Não obstante, este ano temos bons nomes, e que fazem de Beja ser o festival com o melhor cartaz de todos.
ResponderEliminarBoas, Nuno,
ResponderEliminarEh pá, nem me refiro à edição do ano passado... Isso foi um ABUSO!
Refiro-me a edições ANTERIORES, bem mais consistentes. Principalmente, desde 2015...
Para que fique claro:
- São "bons nomes";
- Continua a ser "O" festival português de BD;
- É o melhor cartaz, dos supracitados;
- É o cartaz que se conhece, com MAIOR antecipação;
- É o festival mais bem organizado;
- É o festival com melhor "ambiente".
E há MUITO MAIS, a enaltecer.
Agora, deixemos-nos de coisas, o cartaz deste ano é MUITO fraco: Repetidos, MULTI-repetidos e DESCONHECIDOS.
E, sim, é EXTREMAMENTE importante conhecer novos autores: eu próprio já tive FABULOSAS revelações, devido ao Festival de Beja.
Mas corre o risco de começar a ficar parecido com o Amadora BD, LONGE vá o agouro!
Uma oferta bipolarizada entre o ultra-desconhecido (pseudo-intelectualóide) e o mais "mainstream" repetido, repetido, repetido...
E, sim, eu lembro-me do Amadora, quando era um GRANDE Festival. O MAIOR do país. O MELHOR do país.
Para "cair"...
Só é preciso estar "no topo".
Olá Estranho, como estás?
ResponderEliminarAinda pensei se faria sentido escrever sobre este assunto. Mas depois pensei que sim, claro!
A nossa paixão é a BD e nada impede que troquemos umas ideias! Pelo menos por agora, enquanto o Festival não começa a “apertar” :)
O Festival do ano passado foi incrível! Tudo se conjugou para que tivéssemos entre nós muitos (e maravilhosos) autores. Mas dizer que o cartaz deste ano é ”muito fraco” ou que “para cair basta estar no topo” é exagero :) E até injusto (principalmente para os autores representados). Se não vejamos:
O ano passado tivemos entre nós o Lapière, o Benetéau e o Bourgne, com o “Michel Vaillant”. Este ano teremos o Achdé, com o “Lucky Luke”.
Tivemos o Peter van Dongen, com o “Blake & Mortimer”. Teremos o Pellejero, com o “Corto Maltese”.
O ano passado tivemos entre nós o Kim e o Altarriba, mestres da “nova” bd espanhola. Este ano teremos o Bartolomé Seguí.
Ainda entre os autores espanhóis, o ano passado, o Miguel Angel Martin. Este ano o Fernando Llor e o Pablo Caballo.
Tivemos a presença de um “grande clássico”, o Dany. Este ano teremos outro, o Miguelanxo Prado (já lhe podemos chamar “clássico”… moderno :) ).
Entre os chamados “alternativos” tivemos em Beja o Fabio Zimbres. Este ano teremos o Martín López Lam (espetacular).
Entre os italianos tivemos entre nós o Enrico Faccini, da Disney. Este ano teremos o Lele Vianello, que trabalhou com o Pratt.
Tivemos o Tyler Crook, teremos o Guéra.
Entre os autores com um trabalho mais virado para fantasia e para o fantástico: o ano passado, o Paul Duffield. Este ano o Nuno Plati.
Entre os portugueses, tivemos o ano passado o Luiz Cruz Guerreiro, a Mosi, o Nuno Duarte e o Pedro Serpa. Este ano teremos o João, o Ricardo Tércio e o Luís Louro…
A Rita Alfaiate, em 2019. A Patrícia Guimarães, em 2020.
Em relação aos clássicos: fizemos uma grande exposição sobre o Eduardo Teixeira Coelho, a celebrar os 100 anos do seu nascimento. Este ano faremos uma exposição sobre o Jayme Cortez. E celebraremos um grande autor: Jorge Magalhães.
No que respeita a autores menos conhecidos: Véte, o ano passado. Andrew Smith, este ano.
Sobre as exposições coletivas: Nódoa Negra, o ano passado. Umbra, Ditirambos e a coletiva de autores egípcios “Shennawy, Tok Tok & Companhia”, este ano. São muitos os autores presentes nestas coletivas. E que autores (João Sequeira, Filipe Abranches, Sofia neto, etc., etc)!
O ano passado tivémos entre nós o incrível argumentista Enrique Sanchéz Abuli. Este ano teremos o incrível argumentista Jorge Zentner (que trabalhou com o Pellejero e com o Mattotti, entre outros)! :)
A única exposição para a qual não temos “correspondência” ou “equivalente” é a exposição do Varanda e do Vatine. Em compensação teremos entre nós o trabalho fabuloso do Vincent Vanoli.
Ah, já agora aproveito para te dizer que o Giampiero Casertano vem lançar o seu primeiro livro a Beja, claro.
Na verdade os anos não se repetem. E é difícil corresponder à espetativa de todos os visitantes e amantes da BD. A presença de alguns autores chega a ser “negociada” ao longo de vários anos. Nenhum dos autores presentes em Beja nos dias 29, 30 e 31 de maio esteve no sul do país. Para nós, alentejanos e não só, são todos novidade :)
Sobre a “bipolaridade” do Festival (autores mainstream versus desconhecidos). Ora aí está uma situação a evitar… Não creio que isso se passe, mas a tua opinião constitui um bom alerta.
A verdade é que continuamos a ter em Beja autores populares, alternativos, cómicos, introspetivos, amantes dos super-heróis, amantes da linha clara, da linha escura :), famosos e desconhecidos… Para o ano é que vai ser mais difícil manter a fasquia! :) Mas até lá ainda falta 2020! :)
Um grande abraço
Paulo
Olá, Paulo! Como vais? Espero que bem!
ResponderEliminarIsto de se "falar" sem o tom de voz é tramado...
Se calhar não me fiz entender e, se calhar, por falha minha.
Primeiro: Tive SEMPRE o cuidado de referir "comparando a edições anteriores" e "sem desprimor para os artistas"!
Segundo: Nunca mencionei as exposições! São sempre IRREPREENSÍVEIS, em todos os aspectos!
Terceiro: Mencionas alguns paralelismos interessantes entre autores da edição passada e desta edição, mas a tónica dos meus comentários foi SEMPRE o facto de a esmagadora maioria dos autores já ter estado em Portugal e alguns bem recentemente. Senão, vejamos:
- O Pellejero, na última edição do AmadoraBD;
- O Achdé, na CCPT, faz 3 anos;
- O Miguelanxo Prado, na CCPT2015 e na 2018, faz nem 2 anos;
- O Plati esteve na CCPT2019 e fez lançamento do "Orphan Age na Kingpin". CONTUDO, faz sentido lançar o "Metanóide", como eu escrevi acima;
- O Louro esteve na CCPT2019 e no último AmadoraBD. CONTUDO, também faz sentido lançar o novo "Corvo", como eu escrevi acima;
- O Guéra esteve no CoimbraBD 2018, aquando do lançamento do 1º volume d'Os Malditos.
Volto a transcrever o que disse, acima:
"Para que fique claro:
- São "bons nomes";
- Continua a ser "O" festival português de BD;
- É o melhor cartaz, dos supracitados;
- É o cartaz que se conhece, com MAIOR antecipação;
- É o festival mais bem organizado;
- É o festival com melhor "ambiente".
E há MUITO MAIS, a enaltecer."
Quanto ao "alerta", escrevi "corre o risco de ficar parecido com o Amadora BD". E sim, quando olhas para o cartaz desta edição tens nomes muito sonantes e nomes de quem nem um leitor que se considera atento ouviu falar. E não sou o único com essa sensação: tenho conversado com mais apreciadores/leitores/frequentadores do Festival.
É claro que é sempre bom conhecermos coisas novas e, também como escrevi acima: "é EXTREMAMENTE importante conhecer novos autores: eu próprio já tive FABULOSAS revelações, devido ao Festival de Beja.".
Mais uma vez, NUNCA referi a falta de variedade, nem de qualidade: refiro-me, EXCLUSIVAMENTE, ao facto de os autores que EFECTIVAMENTE "chamam" pessoas ao Festival terem estado, faz não muito tempo, em Portugal.
Os meus comentários reflectiam (ou deviam ter reflectido!) preocupação com a afluência ao Festival.
Eu até sou daqueles que vai a todas as edições, MESMO se não olhasse para o cartaz...
Espero que tenha ficado bem mais claro o que eu quis dizer...
E já agora, obrigado pela tua paixão, dedicação e trabalho: sente-se, a cada minuto e a cada passo, em cada edição.
Obrigado, à tua reduzida equipa, que sei que luta contra condições adversas e orçamentos microscópicos.
Grande abraço e até já!
Olá Estranho, tudo bem contigo?
ResponderEliminarOh, mas eu não escrevi esta resposta tipo “mi-mi-mi”, nem “nhó-nhó-nhó”, nem nada disso! :)
A sério! Fico sempre agradecido com as críticas. Melhores ou piores! São sempre no sentido de melhorarmos.
Por isso só te tenho é a agradecer! Digo isto do coração! OBRIGADO! O Festival sempre foi feito com a colaboração dos autores, dos editores, dos críticos, dos livreiros, dos leitores... De todos os que gostam de BD!
Só tentei “justificar” a vinda destes autores :)
Há anos que queríamos ter o Achdé em Beja! É desta! E o Miguelanxo também nunca veio a Beja! Há muitos anos que falo com ele nesse sentido. E é importante dizer que todos estes autores terão exposição de originais! Isso é fundamental! É também o caso do Pellejero. Desde 2015 que andávamos “atrás do homem” . Esteve na Amadora em 2019, mas em Beja teremos exposição com os originais do Corto. A não perder, claro! (Além disso também virá o Jorge Zentner!). O Plati foi contactado inclusivamente na CCPT para trazer os originais do novo livro! :) Com o Louro sucedeu a mesma coisa (também terá exposição, calro). O Guéra… Bom, é um grande autor. Vamos tentar caprichar na exposição!
Se vires bem são tudo autores que só estiveram em Lisboa (Amadora/Oeiras). E sem exposições! No sul do país, nenhum… Sentir que fazemos parte do país, também neste sentido, é importante para nós :) Não imaginas a excitação das escolas da região ao saberem que vamos ter uma exposição do Lucky Luke… E o autor! Em Beja! E a felicidade de muitos bejenses (e outros alentejanos) por saberem que o Miguelanxo Prado vai pisar finalmente as pedras centenárias das nossas calçadas! :) :) :)
Estranho, queria pedir-te uma coisa: por favor nunca deixes de dizer o que te vai na alma! Isso é FUNDAMENTAL para nós. A tua preocupação “autores mainstream versus desconhecidos”, por exemplo, fez soar muitas campainhas!!! Às vezes estamos tão embrenhados numa coisa que não nos apercebemos de milhares de pormenores à nossa volta. Por isso é tão importante que possamos conversar e trocar ideias.
Um grande abraço!
Paulo
Olá Paulo, como estás?
ResponderEliminarEu, estou bem: obrigado.
Antes de mais, nem foi uma "crítica": foi um comentário. Com toda a carga de subjectividade que um comentário pode ter. Uma opinião. E a subjectividade continua.
Tenho, como lema de vida só fazer "críticas" quando sei "fazer melhor". E, mesmo quando as faço, são SEMPRE constructivas.
Eu sei que não tiveste essa intenção, na tua resposta. Até já falámos, pessoalmente, várias vezes: creio ter uma ideia aproximada das tuas intenções e personalidade...
Percebo tudo isso. É, PARA MIM, uma "pena" que toda essa conjuntura tenha confluído para a mesma edição...
Não quero parecer menos sensível/preocupado/consciente ao interesse, quer dos bejenses quer dos alentejanos, em geral. CONTUDO, em TODAS as edições do FIBDB em que estive presente (e já são várias!), sempre percepcionei uma muito diminuta adesão do público alentejano...
Aliás, sendo o indicador o belíssimo sotaque, practicamente só o ouço vindo dos autores e da organização...
Lanças, nesta última mensagem um "entre linhas" muito importante - e corrije-me, se estiver errado - acreditas que, com este "casting", vais conseguir atrair mais "população local".
É isso?
É que esse facto lança toda uma nova perspectiva sobre o assunto.
Pelo menos, da minha parte...
Um enorme abraço e vemos-nos lá!
E espero ouvir muito mais desse belo sotaque, durante o festival...