Barra Acesso Rápido

05 janeiro, 2012

O ESTADO DA ARTE EM 2011

Ora cá estamos, e a primeira entrada de 2012 neste blogue serve para fechar as contas com o ano findo. 2011 foi um bom ano para para a edição de banda desenhada em português. Atendendo ao contexto actual de crise, que se reflectiu por exemplo na ausência de grandes nomes internacionais no Amadora BD, sobressaíram os autores portugueses apoiados num bom número de lançamentos. No geral, a edição em Portugal, no seguimento do ano que antecedeu ao da análise, continuou a muito bom ritmo. Entre inéditos e reedições foi ultrapassada uma centena de álbuns publicados - no blogue Leituras de BD podemos encontrar uma lista exaustiva. Mas mais que a quantidade realçava a edição de um excelente lote de álbuns de qualidade.

A ASA que manteve a sua posição de liderança na edição de bd, reforçou ainda mais essa condição, com a aposta, aparentemente ganha, na linha de mangá, onde editou cerca de uma vintena destes títulos distribuídos entre as séries "Dragon Ball" e "YU-GI-OH!". Não descurando a vertente franco-belga, continuou a proporcionar-nos excelentes leituras, como é um perfeito exemplo a publicação dos três volumes de “Águias de Roma”, uma série que aborda um tema recorrente mas sempre interessante na bd franco-belga – Roma Antiga. “Águias de Roma” que conta com a assinatura de Marini conjuga exemplarmente uma história bem estruturada e cativante com um desenho irrepreensível. De leitura obrigatória!

Da parceria entre a ASA e o jornal Público apenas resultou numa única colecção de bd chamada de “Incontornáveis da BD”. Teve o condão de recuperar, com histórias inéditas, algumas séries de qualidade que infelizmente andam esquecidas no tempo, como “Largo Winch”, “O Assassino” ou “Em Busca do Pássaro do Tempo” e aproveitar para o lançamento de outras como “XIII Mystery” e “I.R.$.” das quais seria muito bom haver desenvolvimentos!

Não sei se atentos à concorrência, mas numa iniciativa inédita o Diário de Noticias/Jornal de Noticias lançou também uma colecção de bd. Intitulada “BD Pop Rock Português”. Foi o recuperar de uma colecção lançada inicialmente em 2008, de livros de bd dedicados a artistas e bandas de música portuguesas assinados por autores portugueses. Uma ideia engraçada mas que na prática se traduziu muitas vezes em histórias sem graça, ou por culpa da narrativa ou por culpa do desenho ou por ambos. Nem a chuva de nomeações para os PNBD do Amadora BD chegou para disfarçar a fraca qualidade desta colecção. Acabei por não a fazer!

Bom, bom foi o regresso da DEVIR à edição regular de banda desenhada com um total de mais de 1.000 pranchas publicadas. E aqui só tivemos qualidade: Sin City, Walking Dead, Wolverine e o excepcional Blankets. Outras duas editoras também deram nas vistas. A BOOKSMILE por ter levado o barco a bom porto, leia-se a publicação integral da série "Scott Pilgrim" e a TINTA-DA-CHINA que nos trouxe um novo livro das agora extraordinárias aventuras de "Dog Mendonça e PizzaBoy" (DMePB). E falar em DMePB é falar em Filipe Melo que reuniu em Portugal os argentinos Juan Cavia e Santiago Villa para a apresentação deste segundo livro. No Festival Amadora BD houve salas cheias, filas intermináveis nas sessões de autógrafos e recorde de vendas na livraria! E atrás da qualidade que se lhes assiste, veio o reconhecimento internacional com a publicação de DMePB no difícil mercado americano pela mão da Dark Horse. Ano em grande com ameaças para 2012!

Em termos de festivais, realizaram-se todos os que existem. Assim, para além da realização do Amadora BD na sua 22ª edição, tivemos ainda a 17ª edição do Moura BD, o 2º festival AniComics, o 8º Festival de BD de Beja e o 17º Salão Internacional de BD de Viseu. E para quem queria mais, houve no final do ano o anúncio surpresa da realização em 2012 de um novo festival na cidade do Porto, o MAB Invicta – Festival Internacional de Multimédia, Artes e Banda Desenhada. De Norte a Sul, de Este a Oeste, a oferta de eventos bedéfilos a nível nacional começa a compor-se!

Termino deixando, como habitualmente, as minhas escolhas do ano. Devo dizer que não foi fácil escolher apenas cinco títulos (que na realidade são 7), mas prevaleceu o gosto pessoal quer no desenho quer na história. Sem qualquer ordem específica são estes os meus eleitos do ano de 2011:

  • As Águias de Roma – vols, 1, 2 e 3 (ASA)
  • Blankets (Devir)
  • The Walking Dead – vol. 2 (Devir)

Para 2012 espera-se mais e melhores leituras!

4 comentários:

  1. O Assassino e Walking Dead também estiveram nos meus horizontes de escolha, mas decidi pelos outros, visto ter decidido escolher 1 entre cada vertente da BD. Assim como o livro do Paulo Monteiro!
    Estamos de acordo!
    :D

    Abraço

    ResponderEliminar
  2. O Walking Dead é para mim sempre um vencedor antecipado... sou viciado naquela história. O Assassino (ASA/Publico)levou-me a descobrir uma excelente série. Outros dos meus grandes favoritos do ano era o XIII Mystery e o Murena. Mas basicamente coincidimos nos gostos! Abraço

    ResponderEliminar
  3. Quanto aos melhores do ano a nível de fb totalmente de acordo,em Comics eu ficaria com todos os Scott Pilgrim,e a nível de bd nacional o 2 volume do Dog é melhorzito que o 1,mas a bd de Under Siege também é,apesar de não ter fim.Wd quanto a Comics Fell é melhor que Wd,para mim.
    E o melhor album asa Publico Foi Largo Winch.

    ResponderEliminar
  4. Olá Optimus, eu na minha lista de melhores não distingo géneros, nem formatos, apenas elejo aqueles publicados em Portugal (condição obrigatória) e entre todos que li aqueles que mais me agradaram. Scott Pilgrim apesar de achar uma boa colecção não me entusiasmou; Under Siege peca justamente por ser mais um álbum de apresentação do que uma BD propriamente dita; WD é uma das minhas bd de eleição e está tudo dito; Largo Winch tb poderia constar nas minhas melhores escolhas, não só porque gosto bastante da série mas também porque a história no álbum publicado é muito boa. No geral 2011 foi um bom ano de publicação, para todos os gostos como convém à BD! Abraço

    ResponderEliminar