25 fevereiro, 2021

Os Mitos do Oeste, por Ortiz

 
Faço aqui uma pequena pausa nas edições nacionais para dar conta da mais recente entrada, ou melhor entradas, na minha bedeteca. Para a prateleira dos westerns, segue uma colecção de edição espanhola intitulada «Grandes Mitos del Oeste» da autoria de Josep Toutain, que reuniu dados históricos e escreveu pequenas biografias sobre algumas das mais conhecidas figuras do Velho Oeste americano, tais como Buffalo Bill, Jesse James, Wyat Earp, Jim Bowie ou Sitting Bull, só para citar alguns, e que conta com a magistral arte assinada por José Ortiz, autor infelizmente já falecido, mas de quem aprecio bastante o desenho.
 
São dois volumes que reúnem 9 curtas histórias biográficas, de homenagem ao western puro e duro, e que no desenho vigoroso de Ortiz, assumem naquele tom negro e traço rude, toda aquela violência ligada ao modo de vida de cada um dos retratados, e que é também uma característica tão comum associada ao Oeste selvagem.
 
Não é uma entrada directa desta série de Ortiz na minha bedeteca. Tenho algumas destas histórias que foram publicadas na colecção «Pantera Negra» numa edição da saudosa Agência Portuguesa de Revistas. Outras chegaram a ser publicadas na revista «Jornal do Cuto». A vantagem da edição espanhola é que reúne a todas as histórias numa série que dificilmente será publicada em português. O castelhano não sendo inédito na minha bedeteca, lê-se. O desenho é para delírio visual.
 

2 comentários:

Antonio disse...

Há uma questão que me intriga desde á vários anos: porquê a quase total ausência de edições de autores espanhóis (ou latino-americanos) em Portugal (com a excepção das coleções da Levoir e uma ou outra avulsa)? Será a proximidade, algum preconceito absurdo?...

Nuno Neves disse...

António, com excepção do Migualeanxo Prado, que sempre foi muito publicado em Portugal, eu perguntava antes o porquê de tanto tempo para se publicar mais autores espanhóis? Para além do Prado, conhecia pouco mais que os trabalhos de José Ortiz, do Júlio Ribera e do Jordi Bernet. Assim, considero mesmo uma das maiores-valias das colecções de novelas gráficas, o facto de nos ter dado a conhecer mais talento aqui dos nossos vizinhos. Não acho que antes tenha sido por preconceito, acredito apenas que a matriz franco-belga está muito vincada na bd publicada em Portugal, e durante muito tempo ocupou praticamente todo o espaço dedicado. Mas com a proliferação de publicações e com um bom numero de editoras portuguesas, considero agora que a “armada espanhola” já se instalou bem nos catálogos editoriais nacionais.