Após alguns afazeres que me impediram de actualizar o blogue nos últimos dias, retomo agora a escrita para fechar as contas com o 19º FIBDA. Faço-o em jeito de crónica sobre a festa de celebração de BD, que entre momentos bons e outros nem por isso, esteve globalmente, muito bem. O festival foi feliz na escolha do tema, e talvez por causa disso muito se deve o sucesso da edição deste ano, traduzido na boa afluência de público (pareceu-me?), nas magníficas exposições e na presença de excelentes autores de BD!
Aproveitei os dois dias do terceiro e último fim-de-semana para percorrer as várias exposições patentes no piso 0. Logo para começar, gostei bastante do corredor onde figuravam as bd’s concorrentes e vencedores do concurso de BD. O espaço estava bem conseguido e muito talento estava exposto naquelas paredes. Mas o melhor estava guardado para a ala reservada ao tema central, quantitativamente e qualitativamente falando. Os originais expostos qualifico-os como um “delírio visual”! Desde do traço preciso de Alex Raymond nas pranchas de “Flash Gordon”, ao traço pormenorizado de Jangetov, passando pelo mundo fantástico de Esteban Maroto e terminando no “Valerian” de Mézieries! Ainda que não consiga distinguir qual o critério ou o enquadramento seguido na mostra, o resultado visual que emanava dos desenhos expostos era suficiente para nos “transportar” para outros universos! Cinco estrelas! Os autores portugueses também não foram esquecidos e os vencedores dos prémios FIBDA do ano passado, Rui Lacas (vencedor do prémio “Melhor álbum português em língua estrangeira”) e Luís Henriques (vencedor dos prémios “Melhor álbum português e Melhor desenho”) tinham os seus trabalhos expostos em espaços bem “trabalhados”.
Mas nem as exposições resultaram! A começar pela desilusão da mostra “Star Wars: Uma Galáxia de Aventuras”. Integrada no tema do festival, ficou localizada num espaço meio escondido no piso -1 e deixou muito a desejar. Não me vou alongar + neste assunto, até porque já falei sobre isto na crónica anterior, onde inclusive troquei impressões com alguns membros do SWCP. Outra desilusão foi a exposição “60 anos de Tex”. Completamente deslocada no festival e não obstante exibir pranchas originais, em termos de conteúdo ficou bastante aquém daquilo que se podia exigir como comemorativa de seis décadas de existência de um personagem de BD. Quero acreditar que haveria mais e melhor para mostrar, a começar pela própria evolução do Tex Willer ao longo dos tempos, uma mostra da galeria das principais personagens do seu universo, uma referência ás principais histórias publicadas, etc, etc bem, tudo menos uma dúzia de “prints”. Mais simbólica que substantiva, portanto!
O fim-de-semana foi também preenchido com as sessões de autógrafos. Fabio Civitelli (Italia) e Marco Bianchini (Italia), Das Pastoras (Espanha) e Jean-Claude Denis (França) foram os artistas “de serviço”. Escusado será dizer, que o tempo nas diversas filas foi pior do que circular em Lisboa em plena hora de ponta num dia de chuva!!! Felizmente que o excelente convívio com outros bedéfilos que só as filas nas sessões de autógrafos do FIBDA proporciona, amenizou as longas horas de espera!
A zona comercial, que poucas alterações sofreu relativamente ao ano passado, esteva agradável, e ainda aproveitei umas promoções para enriquecer a minha bedeteca particular. Só lamento a falta a da Vitamina BD e a ausência de lançamentos de BD franco-belga (aqui leia-se nota negativa para a ASA!).
Muito ainda havia para contar, mas foram estas as impressões que ficaram na memória deste visitante, que saiu muito satisfeito do festival e que pode afirmar que a 19ª edição foi talvez uma das melhores que visitou nos últimos anos. Que venha então o “Vigésimo”!
Muito ainda havia para contar, mas foram estas as impressões que ficaram na memória deste visitante, que saiu muito satisfeito do festival e que pode afirmar que a 19ª edição foi talvez uma das melhores que visitou nos últimos anos. Que venha então o “Vigésimo”!
Para concluir, deixo as minhas "notas" sobre o 19º FIBDA:
Notas positivas:
+ Concepção/decoração do espaço
+ Tema do festival
+ Pranchas originais de “Flash Gordon”
+ Exposição "BD e ficção cientifica"
+ Elevada qualidade artística da maioria dos autores estrangeiros presentes
Notas negativas:
- Exposição “Star Wars: Uma Galáxia de Aventuras”
- Exposição “60 anos de TEX”
- O não cumprimento dos horários nas sessões de autógrafos
- Falta de novidades editoriais de relevo no maior festival de BD em Portugal
- Autora chinesa presente no festival
Legenda das fotografias publicadas (de cima para baixo, da esquerda para a direita):
- pormenor de uma prancha de Alex Raymond
- exposição do concorrentes/vencedores do concurso de BD
- "Valerian" de Mézieres
- "monstro"(cenografia no piso 0)
- balcão das sessões de autógrafos (piso -1)
- "Blueberry" de Fábio Civitelli