22/08/2025
Lançamento EDITORIAL PRESENÇA: O Verão em que Hikaru Morreu – volume 1
19/08/2025
18/08/2025
Mais aventuras de Ideiafix e dos seus Irredutíveis!
Enquanto os irredutíveis gauleses não chegam a terras lusitanas, apesar das noticias dar conta que já se encontram a caminho, a editora ASA acaba de lançar o sexto volume das aventuras de IDEIAFIX e e dos seus Irredutíveis nas ruas de Lutécia. É o aproveitar da ideia de René Goscinny e Albert Uderzo para o lançamento de uma série para televisão em desenhos animados que mostrava Ideiafix a liderar um grupo de resistência antes de ser encontrado por Astérix e Obélix durante a sua volta à Gália. A ideia acabou por vingar na televisão e também em álbum, ou melhor, em pequenos álbuns.
Cada volume reúne várias histórias. Na verdade são pequenos contos, reunidos em pequenos volumes destinados porventura a pequenos leitores, não deixando igualmente de agradar a leitores de Asterix. Pessoalmente, só lamento mesmo o formato de edição original adoptado que teve naturalmente a sua réplica por cá, e que em nada beneficia a bd em si.
17/08/2025
Com sabor gótico-vitoriano
Tales From Nevermore
Devo confessar que dizer que sou pouco adepto do género “Terror” é manter na incerteza o que o advérbio realmente significa para mim nesta circunstância. Dizer que sou pouco é muito pouco.
Para mim, claro está, o “Terror” é quase pornográfico no sentido que é sempre a mesma coisa com umas quantas variações que permitem afirmar diferenças. Parece que o objectivo, ao invés do excitar, é assustar, criando aqui e ali uma sensação de desconforto e de pânico.
Claro que me vão falar do Saw e da inventividade daquelas maquinetas de decepar, triturar, cegar e sufocar. É verdade! São muito bem pensadas. E…?! Ou talvez me lembrem da saga do Pesadelo em Elm Street e do assassino que aparece em sonhos e que os transporta para a vida real, Freddy Krueger. Ou do Sexta-Feira 13 ou da Freira ou… ou… ou… Lamento, mas na base, para mim são todos iguais, tendo apenas o objectivo de assustar ou provocar o grito.
Talvez resida aqui, no grito, a minha nenhuma afinidade com o género. É que tinha uma amiga que ia ao cinema com o meu grupo da adolescência. Não só gritava desalmadamente à mínima cena “de susto”, como se agarrava repentinamente a quem estivesse ao seu lado. Conseguia sempre assustar mais do que o próprio filme. E eu, talvez tenha ficado traumatizado, sendo que a terapia nesta fase já vem tarde.
E, no entanto, há obras que são classificadas como sendo de terror e conseguem ultrapassar o género literário. É o caso de Drácula, o romance epistolar de Bram Stoker, ou o Frankenstein de Mary Shelly, A Queda da Casa de Usher de Edgar Allan Poe, o Médico e o Monstro de Robert Louis Stevenson. Curiosamente, todas elas se inserem no movimento gótico do século XIX e todas parecem ter um sabor vitoriano, embora a obra de Shelly anteceda a subida de Vitória Eugénia ao trono britânico. Mas também uma criação mais moderna como é Hellboy de Mike Mignola ultrapassa a classificação de terror que lhe foi atribuída e é mais uma magnífica série de aventuras repleta de monstros e demónios que têm o destino do mundo nas mãos. Curiosamente, um dos spin-off da série, Sir Edward Grey, mergulha também num ambiente gótico e vitoriano, sendo o personagem central um investigador do paranormal.
Falar destas obras e não mencionar O Corvo, também de Allan Poe, seria uma injustiça. Até porque é um corvo, o Vincent, que mais que um narrador, é o guia que nos leva pelos seis contos que compõem Tales From Nevermore, a obra da autoria de Pedro N. e de Manuel Monteiro que a Ala dos Livros publicou recentemente.
Sem gritos ou sustos…
Vamos às histórias!
Como já se disse, são seis histórias curtas que nos são apresentadas ao jeito de antologia pela dupla Manuel Monteiro e Pedro N. Na verdade, a dupla assina os contos 2, 4 e 6, sendo que o argumento está a cargo de Manuel Monteiro e o desenho é da lavra de Pedro N. Já os contos 1, 3 e 5 são da inteira autoria de Pedro N. que alia o talento artístico ao da escrita.
Não irei, desta vez, fazer um qualquer pequeno resumo de cada uma das histórias pois seria a melhor maneira de estragar o efeito que provocarão no leitor. Por outro lado, posso e vou salientar aquilo que torna esta obra em algo coeso e bem orquestrado.
Desde logo, as diferenças narrativas entre os dois autores são óbvias. Enquanto sou tentado a classificar as diferentes narrativas de Pedro Nascimento como estando mais próximas do estilo do terror gótico-vitoriano, já as de Manuel Monteiro inserem-se num estilo mais directo e contemporâneo. E de nenhuma forma afirmo isto no sentido de crítica negativa. Antes pelo contrário. O leitor tem assim duas vozes distintas, num mesmo livro, a contar-lhe diferentes histórias. De algum modo, saímos enriquecidos desta leitura. Ainda para mais porque, de forma inteligente, as histórias surgem intercaladas em termos de autoria, o que permite experimentar diferentes cadências narrativas.
Por outro lado, não esperem ver em Tales From Nevermore o gore ou splatter tão apreciado em certos filmes de terror. Aqui, quando há sangue ou mutilações é porque são “necessárias” à progressão narrativa. E, mesmo assim, em termos gráficos nem sempre são explícitas, recorrendo-se ao contraluz ou a sequências gráficas quase abstractas, como acontece respectivamente no conto Lisandra e em A True Angel.
Outro elemento de coesão da obra é o facto de todos os contos terem o chamado twist ou reviravolta final. E no caso de Tales From Nevermore, a reviravolta é mesmo final. Desengane-se o leitor se pensa que as histórias parecem resolvidas a algumas pranchas do fim. O melhor é aguardar pela reviravolta da reviravolta – sempre inventiva e desconcertante.
Por fim, o elemento de coesão mais evidente é o elo de ligação entre os contos – o corvo Vincent. É ele o nosso anfitrião no cemitério de Nevermore, levando-nos de campa em campa, passando por jazigos e mausoléus, dando voz àqueles que estão aí sepultados e às suas histórias. E se imaginarmos a voz e a dicção de Vincent, só o podemos fazer trazendo à lembrança Vincent Price. Já agora, num breve aparte, este corvo Vincent que lembra o “Raven” de Edgar Allan Poe que crocita incessantemente “nevermore”, remete-nos também para S. Vicente, padroeiro de Lisboa que teve a embarcação que trouxe o seu corpo para a capital acompanhada por dois corvos. E ainda para o bem conhecido herói português de banda desenhada O Corvo que tem como alter-ego, precisamente, Vicente.
O interessante nos momentos em que surge Vincent, no começo e fim de cada conto, é que não só estabelece o tom da narrativa como nos oferece uma certa moral justificadora das acções.
Quanto à arte realista de Pedro N., em vários momentos lembra aquele traço detalhado dos ilustradores do século XIX que sombreavam e davam texturas através de diferentes tramas de traços. Esta técnica não só dá ao leitor a percepção de pormenor intrincado como, de igual modo, proporciona uma experiência visual que nos remete para a ilustração oitocentista – da qual um dos expoentes máximos foi Gustave Doré.
Particularmente bem conseguidas estão as cenas cuja composição é mais complexa. E é aqui que Pedro N. melhor mostra o domínio das sombras e das tramas, como se pode verificar na imagem seguinte retirada do conto A True Angel.
Mas as melhores pranchas (nem todas) estão reservadas para Vincent e é nelas que Pedro N. mostra o melhor da sua arte. Arte que casa na perfeição com o discurso directo de Vincent para com o leitor, criando um ambiente intimista e, por isso, envolvente. Nas páginas de Vincent, o leitor sabe sempre que vai participar de algo e, inclusive, que vai ser julgado pela leitura que faz de cada conto.
Uma nota ainda para as homenagens (penso que o são) que Pedro N. presta a dois artistas gráficos contemporâneos: Frank Miller e Georges Bess. Do primeiro, autor sobejamente conhecido de Daredevil, O Regresso do Cavaleiro das Trevas, Sin City e 300, Pedro N. adopta o seu traço nervoso para criar o frontispício do conto Lisandra. Do segundo, autor conhecido em Portugal pelas obras Drácula, Frankenstein e O Corcunda de Notre-Dame, Pedro N. utiliza o seu tipo de traço e composição usado em Drácula para criar o frontispício de Family Ties.
Em resumo, Tales From Nevermore tem potencial de série e ambiência num género muito popular, o terror. Os seis contos estão escritos de forma inteligente e oferecem-nos sempre uma reviravolta sucedida por uma derradeira reviravolta. O traço de Pedro N., para além de eficaz, é realista e detalhado.
A edição da Ala dos Livros, como é hábito da editora, é muito cuidada. A capa é efectuada com um cortante central que cria o efeito de moldura. Para além disso, tem gravação a seco em alto relevo na tela preta. O efeito é o de um grimório ou de um livro que se mandou encadernar como peça única. O pormenor do fitilho negro também ajuda ao efeito.
Uma boa estreia da dupla Manuel Monteiro e Pedro Nascimento… com sabor gótico-vitoriano.
Por Francisco Lyon de Castro.
14/08/2025
«A vida é como um jogo de xadrez»
Num mês que pouco ou nada se espera em termos de grandes novidades, e porque já se sabe que o último quadrimestre é estatisticamente o mais forte do ano, há sinais que nem todas as editoras foram de férias. E uma destas é a ALA DOS LIVROS, que anunciou oito(?) novidades para este segundo semestre, e abre já com o lançamento do álbum PEÇAS do espanhol Víctor L. Pinel.
Trata-se de um álbum que fala sobre sobre encontros e desencontros, como as nossas acções e decisões, por mais pequenas que sejam, afectam todos os que nos rodeiam. O autor faz mesmo uma analogia entre as suas personagens e as peças do jogo de xadrez. «A vida é como um jogo de xadrez. Fácil de aprender, divertido de jogar, difícil de ganhar… impossível de controlar!»
O álbum encontra-se já em pré-venda na loja da editora.
11/08/2025
A leitura de HOKA HEY!
Entre as obras que até agora se destacam no nosso mercado, HOKA HEY! - na magnifica edição portuguesa da ASA - impõe-se como uma daquelas leituras de leitura obrigatória. Logo à primeira vista, salta o grande formato de edição, de generosas medidas, papel de qualidade, porque o traço e a cor do desenho assim o merecem. A imagem na capa, de um índio a cavalo de arma na mão, pode sugerir um western clássico, mas na verdade a obra remete-nos mais para um pós-western.
Estamos em finais do século XIX e o Oeste americano encontra-se conquistado, e o que resta são cicatrizes profundas. As derradeiras tribos nativas, vencidas, encontram-se confinadas às reservas e submetidas a políticas de aculturação. As crianças nativas, separadas à força das suas famílias, são reeducadas segundo os padrões euro-americanos. É nesse cenário de perda, mas também de resistência que o francês Neyef conta-nos uma história de vingança, que é, ao mesmo tempo, de descoberta e de libertação.
No seu estilo gráfico, o autor combina um traço que cruza realismo com uma certa estilização, no qual acrescenta um belíssimo trabalho de cor, criando assim um álbum com uma identidade visual própria.
A narrativa acompanha um pequeno grupo de índios renegados e um irlandês com um passado doloroso. Pelo caminho resgatam Georges, um jovem Lakota arrancado à sua tribo e reeducado como branco, que se vê dividido entre a sua condição e a vontade de se descobrir ao lado dos seus novos companheiros. É este improvável quarteto, composto por personagens fortes que nos cativam, com quem cavalgamos em frente numa viagem sem retorno e com um final inevitável. São as conversas entre estas personagens, nas quais se cruzam memórias, confissões e silêncios, que servem de fio condutor, enquanto avançamos pelos cenários melancólicos das belas paisagens das pradarias e florestas americanas. O ritmo é pausado até a narrativa explodir com vários momentos de violência crua, onde cada gesto tem uma consequência.
HOKA HEY! é de leitura bela e intensa até ao seu final. Neyef entrega-nos uma obra equilibrada, onde a dureza dos factos históricos que nos recorda a responsabilidade do opressor, se mistura com a beleza implacável da paisagem, e onde personagens feridas encontram - ou perdem para sempre - a sua redenção. Sem dúvida que o autor, até agora inédito por cá, tem aqui um excelente cartão de visita para conhecer o seu trabalho. Cinco estrelas. Sem hesitar.
A minha avaliação:
09/08/2025
Lançamento BOOKSMILE: Hooky - volume 4
A banda desenhada destinada a um público infanto-juvenil continua em grande este ano no nosso mercado, destacando-se mesmo com uma das categorias com maior peso no total da oferta nacional. A aposta vem sobretudo das chancelas dos grandes grupos editoriais e também de pequenas editoras que começam agora a entrar.
A Penguin Livros é um destes grandes grupos, e através da sua BOOKSMILE tem editado a colecção HOOKY, da catalã Míriam Bonastre Tur. Trata-se de uma série de aventuras que envolve magia, dragões e outras criaturas fantásticas. Começou como um webtoon e o elevado sucesso levou inevitavelmente ao livro físico. O terceiro volume foi editado em Junho passado e o quarto volume acaba de chegar agora às nossas livrarias.
07/08/2025
Homem-Aranha de fato preto e sangue!
A editora G.FLOY acaba de dar finalmente um arzinho da sua graça com o seu primeiro lançamento de 2025. A aposta incidiu no Homem-Aranha, num volume que reúne todas as histórias publicadas em Spider-Man: Black Suit & Blood #1 a #4.
Homem-Aranha - Fato Preto e Sangue que conta com a assinatura de vários autores, é uma colecção de histórias que exploram os aspectos mais sombrios da vida de Peter Parker enquanto este lida com o seu passado e as consequências perturbadoras de ter partilhado o corpo com um simbionte cósmico.
A série mistura na perfeição temas clássicos do Homem-Aranha com uma atmosfera arrepiante, tornando o fato preto mais sinistro ainda.
04/08/2025
A leitura de O MEU IRMÃO
31/07/2025
Lançamento DEVIR: Monster - volume 5
Não podia deixar fechar este mês sem dar aqui nota do lançamento do quinto livro de MONSTER da DEVIR. A sua edição atrasou um bocado, mas já está nos escaparates das livrarias nacionais o novo volume daquela que é provavelmente a mais interessante série entre as actuais colecções de manga da editora.
22/07/2025
21/07/2025
Lançamento BERTRAND: A Vida Secreta das Árvores - Novela Gráfica
A editora BERTRAND que no corrente ano, e no que respeita à banda desenhada, têm-se dedicado mais à edição destinada a um público infanto-juvenil, acaba de fazer algo completamente diferente, e lançou a adaptação para novela gráfica do livro best-seller A VIDA SECRETA DAS ÁRVORES do silvicultor Peter Wohlleben.
São histórias fascinantes sobre as espantosas e pouco conhecidas caraterísticas das árvores. Com base na sua experiência profissional como guarda-florestal, o autor partilha com o leitor todo um mundo até agora desconhecido.
A viagem pela vida secreta das florestas que é, ao mesmo tempo, uma verdadeira inspiração ecológica e que nos leva a repensar a relação do homem com a natureza que agora conta com uma versão em banda desenhada, numa adaptação assinada pela dupla Benjamin Flao e Fred Bernard.
18/07/2025
4º volume Sem Palavras
A LEVOIR dá continuação à sua colecção 25 IMAGENS, onde pequenas histórias são contadas por autores que, para o efeito, se socorrem exclusivamente da narrativa gráfica. É um interessante e aqui difícil exercício pela limitação do conto a 25 páginas que perfazem 25 imagens. Este RUMO AO SUL, hoje nas bancas, é o quarto volume da colecção, e traz-nos Landis Blair, ilustrador americano, influenciado pelo grande mestre americano do absurdo, do enigmático e do sórdido, Edward Gorey.
O estilo de Landis Blair é uma multiplicidade de linhas cruzadas a tinta. Há um mundo onde as árvores são altas e numerosas, onde a neve é bela e densa, onde o vento sopra forte e longo e onde os pássaros falam de viagens e da vida depois da morte.
Rumo ao Sul é a história da última viagem de um homem que escolhe e organiza cuidadosamente as condições da sua partida. Uma partida espetacular e gloriosa, em plena comunhão com o mundo e a natureza, com a cumplicidade dos pássaros, aqueles que conhecem melhor do que qualquer um de nós a arte de voar e os caminhos do céu. No final deste conto curto e sem palavras, ouvimos dizer que “está tudo bem”. E há esperança.
Já editados anteriormente: A Floresta de Thomas Ott, Margueritte de Joe Pinelli e Ter 20 Anos em 1871 de Jacques Tardi.
17/07/2025
Lançamento DEVIR: Naruto vol. 57 - Naruto em direção ao palco de guerra
Depois de um mês de Junho forte em termos de lançamentos é normal, mas não certo, um abrandamento do ritmo de edição agora em Julho e Agosto, coincidente com o período que o país vai para férias. Uma das poucas excepções nesta calmaria é a editora DEVIR, que como habitualmente tem uma mão-cheia de novidades pronta para sair para as livrarias. A primeira a chegar é mais um NARUTO. Trata-se do 57º volume da colecção.