27 junho, 2025

Lançamento ASA: Os Filhos do Império - volume 1

A mais recente proposta de leitura da editora ASA remete-nos para Oriente. OS FILHOS DO IMPÉRIO (no original francês, Les Enfants de l’Empire), de Yudori, é uma obra que se destaca pelo retrato histórico das tensões culturais e sociais de uma Coreia sob ocupação japonesa, nos anos 30 do século passado.

Neste primeiro volume, a autora conduz-nos por uma narrativa que mistura romance, drama e crítica social, centrada em dois jovens, Arisa Jo e Jun Seomoon, cujos destinos se cruzam num contexto de mudança e conflito, e iniciam uma relação complexa marcada pelo fascínio e o atrito. 

A autora sul-coreana, Yudori, traz-nos um traço elegante, e um ritmo narrativo que lembra o melhor do universo manga. Surpreendentemente a edição apresenta-se num formato de capa dura, algo pouco comum para obras deste género no mercado nacional.

OS FILHOS DO IMPÉRIO
Coreia, 1929. Na capital, que então se chamava Gyeongseong, enquanto o Ocidente difunde pouco a pouco a sua cultura moderna, o Japão impõe a lei do ocupador. Arisa Jo, filha de um rico negociante, e Jun Seomoon, o jovem herdeiro de uma nobreza destituída, encarnam essas influências contrárias e os violentos conflitos interiores que elas fazem despontar em cada coreano. 
 
Ficha técnica:
Os Filhos do Império – volume 1
De Yudori
Capa dura, dimensões 170x243, cores, 224 páginas.
ISBN: 9789892365565
PVP: € 18,90
Editor: Edições ASA
 

26 junho, 2025

Para quê o Dr. Google?

 

Aii! A dor também se trata com humor

 

Nestes tempos em que o défice de atenção parece ter invadido irremediavelmente o cérebro da maior parte da população mundial que fica com dores de cabeça se o último vídeo viral do tiktok tem mais de 30 segundos, nada melhor do que fazer uma análise relâmpago de um livro (coisa que nunca fiz). Mesmo assim, para os mais empedernidos fãs daquela rede (?) social (?) em forma de app, devo advertir que terão de multiplicar 30 segundos por si próprio várias vezes de modo a chegarem ao derradeiro ponto final.

 

Contrariamente ao que foi dito, há algo na internet que consegue captar a atenção até do maior deficitário dela. É o Dr. Google. “As pestanas não me param de tremer. Será que sofro de obstipação?”, pergunta a vizinha do 3.º esquerdo ao famoso Dr. virtual. Ou, a mais comum “Não consigo evacuar. Será que vou ficar cego?”

 

O certo é que o Dr. Google trouxe confiança à população mundial, que se acha agora à altura, e mesmo acima, da classe médica. Eu próprio, com a ajuda do meu amigo Dr. Google, já diagnostiquei vários cancros a amigos.

 

Ora, entre tiktoks e Dr. Google, por vezes é publicado algo fora da caixa que tendo como premissa o assunto sério da saúde, a leva ao leitor de forma humorística, mas séria. Bem sei que parece um contrassenso. Ou se é sério ou se faz humor. Não nos podemos esquecer, no entanto que o humor é uma coisa séria.

 

Se dúvidas houver, é lerem Aii! – A dor também se trata com humor, da autoria do Dr. Patrick Sichère e de Achdé, o vosso conhecido desenhador de Lucky Luke, que acaba de ser publicado em Portugal pela Ala dos Livros.

 

 

Vamos à história!

 

Pois… não há história! Há sim dois fios condutores. Um é a persistência permanente do Dr. Marcelo Hipócrates que nos leva por uma viagem ao mundo da dor. O outro é isso mesmo, a dor! Mas com humor.

 

Ou seja, uma espécie de fantasma daquele que é, talvez, o mais famoso médico do mundo, o grego Hipócrates, também considerado o “pai da medicina”, vai falar-nos acerca dos diversos tipos de dor: a dor de cabeça, as dores combatidas com analgésicos, a dor de dentes, a dor dos membros fantasmas, a fibromialgia, a dor de costas, a dor no ânus e a dor nos pés. E vai fazê-lo com porções iguais de seriedade e de humor.

 


O humor vai para além dos gags, narrando-se episódios reais que hoje ganham características anedóticas. Tal é o caso, por exemplo, de Luís XIII que, num só ano, levou 215 clisteres. Ou de Lewis Carroll, o criador de Alice no País das Maravilhas, que sofria de fortes enxaquecas com aura – aquelas que criam alucinações. Talvez por isso tenha alucinado na sua obra, criando uma lagarta falante, baralhos de cartas humanoides, uma Alice que vai dos 2 centímetros aos 12 metros de altura, e as famosas festas de não-aniversário, presididas pelo Chapeleiro Louco.

 

O certo é que estas viagens pela dor são nos apresentadas pelo Dr. P. Sichère e por Achdé. E se este último contribui para a seriedade do desenho (e dos gags), o Dr. Sichère é o garante da credibilidade da informação. Ou não fosse ele professor e consultor no Centro da Dor do Hospital Lariboisière em Paris e membro da IASP (International Association for the Study of Pain), entre outras.

 

Participando no argumento é, no entanto, o traço característico de Achdé e a sua criação de movimentos fluídos que conferem à obra um dinamismo que permite assimilar mais facilmente toda a informação científica.

 


A aposta dos autores é inteligente. A dor acompanha o homem desde os alvores da humanidade. E não há ninguém no mundo que não a tenha sentido uma ou outra vez (com excepção daqueles que têm insensibilidade congénita à dor). Nada melhor, para os curiosos, sofredores e apreciadores de humor, do que uma obra que tem a dor como tema.

 

 

 

Para tornar Aii! ainda mais interessante, os autores colocam páginas a dividirem cada capítulo nas quais são apresentadas ferramentas e técnicas antigas que pretendiam apaziguar ou mesmo eliminar a dor, como as tão desejadas trepanações. 

 

Achdé, longe do “seu” Lucky Luke, brinda-nos aqui com uma série de cameos nos quais, para além do seu cowboy de eleição, podemos também encontrar a Harley Quinn, um legionário de Astérix, o Drácula e o Corcunda de Notre-Dame. Acrescente-se uma infindável galeria de figuras históricas ou da actualidade, como Amy Winehouse ou Jimi Hendrix.

 


Aii! é uma obra de vulgarização médica e histórica, na medida que coloca ao alcance de todos informação que o Dr. Google só terá dispersa. Para além disso, fá-lo num tom divertido e acessível.

 

Fico com a sensação que este poderá ser o primeiro de vários volumes sobre o assunto.

 



 Por Francisco Lyon de Castro

  

25 junho, 2025

Lançamento FÁBULA: Para Sempre

Tempo de Verão, de amores de Verão e de leituras leves, e a editora FÁBULA acaba de lançar a novela gráfica PARA SEMPRE, obra de dois autores napolitanos, destinada a um público juvenil, que capta as experiências únicas da adolescência, condensadas num Verão de crescimento, amizade, descoberta e paixão. 

PARA SEMPRE
Numa povoação onde passa férias com a família, Viola conhece um rapaz que está a restaurar um velho barco e oferece-lhe ajuda. Os seus dias começam a ser divididos entre saídas com as amigas e encontros secretos com ele, por quem se está a apaixonar. Estas férias de verão vão trazer-lhe importantes lições e memórias que vai querer recordar para sempre… mesmo as que não resultam de experiências felizes.
 
Ficha técnica:
Para Sempre
De Assia Petricelli e Sergio Riccardi
Capa mole, formato 17x24, cores, 160 páginas.
ISBN 9789895837847
Preço: € 15,75
Editora FÁBULA 
 

Lançamento IGUANA: Pobre Charlie Brown!

Este ano a IGUANA, chancela da Penguin Livros, não larga os PEANUTS, e tem motivos para isso: a Turma do Charlie Brown celebra o seu 75º aniversário. Das mais icónicas criações em banda desenhada, com personagens intemporais, foi publicada ininterruptamente em tiras de jornal, entre 1950 e o ano 2000. Depois de um primeiro volume editado em Março deste ano, centrado na personagem do Snoopy, segue-se agora um novo volume, desta vez dedicado a Charlie Brown.

Pobre Charlie Brown! traz-nos um sonhador incansável e eterno otimista, mesmo quando tudo parece correr mal, Charlie Brown conquistou gerações com o seu charme desajeitado, as suas reflexões sobre a vida e a sua comovente resiliência. Uma personagem intemporal que nos faz rir, pensar e, acima de tudo, acreditar que, apesar de todos os fracassos, vale sempre a pena voltar a tentar.

Este livro reúne uma seleção de tiras dos Peanuts publicadas em diferentes jornais entre 1957 e 1959, criadas com o humor inteligente, irónico e único de Charles M. Schulz.

Em Outubro teremos, no Amadora BD, uma exposição dedicada aos 75 Anos da série Peanuts.

Ficha técnica:
Pobre Charlie Brown!
De Charles M. Schulz
Capa mole, dimensões 200x220, p/b, 136 páginas.
ISBN 9789895839230
PVP: € 14,35
Editor IGUANA