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27 agosto, 2021

Lançamento A SEITA / ARTE DE AUTOR: Os Olhos do Gato

Este é um lançamento surpresa, porque já não se esperava nos tempos que correm esta edição experimentalista assinada por Moebius. Trata-se de «Os Olhos do Gato», a primeira e a menos convencional das colaborações entre este autor e Jodorowsky
 
Como é dado a observar possível pelas páginas disponibilizadas, não se trata de uma banda desenhada mos moldes a que no habituamos,  mas antes de um verdadeiro poema visual, de uma simplicidade e crueldade enganadoras, que mostra uma utilização inovadora dos mecanismos narrativos da banda desenhada e do cinema.
 
Assumiu a condição de obra de culto, poética e mística, que, mais de 40 anos após a sua publicação original, mantendo intacto todo o seu fascínio, sendo agora editada em português, num formato ligeiramente maior do que o original, de modo a que o fabuloso trabalho gráfico de Moebius possa ser devidamente apreciado, como resultado de nova colaboração editorial entre A Seita e a Arte de Autor, que repetem a experiência depois da edição de «Shanghai Dream».
 
Obra singular no percurso de dois geniais criadores, «Os Olhos do Gato» é uma obra única, até na forma como aborda as convenções da BD para as subverter. Uma obra mítica, que, por ter estado indisponível durante muito tempo, foi bastante mais falada do que lida, o que ajudou ao seu estatuto de verdadeiro livro de culto. 
 
Cada vez que via uma página [de Os Olhos do Gato] o prazer espiritual que sentia era de um nível superior ao de um orgasmo. Diante dos meus olhos, tinha a prova inegável de que a banda desenhada é uma grande arte, merecedora de um respeito semelhante ao dispensado aos quadros expostos nos museus.” - Alejandro Jodorowsky (do prefácio)
 
 
 
Ficha técnica:
OS OLHOS DO GATO
Argumento de ALEJANDRO JODOROWSKY e desenhos de MOEBIUS
Capa dura, formato 215 x 285 cm, p/b, 64 págs.
ISBN: 978-989-53150-4-8
PVP: € 16,50
Uma edição ARTE DE AUTOR e A SEITA
 

21 julho, 2016

Colecção Novela Gráfica II: 06 - A Garagem Hermética

Hoje nas bancas temos um dos títulos mais interessantes da Colecção Novela Gráfica - Série II. A obra é subversiva e revolucionária pelos novos caminhos que desbravou na Banda Desenhada de ficção. Nas suas páginas encontra-se à solta o génio de Jean Giraud, que aqui se expressa no seu heterónimo Moebius.

A Garagem Hermética é um marco na história da Banda Desenhada, com Moebius a subverter todas as convenções, ao criar uma história surreal, repleta de ideias incríveis, que eram inventadas à medida que os episódios eram publicados na revista Metal Hurlant.

O universo de bolso que o Major Grubert criou no interior do seu asteróide, contém três mundos sobrepostos, com os seus povos e civilizações. Três mundos que ignoram tudo das suas origens, mas em que alguns habitantes começam a suspeitar a verdade.

Apesar de tratar-se de uma reedição, esta edição da LEVOIR distingue-se por ser a primeira vez que é publicada em Portugal na sua versão original a preto e branco. Temos portanto uma compra obrigatória.

A GARAGEM HERMÉTICA
de Moebius
Volume #6 da Colecção Novela Gráfica - Série II
Capa dura, dimensões 220x290, 128 pags.
PVP: €9,90



05 março, 2015

Colecção Novela Gráfica: #2 A Louca do Sacré-Coeur


Em distribuição hoje com o jornal Público, está o segundo volume da colecção Novela Gáfica, da editora LEVOIR, que nos traz uma dupla de autores bem conhecidos dos leitores portugueses: Jodorosky e Moebius, que trabalharam juntos na série Incal, já publicada entre nós. A proposta de leitura de hoje é inédita em Portugal.

Colecção Novela Gráfica #2 - A LOUCA DO SACRÉ-COEUR - Alejandro Jodorowsky e Moebius

Alain Mangel, professor de filosofia na Sorbonne, é seduzido por uma das suas alunas, Elisabeth. Possuída por verdadeiros delírios místicos, ela arrastará o professor para um furacão de acontecimentos inesperados e delirantes que irão pôr à prova a racionalidade de Mangel. Paródia mística, farsa sagrada, caminho iniciático, exorcismo, o percurso do protagonista vai levá-lo a abrir os seus olhos para outra realidade.

Alejandro Jodorowsky é um dos nomes mais importantes do teatro e cinema dos finais do século 20, um escritor e artista ligado ao surrealismo e a muitos vanguardismos. Criador, com Topor e Arrabal, do grupo de performance surreal Mouvement Panique, autor de filmes tão marcantes como El Topo ou Santa Sangre, Jodorowsky viria a enveredar por caminhos mais místicos, como o "psico-xamanismo" que criou, mas sem nunca cair na loucura, como o seu herói Antonin Artaud, a quem foi buscar muita da sua inspiração. Com um currículo deste calibre, pode parecer surpreendente que ele seja também conhecido como um dos maiores autores de banda-desenhada de sempre, uma carreira que iniciou nos anos 1980 depois do seu encontro com Jean Giraud, mais conhecido como Moebius, o outro criador que assina este álbum, A Louca do Sacré-Coeur.

Esse encontro deu-se por causa dos filmes de Jodorowsky. Depois de ter feito El Topo - geralmente descrito como um "western on acid" - Jodo (como é muitas vezes chamado) mudou-se para os EUA, onde realizou Holy Mountain, outro filme complexo e esotérico que lhe granjeou enorme fama na cena underground de Nova Iorque. Jodorowsky foi então convidado para realizar aquela que ele queria que fosse a sua obra-prima, a versão cinematográfica da saga de ficção-científica de Frank Herbert, Dune. E foi durante a pré-produção deste filme que conheceu Moebius, na altura em plena fase da revista Métal Hurlant... e, como se costuma dizer, o resto é história. A produção de Dune falhou completamente - Salvador Dalí tinha aceitado aparecer no filme no papel do Imperador Corrino, e pedia 100,00$ por minuto que aparecesse no ecrã, a música tinha sido encomendada aos Pink Floyd e a Stockhausen, Orson Welles ia fazer de Barão Harkonnen e muitas outras loucuras em que Jodorowsky gastou mais de 2 milhões de dólares, só em pré-produção - mas a amizade de Jodo com Moebius continuou, e resultou na publicação em 1981 do primeiro álbum daquela que seria uma das mais aclamadas e mais vendidas séries de banda-desenhada de sempre, O Incal.


"Um dia, uma jovem que assistia a um dos meus cursos de tarot veio falar comigo depois da aula, ela e mais duas amigas, todas atacadas por algum tipo de loucura colectiva. Pediu-me que eu lhe fizesse um filho! Dizia que eu era Zacarias e queria gerar comigo um novo João Baptista." - Jodorowsky

Mais de uma década depois, Jodorowsky e Moebius voltariam a colaborar neste fantástico Louca do Sacré-Coeur, em que Moebius volta a um registo de desenho mais próximo da linha clara franco-belga, mas em que aparecem sempre que necessário os momentos surreais e futuristas que fizeram a sua fama em O Incal. Depois de anos em que enalteceu a via mística e da loucura sagrada, Jodorowsky assinou este argumento que é crítica da religião dominante, revisitação da Imaculada Concepção em versão comédia louca, e ao mesmo tempo busca que a sua personagem central vai fazer por uma verdade mais profunda. Jodorowsky ri-se simultaneamente da filosofia ocidental e séria, da universidade, do misticismo selvagem, da religião, do New Age e faz uma paródia de Carlos Castañeda, num livro que é um marco na carreira destes grandes autores, e ao mesmo tempo uma das suas obras mais singulares.

Drama, religião, sexo, você goza com tudo neste livro, no fundo?
"Claro, mas a história acaba numa nota muito positiva. Vemos como é que um homem, saído da tradição do intelectualismo europeu e roubado das suas emoções e dos seus instintos, vai encontrar circunstâncias que o atiram para um mundo mágico - que também é o mundo da loucura - e como esse homem, que não tem meios para se defender nessa dimensão, e que se torna rapidamente numa vítima, vai finalmente descobrir quem é, e com essa descoberta vai recuperar os valores mais profundos que tinha perdido. E, no fim, o milagre acontece. E é uma conclusão lógica: a trilogia é toda ela uma apologia do milagre. Quando o amor existe, o milagre acontece..."
- Jodorowsky

Originalmente publicada em três volumes - La Folle du Sacré-Coeur (1992), Le Piège de l'Irrationnel (1993), Le Fou de la Sorbonne (1998) - a trilogia viria a ser mais tarde baptizada com o nome de Le Coeur Couronné, O Coração Coroado. A versão editada pela Levoir/PÚBLICO segue a recente edição integral francesa no formato (mais próximo do americano) e no nome, mantendo o título do primeiro álbum, pelo qual a história é mais conhecida.



08 novembro, 2012

Parábola de Moebius

 
Sai hoje com o Jornal Público, aquele que é talvez um dos mais interessantes títulos da colecção Heróis Marvel editada pela Levoir. Este volume dedicado ao Surfista Prateado, entre outras de outros autores entre os quais John Buscema, traz-nos a única história de super-heróis escrita por Stan Lee e desenhada por Moebius e que dá o titulo ao livro: Parábola. Foi o feliz encontro de duas das maiores figuras do universo da banda desenhada. Se mais nada tivesse, porque tem, para mim, só a publicação desta, como grande admirador do génio de Giraud/Moebius já justifica a aquisição desta edição. Adicionalmente e como extras, este quarto livro da segunda série, traz incluído ainda um "making of" desta história e uma galeria especial com as ilustrações feitas por Moebius para a Marvel. Obviamente, que já tem lugar cativo na bedeteca cá de casa!

18 março, 2012

Super por Moebius

Batman
Super-Homem
Homem-Aranha
Wolverine
Demolidor
Elektra
Homem-de-Ferro
Coisa
Justiceiro
Surfista Prateado

Super por Moebius

Batman
Super-Homem
Homem-Aranha
Wolverine
Demolidor
Elektra
Homem-de-Ferro
Coisa
Justiceiro
Surfista Prateado