Os dias não tem sido fáceis, e pelo meio recebemos noticias tristes destas. Conhecia o Jorge Machado Dias das lides bedéfilas. Na verdade quando iniciei este blogue, na blogosfera nacional não existiam mais de três, quatro blogues dedicados à banda desenhada. O seu Kuentro era um deles. Depois conheci a sua faceta de autor e sobretudo de editor. Comprei-lhe algumas edições da sua «PedranoCharco» e fui leitor assíduo do seu BDJornal. Homem de muitos ofícios, e de grande entrega em prol da Banda Desenhada nacional. Fica aqui a minha singela homenagem. RIP.
Mostrar mensagens com a etiqueta BDJornal. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta BDJornal. Mostrar todas as mensagens
03 abril, 2020
10 junho, 2010
BDjornal #25
Parecia ter acabado, mas dezoito meses, saiu um novo número do BDjornal. É uma boa notícia. No editorial explica-se que devido às dificuldades que o projecto enfrenta, a periodicidade que era irregular, passa agora a bianual, fazendo coincidir cada nova edição com a realização dos grandes festivais de banda desenhada em Portugal, leia-se Amadora BD e o Festival de BD de Beja. Sendo a alternativa o cancelamento da publicação, parece-me uma opção aceitável, até porque pode aproveitar muito daquilo que os festivais têm para dar, um pouco à semelhança que este número já apresenta: um especial dedicado a Hermann e uma entrevista com Civitelli, dois autores presentes no VI FIBDB.
Mas neste novo número, há outros motivos de interesse. Destaco desde logo a apresentação de novos projectos de BD. O primeiro, de Hugo Teixeira, intitulado de “Mahou Express” que faz honras de capa. Visualmente, a ilustração escolhida é que não se mostrou talvez a melhor das escolhas. Em termos de cor, aquele verde amarelado (ver imagem) certamente que não traduz a intenção do autor em recriar uma floresta luxuriante. Outro projecto dado ao conhecer, através de entrevista e algumas pranchas, é o de Nelson Martins, autor que tive o prazer de conhecer em Beja, e cujo primeiro trabalho “Tout sur les célibataires” será agora lançado no mercado francês pelas Editions Joker.
Gostei igualmente do “Especial Hermann Huppe”, dedicado à obra deste grande autor belga franco-belga. Bastante completo, fazendo inclusive a correspondência para o que se encontra editado em Portugal, com a indicação da data de edição e editora. Pessoalmente gosto destes dossiers. Já anteriormente havia gostado do especial “Western na BD europeia” publicado no BDjornal #24. Outros destaques vão para Civitelli (entrevista), Fernando Bento (biografia e algumas pranchas de "Beau Geste") que foi recentemente homenageado pela CM Moura, através da publicação de um número especial dos Cadernos Moura BD e para obra “El Eternauta” de Oesterheld.
Mas neste novo número, há outros motivos de interesse. Destaco desde logo a apresentação de novos projectos de BD. O primeiro, de Hugo Teixeira, intitulado de “Mahou Express” que faz honras de capa. Visualmente, a ilustração escolhida é que não se mostrou talvez a melhor das escolhas. Em termos de cor, aquele verde amarelado (ver imagem) certamente que não traduz a intenção do autor em recriar uma floresta luxuriante. Outro projecto dado ao conhecer, através de entrevista e algumas pranchas, é o de Nelson Martins, autor que tive o prazer de conhecer em Beja, e cujo primeiro trabalho “Tout sur les célibataires” será agora lançado no mercado francês pelas Editions Joker.
Gostei igualmente do “Especial Hermann Huppe”, dedicado à obra deste grande autor belga franco-belga. Bastante completo, fazendo inclusive a correspondência para o que se encontra editado em Portugal, com a indicação da data de edição e editora. Pessoalmente gosto destes dossiers. Já anteriormente havia gostado do especial “Western na BD europeia” publicado no BDjornal #24. Outros destaques vão para Civitelli (entrevista), Fernando Bento (biografia e algumas pranchas de "Beau Geste") que foi recentemente homenageado pela CM Moura, através da publicação de um número especial dos Cadernos Moura BD e para obra “El Eternauta” de Oesterheld.
30 outubro, 2008
BDjornal #24
O FIBDA marcou o regresso do BDJornal às bancas, ou pelo menos aos pontos de venda habituais, com o lançamento dos n.º 23 e 24. Pondo agora de lado todas as questões que afectam este projecto, gostava de destacar aqui nas “notas” a edição n.º 24 (ver imagem). Porquê? Não só pelo excelente desenho na capa, mas também pelo facto deste número se aproximar muito do modelo que na minha opinião como leitor, gostava que o BDJornal assumisse. Uma edição que apresenta uma mais–valia traduzida num excelente dossier temático relacionado com a BD.
Assim, a propósito da comemoração do 60º aniversário do famoso cowboy de origem italiana Tex Willer, a edição n.º 24 versa sobre o “Western na BD”. Reunindo diversos textos, apresenta-nos o velho Oeste americano, fala das influências e do fascínio exercido sobre a BD europeia e contemporânea deste tema, identifica as diversas séries e personagens que “adoptaram” o género, passa pela história da Casa Bonelli (editora) e do próprio Tex, para terminar na publicação de uma pequena história deste herói.
Claro está que, não obstante o dossier constituir parte importante do conteúdo da revista, sobram ainda páginas para mais BD, críticas e reviews.
Mas no essencial, fica o importante contributo para um melhor conhecimento da influência de um género tão popular como é o western na banda desenhada. Sinceramente há muito tempo que já não sentia este prazer em ler o BDJornal. Desejo só que esta edição não tenha sido uma “especial” mas sim o (novo) caminho a percorrer.
Assim, a propósito da comemoração do 60º aniversário do famoso cowboy de origem italiana Tex Willer, a edição n.º 24 versa sobre o “Western na BD”. Reunindo diversos textos, apresenta-nos o velho Oeste americano, fala das influências e do fascínio exercido sobre a BD europeia e contemporânea deste tema, identifica as diversas séries e personagens que “adoptaram” o género, passa pela história da Casa Bonelli (editora) e do próprio Tex, para terminar na publicação de uma pequena história deste herói.
Claro está que, não obstante o dossier constituir parte importante do conteúdo da revista, sobram ainda páginas para mais BD, críticas e reviews.
Mas no essencial, fica o importante contributo para um melhor conhecimento da influência de um género tão popular como é o western na banda desenhada. Sinceramente há muito tempo que já não sentia este prazer em ler o BDJornal. Desejo só que esta edição não tenha sido uma “especial” mas sim o (novo) caminho a percorrer.
11 maio, 2007
Já saiu o BDjornal #18
Com um mês de atraso, já se encontra nos habituais postos de venda, o BDjornal #18 (Abril/Maio), cuja capa dá principal destaque ao III Festival Internacional de BD de Beja, que por estes dias decorre na aquela cidade alentejana. Mais informações sobre esta edição podem ser obtidas aqui.
Com este número chega ao fim mais um ciclo, com o director a fazer um balanço de um ano de publicação e a antever as reformulações várias que se avizinham para o novo ciclo de publicação, sobre a forma de um elucidativo texto, que de seguida se transcreve:
“Mais um ano de BDjornal chega ao fim, antevendo-se já o início de um novo ciclo.
Esta coisa de teimar em editar um jornal-revista de banda desenhada em Portugal hoje, tem qualquer coisa de suicidário. E tudo porque as despesas de produção são avultadas e os resultados das vendas perfeitamente ridículos - ao contrário do que se esperava. E assim, como neste segundo ano não foi possível, mantendo um preço de capa aceitável, fazer com que os resultados das vendas cobrissem minimamente as despesas de produção (muito, mas muito longe disso), só nos restam duas alternativas: ou acabar, pura e simplesmente, com o BDjornal, ou transformá-lo numa edição economicamente suportável, digamos assim.
Optámos pela segunda alternativa, sobretudo porque a maioria dos nossos assinantes (alguns estiveram-se nas tintas para renovar as assinaturas) tem sido de uma fidelidade absoluta, bem como muitos leitores regulares de que vamos tendo eco. Além disso, algumas lojas especializadas conseguem vender muitíssimo acima da mediania. Temos por isso compromissos a que não vamos voltar as costas.
Assim, o número de Junho/Julho, o 19, vai encolher ainda mais no formato, passando a pouco menos que um A4, com lombada e mais algumas páginas. Eventualmente vamos mesmo ter de subir o preço, para um patamar aritmeticamente compatível com os custos de produção, porque não é definitivamente possível uma publicação, com a qualidade que pensamos ter, não se pagar a ela própria. Deixaremos de praticar um preço “de jornal” e evoluiremos para um preço “de revista”. Não há outra volta a dar.”
Sobre o “BDjornal” já em Dezembro passado tinha aqui exprimido a minha opinião, sobre eventuais pontos fracos do projecto, os quais infelizmente teimam em persistir. Não há volta a dar!
Com este número chega ao fim mais um ciclo, com o director a fazer um balanço de um ano de publicação e a antever as reformulações várias que se avizinham para o novo ciclo de publicação, sobre a forma de um elucidativo texto, que de seguida se transcreve:
“Mais um ano de BDjornal chega ao fim, antevendo-se já o início de um novo ciclo.
Esta coisa de teimar em editar um jornal-revista de banda desenhada em Portugal hoje, tem qualquer coisa de suicidário. E tudo porque as despesas de produção são avultadas e os resultados das vendas perfeitamente ridículos - ao contrário do que se esperava. E assim, como neste segundo ano não foi possível, mantendo um preço de capa aceitável, fazer com que os resultados das vendas cobrissem minimamente as despesas de produção (muito, mas muito longe disso), só nos restam duas alternativas: ou acabar, pura e simplesmente, com o BDjornal, ou transformá-lo numa edição economicamente suportável, digamos assim.
Optámos pela segunda alternativa, sobretudo porque a maioria dos nossos assinantes (alguns estiveram-se nas tintas para renovar as assinaturas) tem sido de uma fidelidade absoluta, bem como muitos leitores regulares de que vamos tendo eco. Além disso, algumas lojas especializadas conseguem vender muitíssimo acima da mediania. Temos por isso compromissos a que não vamos voltar as costas.
Assim, o número de Junho/Julho, o 19, vai encolher ainda mais no formato, passando a pouco menos que um A4, com lombada e mais algumas páginas. Eventualmente vamos mesmo ter de subir o preço, para um patamar aritmeticamente compatível com os custos de produção, porque não é definitivamente possível uma publicação, com a qualidade que pensamos ter, não se pagar a ela própria. Deixaremos de praticar um preço “de jornal” e evoluiremos para um preço “de revista”. Não há outra volta a dar.”
Sobre o “BDjornal” já em Dezembro passado tinha aqui exprimido a minha opinião, sobre eventuais pontos fracos do projecto, os quais infelizmente teimam em persistir. Não há volta a dar!
23 dezembro, 2006
Acerca do BDjornal
O “projecto BDjornal”, quando surgiu em Abril de 2005, visava colmatar um espaço que se encontrava vazio no que se refere à divulgação da temática da BD em Portugal, com a publicação mensal do único “jornal de banda desenhada e não só” publicado em Portugal. Ano e meio depois prepara a saída da sua edição n.º 16 (Dezembro/Janeiro).
No entanto, durante este período de tempo, o jornal passou por reformulações várias, que visaram essencialmente adaptar o projecto às condições do nosso difícil mercado. Com o início de uma nova fase (a partir da edição n.º 13), que implicou alterações no preço, na periodicidade, no formato e qualidade do papel, pensava que “BDjornal” tinha finalmente encontrado o seu “cantinho” ao sol. Puro engano. Com grande surpresa li no Kuentro (post de 09/12/2006), que afinal faço parte de um estrito grupo de 1.000 compradores/leitores regulares do “BDjornal”. Do teor do comunicado publicado pelo seu director, retira-se uma única conclusão: o “projecto BDjornal” continua, infelizmente, a não ser viável. Daí que sejam necessárias ainda novas alterações, sendo a mais significativa um aumento substancial do preço de capa. Percebe-se que o caminho não passa, no imediato, pela conquista de novos leitores, mas sim pelo equilíbrio financeiro do projecto. São opções.
Neste sentido, o "BDjornal" está tentar criar uma rede de distribuição, entre livrarias e papelarias ou tabacarias, a nível nacional, pelo que solicita aos interessados a indicação de possíveis pontos de venda, especialmente nas capitais de Distrito, na Grande Lisboa e no Grande Porto.
Podem fazê-lo para o email bdjornal@yahoo.com, ou também sem ter de pagar nada, por carta via CTT para: Remessa Livre 110 - EC Alcabideche - 2646-960 ALCABIDECHE.
No entanto, como leitor habitual do “BDjornal”, não posso deixar de referir que detecto algumas fraquezas no projecto, sendo que a primeira delas é a sua reduzida, para não dizer inexistente, difusão. Parece-me a mim que a sua existência apenas é conhecida por um reduzido número de pessoas, incluindo o referido grupo dos mil. Há obviamente um deficit de divulgação. Remédio? Sugeria talvez e até fazendo uso do potencial da Internet, a criação de um sítio na Internet exclusivamente dedicado ao “BDjornal”, onde se fizesse a apresentação do jornal e onde constasse a informação actualizada sobre pontos de venda e as condições de assinatura. Esta informação seria complementada com os sumários de novas edições, síntese dos principais destaques, resumos de edições antigas, etc.
Basta efectuar uma pesquisa no Google por “BDjornal” para perceber que os resultados devolvidos revelam informação desactualizada e dispersa. Parecem-me óbvias as vantagens de centralizar tudo num único sitio exclusivo e de fácil consulta.
Depois temos a periodicidade do “BDjornal”. Já aqui tinha escrito, bimestral parece-me demasiado e incompatível até com a condição de jornal que o projecto assume no seu título. A finalidade de um jornal é prestar informação, e convenhamos deseja-se que essa informação seja actual. Com a publicação de dois em dois meses, as notícias correm o risco de serem publicadas já desactualizadas ou ultrapassadas. Pessoalmente, preferia uma publicação mensal, nem que fosse a preto-e-branco em papel de menor qualidade do que uma publicação bimestral em papel melhorado e a cores. Como leitor não faço questão na qualidade/preço, mas sim na actualidade. E acredito que matéria não deve faltar.
Ao nível do conteúdo, apenas dois pequenos apontamentos. O primeiro é feito a título pessoal: desagrada-me que por vezes as bd’s publicadas sejam em formato de ‘coleccionável para destacar’. Primeiro porque não gosto de separar nada das revistas; segundo, porque neste formato, a leitura para quem não destaca, torna-se impraticável e sem sentido, andar para a frente e para trás à procura das tiras.
Segundo apontamento é para sugerir a criação de uma página de classificados. Sendo o mercado bedéfilo tão pequeno, a criação de um canal de comunicação entre potenciais vendedores e compradores, faria eventualmente do “BDjornal” um elo de ligação único entre coleccionadores bedéfilos.
Para finalizar fica aqui o desejo que a nova fase que se avizinha traga a estabilidade necessária ao projecto, porque da minha parte, fica garantido o apoio ao manter-me como um leitor assíduo do “BDjornal”.
No entanto, durante este período de tempo, o jornal passou por reformulações várias, que visaram essencialmente adaptar o projecto às condições do nosso difícil mercado. Com o início de uma nova fase (a partir da edição n.º 13), que implicou alterações no preço, na periodicidade, no formato e qualidade do papel, pensava que “BDjornal” tinha finalmente encontrado o seu “cantinho” ao sol. Puro engano. Com grande surpresa li no Kuentro (post de 09/12/2006), que afinal faço parte de um estrito grupo de 1.000 compradores/leitores regulares do “BDjornal”. Do teor do comunicado publicado pelo seu director, retira-se uma única conclusão: o “projecto BDjornal” continua, infelizmente, a não ser viável. Daí que sejam necessárias ainda novas alterações, sendo a mais significativa um aumento substancial do preço de capa. Percebe-se que o caminho não passa, no imediato, pela conquista de novos leitores, mas sim pelo equilíbrio financeiro do projecto. São opções.
Neste sentido, o "BDjornal" está tentar criar uma rede de distribuição, entre livrarias e papelarias ou tabacarias, a nível nacional, pelo que solicita aos interessados a indicação de possíveis pontos de venda, especialmente nas capitais de Distrito, na Grande Lisboa e no Grande Porto.
Podem fazê-lo para o email bdjornal@yahoo.com, ou também sem ter de pagar nada, por carta via CTT para: Remessa Livre 110 - EC Alcabideche - 2646-960 ALCABIDECHE.
No entanto, como leitor habitual do “BDjornal”, não posso deixar de referir que detecto algumas fraquezas no projecto, sendo que a primeira delas é a sua reduzida, para não dizer inexistente, difusão. Parece-me a mim que a sua existência apenas é conhecida por um reduzido número de pessoas, incluindo o referido grupo dos mil. Há obviamente um deficit de divulgação. Remédio? Sugeria talvez e até fazendo uso do potencial da Internet, a criação de um sítio na Internet exclusivamente dedicado ao “BDjornal”, onde se fizesse a apresentação do jornal e onde constasse a informação actualizada sobre pontos de venda e as condições de assinatura. Esta informação seria complementada com os sumários de novas edições, síntese dos principais destaques, resumos de edições antigas, etc.
Basta efectuar uma pesquisa no Google por “BDjornal” para perceber que os resultados devolvidos revelam informação desactualizada e dispersa. Parecem-me óbvias as vantagens de centralizar tudo num único sitio exclusivo e de fácil consulta.
Depois temos a periodicidade do “BDjornal”. Já aqui tinha escrito, bimestral parece-me demasiado e incompatível até com a condição de jornal que o projecto assume no seu título. A finalidade de um jornal é prestar informação, e convenhamos deseja-se que essa informação seja actual. Com a publicação de dois em dois meses, as notícias correm o risco de serem publicadas já desactualizadas ou ultrapassadas. Pessoalmente, preferia uma publicação mensal, nem que fosse a preto-e-branco em papel de menor qualidade do que uma publicação bimestral em papel melhorado e a cores. Como leitor não faço questão na qualidade/preço, mas sim na actualidade. E acredito que matéria não deve faltar.
Ao nível do conteúdo, apenas dois pequenos apontamentos. O primeiro é feito a título pessoal: desagrada-me que por vezes as bd’s publicadas sejam em formato de ‘coleccionável para destacar’. Primeiro porque não gosto de separar nada das revistas; segundo, porque neste formato, a leitura para quem não destaca, torna-se impraticável e sem sentido, andar para a frente e para trás à procura das tiras.
Segundo apontamento é para sugerir a criação de uma página de classificados. Sendo o mercado bedéfilo tão pequeno, a criação de um canal de comunicação entre potenciais vendedores e compradores, faria eventualmente do “BDjornal” um elo de ligação único entre coleccionadores bedéfilos.
Para finalizar fica aqui o desejo que a nova fase que se avizinha traga a estabilidade necessária ao projecto, porque da minha parte, fica garantido o apoio ao manter-me como um leitor assíduo do “BDjornal”.
01 maio, 2006
BDjornal
Maio. Este mês o BDJORNAL não sai para as bancas.
Com a publicação do seu n.º 12 no mês de Abril de 2006, o BDjornal fez um ano de existência. Atente-se que se trata de uma publicação que só trata de Banda Desenhada, pelo que a sua duração foi um feito notável. Nas palavras do seu director Jorge Machado-Dias, irá agora sofrer uma necessária reestruturação, visível a partir do n.º 13 que sairá em apenas em Junho. O jornal reduzirá o seu formato, aumentará o número de páginas, de 32 para 48, das quais 16 a cores, passará (temporariamente) de mensal a bimestral e o preço subirá de €2,00 para €3,00.
Eu, confesso-me um comprador/leitor/coleccionador do BDjornal desde do seu início. Isto porque o considero um projecto válido que veio colmatar, e bem, um espaço que se encontrava vazio no que se refere à divulgação da temática da BD em Portugal. Afinal trata-se da única publicação regular onde podemos ler sobre reportagens de festivais bedéfilos, entrevistas a editores e a autores, uma secção de criticas, novos lançamentos e pequenos apontamentos bedéfilos. Apresentava ainda um caderno destacável de BD inteiramente produzida por autores portugueses. A colaboração de várias pessoas, ligadas à BD, entre os quais alguns autores de blogues, enriqueceu o projecto e fizeram do BDjornal uma referência.
No entanto, não posso deixar de emitir algumas considerações sobre as mudanças anunciadas. A primeira passa logo pela periodicidade. Espero que esteja redondamente enganado, mas a passagem a bimestral parece-me que “mata” a publicação. Em dois meses, "muita água corre debaixo da ponte". A título de exemplo, a reportagem sobre os acontecimentos do II Festival Internacional de Beja de BD só poderá ler lida em Junho. Uma eventual reportagem sobre os lançamentos nas Feiras do Livro de Lisboa ou Porto só poderá ser lida em Agosto. Convenhamos, a principal mais-valia do jornal, a actualidade da informação, desaparece. A própria natureza do projecto e, atente-se ao título, fica afectada.
Depois temos que das 48 páginas anunciadas, 32 serão só de banda desenhada. Não que não goste de ler BD e descobrir novos autores, mas o que procurava no BDjornal desaparece. O jornal informativo dá lugar a uma nova revista de banda desenhada, quiçá concorrente directa da SKETCHBOOK. Num mercado de reduzida dimensão como o português, não vejo a racionalidade disto.
Pela entrevista que Machado Dias deu ao BDesenhada.com percebo perfeitamente que são questões económicas e de distribuição que forçam estas mudanças, mas também parece-me que o caminho a seguir também não é este. Não pelo aumento do preço de capa, porque até concordo - afinal o que são 3 ou mesmo 4 euros por mês por um produto único? - mas pelas razões atrás referidas.
Preferia que as alterações se centrassem em termos qualitativos, no conteúdo da informação, na existência secções fixas (por exemplo de entrevistas a autores, criticas de novos lançamentos), na criação de novas rubricas (por exemplo a criação de um espaço para anúncios para compra e venda de BD), etc. Afinal é o próprio director do jornal que afirma que existe material suficiente para garantir edições mensais.
Como leitor, resta-me esperar que o meu pessimismo vá dar uma volta, e que as anunciadas alterações resultem, que as vendas melhorem e que o JORNAL volte rápido e em força e, se possível na periodicidade mensal!
Subscrever:
Mensagens (Atom)