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27 junho, 2025

Lançamento ASA: Os Filhos do Império - volume 1

A mais recente proposta de leitura da editora ASA remete-nos para Oriente. OS FILHOS DO IMPÉRIO (no original francês, Les Enfants de l’Empire), de Yudori, é uma obra que se destaca pelo retrato histórico das tensões culturais e sociais de uma Coreia sob ocupação japonesa, nos anos 30 do século passado.

Neste primeiro volume, a autora conduz-nos por uma narrativa que mistura romance, drama e crítica social, centrada em dois jovens, Arisa Jo e Jun Seomoon, cujos destinos se cruzam num contexto de mudança e conflito, e iniciam uma relação complexa marcada pelo fascínio e o atrito. 

A autora sul-coreana, Yudori, traz-nos um traço elegante, e um ritmo narrativo que lembra o melhor do universo manga. Surpreendentemente a edição apresenta-se num formato de capa dura, algo pouco comum para obras deste género no mercado nacional.

OS FILHOS DO IMPÉRIO
Coreia, 1929. Na capital, que então se chamava Gyeongseong, enquanto o Ocidente difunde pouco a pouco a sua cultura moderna, o Japão impõe a lei do ocupador. Arisa Jo, filha de um rico negociante, e Jun Seomoon, o jovem herdeiro de uma nobreza destituída, encarnam essas influências contrárias e os violentos conflitos interiores que elas fazem despontar em cada coreano. 
 
Ficha técnica:
Os Filhos do Império – volume 1
De Yudori
Capa dura, dimensões 170x243, cores, 224 páginas.
ISBN: 9789892365565
PVP: € 18,90
Editor: Edições ASA
 

24 junho, 2025

Regresso de Zorro com Sean Murphy

ZORRO, uma das mais icónicas personagens adaptadas para banda desenhada está de volta aos escaparates das livrarias nacionais agora na sua versão “Sean Murphy”. Excelente autor de quem já recebemos boas obras como Off Road (Kingpin, 2010), Jesus Punk Rock (Levoir, 2018) ou Batman – O Cavaleiro Branco (Levoir, 2019) mas a verdade é que não é muito publicado por cá. Regressa agora com este ZORRO – O REGRESSO DE ENTRE OS MORTOS com a chancela da ASA.

Sean arrisca aqui numa versão do mito do Zorro adaptada aos tempos modernos. Mantém a identidade visual marcante do justiceiro para o colocar num cenário de uma pequena aldeia mexicana aterrorizada por um cartel de droga. Uma história de vingança e justiça bem conseguida, num registo gráfico expressivo e dinâmico, como é apanágio do autor, e que foi publicada originalmente numa mini-série de quatro números. Aqui surge reunida num versão integral em capa dura e de boas dimensões. 
 
O REGRESSO DE ENTRE OS MORTOS
Diego é um jovem que está convencido que é o Zorro. Em criança, Diego sofre uma crise psicótica depois de assistir ao cruel assassinato do seu pai pelo Barão do cartel de droga da sua cidade - De la Vega. Para lidar e recuperar do trauma, encarna na lenda com mais de 200 anos do Zorro colocando uma máscara, treinando a arte da esgrima, e declarando guerra aos Narcos como forma de salvar o povo da sua cidade. 
 
Ficha técnica:
Zorro - O Regresso de Entre os Mortos
De Sean Murphy
Capa dura, dimensões 214 x 326, cores, 128 páginas.
ISBN: 9789892364063
PVP: € 24,90
Editor: Edições ASA
 

18 junho, 2025

Lançamento ASA: Vertigeo

Uma das novidades da ASA deste mês é este VERTIGEO, a adaptação para banda desenhada a partir de livro de Emmanuel Delporte, de uma história de ficção-cientifica num futuro distópico que traz inerente uma reflexão sobre a condição humana e a busca de sentido de vida num mundo devastado.

Num cenário pós-apocalíptico, marcado por uma catástrofe nuclear que destruiu a civilização humana e transformou as cidades em campos de cinzas, com a atmosfera invadida por nuvens tóxicas e a paisagem devastada por tsunamis, os sobreviventes organizam-se numa sociedade rigorosamente hierárquica e funcional, onde cada indivíduo desempenha um papel especializado na construção incessante de torres gigantescas, cujo objetivo é ultrapassar o “véu negro” que encobre o céu.

A humanidade esteve perto da extinção. 
Os últimos homens construíram as fundações da torre Vertigeo.
Assim começou… a construção em altura. 

Já disponível nas livrarias e na Feira do Livro, no pavilhão da ASA na Praça Leya.

Ficha técnica:
Vertigeo
De Lloyd Chéry e desenho de Amaury Bündgen
Capa dura, dimensões 240x318, p/b, 144 páginas.
ISBN: 9789892364957
PVP: € 27,50
Editora ASA 
 

30 maio, 2025

P-H Gomont regressa com um retrato de uma Rússia pós-soviética

A ASA dá aqui início a um tríptico assinado por Pierre-Henry Gomont, autor francês que já conhecemos de Afirma Pereira (G.Floy, 2018). Em SLAVA, Gomont retrata de forma profunda e multifacetada a transição caótica de uma Rússia dos anos de Yeltsin, especialmente durante a década de 1990, após o colapso da URSS.

Misturando comédia e tragédia, adopta um tom que oscila entre o burlesco e o dramático, numa tradição muito russa de literatura e arte. Acompanhamos Slava, um ex-artista dividido entre os ideais comunistas do passado e a dura realidade do presente, num país onde a utopia soviética já só existe nos livros de história.

O autor, repetindo a presença, é um dos convidados presentes no festival de Beja que realiza já este fim-de-semana. O álbum chega às livrarias a partir de segunda-feira.

DEPOIS DA QUEDA
Década de 1990, algures na Rússia. A URSS deixou de existir.
Num cenário que exibe tanto a vastidão dos espaços russos quanto os vestígios da arquitetura soviética, dois amigos envolvem-se numa atividade um tanto duvidosa: colocar as mãos em todo tipo de bugigangas que possam interessar a investidores ricos. Um deles, Dimitri Lavrine, é um traficante sem escrúpulos. 
 
Ficha técnica:
Slava vol. 1 - Depois da Queda
De Pierre-Henry Gomont
Capa dura, dimensões 240x290, cores, 112 páginas.
ISBN: 9789892364919
PVP: € 20,90
Editor: Edições ASA
 

29 maio, 2025

O registo gráfico honesto e comovente de Fabien Toulmé!

Não é possível ficar indiferente a algumas das obras que a ASA tem editado no corrente ano. Mais que a sua variedade, algumas tocam-nos pela sua humanidade. É o caso deste recente NÃO ERAS TU QUEM EU ESPERAVA, Ce n’est pas toi que j’attendais, no seu original, de Fabien Toulmé.

Pode-se dizer que a força desta obra reside na sinceridade absoluta que o autor colocou neste registo gráfico autobiográfico, onde narra o turbilhão de emoções após o nascimento da sua segunda filha, Júlia, portadora de síndrome de Down — condição não detetada durante a gravidez. 

Esta é a história de um encontro. O encontro de um pai com a sua filha, que não é uma criança como as outras. Entre raiva, dúvidas, momentos de tristeza e de felicidade inesperadas, o autor conta o difícil caminho de aceitação que o levará até à sua filha. 

Uma inesperada e bela história de amor, ao mesmo tempo tocante e divertida, terna e sincera, sobre o tema universal da diferença.

Livro já disponível nas livrarias, e podem já apontar nas vossas agendas, o autor estará presente na Feira do Livro de Lisboa, para o lançamento oficial desta obra, no dia 7 de Junho, Sábado.

Ficha técnica:
Não eras tu quem eu esperava
De Fabien Toulmé
Capa mole, dimensões 17x24, cores, 256 páginas.
ISBN 9789892364803
PVP: € 29,90
Editor Edições ASA
 

23 maio, 2025

Alguém com quem falar... nas palavras de Francisco Lyon

 
Quando nos faltam as palavras
 

UF!

Quando nos faltam as palavras, nada como usar uma onomatopeia. E essa é a sensação que o leitor poderá ter ao terminar a leitura de um ou outro livro de um ou outro autor.

Mas ter essa sensação duas vezes seguidas com o mesmo autor é coisa mais rara.

Quando li Um Oceano de Amor, de Wilfrid Lupano e Grégory Panaccione, foi esse “uf” final o que senti. A capacidade de os autores cativarem o leitor com a história simples de um pescador que se perde no mar e da sua mulher que, em terra, não desiste dele, é algo de extraordinário.

Claro está que, como é apanágio das grandes obras, a simplicidade é sempre uma arte bem mais difícil do que a verborreia da complexidade que limita as leituras. É na simplicidade que não raras vezes descobrimos aquelas ideias que nos fazem interrogar porque não pensámos antes nelas.

Pois agora, caro leitor, tem de novo a possibilidade de passar por essa experiência quase epifânica onde é levado à compreensão da essência de algo, seja lá o que for esse “algo”. O certo é que esta leitura parece deixar-nos um pouco mais sábios.

Falo da leitura da nova obra de Grégory Panaccione, Alguém com quem falar, baseada no romance de Cyril Massarotto, e acabada de publicar em Portugal pela Edições Asa.

E mesmo que não nos revejamos na figura de Samuel, o protagonista, é inevitável identificarmo-nos com uma ou outra questão existencialista acerca do curso das nossas vidas.

 

Vamos à história!

 

A janela da mansarda parece ser a única iluminada da cidade. Lá dentro, as chamas de trinta e cinco velas num bolo bruxuleiam expectantes. Cantam-se os parabéns a Samuel e quando este assopra, a mansarda cai na penumbra.

 

Ele hesita, bate palmas, dá um gole na garrafa de champanhe, gargalha, come uma fatia de bolo, dá outro gole e outro, até terminar a garrafa. Na verdade, Samuel está sozinho no seu pequeno apartamento.

 

Resolve telefonar a Armelle, mas esta não o recebe bem. Há oito anos que é a mesma coisa. No dia do seu aniversário, Samuel telefona sempre a Armelle, embriagado. E, afinal, já não são companheiros há quase uma década.

 

 

Depois de uma conversa rápida e azeda, na qual Armelle o acusa de não ter ambição, nem algo que cative uma mulher, ela desliga-lhe o telefone na cara.

 

Samuel reflecte por um segundo. Precisa de mais álcool! Agarra a sua katana samurai e tenta abrir com ela mais uma garrafa de champanhe. Mas as coisa não correm bem e o líquido borbulhante aumenta dramaticamente a taxa de alcoolémia do seu telemóvel que entra definitivamente em coma.

 

Sem convidados, sem amigos, sem telefone, sem ninguém com quem falar, Samuel lembra-se que ainda tem em casa um telefone fixo. Contudo, não se lembra de nenhum número para onde telefonar. Nenhum, não é bem assim! Na memória guarda o número de telefone da sua casa de infância.

 

Do outro lado da linha, surge uma voz de criança. Depois de uma série de mal-entendidos, chegam à conclusão que ambos se chamam Samuel, têm o apelido Verdie e um tio brincalhão. Samuel adulto, atónito, não quer crer no que ouve. Acometido de um pânico estranho, apressa-se a desligar e atira o telefone para longe.

 

Samuel tinha telefonado para a sua infância…

 

Escrever sobre a banalidade e, mesmo assim, conseguir cativar a atenção do leitor comum é algo que não é fácil. Sujeito às minhas limitações culturais (afinal, quem as não tem?!), lembro-me de repente de duas obras. Uma é a intimista e cândida novela de Gustave Flaubert, Uma Alma Simples, na qual se relata a vida banal de uma criada interna de bom coração. A outra é o aclamado filme de Jean-Pierre Jeunet, O Fabuloso destino de Amélie, um clássico instantâneo de 2001 que quase dispensa apresentações.

 

Enquanto na obra de Flaubert, o quotidiano banal da criada Félicité (nome apropriado para quem garante a felicidade dos outros) não tem espaço para acontecimentos extraordinários, em Amélie são esse tipo de acontecimentos que dão sabor e magia ao quotidiano.

 

Ora, em Alguém com quem falar, Panaccione dá-nos uma maravilhosa mistura dos dois quotidianos. Um banal, seco, sem esperança. O outro de magia, com perspectiva de futuro.

 

Num, temos um Samuel de aspecto desmazelado, entregue aos caprichos de um chefe explosivo, com uma rotina que o mantém anónimo para o mundo, com excepção dos jantares que o casal de vizinhos idosos lhe proporciona semanalmente.

 

No outro, o Samuel conhece uma colega de trabalho, a Li-Na, por quem se encanta de imediato e a quem esconde esse encantamento. Mas, mais importante, mantém as misteriosas conversas telefónicas com o seu “eu” de há 25 anos. Como dois amigos de sempre, o Samuel grande e o Samuel pequeno passam horas ao telefone falando de tudo e de nada. E o pequeno vai-se apercebendo que os seus sonhos de infância não se concretizaram.

 


São estes dois Samuel o verdadeiro motor da narrativa e a origem das mudanças no futuro e no passado. Tornando-se confidentes um do outro, cobram-se atitudes erradas, sonhos adiados, caminhos mal trilhados. A criança está decepcionada com o seu “eu” adulto e este aconselha-a em relação ao seu próprio passado. Com o correr dos dias, o Samuel grande decide retomar as rédeas do seu destino e recuperar sonhos antigos, como o de ser escritor. Mas o Samuel pequeno também vai abraçar algumas mudanças…

 

Grégory Panaccione adapta o romance epónimo de Cyrill Massarotto de forma brilhante. O artista está habituado a proporcionar ao leitor obras mudas e emocionalmente fortes, como são Um Oceano de Amor ou Un été sans maman. E embora Alguém com quem falar não seja uma obra sem palavras, o autor consegue mais uma vez fazer vibrar o nervo da emoção.

 

A influência da infância na nossa vida adulta, como definidora de personalidade e da capacidade (ou não) de tomarmos decisões é abordada através do subterfúgio dos telefonemas para o passado. E nestes, como no resto da obra, a sabedoria da narrativa está em misturar na proporção certa as emoções e o humor.

 

A vida presente de Samuel é trágico-cómica e o seu regresso à infância através daqueles telefonemas “sobrenaturais” é, não só, a maneira de ele fazer um balanço dos seus trinta e cinco anos de vida, mas também o modo que arranja para traçar um futuro mais de acordo com os seus sonhos esquecidos.

 

A introspecção equilibrada e, por isso, bem doseada, é tantas vezes a melhor maneira de abrirmos as portas que nós próprios fechámos. Questionarmos as nossas ambições, objectivos, desejos e sonhos que antecederam a idade adulta é um exercício que pode ser revelador. E não precisamos de ter uma linha telefónica directa para o nosso passado. Mas, para nosso deleite, ainda bem que os dois Samuel a têm.

 

Panaccione adapta o romance com inteligência, suprimindo algumas passagens mais longas e agilizando a viagem onírica de Samuel. Aliás, a maneira como ilustra as conversas dos dois Samuel é brilhante, sobretudo quando os coloca em cenários exteriores imaginários que crescem até ao corte de página e ignoram a existência de vinhetas. Nestas cenas, são particularmente bem conseguidas aquelas que integram os protagonistas em ambiências vegetais. Na primeira que em seguida se reproduz, o leitor até sente um pouco do “Campo de papoulas” de Claude Monet. Na segunda imagem, os ramos e folhagem da imensa árvore servem para separar a consciência de Samuel do grande vazio branco que a ladeia.

 



Nestas duas cenas ou em outras, é evidente a poesia acrescentada à narrativa, bem como o aumento gritante da carga onírica. Curiosamente, são estes momentos de conversa – ou de reflexão – que mais apaziguam o leitor e o tentam conciliar com o passado.

 

Na verdade, todas as sequências telefónicas, muitas vezes num ritmo de ping-pong, têm tanto de subtil como de revelador, centrifugando passado e presente, e resultando no inevitável futuro.

 

O desenho de Panaccione é sempre uma surpresa. Quem devorou Um Oceano de Amor até pensará estar agora face a outro desenhador. O certo é que os seus rostos continuam muito expressivos e o foco do autor. Por vezes, aquilo que considera quase acessório para a narrativa é representado como um breve apontamento de linhas, mas sempre eficaz. Pode dizer-se que aqui, o minimalismo anda a par com a exuberância.

 


Alguém com quem falar tem tudo o que uma boa história deve ter. Uma narrativa cativante e ligeiramente misteriosa – afinal, não é todos os dias que conseguimos telefonar para o passado. Um enredo pleno de humanidade que nos centra na vida e, ao mesmo tempo, nos afasta da descrença e pensamentos sinistros face ao mundo actual. Um tom que nos faz reflectir. Humor inteligente. Um desenho eficaz e expressivo. Um epílogo delicioso.

 

Mas, sobretudo, tem uma mensagem poderosa. Dependendo da crença de cada um, o destino é algo que nos ultrapassa ou que está nas nossas mãos. O certo é que, se não fizermos nada por ele, a probabilidade de passarmos pela vida de um modo absolutamente banal é a realidade quase certa.

 

No livro, a frase que cito de cor – “A criança que eu era não gosta do adulto que eu sou.” – não é tanto um lamento, mas mais um repto. Não vale a pena esquecermos os sonhos de infância para pintarmos de cinzento o resto da nossa existência. Nem todos temos de ser maiores que a vida, mas todos podemos aumentar a paleta de cores da nossa vivência. Convém guardar num cantinho do cérebro as tonalidades da nossa infância e, de vez em quando, irmos revisitá-las e trazer uma ou outra para o nosso presente.

 

Em certos momentos, Alguém com quem falar deixou-me sem palavras.

 

UF!

 

Mas enquanto tenho fôlego, lanço o repto à Edições Asa. Agora que o leitor português já está habituado a Grégory Panaccione, porque não publicar Un été sans maman?

 


 

Por Francisco Lyon de Castro

 


22 maio, 2025

Lançamento ASA: A Mais Breve História da Rússia (em BD)

Com a chancela da ASA, já disponível nas livrarias e com apresentação no próximo Maia BD, está a adaptação para banda desenhada do livro de não-ficção mais vendido em Portugal em 2022, A MAIS BREVE HISTÓRIA DA RÚSSIA, da autoria do jornalista José Milhazes, profundo conhecedor da realidade russa, país onde viveu mais durante mais de quatro décadas, agora sobejamente conhecido pelos portugueses pelo seu espaço televisivo de comentário sobre a agressão à Ucrânia. 

Nesta obra, enquanto leitores, somos convidados a embarcar numa viagem gráfica pela fascinante história, cultura e civilização russas, desde as origens dos povos eslavos até à atualidade marcada pela ambição bélica de Vladimir Putin. O olhar privilegiado de José Milhazes permite ao leitor compreender os segredos de um território de santos, czares, poetas, pintores, revolucionários e músicos — um país que, ao longo dos séculos, oscilou entre guerras fratricidas, lutas lendárias com o Ocidente e a construção de realidades paralelas. O argumento da banda desenhada ficou a cargo da jornalista Dulce Garcia, enquanto o desenho é da responsabilidade da Joana Afonso.

Esta adaptação, relativamente à obra original, acrescenta ainda um capítulo inédito, “A nova (des)ordem mundial”, que nos traz a atualidade provocada pela invasão da Ucrânia em 2022 e o impacto global desse conflito, trazendo para a narrativas personagens como Zelensky e Trump.

Ficha técnica:
A Mais Breve História da Rússia (em BD)
De José Milhazes e Dulce Garcia e desenho de Joana Afonso 
Capa dura, dimensões 275x206, cores, 128 páginas.
ISBN: 9789892364940
PVP: € 24,90
Editora ASA 
 


16 maio, 2025

O regresso de Riad Sattouf!

Este mês de Maio vai ficar marcado pelo bom número de lançamentos de excelentes obras previsto para a a sua segunda quinzena. Claro que esta concentração em tão curto espaço de tempo arranja uma eventual justificação na realização próxima de dois festivais de banda desenhada (Maia BD e Beja BD) nos dois últimos fins-de-semana do mês, logo seguido da abertura da Feira do Livro de Lisboa no inicio de Junho. Portanto preparem-se.
 
Para abrir a quinzena, começo pela ASA, que se prepara para fazer regressar Riad Sattouf aos escaparates das livrarias, depois da sua biografia gráfica - Ser Jovem no Médio Oriente - integralmente editada por cá. O novo projecto do autor é uma continuidade da série O Árabe do Futuro, mas desta vez baseado nas histórias ocorridas durante a sua infância, pelo seu irmão Fadi Sattouf.
 
Nesta história, Fadi é o narrador: ele reconstitui a sua jornada, desde a sua infância feliz na Bretanha com sua adorada mãe e os seus irmãos mais velhos, Riad e Yahya, até ao momento em que é levado para a Síria pelo seu pai para viver lá.
 
Não é uma história fácil.
 
Nas livrarias a partir do dia 20 deste mês.
 
Ficha técnica:
O Árabe do Futuro - Tomo 1 (1986-1994): Eu, Fadi o Irmão Raptado
Autor Riad Sattouf
Capa mole, dimensões 17x24cm, cores, 144 páginas.
ISBN 9789892364896
PVP: € 22,90
Editor Edições ASA
 

07 maio, 2025

Lançamento ASA: As Águias de Roma - Livro VII

Continua a saga dos dois “irmãos”, Marco e Armínio, filhos de Roma mas inimigos por destino, que os coloca em lados opostos do confronto entre o Império Romano e as tribos germânicas, durante o reinado de Augusto.

ÁGUIAS DE ROMA é uma muito recomendada série histórica da autoria de Enrico Marini, inicialmente concebida para cinco volumes, com o clímax na histórica traição que envergonhou Roma e resultou na derrota na Batalha da Floresta de Teutoburgo, mas que já vai no sétimo tomo, estando o oitavo atualmente em preparação e com lançamento previsto para Setembro deste ano em França. Marini resolveu aprofundar o enredo, com a morte de Augusto e a ascensão de Tibério, trazendo à narrativa novas conspirações pelo poder e personagens como Seianus e o grupo dos Liberatores.

Já disponível nas livrarias. 

AS ÁGUIAS DE ROMA VII
Após retomar o controlo das legiões rebeldes do norte, Germânico organiza uma campanha militar contra a população germânica. em 14 d.C., o possível sucessor de imperador Tibério atravessa o Reno, liderando oito legiões, para se vingar da derrota de varo e para recuperar as três águias perdidas. Apesar da sua gloriosa vitória sobre os romanos, Armínio tem, uma vez mais, dificuldade os diferentes clãs da Germânia, para resistir a esta nova invasão romana, mas sabe que o inimigo regressou em força e que está mais determinado do que nunca. 
 
Ficha técnica:
As Águias de Roma - Livro VII
De Marini
Capa dura, formato 238x317, cores, 64 páginas.
ISBN: 9789892364056
PVP: € 16,50
Editor Edições ASA 
 

30 abril, 2025

Lançamento ASA: Alguém com quem falar

A editora ASA continua na senda de lançamentos surpreendentes, explorando novos autores e novas temáticas, e a nova proposta de leitura que chega hoje às livrarias é mais um belo exemplo. Trata-se de ALGUÉM COM QUEM FALAR, de Grégory Panaccione, autor cuja arte foi-nos dada a conhecer através da obra Um Oceano de Amor, também numa edição da ASA.

Esta história, que parte de um elemento fantástico - a possibilidade de falar com o próprio passado - explora temas universais como a solidão, o arrependimento, a busca de sentido e a importância de escutarmos a nossa criança interior. O desenho de Panaccione já se sabe, é simples, bastante expressivo e como tal eficaz na transmissão de emoções.
 
ALGUÉM COM QUEM FALAR
Sozinho em casa, na noite do seu aniversário, Samuel está pensativo. Ele liga para o único número que sabe de cor: o da sua casa de infância. Para sua surpresa, alguém atende. Alguém que o fará perceber que é hora de assumir o controlo da sua vida… 
 
Ficha técnica:
Alguém com Quem Falar
De Gregory Panaccione e Cyril Massarotto
Capa mole, formato 205x271, cores, 256 páginas.
ISBN: 9789892363929
PVP: € 30,90
Editor EDIÇÕES ASA
 

22 abril, 2025

Lançamento ASA: Airborne 44 vol. 10 - Wild Men

Depois de ter sido iniciada no âmbito da parceria com o jornal Público, A editora ASA tem conseguido levar a “bom porto” a saga AIRBORNE, de Philippe Jarbinet, centrada em acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. Lança agora, WILD MEN, o segundo volume do díptico que fecha assim o quinto ciclo, ou por outras palavras, o 10º álbum da colecção, e ficamos a par da série original francesa. 
 
Jarbinet regressou neste díptico à Batalha das Ardenas, em território belga, não só para abordar a questão do racismo existente no seio das tropas americanas, mas para trazer também à memória o massacre que aconteceu na pequena localidade de Wereth, onde onze soldados negros, pertencentes ao 333.º Batalhão de Artilharia do exército americano, foram torturados e depois executados por tropas nazis.
 
 WILD MEN
«Ei, Virgil! Desta vez, sou eu quem te ouve a pensar durante todo o caminho até Nova Iorque. Tens de parar. Se quiseres sobreviver, coloca-te no modo zero. Estás aqui e agora! O resto não existe.» 
 
Ficha técnica:
Airborne 44 - Livro 10: Wild Men 
De Philippe Jarbinet
Capa dura, formato 23,8x32, cores, 72 páginas.
ISBN 9789892364537
PVP: € 14,95
Editor EDIÇÕES ASA 
 

16 abril, 2025

Lançamento ASA: O Ditador e o Dragão de Musgo

Com um título que nos remete logo para o imaginário cinematográfico dos filmes de kung-fu, O DITADOR E O DRAGÃO DE MUSGO é a novidade da ASA que chegou hoje às livrarias.
 
Trata-se de uma história absolutamente incrível baseada em factos reais, do rapto de Shin Sang-Ok, um dos mais importantes cineastas da Coreia do Sul, por agentes norte-coreanos a mando do ditador Kim Jong-il, que pretendia transformar a indústria cinematográfica do seu país numa máquina de propaganda. A dupla de autores, Fabien Tillon e Fréwé, apresentam uma história inusitada, onde a ficção se entrelaça com a realidade, que é, simultaneamente, uma homenagem ao cinema asiático dos anos 70.
 
O DITADOR E O DRAGÃO DE MUSGO
Hong-Kong, 1978. O realizador e produtor Shin Sang-Ok – estrela da Coreia do Sul – anda à procura da sua mulher, a atriz Choi Eun-hee, desaparecida há várias semanas. Até que acaba por ser, também ele, raptado. Tal como muitos outros artistas japoneses, chineses ou coreanos antes dele, foi levado para servir a Coreia do Norte. A sua missão: realizar, em nome da ditadura, filmes que marcarão a história do cinema de Pyongyang. 
 
Ficha técnica:
O Ditador e o Dragão de Musgo
De Fabien Tillon e ilustração de Fréwé
Capa mole, formato 211x265, cores, 144 páginas.
ISBN: 9789892363912
PVP: € 24,90
Editor EDIÇÕES ASA
 

14 abril, 2025

Astérix e O Combate dos Chefes em Edição Limitada!

A partir de amanha chega às livrarias nacionais uma nova edição da aventura de Astérix, O COMBATE DOS CHEFES.

Trata-se de uma edição especial limitada do álbum original, que inclui um exclusivo de 16 páginas de material documental  inédito oriundo dos arquivos pessoais dos autores, que inclui a reprodução da prancha publicada nas páginas da revista Pilote, onde o próprio Matasétix, em conferência de imprensa,  anuncia o inicio da publicação desta história, e uma pequena curiosidade acerca da prancha 34 desta aventura, relacionada com um tal de... Parque Astérix. O dossier inclui ainda os bastidores da produção da série de animação, com o mesmo título, que a Netflix vai estrear no final deste mês.

Editado originalmente em França em 1966, com uma tiragem incrível de 600.000 exemplares, Astérix – O Combate dos Chefes já foi amplamente publicado em Portugal por diversas editoras. A primeira edição nacional remonta a 1969 com a chancela da então Editora Íbis.

A história gira em redor de um velho costume gaulês: "Quando dois chefes gauleses estão em disputa, o vencedor de um combate singular entre os seus chefes torna-se senhor da aldeia vencida.". Está dado o mote para mais uma tentativa romana de conquista da irredutível aldeia gaulesa. 
 
Ficha técnica:
Astérix - O Combate dos Chefes (Edição limitada com 16 páginas exclusivas)
De René Goscinny e Albert Uderzo
Capa dura, formato 227x296, cores, 64 páginas.
ISBN: 9789892364933
PVP: € 11,50
Editor EDIÇÕES ASA
 

31 março, 2025

Belo lançamento da ASA: Hoka Hey!

Finalmente temos uma novidade western! Trata-se do novo lançamento das edições ASA, que chegou hoje às livrarias nacionais, HOKA HEY! de Neyef. Embora o possamos classificar como um western, a verdade é que esta obra distingue-se pela sua abordagem singular ao Velho Oeste americano. 

Com um enredo de vingança, inserido num contexto histórico real, aborda a política de aculturação promovida por parte do governo dos Estados Unidos, contra as tribos indígenas americanas, em finais do século XIX

Uma história desenhada com um traço expressivo que complementado por uma paleta de cores suaves, reforça o contraste entre a violência histórica com a melancolia da paisagem americana, é servida numa prazerosa edição, visualmente impactante pelo belo álbum com mais de 220 páginas em generosas dimensões franco-belgas.

HOKA HEY!
Já em 1850, jovens nativos americanos foram internados à força em internatos católicos para assimilá-los na nação americana. Em 1900, a população nativa na América do Norte diminuiu 93%. A maioria morreu de novas doenças importadas pelos colonos, de extermínios subsidiados pelo Estado e durante as deportações. Georges é um jovem Lakota criado pelo pastor que administra sua reserva. Aculturado, o jovem esquece gradualmente as suas raízes e sonha com um futuro inspirado no modelo americano em rápida expansão. Porém a sua vida cruza-se com Little Knife, um nativo americano frio e violento em busca do assassino de sua mãe. Acompanhado por mais dois amigos nativos, ele arranca Georges da sua vida e leva-o na sua jornada em busca da vingança. Ao longo do seu percurso, o homem e o menino vão abrir-se um ao outro e encontrar o que lhes é essencial: o apaziguamento da raiva através da transmissão da sua cultura para cada um e a descoberta da sua identidade e das suas origens para o outro. Apesar da sua forte inspiração medieval, existe sempre nos seus livros um tema e uma conjuntura. O tema é o do mal. Em todas as suas formas. Do ponto de vista criminal, do ponto de vista moral, do ponto de vista da justiça... 
  

Ficha técnica:
Hoka Hey!
De Neyef
Capa dura, dimensões 318x238, cores, 224 páginas. 
ISBN: 9789892363820
PVP: € 30,90
Edição ASA
 

26 março, 2025

Lançamento ASA: Borboleta

Ei, Madeleine, é óbvio que você é portuguesa, você até tem Pereira no apelido."

Nos vários lançamentos da editora ASA este mês encontramos a novidade BORBOLETA, o álbum de estreia de Madeleine Pereira, filha de emigrantes em França. Trata-se de uma novela gráfica de natureza autobiográfica, onde a autora conta como procurou conhecer mais sobre as suas raízes portuguesas, e sobre um Portugal da década de 60, através de histórias de vida contadas pelos seus pais e avós. 

Não obstante a quantidade de portugalidade expressa no álbum, vejo aqui um lançamento ousado por parte da editora, uma vez que a linguagem gráfica da autora se traduz num registo bastante naïf, algo que não é muito cativante à primeira vista.

BORBOLETA
Constantemente trazida de volta às suas origens, o conhecimento de Madeleine sobre Portugal limita-se a Cristiano Ronaldo, piadas xenófobas sobre o "Guesh" e a língua, mesmo assim, algo que o seu pai lhe transmitiu. Mas este último, chegou a França aos doze anos, recusou-se a vida toda a falar do seu país natal e da sua infância sob a ditadura... Como resultado, Madeleine mal sabe que Salazar era um ditador e não apenas um bruxo malvado em Harry Potter. Porém Madeleine sente uma necessidade profunda de se reconectar com suas raízes, e se seu pai não quiser ajudar, então ela terá de procurar respostas em outro lugar. Começando pelos muitos amigos, imigrantes portugueses, que têm. Da região de Paris a Lisboa, Madeleine vai recolhendo as suas histórias de vida. Aos poucos, traça o fio da história de Portugal e, através dele, tenta conhecer mais sobre si mesma. 
 
Ficha técnica:
Borboleta
De Madeleine Pereira
Capa dura, 208 x 276, cores, 176 páginas.
ISBN: 9789892363943
PVP: € 25,90
Edição ASA