Decidi aproveitar o melhor de dois mundos, o paranormal de Mignola e o fantástico de Del Toro, e dei comigo numa sala de cinema a ver o Hellboy II. Já havia gostado bastante do primeiro Hellboy e como este ano as sequelas de adaptações cinematográficas de bd’s é que estão a dar, a escolha prometia ser uma boa escolha. Como entretenimento, até foi.
Com toda a liberdade criativa e de adaptação que lhe foi dada, Del Toro mergulha bem e em força no universo de Hellboy, um mundo de monstros e criaturas fantásticas, que ele também, tão bem domina. Aproveitando a vantagem de ser uma sequela,
Hellboy II: O Exercito Dourado, dispensa desde logo as apresentações e lança-se de imediato na acção, com o nosso anti-herói a ser chamado para lidar com o Principe Nuada do mundo fantástico e o seu desejo de controlar o invencível (?) e terrível exercito dourado, com o objectivo de se vingar da raça humana.
O resultado é um filme pleno de acção, bem-humorado, que fala de sacrifícios e de amor. Aponto como falhas, o facto de se apoiar num argumento simples e que evolui sem grandes desenvolvimentos que conduz necessariamente a um final mais que óbvio. A infeliz ideia de apresentar um vilão com uma certa razão na causa que defende, mas que é sacrificado na sua atitude pela quase obrigatória necessidade de se criar a dicotomia bem versus mal, que no fundo é a vulgar linha condutora dos filmes de heróis, também não ajuda para enriquecer a história.
Pessoalmente, gostei mais do primeiro filme, até porque no que se trata de adaptações de bd, prefiro os filmes que focam mais a atenção na construção emocional das personagens do que aqueles que apostam tudo na acção.
Mas Hellboy II é um filme que não desvirtua e cumpre exemplarmente o seu propósito, ou seja, duas horas bem passadas num mundo fantástico rodeado de monstros e criaturas fantásticas, onde a acção se alia ao humor, num puro delírio visual q.b., mas que ficou um bocado aquém daquilo que eu esperava de uma (desta) sequela.
As minhas estrelas: 3 em 5