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13 novembro, 2019

30º Amadora BD: Notas finais

Fez Domingo passado uma semana que terminou o 30º Amadora BD. Por manifesta falta de tempo só agora que é que consigo aqui deixar as notas sobre a minha experiência enquanto visitante do evento. Começo pelo óbvio ululante. Deixar aqui os parabéns à Directora do festival e à sua equipa pela edição deste ano. Depois de assistir ao definhar do festival em 2018 e ver agora “casa cheia” todos os fins-de-semana foi um bálsamo. Não tenho conhecimento dos números oficiais dos visitantes, mas a certeza que superaram os eternos 30.000 de edições anteriores. No sábado, penúltimo dia, final da tarde, quando me cruzei com a Lígia (directora) e lhe dei os parabéns, ela dizia-me que estavam com “problemas” na bilheteira porque se estavam a acabar os bilhetes disponíveis para os visitantes. Não se poderia pedir melhor do que "lotação esgotada" na celebração dos 30 anos do festival!

Foram felizes as melhorias introduzidas na edição deste ano. Destaco particularmente duas. A redução do número de dias do festival, que passou de três fins-de-semana para apenas dois. Há muito que se justificava porque o festival, regra geral, sem muitos convidados ficava sem pujança a meio da viagem e arrastava-se penosamente até ao último dia. E uma maior concentração das actividades e autores dá uma diferente dinâmica ao festival. O Paulo Monteiro já descobriu isto à muito em Beja.

Aconteceu também uma melhoria que parece tão óbvia que não se percebe como demorou tanto tempo a ser implementada. Falo da reunião de todas as exposições no núcleo central (agora núcleo único) do festival, no Fórum. Antes dispersas por vários espaços na cidade da Amadora, resultava que muitas passavam despercebidas à quase maioria dos visitantes. Temos agora tudo a que temos direito no mesmo espaço.

E por falar em EXPOSIÇÕES, posso dizer que foram um regalo para a vista. Não posso deixar de destacar algumas. O primeiro destaque é obviamente para a dedicada ao autor convidado do festival: Jorge Coelho. Sou suspeito, para estes lados este artista é o melhor entre os melhores. A mostra «O Traço é o Caminho» bem arrumada no piso principal, deu para confirmar a excelência do seu traço. E o bónus que foi a exibição de pranchas datadas de 2012, de um trabalho praticamente desconhecido entre nós, intitulado “Odisea Nera”. Um absoluto delírio visual!

Interessante a galeria de pranchas com o trabalho de «Stan Lee» e bastante generosa a colecção de originais pelos «80 Anos de Batman». «Geraldes Lino» esteve presente numa bem preenchida mostra com a sua memória. «Vasco Granja» revelou uma pequena parte da fabulosa a riqueza do seu espólio. Entre outras pérolas, autógrafos desenhados de Hergé, Morris e Pratt. Não posso deixar igualmente de citar a representação franco-belga com «XIII» e a dedicada à arte de «Alfonso Font». The last but not the least, Andrómeda de Zé Burnay. Visualmente fantástica.


Único senão nas exposições foi o trabalho cénico. Em geral, achei as cenografias pouco conseguidas, sem conseguir captar as atmosferas e ambientes dos trabalhos que acolhiam, ao contrário do que sucedia em anos anteriores. Bem, já vi fazerem muito melhor.

Os  PNBD

Aqui encontra-se a nota mais negativa que atribuo à edição deste ano. Nos Prémios Nacionais de Banda Desenhada, vulgo PNBD, reinou mais uma vez a desorganização. Ainda que os vencedores tenham sido conhecidos logo no primeiro fim-de-semana, os nomeados foram anunciados apenas na véspera. O resultado foi que muitos nem tiveram presentes na cerimónia de entrega dos prémios. Os autores e os próprios prémios mereciam melhor atenção.

O grande vencedor foi a obra Mar de Aral que ganhou nas categorias de Melhor Argumento (José Carlos Fernandes) e Melhor Obra de Autor Português, repetindo assim o feito que já tinha alcançado nos Galardões da BD da Comic-Con. O português Alberto Varanda, é verdade que nasceu cá, ganhou na categoria de Melhor Desenho (A Morte Viva). A Arte de Autor ganhou (finalmente) um prémio de Melhor Obra Estrangeira como livro Verões Felizes. E o primeiro volume de Akira (primeiro e  único?) da editora JBC venceu como Melhor BD Clássica. O Troféu de Honra foi atribuído ao "grande" Filipe Melo. O novo prémio «FNAC - Escolha do público», veio reparar a gritante omissão do júri nos nomeados para a categoria de Melhor Obra de Autor Português. Uma expressiva (e mais que esperada) vitória foi obtida pelo álbum Watchers de Luís Louro.

No campo da Ilustração, os vencedores foram Joana Estrela com “Aqui é um bom lugar” na categoria de Melhor Ilustradora Portuguesa e JiHyeon Lee com “A Piscina” para Melhor Ilustrador Estrangeiro.

Portanto, bons autores, onde nomes como Alfonso Font, Ruben Pellejero e Michele Cropera foram os cabeças de cartaz, excelentes exposições, e muitos lançamentos e tudo sem sair do mesmo sítio, foi a fórmula do sucesso da edição deste ano, e que se espera que se possa repetir na edição de 2020.







25 outubro, 2019

30º Amadora BD: Os nomeados aos PNBD

É já neste primeiro fim-de-semana do AMADORA BD que acontece a entrega dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada, vulgo PNBD. É (mais) uma das melhorias introduzidas pela nova direcção do festival. Faz todo o sentido que os prémios sejam anunciados logo no início do evento e que os vencedores (e restantes nomeados, porque não) possam beneficiar (e aproveitar) de todo o reconhecimento que os PNBD proporcionam durante todo o tempo do festival. É nisto que se realizam os prémios.

O que (ainda) não mudou foi o anúncio dos nomeados praticamente 24 horas da cerimónia de entrega. Nada justifica que não tenham sido anunciados com bastante antecedência, à semelhança do que acontece com praticamente em todo o lado. Nota negativa aqui.

Assim, acontecendo a entrega dos prémios amanha, foram anunciados hoje nas redes sociais, os nomeados nas diferentes categorias. E aqui também houve alterações. O número de categorias a concurso foi reduzido e passou de 11 para 7. A BD continua a destacar-se com 5 categorias às quais se somam 2 respeitantes à Ilustração.

Sem mais demoras, são estes os nomeados aos Prémios Nacionais de Banda Desenhada’ 2019:

Melhor obra de autor português


“Entre cegos e invisiveis”, de André Diniz, ed. Polvo
“Filhos do rato”, de Luis Zhing e Fábio Veras, ed. Comic Heart e G-Floy
“Futuroscópio”, de Miguel Montenegro, ed. Arcádia
“Mar de Aral”, de José Carlos Fernandes e Roberto Gomes, ed. Comic Heart e G-Floy
“O outro lado de Z”, de Nuno Duate e Mosi, ed. KingPin Books


Melhor argumento de autor português


André Diniz em “Entre cegos e invisíveis”, ed. Polvo
Arlindo Fagundes em “O colega de Sevilha, uma aventura de Pitanga”, ed. Arcádia
José Carlos Fernandes em “Mar de Aral”, ed. Comic Heart e G-Floy
Miguel Montenegro em “Futuroscópio”, ed. Arcádia
Nuno Duarte em “O outro lado de Z”, ed. KingPin Books


Melhor desenho de autor português


Alberto Varanda em “Morte Viva”, ed. Ala dos Livros
Fábio Veras em “Filhos do rato”, ed. Comic Heart e G-Floy
Luis Louro em “Watchers”, ed. ASA
Mosi em “O outro lado de Z”, ed. KingPin Books
Rita Alfaiate em “Tangerina”, ed. Escorpião Azul


Melhor obra de BD Clássica


“A Febre de Urbicanda”, de Schiten e Peetrs, Ed. Levoir
“Akira”, de Katsuhiro Otomo, JBC Portugal
“Batman 7, Black & White”, antologia de vários autores, ed. Levoir
“Marcha para a Morte”, de Shigeru Mizuki, ed. Devir
“O Boneco Rebelde”, de Sérgio Luiz e Güy Manuel, Ed. Município de Leiria


Melhor ilustrador português de livro infantil


Bernardo P. Carvalho com “Plasticus Maritimus “, ed. Tangerina
Joana Estrela com “Aqui é um bom lugar” ed. Planeta Tangerina
Mariana Rio com “Vamos descobrir a Biblioteca Nacional” ed. Pato Lógico/INCM
Pedro Burgos com “Diário de Samuel Z”, ed. Pato Lógico
Yara Kono com “Telefone sem fio”, ed. Planeta Tangerina


Melhor ilustrador estrangeiro de livro infantil


Akiko Miyakoshi com “Regresso a casa”, ed. Orfeu Negro
Andrea Antinori com “A canção do jardineiro louco” ed. Bruaá
JiHyeon Lee com “A Piscina”, ed. Orfeu Negro
Andriy Lesiv com “Alto, Baixo, num sussurro” ed. Orfeu Negro
Joan Negrescolor com “Eu, Alfonsina”, ed. Orfeu Negro


Só uma nota final sobre as nomeações para dizer que acho incompreensivel a não nomeação de «Watchers» de Luis Louro nas categorias de «Melhor obra» e «Melhor argumento». Poderia ser aqui uma questão de opinião pessoal, embora ache que não estou isolado, mas pegando na votação promovida pela FNAC, que decorre aqui até ao próximo dia 30, para os novos «Prémios do Público», onde qualquer pessoa pode escolher os seus álbuns preferidos, o «Watchers» lidera, a esta hora, destacadissimo.  E mesmo que não ganhe, não deixará de estar sem dúvida no top 3 das preferências do público. Confesso que não compreendo a sua ausência entre os nomeados nos PNBD. Não vai deixar de ser engraçado depois confrontar as "escolhas do júri" do Amadora BD  com as "escolhas do público".


22 outubro, 2019

30º Amadora BD em imagens (1): Os Lançamentos

aqui tinha falado de alguns lançamentos que as nossas editoras prepararam para apresentar no decurso do 30º Amadora BD. Deixo agora as capas das novidades bedéfilas que terão a sua apresentação/lançamento durante o tempo do festival. Contabilizo cerca de 25 para os 10 dias de festival, mas chamo a atenção que poderá eventualmente ter-me escapado alguma coisa. Cada lançamento terá depois aqui no blogue o respectivo destaque. Para já ficam as imagens. Preparem as vossas escolhas e boas leituras!

http://notasbedefilas.blogspot.com/2019/10/lancamento-ala-dos-livros-eu-louco.html