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24 abril, 2024

Leituras: A Estrada, de Manu Larcenet

Não escrevo sobre as minhas leituras tantas vezes quanto o poderia desejar, mas por vezes há obras cujo prazer de leitura é tão grande, que não temos como evitar fazer. Esta é uma delas.

Do mesmo autor, Manu Larcenet, que nos brindou anteriormente com o magnifico Relatório de Brodeck, já editado em português pela Ala dos Livros, temos agora, pela mesma editora, A Estrada, a adaptação gráfica do aclamado romance de Cormac McCarthy. 

Uma história que se pode resumir em poucas palavras: a jornada de um pai e filho ao longo de uma estrada de destino incerto, atravessando um mundo devastado onde a luta pela sobrevivência é diária e feita de desconfianças. Enganadoramente simples, a premissa convida à reflexão profunda sobre a essência do ser humano.

Mantendo-se fiel ao romance original, a mais-valia de Larcenet é apresentar-nos mais uma obra absolutamente irrepreensível, com a sua extraordinária capacidade de capturar graficamente a essência humana com um toque dramático de realismo. A atmosfera da história é intensa e sombria, e é na relação familiar que une os dois protagonistas que reside o coração emocional da obra. Enquanto leitores absorvemos as angústias de um pai que, rodeado de morte, nada mais tem para oferecer ao filho senão a sua determinação em cumprir  a promessa de garantir a sobrevivência de ambos. Na criança vemos uma inocência e uma esperança que desafiam as circunstâncias brutais que os cercam. 

À semelhança do sucedido no citado anteriormente O Relatório de Brodeck, Larcenet transporta-nos aqui, mais uma vez, numa viagem emocional onde o instinto da sobrevivência ameaça a humanidade do homem. Agora num cenário devastador pós-apocalíptico, somos testemunhas do difícil equilíbrio entre a resiliência do adulto e a bondade da criança, que o autor habilmente gere pintando silêncios visuais ao longo de quase toda a narrativa.

O desenho, em linhas ásperas, não é apenas um complemento à narrativa. Recria um ambiente de desolação, onde as cinzas predominam, e a combinação de uma paleta de cores funestas que variam em função dos desenvolvimentos, com utilização de tons mais fortes para retratar momentos de angústia e horror e mais claros para momentos de alívio, é uma parte integral da experiência de imersão na história. O resultado é um retrato gráfico perfeito de desolação e da morte da esperança numa civilização que colapsou, e uma estrada que nos convida a uma introspeção.

Um bem-haja por ter sido a Ala dos Livros a pegar esta obra, pela garantia de qualidade de edição do objecto físico que é o livro. Nota máxima para um álbum que, não obstante ainda estarmos em Abril, é praticamente certo que se encontrará entre as minhas escolhas para as melhores leituras do ano. 

 Avaliação:



20 março, 2024

Lançamento ALA DOS LIVROS: A Estrada

Manu Larcenet já não é um autor desconhecido do publico português, não só pelos seus Combates Quotidianos, mas sobretudo pela sua extraordinária e impactante representação gráfica do horror da guerra e da maldade humana que foi a obra O Relatório de Brodeck (uma das minhas melhores leituras de 2021 e fica aqui uma forte recomendação para quem ainda não leu). Segue-se agora nova adaptação de um romance marcante, A ESTRADA de Cormac McCarthy, vencedor de um prémio Pulitzer em 2007.

Estamos perante mais uma reflexão gráfica sobre a condição humana. A relação entre um pai e o filho é o coração emocional da obra, numa história de desespero e esperança, numa luta diária pela sobrevivência numa terra devastada, num mundo pós-apocalíptico.

A ESTRADA
Entre os sobreviventes de um mundo pós-apocalíptico devastado, coberto de cinzas e de cadáveres, um pai e o seu filho deambulam por uma estrada, empurrando um carrinho de compras cheio de objectos diversos que, supostamente, os ajudarão ao longo da sua viagem. Sob a chuva, a neve e expostos ao frio, avançam rumo às costas do Sul, com o medo colado ao estômago: hordas de canibais selvagens que vagueiam pelo território aterrorizam o que resta da humanidade. Conseguirão eles sobreviver e chegar ao seu destino?
 
Em pré-venda na loja da editora com envios a partir de 28/03/2024.
 
Ficha técnica:
A Estrada
Adaptação e desenho de Manu Larcenet
Capa dura, 298x242, cores, 160 páginas.
ISBN: 978-989-9108-41-7
PVP: € 32,90
Edição ALA DOS LIVROS
 

18 maio, 2022

Lançamento A SEITA / ARTE DE AUTOR: O Combate Quotidiano - Volume 2

E praticamente no espaço de nove meses o nome de MANU LARCENET entra no vocabulário dos bedéfilos portugueses. O lançamento do primeiro volume de O COMBATE QUOTIDIANO em Setembro do ano passado, recuperou um autor que por cá só tínhamos o registo de um único e despercebido álbum, Os Cosmonautas do Futuro (ASA, 2003) há quase há 20 anos! Mas foi a edição do recomendado, magnifico e perturbante O Relatório de Brodeck (um dos grandes livros de 2021) que trouxe definitivamente Larcenet para a nossa órbita.
 
Com a publicação agora deste segundo volume de O Combate Quotidiano, que reúne os volumes 3 (O que realmente importa) e 4 (Pregar pregos) da série original, as editoras A SEITA e a ARTE DE AUTOR concluem, em dois volume duplos, a edição portuguesa desta obra, que recolhe os quatro volumes da edição francesa original, publicados entre 2003 e 2008. Uma ficção com contornos autobiográficos, em que o humor anda a par com uma reflexão tocante sobre as pequenas coisas da vida. O Combate Quotidiano representou um momento de viragem na obra do autor.
 
O COMBATE QUOTIDIANO
Um relato com toques de autobiografia de um fotógrafo, que neste segundo volume se confronta com os desejos de maternidade da sua companheira, com a morte do seu pai, e com as fotografias antigas de eventos importantes, e outros menos importantes, comoventes, tristes, alegres... Um livro no qual o autor, através das pequenas coisas da vida do dia-a-dia, continua a questionar a alma humana com uma ternura tremenda, tocando os corações de todos os seus leitores de maneira profunda e permanente.
 
Ficha técnica:
O Combate Quotidiano – Volume 2 (de 2)
Argumento e desenho de Manu Larcenet
Capa dura, formato 215 x 285 cm, cores, 136 páginas.
ISBN: 978-989-9094-04-8
PVP: € 28,00
Co-edição A SEITA e ARTE DE AUTOR

20 outubro, 2021

Lançamento ALA DOS LIVROS: O Relatório de Brodeck (Edição integral)

Há uns dias atrás mencionei aqui a edição de "peso" que a Ala dos Livros preparou para o festival Amadora BD. Hoje trago aqui a respectiva nota de lançamento. AVISO: É um livro grande! Em formato italiano, de dimensões 298x242x37 mm, com 328 páginas e peso de 1,721 Kg.  Vêm com uma caixa incluída para que possa ser colocado ao alto. Trata-se de «O Relatório de Brodeck», a adaptação do premiado romance de Philippe Claudel, adaptado para novel gráfica pelo autor francês Manu Larcenet.

O autor, que andava praticamente esquecido por terras lusas, depois da publicação em 2003 de «Os Cosmonautas do Futuro» (ASA), voltou este ano às luzes da ribalta com a publicação do primeiro volume de «O Combate Quotidiano» (A Seita/Arte de Autor) que abriu o apetite para este "relatório".
 
Quem já conhece e leu teça os mais rasgados elogios a esta obra. E a própria editora não se poupou a esforços para trazer a melhor edição possível. Em versão integral, apresenta-se dentro de uma caixa, cujas capas reproduzo aqui em baixo, e que permite guardar o livro na vertical.
 
Lançamento no Amadora BD.
 
 
O RELATÓRIO DE BRODECK 
De regresso à sua aldeia, Brodeck retoma o seu antigo trabalho de escrivão. Um dia, um estrangeiro vai viver para a povoação, mas os seus modos e hábitos estranhos levantam suspeitas; o seu discurso é formal, faz longas e solitárias caminhadas e, apesar de ser extremamente cordial e educado, nada revela sobre si próprio. Quando o estrangeiro começa a retratar a aldeia e os seus habitantes em quadros pouco lisonjeiros mas perspicazes, os aldeãos matam-no. As autoridades, que assistiram impávidas ao linchamento, ordenam a Brodeck que escreva um relatório que branqueie o incidente. À medida que escreve o relatório oficial, Brodeck passa também para o papel a sua própria versão da verdade numa narrativa paralela. 
 
Ficha técnica:
O Relatório de Brodeck (Edição integral)
Baseado no romance de Philippe Claudel, desenho de Manu Larcenet
Cartonado, formato italiano, 298x242 mm, p/b, 328 páginas.
ISBN: 978-989-53039-6-0
PVP: € 39,99
Edição ALA DOS LIVROS

17 setembro, 2021

Lançamento A SEITA / ARTE DE AUTOR: O Combate Quotidiano - Volume 1

Trata-se de mais um lançamento conjunto da editora Arte de Autor e de A Seita, depois da experiência bem sucedida de «Shangai Dream». Juntaram-se outras vez duas vontades, conforme os editores contaram numa das apresentações no último festival de Beja. Não conheço esta obra mas do que ouvi de quem lá leu só me dizem maravilhas, atirando-a mesmo para a categoria dos "melhores lançamentos do ano". Não se sei se são vozes de exagero uma vez que tenho para mim que os magníficos  «O Burlão nas Índias» e «Apesar de Tudo» são de uma qualidade ímpar em termos de narrativa, desenho e mesmo de edição, mas logo se verá se este "combate" justifica a fama que o procede.
 
Ficção com contornos autobiográficos, em que o humor anda a par com uma reflexão tocante sobre as pequenas coisas da vida, «O Combate Quotidiano» é um livro comovente e dramático, que representa um momento de viragem na obra do seu autor, Manu Larcenet, que faz aqui a sua estreia em português. Publicado originalmente em França em quatro volumes, entre 2003 e 2008, a edição portuguesa de «O Combate Quotidiano» reúne em dois volumes duplos, os quatro volumes originais. Este é o primeiro volume.
 
O COMBATE QUOTIDIANO
Um relato, com toques de autobiografia, de um fotógrafo, já não tão jovem quanto isso, que decide trocar a cidade pelo campo, enquanto tenta encaixar as peças da sua vida: o trabalho, as angústias, a mulher, o passado… 
 
Ficha técnica:
O Combate Quotidiano - Volume 1 (de 2)
Argumento e desenho de Manu Larcenet
Capa dura, formato 215x285 cm, cores, 120 páginas
ISBN: 978-989-53114-2-2
PVP: € 24,00
Co-edição A SEITA e ARTE DE AUTOR