"O 17º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA), que começa dia 20, vai privilegiar as «periferias» da nona arte, afirmou hoje o director do FIBDA, Nelson Dona.
Intitulada «17 graus periféricos e o resto do mundo», a edição deste ano do festival exclui a banda desenhada predominante anglo-americana e franco-belga e dá lugar a artistas de outros pontos do planeta como a América Latina ou o mundo árabe.
Intitulada «17 graus periféricos e o resto do mundo», a edição deste ano do festival exclui a banda desenhada predominante anglo-americana e franco-belga e dá lugar a artistas de outros pontos do planeta como a América Latina ou o mundo árabe.
«Somos um festival periférico numa cidade periférica, portanto há que tirar partido disso e chamar as periferias para o festival», sublinhou Nelson Dona na apresentação oficial do FIBDA 2006.
Numa das exposições centrais do FIBDA serão divulgados autores de cerca de 20 países da América Latina, entre os quais Alberto Breccia, Quino, Carlos Trillo e Carlos Casalla.
De África serão apresentadas obras de países como Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Moçambique, Togo e Madagáscar, e do mundo árabe é revelada banda desenhada da Argélia ou de Tunísia.
Os países de Leste também estão representados no FIBDA com autores da Albânia, Croácia, Hungria, Roménia, Sérvia e Bulgária.
Haverá espaço ainda para a nova «mangá» (banda desenhada japonesa) e para a banda desenhada vinda de Espanha, através de David Rubim, Ángel de la Calle e Lorenzo Gómez.
Sendo a 17ª edição, o FIDBA seleccionou trabalhos de 17 autores portugueses pós-1960, para uma mostra de banda desenhada nacional que inclui autores como João Fazenda, Alain Corbel, Nuno Saraiva, Rui Lacas, Ricardo Ferrand, Miguel Rocha ou Filipe Abranches, que desenhou o cartaz do FIBDA.
Este ano o festival volta a mudar de lugar, com o núcleo central a decorrer em dois pisos de estacionamento do Fórum Luís de Camões, na Brandoa, Amadora.
No total é uma área expositiva de 3.500 metros quadrados, um espaço amplo que, segundo Nelson Dona, deverá ser a casa do FIBDA nos próximos anos.
Apesar das «limitações ao nível orçamental», como alertou hoje o presidente da autarquia, Joaquim Raposo, o orçamento do FIBDA aumento de 174 mil euros para 250 mil euros, mas a contabilização de custos finais ainda não está fechada.
Nelson Dona afirmou que «não haverá grandes estrelas do mundo anglo-americano ou franco-belga» presentes do festival. (sublinhado meu)
Destaque para a presença no primeiro fim-de-semana do FIBDA do francês Frank Giroud, autor do argumento e coordenador do projecto «Decálogo», com dez tomos desenhados por vários artistas e cujos originais estarão expostos no festival.
Maurício de Souza, autor da «Turma da Mónica», repete presença no FIBDA, estando também confirmados, entre outros, Lorenzo Gomez, JP Stassen, Ángel de la Calle, Sérgio Salma, Frédéric Boilet e Lailson Cavalcanti.
A organização do festival atribui anualmente oito prémios em áreas como álbum português e estrangeiro, argumento, desenho e fanzine.
Para melhor álbum português competem «História de Faro em BD», de José Garcês, «Morgana e o Poço Misterioso», de José Abrantes, «O Leitão Azul», de Pedro Leitão, Salazar, «Agora na hora da sua morte», de Miguel Rocha e João Paulo Cotrim, e «Super heróis da História de Portugal vol II», de António Gomes de Almeida e Artur Correia.
Para melhor álbum estrangeiro concorrem sete obras: «A Conspiração», de Will Eisner, «Blacksad», de Canales e Guarnido, «Bórgia, tomo 1», de Manara e Jodorowsky, «Cidade de Vidro», de Paul Auster, Paul Karasik e Mazzucchelli e «O Senhor Texugo e a Senhora Raposa», de Brigitte Luciani e Eve Tharlet.
Além das exposições no Fórum Luís de Camões, o FIBDA terá outras exposições na galeria municipal Artur Bual, Roque Gameiro, Centro Nacional de Banda Desenhada, Estação de Metro Amadora-Este e Recreios da Amadora.
A um ano de atingir a maioridade, o 17º Festival Internacional de Banda Desenhada na Amadora decorrerá de 20 de Outubro a 5 de Novembro."
in Diário Digital / Lusa
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