quarta-feira, 24 de setembro de 2025

A Gradiva ainda a apostar em Alix Senator

Com claros sinais de desinvestimento na edição de BD – apenas três lançamentos este ano – a editora GRADIVA ainda vai dando continuidade aquela que será presentemente a coleção de maior fôlego no seu catálogo, a saga ALIX SENATOR. Mas desconfio que a esta também não devem restar muitos mais álbuns de vida no nosso mercado, enquanto que em França foi agora editado o 16º álbum.

Pessoalmente, ainda vou comprando apenas por uma ligação diria emocional à personagem, dado que as histórias em geral são fracas e a arte pouco entusiasmante. Mas está aí o quarto lançamento do ano da editora, o que equivale dizer, o 13º álbum desta série: O antro do Minotauro

O ANTRO DO MINOTAURO
Alix e os seus companheiros dirigem-se para o arquipélago de Thera. Encontram-se aí os sombrios vestígios do templo do Minotauro, já explorado pelo senador quando era jovem. Infelizmente, apanhado por uma tempestade, o barco de Alix tem de se refugiar numa ilha de piratas. Sedento de riquezas, o seu chefe planeia saquear os tesouros do deus canibal. Mas esse objetivo não tem em conta o mal escondido na caverna do Minotauro: as bolas de fogo incrustadas nas suas paredes sempre puniram os profanadores. 
 
Ficha técnica:
Alix Senator vol. 13 - O antro do Minotauro
De J. Martin, Valerie Mangin e Th. Démarez
Capa dura, formato 233x313, cores, 56 páginas.
ISBN: 9789897853883
PVP: € 20,99
Editor GRADIVA
 

4 comentários:

Antonio disse...

Infelizmente a Gradiva deu vários tiros nos pés. Poderia ter sido uma chancela interessante mas sucessivos erros de cálculo e deficiente planeamento minaram a operação. Provavelmente houveram outras causas. É triste e o mercado fica mais pobre. Julgo que a Gradiva deve ainda uma explicação relativamente aos títulos que anunciou no início do ano e que, quase de certeza, irão ficar pelo caminho.

Nuno Neves disse...

Viva António, a operação da Gradiva sofreu nos últimos tempos alguns percalços. Começou com a saída de José Rodrigues dos Santos, provavelmente o autor mais vendido do catálogo – forte impacto financeiro. Depois seguiu-se o afastamento do editor e fundador da Gradiva - penso que seria um grande apreciador de banda desenhada. E finalmente as apostas mal sucedidas nas séries Gus (desinteressante), Batalhas Navais (desilusão), Figuras Históricas (fraca).

Mesmo a mais interessante do catálogo – Tango – nos últimos dois álbuns já foi um “encher chouriços”. Só espero que o parco orçamento da editora para BD ainda seja o suficiente para a edição do segundo volume de O Nome da Rosa, do Manara (previsto em França para o próximo dia 11 de Novembro).

Agora não espero que a editora dê qualquer justificação para este desinvestimento - as causas prováveis já apontei atrás. E recordo-me há alguns atrás, aquando da edição de um álbum da série Largo Winch, deixou o díptico pendurado, e nem uma palavra houve aos leitores sobre o assunto.

Antonio disse...

Obrigado pelo esclarecimento Nuno. Agora faz-se alguma luz embora julgo que, no caso da BD, a situação não foi gerida da melhor forma. Já agora considero a obra Gus excelente, embora a arte não seja para todos.

Nuno Neves disse...

Não acredito que a BD fosse vista como uma aposta séria no catálogo da editora. Houve fôlego financeiro até 2022 – ano da saída do Rodrigues dos Santos – mas a partir daí os números tem vindo a decrescer. Realço a queda de quase 50% de lançamentos em 2023 (relativamente ao ano anterior). Tiveram alguns títulos muito interessantes: Lonesome, Tango, O Guardião, A Bomba, Alix Senator. Quanto ao Gus, não obstante o Sérgio Sousa Pinto ter pintado como “o melhor que a BD franco-belga tem para oferecer ao nosso público mais exigente”, simplesmente não gostei. E não fui o único, porque consta que as vendas foram desastrosas.