30 novembro, 2012

Lançamento Devir: The Walking Dead 04 - O Desejo do Coração


Bem a Devir tem um final do ano em grande com a continuação das suas principais séries. E sem esperar pelo inicio da temporada quatro da série televisiva, sai agora o quarto volume de The Walking Dead intitulado O Desejo do Coração. Este lançamento é extremamente oportuno, porque surge aqui uma das melhores personagens da série, que já podemos observar na série televisiva: Michonne. As relações desestabilizam-se e as tensões acumuladas acabam inevitavelmente por explodir. A violência fora da prisão só é igualada pela no interior no grupo do Rick. Posso dizer que a narrativa continua em crescendo ao longo de 136 páginas de uma excelente história.

29 novembro, 2012

LEITURA: Operação Mar Verde

Definitivamente um dos temas mais fracturantes da nossa História - a guerra colonial - está de regresso à banda desenhada nacional. Miguel Peres e João Amaral abriram as “hostilidades” com o recente Cinzas da Revolta (edição ASA). Depois parece que o novo trabalho de Vítor Mesquita, no qual se encontra presentemente a trabalhar, também versa sobre o tema.

E finalmente chegou-me às mãos o novo álbum Operação Mar Verde (edição Caminhos Romanos) da autoria de A. Vassalo, que foi uma das minhas leituras de fim-de-semana.

O autor é um veterano de guerra e na temática da guerra, em particular da guerra colonial em banda desenhada. O blogue BDBD, numa entrevista recentemente publicada, apresenta uma pequena bibliografia, e nela encontramos publicações relacionadas. Pessoalmente lembro-me da revista Comandos ao Ataque - Mamassuma, com uma história pura e dura de enaltecimento às nossas forças especiais, que agora associo ao autor.

António Vassalo, ou Vassalo de Miranda como também assina, regressa agora com um capitulo da nossa história recente verdadeiramente fantástico. Baseada em factos verídicos, descreve uma das mais bem elaboradas e mais bem sucedida operação militar, levada a cabo pelo exercito português, durante a guerra colonial, justamente designada com o nome de código Operação Mar Verde. Esta tinha vários objectivos. Desde da destruição de lanchas-torpedeiras e instalações militares do inimigo até à libertação de 26 compatriotas nossos, que se encontravam detidos numa prisão da Guiné Conakri.

Um pequeno grupo de tropas bem treinadas. Uma operação militar secreta clandestina nunca reconhecida oficialmente. Uma invasão de um pais africano governado por um ditador. Prisioneiros de guerra esquecidos numa prisão. Herois e traidores. São os ingredientes mais que necessários para o argumento de uma boa história de guerra.

E o autor proporciona-nos, numa narrativa assumidamente descritiva e num registo sóbrio a preto e branco, uma boa leitura. Peca contudo por saber a pouco. Todo o desenvolvimento é demasiado rápido, não explorando devidamente todo o potencial que a história oferece. Os principais intervenientes directos  diluem-se na acção, destacando-se apenas a figura do Comandante Alpoim Calvão, mentor da operação. Existe o delicioso pormenor de apanhar um taxi para verificar no terreno o evoluir da operação. Mas mais que criar uma grande história em banda desenhada, retira-se a intenção do autor, sempre fiel ao seu registo de enaltecimento dos "nossos", de prestar uma justa homenagem ao exercíto português e ao Comandante Alpoim Calvão. E o objectivo, legitimo, é claramente alcançado.

E apesar de curto, deu-me um enorme prazer ler este álbum. Pelo conhecimento que trouxe. E porque sabe bem confirmar o "nobre povo e nação valente" que somos.

Operação Mar Verde
Autor: António Vassalo
Álbum único, preto e branco, capa mole
Editora: Caminhos Romanos, edição de 2012

A minha nota:

28 novembro, 2012

Lançamento Devir: Death Note 4 - Amor


Um mês depois da Corrida Louca e a DEVIR dá-nos Amor. É o quarto volume da série Death Note que já está disponivel para satisfazer todos aqueles que aderiram a esta causa. E assim num ano de edição, temos uma periodicidade trimestral para esta colecção. E este novo livro chegou tão rápido que eu ainda nem li o livro anterior, e a sua sinopse deste já me disse mais do que aquilo que eu gostaria de saber. Dois Kiras à solta?! Confesso que me deixa muito curioso. São mais 208 páginas de uma excelente história que me aguardam!

27 novembro, 2012

Lançamento ASA: As Aventuras de Blake & Mortimer, Vol. 21 - O Juramento dos Cinco Lords



Já está disponível nas livrarias o 21º álbum de As Aventuras de Blake e Mortimer, intitulado O Juramento dos Cinco Lords. Nesta nova aventura, repete-se a dupla de autores, Yves Sente no argumento e André Juillard no desenho, já responsáveis por anteriores histórias: A Conspiração Voronov, Os Sarcófagos do 6º Continente e O Santuário do Gondwana.

A ASA em parceria com a FNAC repete a opção de publicação de uma reduzida tiragem com uma capa alternativa (imagem da direita).

Blake e Mortimer - O Juramento dos Cinco Lords
A nova aventura, leva o professor Mortimer e o capitão Blake até Oxford, mais concretamente ao Museu Ashmolean. É aí que tem lugar uma série de roubos inexplicáveis, associados a várias mortes misteriosas. É neste ambiente de intriga e suspense que se desenrola mais uma emocionante aventura onde as inegáveis qualidades destes heróis são mais uma vez postas à prova". Confesso que os argumentos de Yves Sante não me entusiasmaram nas anteriores histórias, mas sou um grande apreciador deste clássico franco-belga.

23 novembro, 2012

Na rota das exposições bedéfilas


E porque a banda desenhada não se esgota nos momentos dos festivais e nas leituras de álbuns, e numa feliz coincidência, estão patentes em simultâneo na cidade de Lisboa várias exposições dedicadas, que merecem a nossa atenção. Ficam então aqui a proposta para uma tarde bedéfila, que junta o útil ao agradável, até porque são eventos de entrada livre.

A rota começa junto ao rio, zona de Belém, no Forte do Bom Sucesso, onde integrada no evento BD ao Forte, já aqui falado, temos uma exposição do Jorge Coelho, talvez dos melhores desenhadores portugueses (opinião pessoal), composta por seis originais de ilustrações realizadas para o colectivo Brand New Nostalgia do qual o artista faz parte. Pequena em número mas grande em talento.
Seguindo para o centro da cidade, e subindo ao Chiado, no Largo do Calhariz, na Biblioteca Municipal Camões, vamos encontrar amanha de portas abertas entre as 15h e as 20h, a exposição colectiva 3 Tipos, o Rigor da Rebaldaria Estilosa, do autores PepeDelRey, Nuno Saraiva e Jorge Coelho, igualmente inserida no Movimento Trienal de Desenho. Não desfazendo o talento dos restantes, temos Jorge Coelho outra vez.
Continuando a volta, descemos ao Rossio e subimos a Avenida da Liberdade, para entrar no Hotel Sofitel, que está a receber a Semana Gastronómica Belga-Luxemburguesa, e tem patente, até 30 de Novembro, no Bar Intra-Muros do hotel, a exposição E.P. Jacobs, O Barítono da 9ª Arte, que inclui as capas da revista TinTin, com edições de 1946 a 1950 e de exemplares de banda desenhada luxemburguesa, integrando no total vinte e sete obras-primas deste autor, incluindo o primeiro número da revista datada de 26 de Setembro de 1946. Uma excelente oportunidade de rever Hergé!

18 novembro, 2012

A NetCom2 Editorial chega a Portugal

Quem tivesse ido ao Fórum Luís de Camões, durante qualquer fim-de-semana do Amadora BD, recebia à entrada o primeiro número da BD Net magazine. Esta revista, bimensal e de distribuição gratuita, marca a chegada ao mercado português da NetCom2 Editorial, a segunda maior editora de BD franco-belga no pais vizinho.

Com um catalogo vasto e bastante interessante porque assenta sobretudo em séries clássicas herdeiras da linha clara do franco-belga. Nele encontramos títulos como Alix, Vasco e Yoko Tsuno para citar alguns já publicados entre nós, e outros como Lefranc, Jhen, Lois, Keos das séries criadas por Jacques Martin.

Para o mercado português, em Janeiro do próximo ano, a NetCom2 Editorial arranca numa primeira fase com três séries. Teremos Keos, da autoria de Jacques Martin e Jean Pleyers, As Investigações de Margot, da autoria de Olivier Marin e Emilio Van der Zuiden e A Ultima Profecia, da autoria de Gilles Chaillet.

Uma nota (de excelente) para o site desta editora (disponivel aqui), que se apresenta como um novo paradigma nas relações com o consumidor/leitor. Toda a informação que queremos encontrar está lá. Inclusive o download da revista BD Net. Não encontro paralelo no funcionamento das editoras de banda desenhada em Portugal. E não deve existir melhor cartão de vista. Só posso desejar um enorme sucesso desta editora em Portugal. Para terminar ficam algumas imagens das belas surpresas que nos esperam a partir de Janeiro.




16 novembro, 2012

23º Amadora BD - Festival em imagens






















Uma reportagem fotográfica muito mais alargada do festival pode ser vista através na página FOTO BD no facebook. Para aceder cliquem aqui!

15 novembro, 2012

23º Amadora BD – Notas Finais

São notas finais, o que poderia pressupor que teriam existido notas intermédias. Não houve. Por preguiça, por falta de tempo. Assim, aproveito e transmito agora algumas impressões que retive da edição 23º do Amadora BD, que terminou no Domingo passado.


A edição deste ano seguiu uma tendência herdada da edição anterior. Com menos orçamento, fez-se mais festival. E começo logo pelas exposições. Já se sabe, tem um selo de qualidade. Aprecio a condição de testemunhas privilegiados que somos na qualidade de visitantes.

Entre todas, houve uma que realmente me encheu as medidas. Confesso que sempre gostei do aracnídeo. E os 50 anos do mito Homem-Aranha tiveram no Amadora BD uma comemoração à altura. Num ambiente verdadeiramente vibrante, onde numa ala uma série de painéis destacava as principais fases deste super-heroi, noutra ala, autores como John Romita Sr., John Romita Jr., Sal Buscema, Mike Deodato, entre outros, estiveram magnificamente bem representados com pranchas originais. E um vidro e uma verdadeira aranha quiça radioactiva separavam os visitantes do exemplar de uma das revistas mais famosas e valiosas do mundo: a Amazing Fantasy # 15 que conta com a primeira aventura do Homem-Aranha. Não se podia esperar melhor.


Noutro cenário, mas igualmente bem conseguido, destaco igualmente a exposição Eternus 9 de Vitor Mesquita. Uma sala cenograficamente perfeita fazia sobressair os (literalmente) grandes e magníficos desenhos originais, que transportavam os visitantes numa viagem fortemente visual pelo universo fantástico e futurista deste autor nacional.


E se tivesse que destacar apenas três exposições, o terceiro lugar ia para a mostra dedicada à Agência de Viagens Lemming de José Carlos Fernandes (JCF). Aqui move-me o gosto pessoal. A exposição exibia um conjunto de pranchas originais da história publicada nas páginas do Diário de Noticias durante a silly season do ano de 2005. Considero a "Agência de Viagens" como obra-prima de JCF onde o seu humor “nonsense” atinge o seu esplendor máximo. Quanto lamento nunca ter sido objecto de edição em álbum em Portugal.


Mas claro, que a qualidade abundava noutras salas de exposição. E aqui poderia igualmente destacar as dedicadas a Paulo Monteiro, num ambiente quase caseiro e intimista, integrada na exposição central; ao livro Infante Portugal, onde o enorme talento de Daniel Maia sobressaia; à happy e bem conseguida mostra do talento de Zep; a relativa aos álbuns Portugal e Três Sombras, de Cyril Pedrosa . A exposição central, intitulada A Autobiografia – Os Vários Rostos do Eu, qualifico-a como mais interessante do que entusiasmante. Logo à partida, menos originais expostos do que poderíamos esperar. E as principais opções de exposição seguiram quase estritamente no sentido de apresentar trabalhos onde sobressaia uma visão demasiado singular do “eu” nos vários caminhos que o género seguiu, por oposição ao destaque que poderia ter sido dado a algumas obras com quem os visitantes se poderiam mais facilmente identificar, até pelo facto de se encontrarem editadas em Portugal, e aqui lembro-me sobretudo de Blankets ou de Fun Home. Por outro lado, meritória no destaque a autores portugueses, cujos trabalhos configuram registos marcadamente autobiográficos, como Paulo Monteiro, Ricardo Cabral e Marco Mendes.


Outras da vertente apelativa do festival são os autores e as sessões de autógrafos. O leque de autores estrangeiros presentes este ano revelou-se muito bom. É sempre uma caixinha de surpresas, porque aqui o festival assumidamente não segue uma linha comercial. Por vezes agradeço que assim aconteça. Claro que nomes como Cyril Pedrosa, Mike Deodato e Zep eram apostas ganhas este ano e obviamente não desiludiram. Mike Deodato é um autor super. Extremamente acessível, desenhou o que lhe pediram e onde lhe pediram, inclusive em A3 com o talento que se lhe reconhece. Zep foi extraordinário. Uma sumidade em França por ser um dos autores que mais vende no mercado franco-belga. Junta talento, sentido de humor, simplicidade e disponibilidade num só. É sabido que os autores franco-belgas têm pejo em fazer desenhos em folhas em branco. Pois bem, Zep desenhou em tudo o que lhe puseram à frente, fosse em álbuns ou folhas brancas (se bem que os desenhos em folhas brancas parece que ainda incomodam algumas pessoas por cá). Aprecio a liberdade que o festival dá na zona de autógrafos. Sem quaisquer condicionalismos, acaba por tornar-se um ponto de encontro de amigos e conhecidos e palco das muitas conversas que se fazem no Amadora BD. São horas bem passadas e que são recompensadas!

Os autores portugueses aproveitam sempre muito bem a montra do Amadora BD. Alguns lançamentos e uma grande presença no festival. Basta uma vista de olhos nas sessões de autógrafos e facilmente se percebe que não é pela falta de bons desenhadores portugueses que não se publicam banda desenhadas de qualidade em Portugal. Todos os anos surge sempre mais um que nos chama a atenção. Nesta edição conheci o André Araújo, do qual tinha visto uma história publicada na Zona! Nippon e que agora surge como desenhador... da Marvel. Outro nome é que retenho é Ana Oliveira. Não é bem uma autora de banda desenhada, mas anda lá perto, porque os seus cabeçudos em aguarela contam uma história e são qualquer coisa de muito bom.


Quanto ao espaço interior do festival, na qualidade de visitante pessoalmente não mudava nada relativamente à edição do ano passado. E o festival, provavelmente devido à crise, pouco ou nada alterou. Os espaços continua assim amplos e convidativos. E principalmente livre das barreiras arquitectónicas que até alguns atrás pareciam a imagem de marca do Amadora BD.

Em suma, uma edição que correu muito bem. Com uma nota muito positiva. Pelas exposições de elevado nível, pela presença de bons autores. Peca talvez por faltar um pouco mais de público. Mas só perde que não lá vai, porque a oferta é talvez única. Como habitualmente ficam as notas finais:

Notas Positivas:
+ Exposição dedicada aos 50 anos do Homem-Aranha
+ Elevada qualidade da generalidade das exposições, com um grande numero de desenhos originais expostos
+ Bom nº de bons autores presentes, entre estrangeiros e nacionais
+ Divulgação do festival através da respectiva página no facebook

Notas Negativas:
- Mathieu Sapin, talvez algo desenquadrado no festival
- O nº de visitantes que fica aquém daquilo que o festival merece

E para amanha o 23º Amadora BD em imagens!

10 novembro, 2012

Happy Amadora BD


Começa hoje o último fim-de-semana do festival. Não tenho aqui escrito muito sobre o Amadora BD, mas é por manifesta falta de tempo. Porque na edição este ano sucedem-se os motivos de interesse e tem-se pautado por agradáveis surpresas que merecem aqui ser faladas, nomeadamente a Iniciativa 2013 e uma surgimento de nova editora de BD. Voltarei a estes temas mais tarde. Para estes últimos dois dias, o destaque maior vai para a presença do suíço ZEP, criador da série Titeuf, e autor do hilariante Happy Sex, em sessões de autógrafos, onde vai estar bem acompanhado por uma legião de autores portugueses conforme se pode consultar aqui. E num fim-de-semana marcado pelo signo do humor, onde inclusive o cosplay também marca presença, é com muita naturalidade que é anunciado o lançamento de Há Piores! 2, da autoria da dupla Geral e Derradé. Junta-se boas conversas e muito convívio e torna-se difícil não marcar presença!