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11 dezembro, 2008

Impostos na BD

Reconhecido o papel e a importância da Banda Desenhada como uma linguagem universal acessível a todas as idades, torna-se normal a sua utilização para os fins mais diversos. Dos vários exemplos que poderia citar, vou aqui de falar da iniciativa promovida pelo Estado, através Direcção-Geral dos Impostos (DGCI), com o “Programa de Educação Fiscal”.
 
No sentido de promover junto das novas gerações, uma cultura de responsabilidades individuais e sociais para uma melhor cidadania, este “programa” tem vindo a desenvolver diversas acções junto das escolas e, tendo em conta o público-alvo, a banda desenhada têm sido um dos “veículos” utilizados. Tratando-se da DGCI o tema, claro está, são os Impostos. Sobre esta temática, já anteriormente José Carlos Fernandes tinha escrito (e desenhado) o álbum de BD “Os Pesadelos Fiscais de Porfirio Zap” (aqui mencionado), mas desta outra obra intitulada “Era uma vez no planeta do respeito por todos” da autoria de Luís Ferrão (texto) e Bruno Bengala (desenho), só agora tive conhecimento.
 
Num curto resumo, a história passada num ambiente de ficção-cientifica, como todas as histórias, começa por Era uma vez… um planeta onde todos os seus habitantes (os contribuintes) eram felizes(!) porque pagavam impostos (bem todos não, porque acho que o rei… bem adiante), que vivia sobre ameaça dos terríveis “inkumpridores” (os que não pagavam impostos) da galáxia Fraude. Um belo dia, os “inkumpridores” atacaram e começaram contaminar todos os contribuintes com o terrível vírus Aldrabix transformando-os assim em “inkumpridores”. Como resultado os cofres do Rei(no?) ficaram vazios. Foi chamado o Príncipe bom e honrado (o ajudante fiscal do Rei) do clã dos “gente de bem” que rapidamente reuniu um poderoso exército – os honestos – e travou a mais terrível das guerras, saindo vencedores no final da contenda, porque afinal os bons ganham sempre. A coisa acaba em grande algazarra, com todos os contribuintes a celebrarem o facto de voltarem a pagar impostos outra vez!!! 
 
Não desvalorizando a meritória iniciativa da DGCI, até porque concordo que a cidadania começa nos bancos da escola, não posso no entanto deixar de criticar a fórmula utilizada no conteúdo. Na essência, atendendo ao público-alvo a que se destina – infanto-juvenil, esta acção de sensibilização falha redondamente. Primeiro porque tem uma abordagem negativa. Falha a apresentação de um Estado social, a questão central do “porquê do pagamento de impostos”, reduzida a umas meras linhas de texto, é substituída pelo destaque que se dá à “guerra” entre honestos e “inkumpridores”. Não querendo aqui falar da questão do erro ortográfico da palavra “incumpridores”, realço que as metáforas utilizadas são completamente desajustadas – a luta entre o “bem e o mal”??? O Estado é o Rei??? Pergunto ainda quem são os “bons” quando vemos que perante a visão dos cofres vazios, a opção do soberano seria aumentar os impostos sobre os contribuintes - é que no tempo do Robin dos Bosques, um rei assim era considerado um tirano!!!
 
Em resumo, um argumento básico, redutor, mal desenvolvido e desajustado face aos objectivos a que se propõe e ainda complementado com uma arte sofrível. Mais, se este livro é um exemplo da forma como o Estado esbanja o dinheiro dos meus impostos, isso dá-me já vontade de ser contagiado pelo vírus aldrabix!

A minha nota: Edição: Direcção-Geral dos Impostos (DGCI), Julho de 2007

Uma vez que se trata de uma publicação de distribuição gratuita, paga com o dinheiro de todos nós (os contribuintes), publico aqui na íntegra a história (leitura da esquerda para a direita, de cima para baixo), para que cada leitor possa melhor avaliar sobre a forma como o Estado gasta o dinheiro dos nossos impostos (clicar nas imagens para aumentar).
 
 
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30 novembro, 2008

Asterix e os seus Amigos


Com mais de um ano de atraso chegou finalmente, aos postos de venda habituais, o álbum de homenagem do 80º aniversário de Albert Uderzo. Com o título de “Asterix e os Seus Amigos”, numa edição da editora ASA, conta com as participações especiais de grandes nomes de referência da BD franco-belga, que compuseram cerca de 30 curtas e bem-humoradas histórias, onde o mundo de Asterix e companhia se mistura e é misturado com as mais variadas personagens oriundas de outros universos da banda desenhada, despoletando uma sucessão de divertidos gags, donde destaco os encontros de Asterix e Obelix com XIII (da dupla W. Vance e Van Hamme) ou com a mulher de Manara, esta assinada por este autor italiano.

Este novo álbum vem na linha do que já havia sido feito anteriormente no álbum “Uderzo visto pelos seus amigos” (edição VitaminaBD), sendo que agora a homenagem é feita por personagens tão díspares como Lucky Luke, Thorghal, XIII, Gaston, Ric Rochet ou ainda Pato Donald e o Tio Patinhas entre muitos outros. Em resumo, um álbum simpático, divertido e de leitura rápida que proporciona bons momentos de boa disposição, e que no meu caso pessoal, fez esquecer aquela tragédia bedéfila que deu pelo nome de “O Céu cai-lhe em cima da cabeça”, que tão mau que foi que agora vem como oferta na compra deste "Asterix" de homenagem.


A minha nota:

Asterix e os seus Amigos
Editora ASA, 1ª edição de Novembro de 2008

20 novembro, 2008

O Diabo dos Sete Mares - parte 1

Li e reli. O último álbum de Hermann, a primeira parte de “O Diabo dos Sete Mares” publicado recentemente pela VitaminaBD, provocou-me um misto de curiosidade e desilusão.

Primeiro porque Hermann explora aqui um novo mundo. Depois dos ambientes da idade média (universo de “Bois-Maury”), do western americano (“Comanche”, “Mataram Wild Bill”) ou de cenários pós-apocalíptico (série “Jeremiah”), seguem-se as histórias de piratas. Hermann mantêm-se fiel ao seu traço, demonstrando assim uma enorme versatilidade no seu desenho, apesar do argumento, infelizmente, não deixar grande margem de manobra na exploração de paisagens e na captação da atmosfera própria que emana daqueles ambientes. Aliás considero o argumento a parte mais fraca do álbum. Como em qualquer história de piratas que se preze, gira em redor da busca do grande tesouro, neste caso o do pirata Robert Murdoch, cujo cognome dá o título ao álbum. Mas a descentralização de toda a acção, consubstanciada na evolução de várias histórias paralelas, uma de amor protagonizada por um jovem casal em fuga e as restantes de ganância e traições por dois pequenos grupos de piratas, tudo personagens que se encontram ligadas de formas indirectas e diferentes, mas que confluem todas para um único objectivo, aliado á mudança, brusca por vezes, de rumo de cada uma delas, torna o argumento algo confuso nesta primeira parte da história.

E por falar em confusão, chamo a atenção para a troca de nomes entre “Port Royal”, “Spanish Town” e “Kingston”, três cidades diferentes mas que no álbum são referidas como se da mesma se tratasse (ver últimas vinhetas das págs. 41 e 43 e pág. 44). Fica a dúvida se se trata de erro do tradutor ou confusão do argumentista?

Para além de considerar que existe menos acção do que aquela que seria de esperar num álbum de piratas, dou porém o beneficio da dúvida e aguardo pela conclusão da história. Mas como fã de Hermann, não me custa incluir este “Diabo” na prateleira ao lado de outros álbuns tais como “Caatinga”, “Afrika” ou mesmo a série “Jeremiah”.


A minha nota:

Edição: VitaminaBD, 1ª edição de Agosto de 2008

22 setembro, 2008

Blake e Mortimer.... OUTRA VEZ!

Com o final da colecção «Blueberry» a aproximar-se, o jornal Público em parceria com a ASA, fez anunciar que irá lançar uma nova colecção de BD, com início em Outubro, desta vez dedicada à série «Blake e Mortimer».
 
Uma colecção toda encadernada, capa dura, lombada de tecido, etc., etc. tudo muito bonito não fosse o pormenor desta série já ter sido anteriormente editada (pela Editorial Íbis/Editorial Verbo), reeditada (pela Bertrand), re-reeditada (pela Meribérica) e ainda re-re-reeditada (pelo Jornal Record). Aliás acho mesmo que não existe outra série em Portugal que tenha sido objecto de tantas reedições. E depois disto tudo será que existe por aí algum bedéfilo que ainda não tenha esta colecção? E com a crise e tanta gente que se queixa de pagar mais três ou quatro euros por um qualquer álbum de capa dura, será que é uma lombada bonita que justifica pagar cerca de € 7,90 por um álbum que facilmente se encontra em qualquer feira do livro que se preze a metade do preço? É impressão minha ou parece que em termos de produção de BD andamos a andar para trás? Com tanto material inédito para publicar, não seria altura da ASA olhar para a frente e dirigir a sua atenção no sentido de reparar a “herança” da Meribérica e completar colecções? Com tantos títulos em carteira é preciso andar a publicar "mais do mesmo"? Papel que podia ser aproveitados para, por exemplo, colecções ainda inéditas em Portugal!
 

 

15 agosto, 2008

Leitura: CASTAKA

Anteriormente, a VitaminhaBD já havia editado no devido formato franco-belga, o álbum "«Castaka» que situa a história antes dos acontecimentos narrados no primeiro volume da "Casta dos Metabarões". Funcionando como uma prequela, este primeiro álbum centra a sua história em Dayal, o primeiro antepassado, fundador da casta dos Castakas.

Não alcançando a profundidade dos «Metabarões», Jodorowsky consegue mesmo assim criar uma outra linha narrativa, sem se repetir se sem desvirtuar, continuando a cativar o leitor, não obstante a colaboração no desenho do espanhol Das Pastoras, dono de um traço dificil de assimilar, principalmente se o compararmos com o argentino Juan Gimenez, desenhador dos "Metabarões".

Só uma chamada de atenção para o erro existente na primeia vinheta do lado esquerdo inferior da página 10, onde o texto troca as cores dos clãs. Segundo o responsável da VitaminaBD, o erro já vem da edição original e infelizmente não foi detectado na tradução para a versão portuguesa.

CASTAKA
Autores Alexandro Jodorowsky e Das Pastoras
Edição VitaminaBD, 1ª edição de Dezembro de 2007


Nota de Leitura:

RAZOÁVEL (3 em 5)

14 agosto, 2008

Leitura: A Casta dos Metabarões - Primeiro Volume

A recente reedição da magnífica série de ficção-cientifica da bd franco belga, «A Casta dos Metabarões» é talvez uma das melhores apostas da editora VitaminaBD. Com a publicação deste primeiro volume e a promessa de publicação da série completa (em mais dois volumes), teremos finalmente editada em português a saga completa dos Metabarões, depois da falência da Meribérica, editora que apenas publicou os cinco primeiros álbuns.

A série centra-se na história da linhagem do Metabarão, uma personagem do universo do "Incal", criada por Jodorowsky e Moebius, pertencente a uma casta de guerreiros espaciais com um código de honra muito rígido. O primeiro volume desta colecção, compreende os três primeiros álbuns da série, a história começa por recuar ao tempo de Othon, o trisavô do actual Metabarão, onde um pequeno incidente que revelará o segredo de família do clã Castaka, desencadeia uma sucessão de acontecimentos que levará á origem da casta dos Metabarões, os guerreiros supremos. No segundo álbum, conheceremos Honorata, a trisavó, uma personagem cuja força interior se revelará decisiva para asseguar a descendência de Othon e finalmente no terceiro álbum, com Aghnar, o bisavô, assistiremos ao começo da tradição do brutal ritual de iniciação de um Metabarão.

Com a assinatura de Alexandro Jodorowsky, talvez num dos seus melhores trabalhos (apesar de eu tambem ser grande apreciador da série "Bouncer"), acompanhada do desenho fantástico e irrepreensível de Juan Gimenez, a leitura dos "Metabarões" depressa se torna viciante, talvez influenciada pela tragédia que acompanha cada geração ou pelo ambiente tecnológico e futurista de ficção-cientifica onde decorre a acção ou então por ambos.

O único senão talvez desta colecção, é na minha opinião, a opção da editora pela edição em formato pouco maior que o comic americano em preterição do merecido formato franco-belga. Não obstante o factor económico associado e as vantagens que daí advêm – cada volume inclui três álbuns e é vendido pelo preço de um - considero que o conteúdo excepcional deste clássico da BD se encontra diminuído neste formato de edição, e é talvez o único ponto negativo desta colecção, mas não o suficiente para não deixar de atribuir a nota máxima.

A CASTA DOS METABARÕES - Primeiro Volume
Autores Alexandro Jodorowsky e Juan Gimenez
Edição VitaminaBD, 1ª edição de Dezembro de 2007

Nota de Leitura:

EXCELENTE (5 em 5)

Leitura: REVELAÇÕES


A obra «Revelações» da dupla Paul Jenkins e Humberto Ramos, editado recentemente pela BDMania, vale mais pela expectativa do que pelo conteúdo. Confuso? Passo a explicar. A historia conta-nos uma terrível conspiração que toma forma nos corredores do Vaticano, envolvendo adoradores do Diabo, a sucessão do Papa e um Quarto Segredo de Fátima. Parecia prometedor. Logo no inicio o assassinato de um Cardeal é o pretexto para a entrada em cena, da personagem principal, o (jovem?) detective inglês Charlie Northern, cujo cepticismo e desconfiança serão postos à prova e necessários no salto de fé para a descoberta da verdade.

O argumento que prometia torna-se entretanto confuso com o desenvolvimento da conjectura e perde-se o rumo para um final que, ao contrário do que dizia o poeta, não se entranha, estranha-se. Esperava (eu) mais certezas e menos abstracções! Os apreciadores da arte de Humberto Ramos, ainda encontrarão motivos suficientes para valorizar este livro, o que manifestamente não é o meu caso. Talvez seja do desenho, talvez seja da cor, não sei, sei que não me cativou!

REVELAÇÕES
Autores: Paul Jenkins e Humberto Ramos
Álbum único, cores, capa mole
Editora BDMania, 1ª edição, Abril de 2008

A minha nota:

01 julho, 2008

Leitura: WANTED


Num dos lançamentos mais oportunos deste ano, a editora BdMania lançou agora para as bancas a edição portuguesa da “graphic novel” «WANTED» de Mark Millar (argumento) e JG Jones (desenho), apanhando, e muito bem, a boleia da estreia da adaptação cinematográfica entre nós já no próximo dia 10 de Julho.

«Wanted» é talvez das histórias mais alternativas e subversivas que já li, ou não decorresse a acção num mundo desequilibrado, de super-vilões sem super-herois. Como consequência, uma fraternidade de vilões pratica todo o tipo de crimes com uma total impunidade. E é neste cenário que vamos conhecer e acompanhar a vertiginosa “transformação” de um pacato vegetariano chamado Wesley Gibson, cuja existência é marcada pelas traições da namorada com o seu melhor amigo, pelas perseguições dos gangues do seu bairro e pelas humilhações da sua chefe afro-americana.

Mark Millar criou aqui um universo excessivo, com uma história critica, que não obstante a violência explicita, não só em termos de linguagem (onde a tradução portuguesa também não se poupou) mas também visualmente - sendo este último capitulo da exclusiva responsabilidade do excelente desenho de JG Jones - tem algum humor e o seu ritmo narrativo conduz a uma leitura bastante fluida. Apesar de não ter ficado seduzido com o final da história, talvez tivesse preferido que tivesse seguido outro rumo com diferentes desenvolvimentos, acho que o seu desfecho serve os fins a que se destina. No global uma história muito boa. Confio agora que a adaptação cinematográfica tenha talvez outra liberdade, apostando numa narrativa com continuidade.

Esta edição portuguesa, em softcover, vem bem recheada, pois para além da série completa (publicada originalmente em seis comics), inclui também um dossier das personagens principais ilustradas por grandes autores da bd americana, uma galeria das capas dos comics publicados, incluindo edições alternativas, e ainda os esboços e estudos iniciais da concepção de personagens e cenas suprimidas. Tudo isto por um preço a rondar os € 15 numa banda de jornais perto de si.


WANTED
De Mark Millar (argumento) e JG Jones (desenho)
Editora BDMania, 1ª edição, Dezembro de 2007

Nota de Leitura:

BOM (4 em 5)

27 maio, 2008

A colecção "Clássicos Disney em BD", pelo Público

Dando um forte abanão neste marasmo em que se encontra a publicação de BD em Portugal, o jornal Público continua a sua excelente aposta na promoção e distribuição de BD. Depois do anúncio da colecção "Blueberry", prepara-se agora para lançar nova colecção, desta vez pensada para os mais novos. Vai reunir os grandes clássicos da Disney, desde dos mais antigos até aos mais recentes, numa única colecção intitulada "Clássicos Disney em BD". São no total 20 volumes, com distribuição todos os Sábados e Domingos, entre 7 de Junho próximo e 10 de Agosto, com um preço de € 2,90 cada. O primeiro volume "Branca de Neve e os 7 anões" é grátis.

Aqui fica o anuncio da colecção, com indicação das histórias a publicar e respectivas datas de lançamento (clicar na imagem para uma melhor visualização).

26 maio, 2008

A colecção "Blueberry" da ASA/Público

Conforme já havia referido no post anterior, é já no próximo dia 4 de Junho, que o jornal Público em colaboração com a editora ASA, dará inicio à Colecção Blueberry.

Todas as Quartas-feiras, ao longo de 18 semanas, serão publicados os álbuns da melhor banda desenhada alguma vez feita sobre o Oeste americano, com a assinatura de Charlier e desenho de Giraud, pelo preço unitário de € 5,90.

Logo à partida, umas das mais-valias desta colecção é a publicação, logo no 1º volume, de uma historia inédita em Portugal. Trata-se de "Apaches" (ver imagem ao lado), um álbum fora da colecção, dedicado ao chefe índio Gerónimo, que inclui além de pranchas inéditas, a história completa de quando Blueberry o conheceu, e que já nos tinha sido dado a conhecer, em flashbacks durante o arco "Tombstone".

De destacar também, finalmente a re-publicação de alguns álbuns à muito esgotados, nomeadamente os nºs 13, 14 e 15 desta nova colecção, e que andavam a ser vendidos a preços de um barril de petróleo (passe o exagero!)


Assim, para os (muitos, espero eu) interessados deixo aqui o calendário completo da colecção:



E para quem quiser conhecer melhor esta magnifica colecção, deixo aqui também o excelente site oficial (em francês).

Boas leituras!

15 maio, 2008

Afrika

Tenho para mim que um dos melhores álbuns lançados no ano passado, em Portugal, foi "Afrika" de Hermann, da editora Vitamina BD.

Com a acção a desenrolar-se tendo por fundo a paisagem africana, este "Afrika" centra-se na figura de Dário Ferrer, um homem fechado e desencantado, ex-militar, agora responsável pela segurança de uma reserva natural da África Equatorial, com a missão de proteger os animais da caça furtiva.

Um dia, é contactado por Charlotte, uma jornalista que lhe solicita ajuda para fazer uma reportagem sobre caçadores furtivos e de forma inesperada, transformam-se ambos em testemunhas acidentais do massacre de uma aldeia organizado pelo exercito local com o apoio de uma empresa multinacional.

A partir daqui assistimos a uma fuga pela selva, numa luta pela sobrevivência, onde o maior predador é o próprio Homem, com um desfecho imprevisível mas obrigatoriamente trágico.

Uma história bem estruturada, auto-conclusiva, donde se destaca o traço extremamente fiel e realista de autor, nomeadamente no que respeita ao magnifico desenho de animais, transformando este álbum num dos melhores que já li de Hermann.

A minha nota:

Edição: Vitamina BD, 1ª edição de Outubro de 2007

28 março, 2008

As Aventuras de Blake & Mortimer, Vol. 18 - O Santuário de Gondwana

Ontem, numa passagem pela FNAC (passe a publicidade!) qual não foi a minha surpresa ao encontrar à venda um novo álbum das aventuras de Blake & Mortimer: O Santuário de Gondwana
 
A surpresa foi boa, mas estranhei como este acontecimento passou praticamente despercebido aqui na comunidade bedéfila. Nem em blogues nem em fóruns bedéfilos havia encontrado uma única referência a este lançamento, que até teve a sua estreia mundial cá em Portugal, no passado dia 24. Das duas uma, ou existiu um grande secretismo por parte da editora ASA, ou então andamos todos muito distraídos! :)
 
A surpresa continuou com sou confrontado com duas capas diferentes (oficial e variante) para o mesmo álbum, que salvo erro, deve-se tratar de uma acção inédita cá entre nós. Mais tarde, numa pesquisa no google, e descubro que a edição variante foi feita para venda exclusiva nas lojas FNAC, com uma tiragem de 1.500 exemplares (a oficial tem uma tiragem de 6.000 exemplares).
 
Esta nova aventura, O Santuário de Gondwana, conta de novo com a assinatura da dupla Yves Sente e André Juillard, depois do díptico Os Sarcófagos do 6º Continente. A acção decorre em pleno coração da Africa Negra, onde os nosso heróis embarcam numa aventura em busca de uma civilização desconhecida.
 
Passa já para o topo da "pilha" e é a minha leitura para hoje! 
 

21 janeiro, 2008

Mais... Manara

Em mais uma promoção de BD! Desta vez é a revista masculina GQ (edição portuguesa) que na sua edição de Janeiro/Fevereiro (já nas bancas) traz o álbum a cores, formato franco-belga, de bd erótica “O Clic 1” de Milo Manara com um preço de capa de apenas € 1,45. Com uma tiragem de 25.000 exemplares, o objectivo confesso desta promoção é “duplicar as vendas da GQ”. A edição de Março/Abril da GQ irá distribuir o álbum “O Clic 2”.

Clic conta a história da bela Cláudia Cristiani, uma mulher da alta sociedade, recatada mas insegura face ao seu magnifico (e bem desenhado corpo), mas que devido ao roubo da invenção do Prof. Kranz, um comando à distancia que controla os impulsos sexuais, consegue soltar os seus desejos mais profundos e dar largas aos seus instintos sexuais mais libidinosos e as situações que daqui resultam, tanto ao nível do desenho como da linguagem, obviamente não são aconselháveis a menores de 18!

Para quem não conhece, pelo preço parece-me ser uma excelente oportunidade para entrar no mundo de Milo Manara!

10 janeiro, 2008

De volta aos clássicos...


O jornal Público começa no próximo dia 16 Janeiro, em parceria com as edições ASA, (mais) uma colecção semanal de banda desenhada, desta vez dedicada a várias personagens, vários autores, vários estilos, abrangente dos vários géneros da bd franco-belga. A colecção, repartida por dez álbuns duplos, com um custo de € 6,90 cada, traz-nos autores como Rosinski, Van Hamme, Zep, Guarnido, Canales, Tabary, Goscinny, Bilal, Marini, Desberg, Gibrat, Pellejero, Zentner, Prado, Bess e Jodorowski.
 
Calendário completo dos lançamentos por autor/título/data:
  1. Rosinski e Van Hamme/"Thorgal – O Filho das Estrelas" + "Thorgal – Alinoë"/96 páginas, a 16-01-2008

  2. Zep/"Titeuf – As Miúdas Ficam Banzadas" + "Titeuf – N’é Nada Justo"/96 páginas, a 23-01-2008

  3. Guarnido e Canales/"Blacksad – Algures entre as Sombras" + "Blacksad – Artic Nation"/104 páginas, a 30-01-2008

  4. Tabary e Goscinny/"Iznougoud vê estrelas" + "Iznougoud e o computador mágico"/96 páginas, a 06-02-2008

  5. Bilal/"A Feira dos Imortais" + "O Sono do Monstro"/120 páginas, a 13-02-2008

  6. Marini e Desberg/"A Estrela do Deserto" (2 capítulos)/120 páginas, a 20-02-2008

  7. Gibrat/"Destino Adiado" (2 capítulos)/112 páginas, a 27-02-2008

  8. Pellejero e Zenter/"Âromm – Destino Nómada" + "Âromm – Coração da Estepe"/96 páginas, a 05-03-2008

  9. Prado/"A Vida é um delírio"/96 páginas, a 12-03-2008

  10. Bess e Jodorosky/"O Lama Branco – O Primeiro Passo" + "O Lama Branco – A Segunda Visão", a  19-03-2008


Nota adicional:
Saúdo o lançamento desta colecção mas lamento a oportunidade perdida para lançar histórias inéditas em Portugal. Não obstante a (re)publicação de autores como Rosinski, Bilal e Gibrat ou histórias como “Thorgal”, “Blacksad” e “A Estrela do Deserto”, a verdade é que para os habituais leitores de bd franco-belga, estes autores e álbuns há muito que constam nas respectivas colecções. Sendo assim, até pelo baixo preço proposto, sinto que estou perante uma colecção que visa essencialmente escoar stocks da ASA, pelo que o publico-alvo será aquele que não conhece/não compra este género de banda desenhada. Será que resulta? Não quero com isto minimizar esta iniciativa, até porque reconheço que o jornal Público é dos poucos órgãos de comunicação social que em Portugal ainda vai contribuindo para a divulgação da banda desenhada (lembro as colecções “Corto Maltese”, “Tintin” e “Spirou”), mas não são estas (re)edições que ajudam ao mercado bedéfilo português. Assim, da minha parte, provavelmente farei depender a compra de alguns álbuns em função da respectiva qualidade da edição.

09 janeiro, 2008

'Peanuts'

Depois dos magníficos volumes 1 e 2, as Edições Afrontamento lançam agora os volumes 3 e 4 de "Peanuts – Obra Completa", respeitantes aos anos 1955 a 1956 e 1957 a 1958, respectivamente.

Esta colecção, é um compromisso da editora em publicar integralmente em lingua portuguesa, a obra completa de Charles Schulz (1922-2000), compilando todas as tiras de Charlie Brown, Snoopy e companhia, publicadas em jornais e revistas, ao ritmo de dois volumes por ano, numa colecção que apenas ficará completa em 2016 com o lançamento dos dois últimos volumes.

Mais não fosse pelo prazer que dá a sua leitura, o cuidado posto na sua edição (atente-se às caixas, cuja opção recomendo) e o facto de constituir uma colecção integral e definitiva, de todas as tiras diárias, escritas e desenhadas por Schulz, já seria motivo suficiente para comprar esta colecção. Acrescente-se então o facto de possibilitar ao leitor português a oportunidade inédita de ler as primeiras tiras e acompanhar a posterior evolução das personagens (posso destacar a transformação do Snoopy de um simples cãozinho no filosofo que todos conhecemos). Tudo conjugado traduz a grande mais-valia de “Peanuts – Obra Completa”, uma colecção de sonho, que tem um lugar cativo na estante de qualquer bedéfilo. Bem, pelo menos na minha têm!

Volumes já disponíveis:

Peanuts Obra Completa - Volume 1 [1950-1952]
Peanuts Obra Completa - Volume 2 [1953-1954]
Peanuts Obra Completa - Volume 3 [1955-1956]
Peanuts Obra Completa - Volume 4 [1957-1958]