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20 dezembro, 2010

O novo Dog Mendonça e Pizzaboy

Dog_Pizzaboy 2

A sugestiva imagem é o poster promocional da sequela de “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy” (edição Tinta-da-China). Depois do sucesso obtido com o primeiro álbum, os autores Filipe Melo e Juan Cavia preparam a continuação, das agora extraordinárias aventuras, num novo álbum com o arrasador título de “Apocalipse”. O lançamento está previsto para Março do próximo ano. As premissas do 1º álbum mantêm-se: "Acontecimentos estranhos, Lisboa como cenário e a missão de salvar o Mundo em 12 horas". Um pequeno trailer já circula por aí e pode ser visto aqui (via facebook).

Entretanto, é notícia que a editora americana Dark Horse, que se prepara para comemorar 25 anos de existência em 2011, convidou Filipe Melo e Juan Cavia a contribuírem com uma história de 24 páginas com as mesmas personagens que integram as aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy. A história será publicada numa antologia intitulada Dark Horse Presents e contará igualmente com a participação de autores consagrados como Frank Miller (Sin City), Mike Mignola (Hellboy) e Dave Gibbons (Watchmen).

Cá estaremos à espera destas novidades!

27 novembro, 2010

José Mendes Cabeçadas Júnior – Um Espírito Indomável

Foi uma apresentação discreta e de âmbito local marcou o regresso de José Carlos Fernandes (JCF) à Banda Desenhada. Não que JCF tenha desistido, até porque não vi qualquer anuncio nesse sentido, mas a verdade é que já lá vai algum tempo sem se publicar nada da sua autoria.

A apresentação foi do livro “José Mendes Cabeçadas Júnior – Um Espírito Indomável”, uma edição da Câmara Municipal de Loulé no âmbito das comemorações do Centenário da Republica, que versa sobre a vida de um ilustre louletano da nossa História contada por... um ilustre louletano da nossa Banda Desenhada.

José Mendes Cabeçadas Júnior (1883-1965) teve o que se pode designar de uma “vida cheia”. Nascido em Agosto de 1883, militar de carreira, tomou parte activa na Revolução de 5 de Outubro de 1910, quando assumiu o comando do cruzador Adamastor que a partir do Tejo bombardeou o Palácio das Necessidades e desembarcou tropas no Terreiro do Paço, foi deputado no Parlamento, liderou um movimento de revoltosos que pôs fim à I Republica, foi Presidente da Republica durante 17 dias, tornou-se opositor ao regime de Salazar até falecer em Junho de 1965.

JCF escreveu e Roberto Gomes desenhou. Uma dupla anteriormente anunciada para o segundo volume das Black Box Stories, mas que (até à data) não chegou a ser publicado. No entanto, o trabalho conjunto destes autores pode ser observado no conto “Um boi no telhado” (“Série Ouro - Os Clássicos da BD”, n.º 18, distribuído com o jornal “Correio da Manhã”) que aliás deu origem a um pequeno mas excelente manual de BD que aliás aqui fiz referência.










No argumento, seguida a opção pelo rigor histórico que até se impunha até porque se trata de uma obra biográfica, JCF consegue num excelente exercício de síntese, condensar em cerca de 30 páginas os factos mais relevantes que marcaram a vida venturosa de Cabeçadas Júnior. Depois coube a Roberto Gomes, dotado de um traço agradável e eficaz, no qual até encontro algumas semelhanças com o de JCF, que peca só pela ausência de emoções no rosto das personagens, ilustrar a vida desta figura da nossa História. O recurso a cores em tons de lilás e castanho sobre um fundo salmão acentua o efeito desta viagem ao passado.

O resultado final é um livro bem conseguido, de fácil compreensão, que cumpre exemplarmente com os objectivos culturais e históricos a que se propôs – dar a conhecer a vida de um “filho da terra” - e que motivaram a sua edição. No entanto a utilização de uma narrativa mais descritiva conduz a quebras no ritmo de acção, dado que muitas das vinhetas funcionam autonomamente retratando apenas situações ou acontecimentos, o que retira algum fulgor na leitura, mas compreendo que sejam consequência dos condicionalismos provocados pelo n.º de páginas ou pelo rigor histórico. O livro apresenta-se em capa mole com badanas, impresso em papel de cor salmão, numa qualidade pouco habitual em edições camarárias.


José Mendes Cabeçadas Júnior – Um Espírito Indomável
Autores: José Carlos Fernandes e Roberto Gomes
Álbum a cores, capa mole
Edição Câmara Municipal de Loulé, Setembro de 2010

A minha nota:

26 novembro, 2010

As Aventuras de Blake & Mortimer, Vol. 20 - A Maldição dos Trinta Denários (Tomo 2)

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Saiu hoje para os habituais postos de venda, o novo álbum das aventuras de Blake e Mortimer que constitui a segunda parte do díptico A Maldição dos Trinta Denários. Como já é normal no mercado português, o álbum encontra-se disponível em duas capas diferentes, sendo que edição em capa alternativa (ver imagem) é de venda exclusiva nas lojas da FNAC.

20 novembro, 2010

Leitura: Lucky Luke contra Pinkerton

O lançamento do mais recente álbum de Lucky Luke em Portugal revestiu-se de uma particularidade inédita: uma edição, não com duas, mas com três capas diferentes. Gosto deste marketing, mas será que se justificava esta extravagância? A série “As aventuras de Lucky Luke segundo Morris” tem no excelente desenhador Achdé a garantia de uma reconhecida dinâmica e consistência ao nível do desenho, mas para este LUCKY LUKE CONTRA PINKERTON promoveu-se no argumento a uma renovação com a substituição de Gerra (argumentista responsável pelas anteriores aventuras desta série) depois do menos conseguido "O Homem de Washington", pela dupla de escritores Tonino Benacquista e Daniel Pennac.

Inspirados num facto histórico – o aparecimento da famosa agência de detectives Pinkerton – Benacquista e Pennac criaram a partir de um verídico e curioso episódio sobre uma suposta conspiração para assassinar o recém-eleito presidente Lincoln aquando da sua passagem por Baltimore (a imagem aqui apresentada do lado direito é um desenho satírico, datado de 1863 e representa a passagem de Lincoln por Baltimore, escondido e a coberto da noite, da autoria de Adalbert John Volck) uma divertida, inteligente e bem-humorada narrativa, bem servida de deliciosos “gags” bem introduzidos.

Tudo começa com Lucky Luke a ver o seu inquestionável estatuto de herói ser posto em causa devido ao aparecimento dos novos agentes da lei, da nova agência de detectives Pinkerton. Mas o modo de actuação de Allan Pinkerton que tem subjacente o hilariante princípio de que “em cada homem honesto dormita um canalha” apresenta segundas intenções, o que não agrada ao nosso herói. Começa então um “confronto” entre Lucky Luke e Pinkerton, numa história que conta também com a participação dos conhecidos irmãos Dalton, e onde podemos igualmente observar velhas caras conhecidas como Billy the Kid ou mesmo um cameo do CSI Horatio Caine.

Com todos estes ingredientes reunidos e a forma como Allan Pinkerton justifica todas as suas acções “em nome da segurança” e a analogia que daqui se pode estabelecer com os tempos actuais, resultam num dos melhores álbuns do Lucky Luke que li nos últimos tempos.

O cowboy que dispara mais rápido do que a sua própria sombra está de regresso e em grande. Este álbum merece bem as três capas com que foi editado em Portugal e da minha parte merece as cinco estrelas. Recomendo a leitura.

Lucky Luke contra Pinkerton
Autores: Achdé, Benacquista e Pennac
Álbum n.º 4 da colecção “As aventuras de Lucky Luke segundo Morris”, cores, cartonado
Editora: ASA, 1ª edição de Outubro de 2010

Desta edição, para além da capa original, o autor Achdé desenhou exclusivamente para o mercado português mais duas capas inéditas.

A minha nota:

27 outubro, 2010

"Dot & Dash" de Cliff Sterrett



Manuel Caldas ataca de novo e desta vez tratou de recuperar e prepara-se para publicar "Dot & Dash", de Cliff Sterrett. Trata-se de uma série criada em 1926-1928 para os jornais americanos do celebrado autor de "Polly and Her Pals". De acordo com o editor é uma edição que se apresenta na sua integralidade, completamente restaurada e com o seu deslumbrante colorido original. Ainda que menos conhecido pelo público em geral, Cliff Sterrett foi um génio ao nível de George Herriman e Winsor McCay. O livro tem o tamanho de 30 x 21,3 cm, 64 páginas a cores e um preço de 16,50 Euros. Aparecerá em breve nas livrarias, mas se o pedir directamente ao editor (sem pagar despesas de correio) receberá um poster de tiragem limitada reproduzindo uma enorme página de jornal de 1928 com "Dot & Dash" e "Polly and Her Pals".

Deixo aqui algumas páginas:

pag38

pag49

pag55

"Dot & Dash" de Cliff Sterrett



Manuel Caldas ataca de novo e desta vez tratou de recuperar e prepara-se para publicar "Dot & Dash", de Cliff Sterrett. Trata-se de uma série criada em 1926-1928 para os jornais americanos do celebrado autor de "Polly and Her Pals". De acordo com o editor é uma edição que se apresenta na sua integralidade, completamente restaurada e com o seu deslumbrante colorido original. Ainda que menos conhecido pelo público em geral, Cliff Sterrett foi um génio ao nível de George Herriman e Winsor McCay. O livro tem o tamanho de 30 x 21,3 cm, 64 páginas a cores e um preço de 16,50 Euros. Aparecerá em breve nas livrarias, mas se o pedir directamente ao editor (sem pagar despesas de correio) receberá um poster de tiragem limitada reproduzindo uma enorme página de jornal de 1928 com "Dot & Dash" e "Polly and Her Pals".

Deixo aqui algumas páginas:

pag38

pag49

pag55

21 outubro, 2010

21º Amadora BD: Lançamentos

É já amanhã que terá inicio o 21º Amadora BD, um palco privilegiado para todo o tipo de manifestações relacionadas com a banda desenhada. Já aqui apresentei o programa relativo a conferências, colóquios, debates, sessões de autógrafos, visitas guiadas às exposições, a decorrer durante o festival. Falo agora dos lançamentos. É verdade que em anos anteriores, o Amadora BD não tem sido o local escolhido pelas editoras para fazer as suas apresentações, mas a edição deste ano parece contrariar essa tendência, e assim já são conhecidos algumas das novidades a serem lançadas durante o festival.





20 outubro, 2010

Spirou - "A Invasão dos Zorcons"

Saltando por cima do álbum “Aux sources du Z” correspondente ao n.º 50 da colecção, a editora ASA lançou recentemente entre nós a mais recente aventura de Spirou e Fantásio, de seu título A INVASÃO DOS ZORCONS. Da autoria de Yohann e Vehlmann, é a segunda incursão desta dupla de autores neste universo, dado que já tinham trabalhado anteriormente num álbum fora de colecção intitulado “Os Gigantes Petrificados” (Colecção Spirou, n.º 18, ASA/Público, 2007).

Terminada a leitura, devo dizer que neste regresso, Vehlmann não surpreendeu e fugindo a qualquer actualização da narrativa, criou uma história simples, divertida, carregada de referências, por vezes repetitivas, ao universo Spirou. A aventura decorre numa floresta, onde a teoria de Darwin evoluiu de uma forma vertiginosa, dando origem às mais estranhas espécies vegetais e animais, incluindo plantas carnívoras e uns irracionais monstros chamados de zorcons. Respondendo a um pedido de auxílio do Prof. Pacómio, Spirou e Fantásio vêem-se forçados a atravessa-la para chegar até Champignac. Vehlmann fez regressar eternas personagens, entre elas Dopilão (novo nome?) o bêbado da aldeia ou o Presidente Câmara e principalmente o inevitável… Zorglub, em grande forma, que retoma aqui a sua fixação pela Lua.

Ao nível do desenho, registo que também Yohan faz uma aproximação ao Spirou clássico, ainda que com um toque mais moderno, mas abdicando do traço mais rígido e adulto que tinha evidenciado anteriormente no álbum “Os Gigantes Petrificados”. São tantas as diferenças ao nível do desenho que a verdade é que fiquei espantado com a capacidade de adaptação de Yohan. Mas a soltura do seu desenho, que se adapta perfeitamente, e o recurso à habitual utilização de vinhetas largas imprime um ritmo bastante dinâmico à aventura que facilmente cativa o leitor. Pessoalmente gostei mais do desenho do que do argumento.

Em termos gerais, a história mostra-se interessante, bem conduzida, não obstante algumas soluções pouco conseguidas. No entanto, o final surpreendente desta aventura pressupõe uma continuação, o que me leva a pensar que o melhor desta história talvez esteja guardado para o álbum seguinte!

Spirou – A Invasão dos Zorcons
Autores: Yohan e Vehlmann
Álbum n.º 51 da colecção "As Aventuras de Spirou e Fantasio", cores, cartonado
Editora: ASA, 1ª edição de Outubro de 2010
Desta edição foi feita uma tiragem de 500 exemplares, com outra ilustração de capa

A minha nota:

19 outubro, 2010

Capa do Dia: Zona Negra 2

Zona Negra 2

O projecto ZONA! continua em força, e durante o próximo Amadora BD – lançamento a 30 de Outubro - sairá o quinto número, o segundo dedicado ao género terror. Assim, o Zona Negra 2, composto por 96 páginas a preto e branco, que segundo os seus autores fortalece o ambiente negro do seu conteúdo, conta desta vez com a participação de 28 artistas. A imagem publicada é da capa, cuja autoria é de Ricardo Reis, que nos remete para aqueles clássicos de terror tão em voga nos anos 50.

Fonte: Zona

08 outubro, 2010

Dragon Ball em BD

É amanhã, Sábado dia 9 de Outubro, que sai para as bancas em pré-lançamento, o 1º volume da colecção de manga DRAGON BALL, criada por Akira Toriyama.
Este primeiro volume de um total de 16, que a editora ASA irá publicar ao ritmo previsto de um por mês, findo do qual estará editada toda a primeira série, sairá juntamente com o jornal Diário de Noticias, pelo preço adicional de € 9,60.
O segundo volume sairá para as livrarias em simultâneo com o primeiro. Terminada a colecção, as respectivas lombadas devidamente alinhadas formarão a imagem do dragão.
É o inicio das aventuras de Son Goku, dos intermináveis combates, das sete bolas de cristal, que eu acompanhei religiosamente em versão animada (anime) através da televisão em tempos idos. Não sei se a versão em papel em entusiasma tanto, mas certamente que por curiosidade, o primeiro tomo, cuja imagem da capa se exibe, devo comprar, nem que seja para experimentar o sentido de leitura japonês, do fim do livro para o inicio e da direita para a esquerda, que esta edição respeita.

02 outubro, 2010

ASA em Outubro

aqui tinha falado das novidades que se preparavam para ser lançadas por cá até ao final do ano. Terminado Setembro, anunciam-se agora as novidades de Outubro.
Começo por aquela que é talvez a proposta mais interessante. A publicação da nova aventura de Lucky Luke intitulada “Lucky Luke contra Pinkerton” terá em Portugal uma edição com três capas cartonadas diferentes. A normal igual à da edição francesa (ver imagem), uma 1ª capa alternativa distribuída em exclusivo com o jornal Público e uma 2ª capa alternativa de venda exclusiva da FNAC. O lançamento agendado para a segunda quinzena do mês coincidirá com a realização do 21º Amadora BD. E se o autor Achdé marcou sempre presença em Portugal aquando das anteriores edições, será que podemos contar este ano com ele uma 4ª vez?
Outro dos lançamentos franco-belgas, é um fora de colecção de Asterix. Este novo álbum intitula-se "Astérix e Companhia", e promete retratar gauleses, romanos, piratas entre outros, à maneira das estrelas dos tempos áureos de Hollywood. Quer-me parecer ser uma edição insossa!
Depois temos uma nova incursão da ASA no universo manga, com o lançamento do primeiro e segundo volumes de "Dragon Ball", de Akira Toriyama, numa colecção que se deverá estender até 2012! O primeiro volume será também distribuído juntamente com o jornal Diário de Noticias em data ainda a confirmar.
Uma palavra também para o novo livro de Ricardo Cabral, intitulado “New Born - 10 dias no Kosovo” que à semelhança com o seu anterior “Israel”, não será de banda desenhada, mas sim de ilustração.
Para terminar, e apesar de não ser novidade, eu gostava muito de encontrar o Spirou 51 em capa normal e o Blacksad 4, que apesar de anunciados em Setembro, a verdade é que até agora ninguém os viu nos habituais postos de venda. Começa a ser uma prática normal este anormal desfasamento entre a anunciada data de lançamento e a sua efectiva distribuição!

20 agosto, 2010

Novidades, novidades, novidades...

Preparem-se! Nos meses que faltam até ao final do corrente ano, haverá para os bedéfilos leitores de franco-belga, BD como há muito que já não estávamos habituados. É verdade que este ano se tem revelado bastante generoso, mas o que se avizinha e em tão curto espaço de tempo é fartura. A responsável pelo departamento de BD da ASA, Maria José, revelou num acto de grande generosidade, num fórum de discussão na internet, o que para aí vêm. E a tomar com o certo os lançamentos nacionais quase em simultâneo com as edições francesas, permite calendarizar, mais semana menos semana, as seguintes datas para as novidades (entre parêntesis coloco a data de lançamento em França):

Assim, em Setembro temos logo a abrir o novo Spirou intitulado “Alerta aos Zorcons” (dia 03/09), corresponde ao n.º 51 da série, o que não deixará de provocar um buraco na colecção portuguesa, uma vez que o último cá publicado corresponde ao 49º “Spirou em Tóquio”. Ficou a promessa que o buraco será tapado. Para meados do mês, seguir-se-á o bastante esperado Blacksad 4 - “O inferno, o silêncio” (17/09) da dupla espanhola Canales e Guarnido e ainda início da (re)publicação das aventuras de Tintin (atente-se que não escrevi Tintim) com a edição dos dois primeiros álbuns desta nova colecção.

Em Outubro está previsto o novo Lucky Luke, que em Portugal terá o título de “Lucky Luke contra Pinkerton” (15/10) ,da excelente dupla Achdé e Gerra, que tão bem tem tomado conta da herança de Morris.

Chegados a Novembro, temos a continuação do "Escorpião" com a publicação do 6º álbum desta colecção. O segundo volume das aventuras de Blake e Mortimer, “A Maldição dos 30 denários” será publicado em França a 26/11. Por cá penso que só mesmo em 2011 ou talvez não!

A juntar a isto tudo, espera-se que Vitamina BD lance os álbuns, que até chegaram já a ser anunciados através de newsletter, da colecção Jeremiah, o intitulado “O gatinho morreu” que é apresentado como um álbum carregado de tensões e dúvidas que poderão abalar a relação entre os protagonistas da série, Kurt e Jeremiah, e ainda o novíssimo “Bernard Prince” que regressa após longa ausência,

Entretanto, todas as Quartas-feiras e até 10 de Novembro, juntamente com o jornal Público continua a publicação da colecção completa de Gaston.

Pergunto se haverá carteira que aguente?

11 agosto, 2010

A Teoria do Grão de Areia - Tomo 2

Teoria Grão Areia 2

Uma das boas leituras deste ano, não só pela expectativa criada pelo álbum anterior, mas também porque espero a presença dos seus dois autores no Festival de BD da Amadora a decorrer em Outubro próximo, é o segundo tomo de “A Teoria do Grão de Areia” (ed. ASA) de Schuiten e Peeters.

Recuperando a história, em 784, num universo paralelo ao nosso, a cidade de Brusel é assolada por inexplicáveis fenómenos. Mary Von Rathen, a menina de “A Rapariga Inclinada” (ed. Meribérica) é contratada como consultora, e perdida em toda aquela atmosfera caótica, procura respostas. Neste segundo e conclusivo álbum, o avanço da areia e das pedras e o surgimento de outros novos fenómenos colocam em risco a existência da própria cidade. Mary Von Rathen percebe que a presença de dois novos estrangeiros (Bugtis) na cidade pode ser a chave do problema.

Com uma narrativa fantasiosa e fluída, a história encontra aqui a sua conclusão. O que começou por ser um inofensivo grão de areia, coloca agora em risco o equilíbrio de uma cidade. Esta ideia torna-se interessante pelos paralelismos que se podem estabelecer a partir daqui. Pessoalmente, gosto particularmente da ideia subjacente de equilíbrio e que toda uma acção tem necessariamente uma consequência ou reacção. E conforme nos apercebemos, os danos na cidade provocados pelos estranhos fenómenos resultam de acções/intervenções da cidade de Brusels. É verdade que nem todas as questões obtêm aqui a sua devida resposta, mas isto também porque as arquitecturas deste mundo permanecem naturalmente obscuras.

Graficamente, o desenho de Shuitten é exemplar. Trabalhado essencialmente a duas cores – preto e branco sujo – caracteriza o ambiente da cidade de Brusels e permite depois criar inteligentemente um contraste, com o branco luminoso que caracteriza os estranhos fenómenos. A opção pelo formato italiano, com as pranchas dispostas horizontalmente, permite a utilização de uma maior área de desenho da vinheta, o que valoriza bastante a riqueza do traço deste autor, que pode ser observada nos detalhes, como por exemplo na arquitectura dos edifícios, e aqui um destaque para a designada Maison Autrique, ou na definição dos personagens intervenientes.

Uma palavra final para a edição, conforme referido em formato italiano, a exemplo do que sucedeu com o tomo um, que vem igualmente acompanhada de uma caixa com lombada, ricamente ilustrada, que permite a arrumação ao álbum na vertical junto dos restantes álbuns da série.

Relacionado com este álbum , ler também:
A Teoria do Grão de Areia - Tomo 1

A Teoria do Grão de Areia – Tomo 2
Autores: Schuiten (desenho) e Peeters (argumento)
11º álbum da série “As Cidades Obscuras”, preto e branco, capa mole
Editora: ASA, 1ª edição de Maio de 2010

A minha nota:

05 julho, 2010

Bouncer - “O Fascínio das Lobas”

Finalmente a ASA lembrou-se que existia Bouncer! Cinco anos depois, está de regresso esta excelente série da BD franco-belga com a assinatura da dupla Jodorowsky/Boucq. Passada no Oeste americano, depois de terminada a Guerra Civil Americana, Bouncer é western sangrento, e conta a história de um pistoleiro que desempenha as funções de segurança no Infierno Saloon em Barro-City, uma pequena cidade do Oeste Americano. Um pormenor é que Bouncer, o pistoleiro, perdeu o braço direito na sua juventude.

O álbum agora publicado, “O Fascínio das Lobas” é o quinto álbum desta colecção. Deixo o aviso que é importante ter presente os eventos anteriores. É que neste álbum assistimos ao desfecho de todos os acontecimentos relacionados com a origem de Bouncer e com o último dos mistérios que envolve a cidade de Barro-City. É o fim do ciclo de vingança do índio White Elk, o ultimo sobrevivente da tribo dos Nacaches, que teve inicio no tomo 3 – “A Justiça das Serpentes”. Na verdade em todo o álbum são histórias de vingança que se cruzam. Com a chegada à cidade de Antoine Grant, filha do antigo carrasco de Barro-City, um anjo negro da morte, que vem cobrar uma divida de sangue, percebe-se logo que tudo converge para o desenlace final, com o fecho dos ciclos.

Jodorowsky, como é do seu timbre, consegue captar o leitor mantendo a acção num ritmo alucinante e intenso. A narrativa é equilibrada. É verdade que o velho Oeste era um sítio duro para se viver, mas Bouncer é particularmente violento. Boucq ilustra essa impressão de forma soberba. A planificação nas situações de confronto é excelente. As vinhetas largas substituem as tiras na prancha. O desenho de Boucq é caracterizado por um traço limpo, bem definido e realista. Aliás, Boucq utiliza muito a expressividades dos rostos das personagens em vinhetas únicas, para transmitir emoções. O desenho ganha vida e movimento. Da minha parte, confesso admirador do trabalho desta dupla de autores.

Resta-me dizer que a edição cartonada da ASA está ao nível das anteriores, ou seja, muito boa.

Bouncer – O Fascínio das Lobas
Autores: Jodorowsky (argumento), Boucq (desenho)
Tomo 5 da colecção "Bouncer", cores, cartonado
Editora: ASA, 1ª edição de Junho de 2010

A minha nota:

30 junho, 2010

O senhor que se segue é... Gaston Lagaffe

Com a publicação do 16º álbum – O Cavalo de Tróia – terminou hoje a colecção Alix pela mão da parceria ASA/Público. Rei morto, rei posto diz o dito popular e é já a partir da próxima semana, dia 7 de Julho – Quarta-feira, que começa uma nova colecção, desta vez dedicada ao desconcertante e mandrião Gaston Lagaffe, personagem criada por André Franquin, que personifica na perfeição o conceito de anti-herói.

A colecção é composta por 19 álbuns em capa dura com desenho exclusivo para Portugal. O primeiro volume tem o preço de lançamento de € 2,50, sendo os restantes vendidos ao preço de € 6,40.

De referir que depois de “Os Passageiros do Vento” e de “Alix” esta colecção é a 3ª colecção a ser publicada de uma lista de 10 que foram inicialmente apresentadas pelo Jornal Público para votação dos leitores.

Pessoalmente, das séries propostas, Gaston não é daquelas mais me entusiasme, mas atendendo ao facto de se publicar a colecção completa em capa dura a um preço bastante acessível, para além de comprar a colecção vou ter igualmente de comprar espaço!

TÍTULOS DA COLECÇÃO GASTON:

1. Os arquivos do Lagaffe
2. Gafes em barda
3. Gafes de um fanfarrão
4. Festival de broncas
5. O escritório vai abaixo
6. Calinadas do Calinas
7. Mais Gafes do Lagaffe
8. Gafes às rajadas
9. De gafe em gafe
10. O ás das argoladas
11. O descanso do trapalhão
12. Engenhocas do Lagaffe
13. Um bronco do piorio
14. Gafes, argoladas e trapalhadas
15. É só broncos!
16. Tabefes para o Lagaffe
17. Gafes atrás de gafes
18. Resmas de Gafes
19. Cuidado com o Lagaffe



25 junho, 2010

Manuel Caldas apresenta “Os meninos Kin-der”

O editor Manuel Caldas continua o seu laborioso trabalho de recuperação, restauração e publicação de clássicos da banda desenhada, conforme já várias vezes foi referenciado neste blogue (ver aqui, aqui e aqui). O seu novo lançamento, cuja apresentação aqui faço (a imagem é da capa) é (mais) um bom exemplo disso.

Manuel Caldas propõe-nos agora “Os meninos de Kin-der”, um álbum de 40 páginas, que reúne as pranchas desenhadas por Lyonel Feininger, um ilustre desconhecido pintor, talvez para a grande maioria de nós (eu incluído), que viveu entre 1871 e 1956, e que foram publicadas nas páginas de The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie's World.

Deixo aqui a síntese de introdução, feita por Rúben Varillas:

A banda desenhada, na sua evolução histórica, viu-se sujeita a um paradoxo digno de figurar nos anais da historiografia artística: chegou à pós-modernidade sem ter passado pela modernidade. No entanto, muito antes da pós-modernidade houve um período de ensaio, busca e experimentação, um momento em que estiveram prestes a abrir-se muitas portas (que afinal acabaram por ficar entreabertas): algo similar ao que noutros meios artísticos se reuniu sob a etiqueta de As Vanguardas. Na banda desenhada, nas mesmas datas em que a pintura, a escultura ou a literatura estavam em plena convulsão criativa, apareceu uma série de artistas dispostos a fazer arte com as vinhetas e a situá-las ao nível artístico desses outros veículos mais sérios, digamos assim.
Foram poucos e ousados. E Lyonel Feininger foi o menos reconhecido (e por consequência menos apreciado). O artista menos autor de banda desenhada, menos prolífico, menos ortodoxo desses primeiros tempos. As escassas pranchas que realizou constituem uma verdadeira aventura visual: nem chegou a um ano. Tempo suficiente, afinal de contas, para demonstrar que os bem sucedidos expressionismo e cubismo que começavam a inundar as telas da Europa também tinham lugar nas páginas dos jornais norte-americanos. Mas, apesar de não ter alcançado o triunfo que merecia pela sua faceta de autor de banda desenhada, Feininger obteve um aceitável reconhecimento como pintor daquelas mesmas correntes de vanguarda que atrás mencionamos.
Curiosamente, ao longo de toda a sua produção pictórica posterior, Feininger manteve muitas das constantes estilísticas que já tinha antecipado na banda desenhada. Nas suas pinturas expressionistas e numerosas xilogravuras encontramos arquitecturas oblíquas, edifícios angulosos e paisagens tão violentamente deformados como os que apareceriam nas páginas de The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie's World.

Feiniger nunca deixou de estar em contacto com a Vanguarda, primeiro graças à sua já referida adscrição estética e artística ao movimento expressionista alemão (e às suas posteriores influências cubistas) e mais tarde com a sua entrada na Bauhaus, sendo o responsável pela oficina de impressão e o único membro da escola que esteve nela desde o início até ao encerramento.
A edição que têm nas mãos é uma homenagem a Feininger e à sua obra, ao seu virtuosismo gráfico, ao seu inteligente emprego da cor e à audácia infinita deste autor eternamente encolhido na sombra do reconhecimento. O trabalho levado a cabo no restauro das páginas de jornal de The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie's World (incluem-se duas pranchas representativas desta série no presente volume) faz-nos redescobrir a obra de Feininger e mostra-no-la com uma nitidez gráfica como nunca antes foi possível vê-la. Graças ao restauro e ao grande formato, ressurgem os mares e condensam-se as nuvens, elevam-se majestosos os edifícios nova-iorquinos nas margens do rio Hudson, recortam-se diáfanos os perfis angulosos das suas personagens sobre os barcos e demais engenhos motorizados que percorrem as páginas. Ressurge, afinal, o talento de um desenhador de histórias aos quadradinhos adiantado para a sua época, um dos que poderiam ter mudado definitivamente a história da banda desenhada.

Esta edição, que terá um preço de venda de € 22, ainda não tem data marcada de distribuição pelas livrarias, mas encomendas podem ser feitas directamente através da página do editor.