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14 novembro, 2022

Ultimos retratos sobre o Amadora BD de 2022

Vim só aqui deixar umas últimas fotografias e notas finais sobre a edição deste ano do AMADORA BD. Globalmente uma boa edição. Nota 3. Nada de transcendental mas também não desiludiu. Um dos pontos mais positivos foi sem dúvida as exposições no núcleo central. Um excelente trabalho de todos os envolvidos. Nota também positiva para os autores estrangeiros convidados - ainda que considere que o cartaz do ano passado era superior - e para os autores nacionais com uma forte presença. E uma palavra para a explosão de lançamentos que aconteceram. Ainda que a oferta se canibalize, o lado da procura não se pode queixar da oferta variada.
 
Mas como não há bela sem senão, e as notas negativas vão, em primeiro lugar, para os PBDA, os prémios de festival, cujo regulamento merece ser revisto de alto a baixo, e até o próprio propósito dos prémios deve ser repensado. A segunda negativa vai para a actual "casa" do Amadora BD. Como se não bastasse a sua má localização, longe de tudo e mal servido de transportes públicos, encontra-se dotado de infraestruturas insuficientes para um evento desta natureza. Sem um investimento sério por parte da Câmara da Amadora, não vejo ali qualquer possibilidade do festival se desenvolver apenas com tendas alugadas e fé no tempo. A não ser que o número de 30.000(!?) visitantes (incluindo muitas escolas) satisfaça o município. 
 
 

 Identificando os autores fotografados, seguindo a ordem, da esquerda para a direita e de cima para baixo, temos: 

1. Tripp e Loisel
2. Giampiero Casertano
3. Alfred
4. Fred Vignaux
5. Daniel Maia
6. Derradé
7. João Amaral
8. Rita Alfaiate
9. Paulo J. Mendes
10. Hugo Van der Ding

24 outubro, 2022

Fim-de-semana de Amadora BD

Findo o primeiro fim de semana da AMADORA BD e já dá para fazer uma pequena crónica do que por lá aconteceu. O sábado começou com a loucura instalada para as sessões de autógrafos. Trinta e três anos depois e a (de)organização resolve instituir o sistema de fila única!!! Percebia-se logo o absurdo da medida, e o único resultado previsível foi um pleno entre leitores, autores nacionais e editores… tudo insatisfeito! Os primeiros porque guardaram durante horas a sua posição na fila para os autores estrangeiros, os segundos porque estavam sem livros para autografar e os terceiros porque ficaram sem clientes nos stands comerciais. Foram feitos diversos alertas, e a coisa podia ter ficado logo ali resolvida em dez minutos, mas a coragem da decisão não se mostrou e o “não podemos” e o “não temos autorização” dos voluntários vingou! Não posso deixar de reconhecer o esforço destes em tentar minimizar o disparate de quem decide!
 
Aproveito e deixo um abraço solidário para o Luís Louro, a quem pela primeira vez o vi de braços cruzados numa sessão de autógrafos, e que depois o obrigou a horas extraordinárias para recuperar os autógrafos pe(r)didos; e outro abraço para o Dário (aka Derradé) que foi chutado para uma mesa de canto e que encontrava literalmente tapada pela fila para autor americano Bob Mcleod. E todos aqueles que beberam um café quente naquela tarde fria de Sábado ao Dário o devem, porque a tomada elétrica da máquina estava mesmo ao seu lado, e sabemos bem que sem eletricidade não há café. Agora imaginem o que seria controlar todos aqueles portugueses em fúria que não conseguiram um desenho do Loisel, do Tripp, do Mcleod e ainda por cima nem um cafezinho de borla podiam beber? Respeito!

E continuando com as originalidades na tarde de Sábado, o que dizer da arte de bem carimbar que foi excepcionalmente bem executada pelo Tripp ao longo de toda a sessão? E para quem pensa que isto de colocar um carimbo é fácil, o autor com todo o seu vigor carimb… desculpem, demonstrou bem o contrário a todos aqueles que durante largas horas esperaram por um pequeno dsenho. Respeito! Quanto ao desenhador Loisel deu uma de escritor e foi para um festival de banda desenhada assinar o seu nome. Digo-vos era pôr-lhe um carimbo no passaporte e recambiá-lo para o Quebeque!

 
Com todas estas emoções e as horas a passar nem dei pelos lançamentos e apresentações que decorriam na outra ponta do espaço.
 
No Domingo, a fila na tenda começava logo na entrada. A fila para as senhas dos autógrafos! Dizem que a noite é boa conselheira e confirma-se. Sem surpresa, e não sendo o ideal, o sistema funcionou relativamente bem, pelo menos em comparação. Repetiram-se os carimbos do outro, pelo que destacaria aqui, sem dúvida, a grande disponibilidade, simpatia e DESENHOS do francês Fred Vignaux (na qualidade de autor do Thorgal) e do americano Bob Mcleod (na qualidade de autor do Homem-Aranha).
 
 
Ontem também foi dia de se conhecer, no próprio recinto do festival (o que faz todo o sentido), os vencedores dos agora Prémios de Banda Desenhada da Amadora. Já se sabe que este ano as nomeações foram anedóticas, que pouco ou nada prestigiaram o festival. Estiveram longe de reconhecer o que melhor se editou durante o ano, e assim sendo não há outra forma de o dizer, um júri incompetente que conseguiu nomear e premiar reedições, e até deixar de fora obras originais e justamente reconhecidas pelo público.

Quanto a vencedores, destaco as vitórias do interessante Estes Dias (edição POLVO) de Bernardo Majer - autor sobre o qual já convidava os leitores a descobrir o “seu mundo” no texto de apresentação que escrevi para a revista Splaft! do festival de Beja - na categoria de Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português e do visceral álbum O Relatório de Brodeck (edição ALA DOS LIVROS) de Manu Larcenet, uma das grandes edições de 2021, na categoria de Melhor Obra Estrangeira de BD Editada em Portugal.

Nas restantes categorias, tivemos naquela estranha geringonça de Melhor Edição Portuguesa de BD, a vitória da reedição do livro Tu És a Mulher da Minha Vida, Ela a Mulher dos Meus Sonhos (edição A SEITA), de Pedro Brito e João Fazenda; no prémio Revelação, O Crocodilo, ou o Extraordinário Acontecimento Irrelevante (edição da LOBOMAU) de Francisco Valle e Rui Neto; e para o prémio de Melhor Fanzine ou Publicação Independente foi atribuído a Ditirambos: Fauna, que reúne um colectivo de autores nacionais. Fica o registo!

Quanto as exposições, já tinha dito que valem muito uma visita. Não estão todas ao mesmo nível, mas estão bem conseguidas. Para quem conhece as obras é um prazer redescobrir agora em originais; para quem é o primeiro contacto acredito que haja um deslumbre. Pessoalmente, porque tudo é manifestamente uma questão de sentido critico e de gosto, destaco as dedicadas aos Mundos de Thorgal e ao Armazém Central. E gostava que tivesse sido mais desenvolvida e impactante a celebração dos 60 anos do aracnídeo.
 
 
Para o próximo fim-de-semana, não se esperam grandes surpresas, e será praticamente e quase literalmente dedicado aos Portugueses. Vale a visita!
 

21 outubro, 2022

Respira-se BD nas paredes do Amadora BD!

Já tive ontem oportunidade de passar pelo AMADORA BD para um primeiro olhar, e deve dizer que gostei bastante do que vi. Em termos de arrumação do espaço nada de novo, com o núcleo central exclusivamente dedicado às exposições e a uma tenda enorme para a zona comercial. O espaço desta é que pareceu melhor organizado, com as lojas comerciais dispostas lateralmente, e os autógrafos e apresentações arrumados em cada topo. O espaço central é de circulação. Simples e funcional. As três dezenas de novidades a juntar às duas centenas de lançamentos que aconteceram ao longo do ano enchem as prateleiras!

Logo ali a primeira surpresa deste festival. Há uma nova editora de BD. O grupo Penguin Random House, anuncia a sua chancela IGUANA, dedicado às novelas gráficas. O seu primeiro título de BD é O seu nome é Banksy, de Francisco Matteuzzi e Marco Maraggi, uma busca incessante pela identidade do artista contemporâneo mais enigmático dos nossos tempos. Lançamento a 7 de Novembro.

Sigo para as exposições. Posso já dizer que estão um mimo! Logo assim dou 5 estrelas! Quem entra no edifício tem logo o já icónico corredor com o néon BD ao fundo. Experimentem entrar na primeira porta à direita. Somos recebidos na sala de estar de Julien Dubois e a partir é uma viagem imersiva nas páginas de cada livro. Em cada sala/exposição respiramos o ambiente da cada história. As dezenas de originais expostos são um regalo para a vista. E tudo devidamente enquadrado por objectos, cores, pormenores, num excelente trabalho das equipas de cenografia. Respira-se BD por todas as paredes. Saímos do edificio das exposições mais ricos do que entramos, e sentimo-nos uns privilegiados. Acreditem que vale a vista! 
 
Ficam algumas fotos, mas não muitas para não vos estragar a surpresa da descoberta!

20 outubro, 2022

As capas do Amadora BD

Abrem hoje as portas da 33º edição do AMADORA BD. Durante os próximos dias será o foco das atenções. Agora sob nova gerência, que já deu boa conta do recado no ano passado, e repetindo a localização no Ski Skate Park na Damaia, espaço que já merecia que o município o renomeasse, porque de ski e skate já pouco ou nada tem, o festival deste ano promete. Sobre as exposições e autores já tinha anteriormente falado aqui, mas entretanto a programação do evento (apresentações, lançamentos, autógrafos) já está completa e pode ser consultada em AmadoraBD

Agora um dos destaques da edição deste ano do festival é o elevado número de novidades/lançamentos de banda desenhada. As editoras nacionais preparam-se bem para o último palco do ano. A verdade é que não tenho memória de uma tal quantidade nos últimos anos. Não estão aqui todas referenciadas, e no entanto já somam quase três dezenas. De algumas obras já aqui fiz a devida nota de lançamento, outras farei nos próximos dias. Para já fica um apanhado, não exaustivo, das capas das novidades que estarão certamente em destaque no festival, quer seja pela novidade, pela sua apresentação ou quer ainda pela presença dos autores. A arrumação das capas que deixo fica certamente como uma das imagens deste Amadora BD.

Haverá livros para todos os gostos, não haverá certamente é carteira suficiente para tudo! Façam as vossas escolhas, visitem o festival e comprem um livro.

Boas leituras!