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13 novembro, 2011

22º Amadora BD – Notas Finais

Não sei se a necessidade faz o engenho mas é certo que são as soluções mais simples aquelas de maior eficácia, e na verdade é que no contexto de crise actual, onde o festival viu reduzido em 1/3 o seu orçamento, um melhor aproveitamento dos materiais traduziu-se numa das melhores arquitecturas de espaços dos últimos anos nas áreas de exposição, comercial, zona de autógrafos e de lazer situados no piso -1. Um espaço aberto, simples, sem grandes barreiras e de boa circulação. É esta a primeira nota positiva que deixo aqui.

O Humor deu o mote ao 22º Amadora BD. Filipe Andrade, o autor convidado, interpretou bem o tema no desenho que criou para o cartaz, um dos mais bem conseguidos pela sua simplicidade na  mensagem. As exposições centrais dedicadas ao tema pareceram-me interessantes, ainda que a evocação do centenário da criação da Sociedade dos Humoristas Portugueses, embora percebendo a ligação que se possa estabelecer com o tema deste ano, me parecesse algo deslocada num contexto de festival de banda desenhada. Gostei portanto mais da segunda exposição, dedicada ao Humor na BD Internacional, mais bem conseguida. Pior mesmo foi a labiríntica estrutura, no piso 0, onde esta mostra esteve exposta. Não vejo a necessidade de um visitante se perder para descobrir alguns espaços de exposição.
No geral, as exposições ainda que em número mais reduzido comparativamente com anteriores edições, mantiveram o bom nível de qualidade (que inclui o trabalho de cenografia) que o Amadora BD já nos habituou, não tendo sido esta minimamente afectada pela falta de Bourgeon, vencedor do prémio para o Melhor Álbum Estrangeiro no ano passado e que à última da hora não pode vir. Aliás, a ausência de grandes nomes estrangeiros, abriu uma janela de visibilidade onde brilharam os excelentes trabalhos de autores nacionais como Filipe Andrade, Filipe Pina, Filipe Melo, Rui Lacas, Nelson Martins, Pedro Serpa, David Soares, Derradé, Geral e Carlos Roque. 
Menos positiva foi a exposição dos “Peanuts, 60 anos” que não obstante os três originais expostos e uma dúzia de painéis sobre a vida e obra de Charles Schulz, se apresentou bastante incompleta, a avaliar pelo grande número de tiras que estão apresentadas no catálogo do festival e que não figuraram na exposição, que permitem perceber melhor a forma como os “Peanuts” evoluíram ao longo dos anos, o que não se reflecte totalmente no conjunto de painéis expostos. Gostava ainda de aqui falar do Zorro de José Pires ou do trabalho de Fernando Relvas mas não posso porque não tive oportunidade. A politica de descentralização, eu direi de exclusão, das exposições, que são apresentadas noutros locais da cidade da Amadora, que não no núcleo central do festival, traduzem-se, na minha opinião, claro está, num desperdício colossal, porque nem aproveita ao munícipes da Amadora, porque tenho para mim que não querem saber, nem aos visitantes de fora de Lisboa, porque não as conseguem ver. Acreditem que não basta atravessar a rua para o visitante se deslocar à Reboleira, à Venteira, à Falagueira, à Mina nem ao Beco do Poço, onde quer que geograficamente isto tudo se situe! Na tradição que já vem de anos anteriores, nota negativa neste ponto em particular.

Das coisas boas que o festival tem apresentado nos últimos anos, tem sido ao nível dos lançamentos editoriais. Considero não existir melhor palco que um festival de banda de desenhada. Qualitativamente e quantitativamente houve BD para todos os gostos, e as vantagens de juntar o autor e a obra no mesmo sítio são óbvias, e disso não se podem queixar editores e livreiros. E as sessões de autógrafos são um óptimo complemento. Pontos altos do festival, as tardes são concentradas naquele espaço. Entre outros, Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa, Hugo Teixeira e Vidazinha, Nelson Martins e Valéry Der-Sarkissian, Rui Lacas, Pedro Serpa e David Soares, Geral e Derradé, não tiveram mãos a medir nas sessões de autógrafos. Nos autores estrangeiros, Eric Maltaite, autor francófono, produziu umas aguarelas muito boas; os brasileiros Spacca, que só falhou pelo seu livro “D. João Carioca – A Corte Portuguesa Chega ao Brasil (1808-1821)” não estar disponível em Portugal e Luiz Gê impressionou-me pelos seus aviões. Destacava ainda André Caetano. Não o conhecia e digo que gostei bastante do seu desenho. A acompanhar futuramente.

Em termos de divulgação, o festival melhorou. Disponibilizou logo no primeiro fim-de-semana o programa e o catálogo do festival, que por sinal numa óptima edição ainda que desactualizado face aos imponderáveis de última hora (ausência de Bourgeon e exposição de Luiz Gê). A aposta na rede social Facebook com um fluxo constante de informação e actualizações diárias constituiu um óptimo canal de promoção do festival. Coincidência ou talvez não, comparativamente com a edição do ano passado, pareceu-me que este Amadora BD teve uma boa afluência de público. Tudo isto não invalida um trabalho que necessita de ser feito ao nível de uma maior divulgação do festival. Que tal o próprio evento começar uns meses antes com a sua apresentação pública ao invés das duas semanas antes como tem vindo a acontecer. Ajuda igualmente na promoção ter grandes nomes como cabeça de cartaz. A internet é um óptima ferramenta e o "passa a palavra" tem de ser feito em redes sociais, blogues e fóruns. Para maior impacto sugeria inclusive a criação de uma mascote para o festival, e como se trata de um evento de BD nada melhor que um boneco que chame a atenção e onde versatilidade da sua imagem pudesse ser utilizada nos vários canais de promoção e marketing. Isto em contraponto ao actual logótipo demasiado institucional que o Festival optou aquando da alteração da sua denominação para Amadora a BD. Fica a sugestão.

Nota final para o Filipe Melo. O lançamento do novo livro “As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy II” foi um acontecimento. Sessões de apresentação completamente cheias, filas nas sessões de autógrafos fechadas, recorde de vendas no festival, entrevistas na televisão e artigos nos jornais e ainda um mini-tour de promoção que foi da Amadora ao Porto, passando por Lisboa, Coimbra e Guimarães. Se alguém ainda tem dúvidas sobre a melhor forma de "vender" banda desenhada portuguesa em Portugal e atrair novos leitores basta estar atento ao trabalho do Filipe. Dos comentários que ouvi durante o festival aquando deste novo lançamento, fiquei com a certeza que haveria por ali pessoas cujos únicos livros de banda desenhada que possuíam em suas casas eram justamente Dog Mendonça e Pizza Boy I e Dog Mendonça e Pizza Boy II

Notas Positivas:
+ Espaço no piso -1
+ "Dog Mendonça e Pizza Boy"
+ Amadora BD no Facebook
+ Bom número de lançamentos de autores portugueses

Notas Negativas:
- Exposição "Peanuts, 60 Anos"
- Descentralização das exposições
- Ausência de uma grande nome da BD internacional

31 outubro, 2011

22º Amadora BD - Vencedores dos PNBD 2011

Foram conhecidos neste fim-de-semana os vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada atribuídos pelo festival Amadora BD. Tenho sido bastante critico sobre a forma como se processam estes prémios, porque considero que ao excluírem parte da produção nacional de BD não se tornam representativos do melhor que por cá se vai editando, e apesar de todas as condicionantes não posso dizer que não gostei da lista dos vencedores deste ano.

Destaco sobretudo a vitória de O Amor Infinito que te Tenho como Melhor Álbum Português e de Blacksad O Inferno, o Silêncio como Melhor Álbum Estrangeiro.

Porque entre os nomeados, o livro de Paulo Monteiro era de longe o melhor; porque a par da serie Murena, a série Blacksad é uma das minhas favoritas. Depois os livros da série BD Pop Rock Português da Tugaland, não obstante gostar bastante do trabalho de alguns dos autores que colaboraram nesta colecção, convenhamos que estas edições estavam longe de serem o melhor que se editou entre Agosto do ano passado e Julho deste ano. Parabéns aos vencedores.

Os Melhores dos PNBD de 2011

Melhor álbum Português
O Amor Infinito que te Tenho - Editora Polvo
Paulo Monteiro


Melhor Argumento de Autor Português
Eternus 9 A Cidade dos Espelhos - Gradiva Publicações
Victor Mesquita


Melhor Desenho de Autor Português
Newborn 10 Dias no Kosovo - Edições ASA
 
Ricardo Cabral


Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeiro
Agencia de Viajes Lemming - Editora Astiberri (Espanha)
 José Carlos Fernandes


Melhor Álbum Estrangeiro editado em Portugal
Blacksad O Inferno, o Silêncio - Edições ASA
Guarnido (desenho) e Diaz Canales (argumento)


Clássicos 9ª Arte
Astro Boy #3 - Edições ASA
 Osamu Tezuka


Melhor Álbum de Tiras Humorísticas
Happy Sex - Edições ASA
 ZEP


Melhor Ilustração de Livro Infantil (Autor português)
Ana Afonso no livro O Lobo Prateado - Editorial Caminho



Melhor Ilustração Estrangeira de Livro Infantil
Marjorie Priceman no livro Paris na Primavera com Picasso - Gradiva Publicações


Fanzine
Venham+5 (nº 8) - Câmara Municipal de Beja / Bedeteca de Beja
Coordenador: Paulo Monteiro


Troféu de Honra
Atribuído a Zé Manel (José Manuel Domingues Alves Mendes)
Cartoonista, ilustrador e criador de banda desenhada


28 outubro, 2011

22º Amadora BD - Programa para o 2º fim-de-semana

No próximo fim-de-semana há a Festa da Caricatura do Amadora BD.

No Sábado, a Festa sai porta fora do Fórum e vai “invadir” a estação da CP no Rossio, entre as 14 e as 14.30 horas. Aos caricaturados no Rossio e no trajecto de comboio até à Amadora é oferecida uma entrada no Festival. Depois instala-se nos Recreios da Amadora (na Avenida Santos Mattos, perto da estação da CP da Amadora) entre as 15 e as 17 horas.
Os autores presentes são: Gogue, Zé Oliveira, Onofre Varella, Ricardo Galvão, Bruno Taveira, Pedro Ribeiro Ferreira, Pedro Manaças, Rui Duarte e Gon. Atrevam-se... até porque são gratuitas!

No Fórum, entre as 15 e as 18 horas, nas sessões de autógrafos, estão previstos estar presentes os seguintes autores: André Caetano, André Mealha, Bruno Ribeiro, David Soares, Eric Maltaite, Filipe Andrade, Filipe Pina, Geral & Derradé, Hugo Jesus, Hugo Teixeira, Jeffrey Teixeira, Nelson Martins, Paulo Monteiro, Peggy Adam, Rui Lacas, Shannon Wheeler, Spacca, Victor Mesquita e Vidazinha.

Pelas 18.30 horas, vai ter lugar no auditório dos Recreios da Amadora, a cerimónia de entrega dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada e dos prémios referentes aos Concursos de BD, Cartoon e de Ilustração Municipal, organizados pelo Festival. Melhor Álbum Português, Melhores Argumento e Desenho para Álbum Português, Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira, Melhor Álbum Estrangeiro editado em Portugal, Melhor Ilustração para Livro Infantil de Autor Português, Melhor Ilustração para Livro Infantil de Autor Estrangeiro, Melhor Fanzine, Melhor Álbum de Tiras Humorísticas, Clássicos da 9ª Arte, Prémio Juventude e Troféu de Honra, são as categorias que integram os PNBD.

Para os visitantes do festival, o Amadora BD e a Barraqueiro oferecem um serviço de transporte gratuito entre as 15 e as 16h e as 18 e as 19h, com o seguinte percurso (paragem de cerca de 5 minutos em cada ponto):

Estação de Metro Alfornelos
Estação da CP da Reboleira
Estação da CP da Amadora
Estação de Metro Amadora Este
Fórum Luís de Camões
Estação de Metro Alfornelos
Estação da CP da Reboleira
Estação da CP da Amadora
Estação de Metro Amadora Este
Fórum Luís de Camões
Estação de Metro Alfornelos

Para Domingo, no Fórum Luís de Camões, o Amadora BD propõe pela manhã: Atelier de Cinema de Animação e Música Digital e a Hora do Conto, com a história encenada “O Soldado João”, de Luisa Ducla Soares.

Por volta das 11 horas, o director do Amadora BD faz uma visita guiada às exposições.

Entre as 11 e as 12.30 horas há a festa da caricatura. No periodo da tarde, continuam as sessões de autógrafos com os autores: André Caetano, Carlos Pedro, David Soares, Eric Maltaite, Fernando Dordio, Geral & Derradé, GEvan..., Gogue, Hugo Teixeira, João Martins, João Mascarenhas, José Ruy, Luiz Gê, Maria João Worm, Mário Freitas, Nelson Martins, Nuno Duarte, Osvaldo Medina, Peggy Adam, Rui Lacas, Shannon Wheeler, Spacca, Victor Mesquita e Xaquin Marin. As sessões de autógrafos realizam-se das 15h às 18h.

Para mais informações não deixem de consultar o sitio oficial do festival. Aproveitem o fim-de-semana para visitar o Amadora BD!

27 outubro, 2011

22º Amadora BD - Primeiras Notas

1º Fim-de-semana do festival. Logo a abrir um animado almoço convívio organizado pelo meu amigo Nuno Amado. Muita conversa obviamente sobre banda desenhada, sobre os autores, sobre o festival e a Maria José (da ASA) a revelar que está para breve o... Águias de Roma 3!


Logo à entrada não deixem de solicitar o programa porque, este ano contrariando uma tendência de anos anteriores, já se encontra disponível, para além de se apresentar em formato livro numa óptima edição. Mergulhando no espírito do Amadora BD, a primeira nota a reter é que as exposições estão ao nível elevado de qualidade que o festival já nos habitou nos últimos anos. É verdade que falhou a exposição de um grande autor (Bourgeon) mas a qualidade do material exposto é muito boa. Muitos originais e um trabalho cenográfico das salas bem conseguido… no piso inferior. As exposições dedicadas ao Humor, tema central do festival, encontram-se no piso de entrada, mas depois de percorrer uma labiríntica estrutura de salas, entradas e passagens. Acreditem que sem o auxílio de um mapa (vejam no programa) o mais certo é deixar escapar qualquer coisa, que foi o que me aconteceu, não obstante ter percorrido demoradamente várias vezes o espaço. Encontro espaço vazios e pergunto-me se não serviam tão bem para expor por exemplo as exposições de José Pires ou de Fernando Relvas que se encontram desterradas algures para ali na Amadora?!



Gostei sobretudo da selecção e da arrumação por períodos na mostra o Humor na BD Internacional. E uma palavra aqui para os “60 anos dos Peanuts” que peca por uma escassez de tiras de banda desenhada. A história da vida de Charles Schulz em painéis e três originais em exposição… soube a pouco!
 


Com uma qualidade de assinalar, ou não tivesse sido a Joana Afonso uma das vencedoras, são os trabalhos do concurso nacional de BD. Noutras categorias, há bd’s por ali, que apesar de não terem ganho, acreditem que humoristicamente estão muito bem conseguidas e não ficam nada atrás dos vencedores. E não há como falhar esta exposição, logo arrumada no corredor de entrada!


No piso inferior, respira-se… espaço. Logo à entrada uma ampla área que serve à zona dos autógrafos, apresenta um único e largo corredor central que dá acesso à zona comercial e às várias salas de exposição. O resultado deste ano, só prova que não é preciso muito dinheiro para se criar um bom espaço. Depois os trabalhos de Filipe Andrade e Filipe Pina (BRK, Under Siege), Rui Lacas (Asteroid Fighters), Filipe Melo e Juan Cavia (Dog Mendonça e Pizza Boy), Nelson Martins (Os Solteirões), Pedro Serpa e David Soares (O Pequeno Deus Cego) enchem-nos a vista. Percam-se demoradamente por lá, porque vale a pena ver o trabalho desta geração de autores portugueses que dominam nas sessões de autógrafos. Perdido por lá, andava o suíço Alex Baladi, mas já se sabe autores perfeitamente desconhecidos arriscam-se a umas duras horas de ócio nestas sessões! Em suma, que venha o próximo fim-de-semana, com mais autores, mais lançamento e  porque o Amadora BD vale a pena!

Exposição de Filipe Andrade

Pormenor da Gárgula - Exposição "Dog Mendonça e Pizza Boy"



Pormenor da exposição de Nelson Martins



Pormenor da arte de Pedro Serpa na exposição "O Pequeno Deus Cego"



Pormenor do desenho de Rui Lacas durante uma sessão de autógrafos