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14 junho, 2024

Beja tem sempre outro encanto!

Detalhe do desenho de Miguelanxo Prado
À beira de celebrar 20 anos de existência, já não devem sobrar muitas mais formas para descrever ou elogiar o Festival de BD de Beja. A grandeza deste evento vale muito mais que o somatório das partes. Mais que o cardápio habitual que nos é servido em festivais de banda desenhada, a trilogia de autores, exposições e programação, temos em Beja, uma atmosfera informal que proporciona outro tipo de vivências. Autores, editores, leitores, curiosos, amigos e conhecidos cruzam-se em encontros e deliciosas conversas, muitas delas à mesa de restaurantes! A 19ª edição teve o condão de servir tudo isto num único fim-de-semana. Senti que tive tempo para tudo e que só faltou tempo para mais. É um caso sério este festival!
 
Conversa com Luís Louro e os 30 anos do Corvo nas arcadas da Casa da Cultura
 
A abrir tivemos Jacques Tardi e a sua esposa Dominique Grange. Ela foi uma das vozes das canções de protesto do Maio de ’68. Independentemente do lado da barricada em que me posiciono, muito interessante perceber as causas e o activismo do casal, e a forma como tal se manifesta e influencia o trabalho do autor. Um bom exemplo disso é o recente álbum Elise e os Novos Partisans (edição Ala dos Livros). Seguiu-se Miguelanxo Prado. Com novo livro, Abutres, (edição Ala dos Livros) marcou finalmente presença em Beja. Faltava-lhe este festival no currículo. Óptimo conversador e magnifico autor não espanta as suas concorridas sessões. Depois vieram as surpresas. O casal italiano, Luca Conca e Gloria Ciapponi, autores responsáveis por Urlo - Um grito no escuro (edição Escorpião Azul), um lançamento que na altura não me chamou particular atenção, mas que depois ter visto a exposição dos magníficos originais, entrou no meu radar. O livro está ali para leitura. A belga Alix Garin, autora de Não me esqueças (edição ASA) brilhou pela simpatia e disponibilidade. Se este seu primeiro álbum já chamou a atenção, então o que dizer do segundo, Impenetrável, onde a autora aborda um problema pessoal num forte registo auto-biográfico, e que o editor português já manifestou vontade de publicar. Cá esperamos! E já agora, fica a indicação que o editor confirmou o lançamento, este ano, da adaptação de O Senhor das Moscas assinada pela holandesa Aimée De Jongh. Também esperamos com bastante espectativa.
 
 
Agora uma palavra para a presença do francês Antoine Cossé. Autor inédito em Portugal, e talvez por causa disso tenha passado meio despercebido no meio das sessões. Há sempre este risco, mas também não deve ter dado o tempo como perdido, porque o vi a conviver nas arcadas. Em Beja nada se perde! 
 
Ao nível das exposições, estas têm sempre o condão de nos abrir novas perspetivas sobre a arte dos autores, e o festival tem sempre esta particularidade de apadrinhar novos talentos. Este ano despertou-me a atenção o traço da Daniela Viçoso, em A Casa dos Lilases e vencedora do prémio "Geraldes Lino", e magnifico desenho de Daniel Silvestre, em A Armação e vencedor da primeira residência artística de BD Portugal-Bélgica. São dois novos autores portugueses cujas exposições foram uma agradável surpresa descobrir. Fixem os nomes! E do Daniel ainda vamos ouvir falar dele muito brevemente, porque é o desenhador da adaptação para banda desenhada de Os Lusíadas, integrada na colecção Clássicos da Literatura Portuguesa da editora Levoir. 
 
 
(cima para baixo, da esquerda para a direita, originais de Miguelanxo Prado, Javier Rodrigues, André Diniz, Luca Conca, autógrafo de Alix e Daniel Silvestre)
 
Fica este como um resumo sintético de um óptimo fim-de-semana, onde como alguém me disse, parece que lemos mais menus de restaurante do que livros de banda desenhada, mas a verdade é que a descoberta do restaurante Pinguinhas (passe a publicidade) com sua magnifica carta de petiscos foi uma adição de valor. E consta que parte da tribo bedefila vibrou com uma festa num misterioso palácio amarelo. São dicas que ficam para a edição do próximo ano. 
 
Publicações do Festival
Para finalizar, um grande obrigado ao Paulo e à sua incansável equipa que levanta todos os este festival. Como já escrevi noutro espaço, podia até nem ser o melhor festival de BD em Portugal, mas Beja é um lugar no coração. 
 
O 19º Festival de BD de Beja prossegue até ao próximo dia 23 deste mês, com as exposições na Casa da Cultura e várias atividades. Amanhã Sábado 15, o dia será inteiramente dedicado ao Brasil. 
 

07 junho, 2024

Este fim-de-semana só dá festival de Beja!

O FESTIVAL

Todos, todos, todos, a caminho de Beja! Na Casa da Cultura daquela cidade, hoje pelas 19 horas abrem-se as portas para uma nova edição daquele que é o meu festival preferido, o Festival Internacional de BD de Beja, que celebra a sua 19ª edição. Mais um ano com uma oferta variada de autores oriundos um pouco de todo o mundo: Angola, Bélgica, Brasil, Espanha, França, Inglaterra, Itália e Portugal. A programação paralela, vasta e diversificada é pensada para os 17 dias de duração do Festival, sendo composta por apresentação de projetos, conversas com autores, lançamento de livros, sessões de autógrafos, concertos desenhados, maratonas de desenho, visitas guiadas, revisão de portfólios, workshops. Mas é neste primeiro fim-de-semana, que já se sabe, se concentram todas as atenções porque todos os autores representados nas 16 exposições estarão presentes.

 

AS EXPOSIÇÕES

TARDI – França, MIGUELANXO PRADO – Espanha, ALIX GARIN – Bélgica, ANDRÉ DINIZ – Brasil, ANTOINE COSSÉ – França, JAVIER RODRÍGUEZ – Espanha, DANIEL SILVESTRE – Portugal, DANIELA VIÇOSO – Portugal, GLORIA CIAPPONI E LUCA CONCA – Itália, KACHISOU – Portugal, MÁRIO FREITAS E LUCAS PEREIRA – Portugal | Brasil, MIGUEL ROCHA – Portugal, XAVIER ALMEIDA – Portugal, PORTUGAL EM BRUXELAS com Catarina Silva, Daniel Silvestre, Filipa Branco Jaques, Filipe Leitão, Frederico Gavazzo Mendes, Inês Martins, Joana Gonçalves e Melissa Rodrigues, Madga Alves Pereira e Samuel Jarimba, Marco Fraga da Silva e Rafael Antunes, Miguel António Lucas Fernandes, Miguel de Oliveira Pinto Ferreira, Mónica Alves, Patrícia Roque Ventura, Patrícia Shim, Rita Neves e Vitor Hugo Rocha, TOUPEIRA – Angola | Brasil | Inglaterra | Portugal com André Ferreira, Andrew Smith, Carlos Batista, Carlos Coelho, Carlos Páscoa, Daniel Medina, Eduardo Lopes, João Laia, Jojo Smith, Junilson Mergulhão, Luís Guerreiro, Luís Velhinho, Luna Paixão, Manuel Monteiro, Paulo Monteiro, Paulo Narciso, Pedro Franco, Rafael Sanzio, Rita Cortês, Susa Monteiro e Véte, HERDEIROS DO MANGUITO – Portugal com Ana Mar Figueiredo, Bruna Carvalho, Celina Adriano, Francisco Lança, João Gordinho, José Bandeira, Luís Gama, Patrícia Furtado, Pedro Rodrigues, Marcius Assis, Nelson Simões e Yury Borgen.

 

OS AUTORES

ALIX GARIN | ANDRÉ DINIZ | ANTOINE COSSÉ | DANIEL SILVESTRE | DANIELA VIÇOSO | GLORIA CIAPPONI | JAVIER RODRÍGUEZ | KACHISOU | LUCA CONCA | LUCAS PEREIRA | MÁRIO FREITAS | MIGUEL ROCHA | MIGUELANXO PRADO | TARDI | XAVIER ALMEIDA |  Autores da coletiva PORTUGAL EM BRUXELAS | Autores da coletiva TOUPEIRA | Autores da coletiva HERDEIROS DO MANGUITO.

 

AS SESSÕES DE AUTÓGRAFOS

SÁBADO, DIA 8 DE JUNHO
ARCADAS
Das 11h45 às 12h45
Dominique Grange e Jacques Tardi Nota: Dominique Grange e Jacques Tardi referem autografar apenas o livro “Elise e os Novos Partisans” (um livro por pessoa). Tardi fará 15 desenhos autografados. Utilizaremos o sistema de senhas, que estarão disponíveis no Mercado do Livro a partir das 9h00 da manhã de sábado. A sessão ocorrerá apenas durante a manhã, já que os autores terão impreterivelmente que regressar ao seu país após o almoço.
 
Das 15h00 às 16h00
João Mascarenhas | Paulo J. Mendes | Rita Alfaiate 
 
Das 18h00 às 19h30
Inês Fetchónaz | Javier Rodriguez | Mário Freitas e Lucas Pereira | Miguel Rocha | Miguelanxo Prado 
 
CAFETARIA
Das 15h00 às 16h00
Álvaro Santos | Joana Rosa | Kachisou | Mário André | Nuno Saraiva | Ricardo Baptista
 
Das 16h30 às 17h30
André Diniz | Diogo Carvalho | João Laia | Luís Louro | Pedro Nascimento | Xavier Almeida
 
Das 18h00 às 19h30
Alix Garin | André Oliveira e André Caetano | Antoine Cossé | Gloria Ciapponi e Luca Conca
 
MERCADO
A partir das 11h00
Gabriel Lagarto e Rui Garcia | Joana Rita Carriço
 
Das 15h00 às 16h00
Celina Adriano | Francisco Lança | José Bandeira | Luís Gama | Tiago Cruz e Inês Garcia | Yury Borgen 
 
Das 18h00 às 19h30
Bernardo Majer | Daniel Silvestre | Daniela Viçoso | Marco Calhorda
 
DOMINGO, DIA 9 DE JUNHO
ARCADAS
Das 11h30 às 12h30
Alix Garin | Antoine Cossé | Raquel Costa
 
Das 15h00 às 16h00
António Coelho | Jorge Rod! Rodrigues | José Bandeira | Maria João Claré | Patrícia Costa | Sérgio Santos 
 
Das 16h30 às 17h30
Daniel Maia | Diogo Figueira | Luís Louro | Sabrina D. Marques | | Susana Resende
 
CAFETARIA
Das 15h00 às 16h00
Daniel Silvestre | Daniela Viçoso | Javier Rodriguez | Kachisou | Miguelanxo Prado
 
Das 16h30 às 17h30
André Diniz | Gloria Ciapponi e Luca Conca | Mário Freitas e Lucas Pereira | Miguel Rocha
 
MERCADO
A partir das 11h00
Gabriel Lagarto e Rui Garcia | Joana Rita Carriço
 
Das 15h00 às 16h00
André Mateus e Filipe Duarte | Fil e Marco Fraga | Liliana Gaito | Raquel Costa
 
Das 16h30 às 17h30
Ana Mar Figueiredo | Bruna Carvalho | João Gordinho | Marcius Assis | Nelson Simões | Pedro Rodrigues | Penim Loureiro


Vemo-nos por lá?

 

16 abril, 2024

O festival de BD de Beja já tem o seu cartaz!

O festival de Beja acaba de apresentar o cartaz para a sua 14º edição, e como sempre a ilustração é da autoria de Susa Monteiro. O XIX Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, inaugura uma semana mais tarde do que tem sido habitual, a 7 de Junho, sexta-feira, às 20h00, na Casa da Cultura, e decorre entre os dias 7 e 23. E cumprindo com uma tradição, logo no primeiro fim-de-semana juntam todos os autores convidados e representados nas exposições: Alix Garin, André Diniz, Antoine Cossé, Daniel Silvestre, Daniela Viçoso, Gloria Ciapponi e Luca Conca, Javier Rodríguez, Kachisou, Lucas Pereira, Miguel Rocha, Miguelanxo Prado, Tardi e Xavier Almeida. 

Destaco a presença já muito habitual nos festivais portugueses, mas inédita em Beja, do espanhol Miguelanxo Prado (que acabou de lançar um novo livro Presas Fáceis - Abutres, que certamente terá uma edição portuguesa) e a do francês Jacques Tardi, que nos visitou já há bastante tempo na Amadora, e que marca este ano também presença pela primeira vez em Beja.   

 


 

09 junho, 2023

Notas finais sobre a 18º edição do Beja BD!

Para fechar a edição deste ano do Beja BD fica aqui o registo da minha passagem pelo festival. É uma peregrinação anual que recomendo. Pelo menos uma vez na vida. Porque feita a experiência é quase impossível não a querer repetir. Um bom ambiente, um excelente programa, fantásticos autores e magnificas exposições. Destas, este ano, José Ruy (Lendas Japonesas), Pedro Massano (A Conquista de Lisboa), Rúben Pellejero (Corto Maltese) e Ricardo Leite (Em Busca do Tintim Perdido) encheram-me as medidas, mas confesso que todo o material e os originais da série Duke (ed. Arte de Autor) do Hermann deixaram-me deslumbrado (estou cheio de “inveja da boa” do colecionador português a quem pertencem).
 
Mas esta 18º edição valeu pelos autores brasileiros.
 
Começo por Paulo Borges. A convite do Paulo Monteiro, tive o prazer de o apresentar no festival. Artista da Disney, autor de vários traços, confessou que chegou a desenhar os X-Men de manhã  para o mercado americano de comics e o Zé Carioca à tarde para o mercado brasileiro de gibis. Trouxe o seu livro Bilhetes. Um projeto que desenvolveu e que envolveu vários artistas brasileiros. Confesso que gostei bastante da premissa. Não se trata de apenas um livro de banda desenhada, mas sim um convite para um jogo entre a obra e o leitor, em que este é convidado para um exercício de dedução e lógica. Seis bilhetes com curtas mensagens são revelados logo de início ao leitor. São seis bilhetes para seis histórias, mas nunca saberemos a que história é que corresponde cada um deles. Estes serão os catalisadores de acontecimentos nas narrativas. Cabe ao leitor, após uma leitura tenta, interpretar as situações e fazer a correspondência. Uma fórmula simples e aparentemente inesgotável. O Paulo Borges foi de um simpatia e disponibilidade incríveis, e o seu Morcego Verde foi dos desenhos mais solicitados na sessão de autógrafos.
 
Seguiu-se o Ricardo Leite. Veio cá apresentar e fazer o lançamento da edição portuguesa do seu Em busca do Tintin perdido (ed.  A Seita). Mais que um livro é uma pura declaração de amor à 9ª arte. Fiquei deliciado com a sua apresentação. A sua história de vida, a busca por um sonho, a homenagem aos grandes nomes da banda desenhada mundial, as explicações sobre as múltiplas referências incluídas na narrativa, conquistou todos os presentes na audiência. O livro, a apresentação mais a exposição foi uma trilogia perfeita. 
 
O programa do festival foi vasto, mas deixo aqui uma palavra sobre um projecto que é para seguir com atenção. Os autores montaram uma banca, distribuíram prints e prestaram-se à conversa. Marketing simples e eficaz. Trata-se da adaptação para banda desenhada do livro Mundo Maravilhoso, uma obra de ficção assinada por Rui Cordeiro. O argumento é da responsabilidade de João Marques e o desenho de Fernando Lucas. Uma adaptação dividida em três volumes, e o primeiro com lançamento previsto até ao final do corrente ano. Apresentado como uma utopia distópica despertou-me a curiosidade. E gostei da parte gráfica. O livro comprei-o para o ler nos próximos tempos. Antes da BD. 
 
Pode parecer tudo perfeito, mas existem duas situações menos positivas, que podem (e devem) ser revistas e melhoradas pelo Paulo Monteiro e a seu equipa:

A primeira prende-se com a sessão de autógrafos. É sabido que é um dos pontos altos do festival, e um dos mais participados. O problema é que temos mais de 40 autores convidados para uma única sessão de hora e meia (das 18h00 às 19h30). Facilmente se percebe que a oferta encontra-se manifestamente desajustada para a procura. Facto: a duração da única sessão de autógrafos do festival é curta para a qualidade e quantidade dos autores presentes. Não sendo possível prolongar os autógrafos para muito depois das 19h30 de Sábado, a alternativa seria começar um hora mais cedo ou agendar uma segunda sessão para o Domingo de manhã. Fica a sugestão!

A segunda situação prende-se com os chamados concertos desenhados. Uma boa iniciativa do festival dar uma banda sonora aos desenhos, mas será que tem de ser com o volume no máximo?? No final do dia, o espaço exterior da Casa da Cultura, com as suas tasquinhas e esplanadas convida ao convívio entre os visitantes do festival, e uma oportunidade única de conversas com autores e editores que dificilmente encontraremos noutro local,  mas que rapidamente se torna inviável quando ali ao lado se encontra uma coluna a "bombar" decibéis acima do que seria esperado, e eu diria mesmo do permitido por lei aquela hora. As conversas tornam-se gritarias e o espaço muito pouco aprazível e desconfortável. Devo dizer que de ano para ano, observo que enquanto o volume sobe, a esplanada esvazia-se. Deixo já a minha solidariedade para com o autor de serviço João Sequeira que esteve a bombardeado na noite de Sábado. Assim, cada vez fazem menos sentido estes concertos no âmbito do festival!
 
Não obstante, mais uma bela edição, em que regressei bastante satisfeito e de mala cheia, e já é um lugar-comum dizer que Beja recebe bem e oferece o melhor festival de banda desenhada realizado em terras lusas
 
Até para o ano!
 
Ficam algumas fotos da 18ª edição para mais tarde recordar!
 
Abertura da 18º edição do festival de BD de Beja
 
Piso 0 da Casa da Cultura 


 
Panorâmica das exposições no Piso 0 da Casa da Cultura
 
 
 
 
 
 
Zanzim na sessão de autógrafos
 
Paulo Borges, Ricardo Leite e Rubén Pellejero
 
 
 
Autores do Mundo Maravilhoso
 

02 junho, 2023

Fui...


 

Começa hoje o XVIII Festival de BD de Beja

Inaugura mais logo por volta das 21h00, na Casa da Cultura de Beja, a 18ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, que eu carinhosamente abrevio para BEJA BD. E é já neste primeiro fim-de-semana que a loucura saudável da tribo bedéfila se instala naquela bela e pacata cidade alentejana. Basicamente serão dois dias a desfrutar do ambiente do melhor festival de banda desenhada nacional da actualidade.
 
O programa do BEJA BD já se sabe, é sempre preenchido, vasto e diversificado. São 17 as exposições patentes, soma-se a presença de mais de 40 autores entre nacionais e internacionais, um sábado e domingo preenchidos com apresentações e lançamentos, sessão de autógrafos, conversas, concertos desenhados e ainda a presença de várias dezenas de editoras e editores numa feira do livro. Todo o programa pode ser tudo consultado aqui.

Lista de autores presentes
Álvaro Santos | Anabel Colazo | André Morgado | André Pereira | António Moura Santos | Carlos Páscoa | Carlos Rocha | Carlos Ruas | Carlos Sêco | Diniz Conefrey | Diogo Campos e Hugo Teixeira | Ferreira Fernandes e Nuno Saraiva | Filipe Abranches | Filipe Duarte | Joana Estrela | João Amaral | João Pinto | João Sequeira | Luís Louro | Luís Moreira | Marco Fraga da Silva | Maria João Worm | Miguel Jorge | Miguel Rocha | Patrícia Costa | Paulo Airosa | Paulo Borges | Paulo J. Mendes | Pedro Massano | Pedro Morais | Pedro Moura | Phermad | Ricardo Baptista | Ricardo Leite | Rita Alfaiate | Rúben Pellejero | Sílvia Mota e Carlos Rafael | Xavier Almeida | Zanzim 

Entre as presenças internacionais, destacaria o do espanhol Rúben Pellejero, um dos autores responsáveis pelo regresso de Corto Maltese, e ainda ontem falei aqui dele; do francês Zanzim, desenhador de Pele de Homem; do brasileiro Ricardo Leite que vem cá lançar o seu Em busca do Tintin perdido, uma fantasia autobiográfica onde o autor presta homenagem a todos aqueles grandes autores que fizeram despertar "o seu desejo adormecido de desenhar quadrinhos". Entre os nacionais, teremos o Luís Louro que fará reaparecer o seu Corvo III e o Álvaro que fará o lançamento do seu magnum opus, Porra voltei!, apresentada pelo autor como uma "telenovela gráfica sobre JC no século XXI". Tudo promete!
 
Exposições na Casa da Cultura:
ANABEL COLAZO – Espanha
ANDRÉ PEREIRA – Portugal
CARLOS PÁSCOA – Portugal
HERMANN – DUKE – Bélgica
JOANA ESTRELA – Portugal
JOSÉ RUY – LENDAS JAPONESAS – Portugal
MAURÍCIO DE SOUSA – A TURMA DA MÓNICA – Brasil
PATRÍCIA COSTA – Portugal
PAULO BORGES – Brasil
PEDRO MASSANO – Portugal
PEDRO MOURA E JOÃO SEQUEIRA – COMO FLUTUAM AS PEDRAS – Portugal
RICARDO BAPTISTA – Portugal
RICARDO LEITE – Brasil
RÚBEN PELLEJERO – Espanha
TENTÁCULO – Portugal
TOUPEIRA – Brasil/Inglaterra/Portugal
ZANZIM – França
 

 

 

01 abril, 2023

O Festival de Beja de 2023 apresenta-se!

Cartaz e datas do XVIII Festival Internacional de BD de Beja 2023

 Ilustração de Susa Monteiro

 
OS AUTORES DAS EXPOSIÇÕES PRESENTES EM BEJA NOS DIAS 2, 3 e 4 DE JUNHO

Anabel Colazo (Espanha) | André Pereira | Carlos Páscoa | Joana Estrela | Patrícia Costa | Paulo Borges (Brasil) | Pedro Massano | Ricardo Baptista | Ricardo Leite | Rúben Pellejero (Espanha) | Zanzim (França) | Autores da Coletiva Tentáculo | Autores da Coletiva Toupeira

 

 

02 junho, 2022

É um caso sério o Festival de BD de Beja!

Não são precisas muitas palavras para fazer o balanço de mais uma romaria ao Festival de BD de Beja. Na verdade, o evento já se encontra naquele último patamar de excelência, onde só é possível dizer-se que se gosta e muito. Existe ali uma relação recíproca para quem tem uma paixão pelas histórias aos quadradinhos. E assim se percebe o renovado prazer com que recebemos e somos recebidos naquele ambiente único de encontros, apresentações, exposições, autores e editores que se vive na Casa da Cultura daquela cidade alentejana.
 
 
Eu confesso sentir alguma dificuldade em destacar o melhor do festival.
 
Se são as curtas apresentações e lançamentos, bastante concorridas, que preenchem praticamente o programa. Gosto bastante da dinâmica do modelo. São 15 minutos que não fartam, o quanto baste para suscitar no leitor curiosidade sobre autores e obras;
Se são as exposições concentradas na Casa da Cultura, dispersas por pequenos espaços minimalistas e intimistas,  que apresentam uma oferta diversificada, num ambiente quase tudo semelhante ao de um museu. É neste silêncio que respiramos as artes dos autores com que nos cruzamos mais tarde no barulho lá de fora;
Se são as horas e horas de conversas espontâneas, sobre tudo e qualquer assunto, que surgem naturalmente à mesa das esplanadas. A de Sábado à noite acabou às três da manhã, com três(!) garrafas de vinho vazias. Pessoalmente junto ainda a Liga dos Campeões, cuja final coincide sempre com o festival, e que obriga a mesa de cerveja e bifanas na Pastelaria Luiz da Rocha.
 
Tenho para mim que é o somatório destes vários momentos que fazem Beja valer por um todo.
 
 
Na edição deste ano, lamentando as ausências de última hora de Jean-Louis Tripp (o do Armazém Central) e do David Rubin (Beowulf), o festival apresentou (mais uma vez) uma programação cheia e um cartaz de presenças preenchido com mais de 10 diferentes nacionalidades. Brilhou a dupla espanhola Altarriba e Keko (com o lançamento de Eu, Mentiroso), e despertou curiosidade a dupla francesa Afonso e Chico. Estes últimos voltarão a marcar presença em Portugal no próximo Amadora BD, para o lançamento da edição portuguesa de Les Portugais (e aproveitando deixo aqui a inconfidência que o Tripp está de novo convidado para a Amadora, e que vem acompanhado pelo Loisel). Luís Louro e o seu Dante foi igualmente um dos focos de atenção. Na apresentação, o autor elegeu-o como o seu melhor trabalho até à data, e uma edição acompanhada de uma impressão numerada e assinada esgotou na editora em apenas 4 horas!!! E momento em que escrevo estas linhas, o autor já está a trabalhar no novo Corvo VI! Uma palavra para a editora Polvo, que propõe recuperar parte da obra de Artur Correia com a publicação da sua adaptação dos Contos Populares Portugueses. O primeiro volume está na gráfica. Um segundo volume, Nau Catrineta e outras Histórias, já está em produção.
 
O único apontamento menos positivo que tenho não diz respeito ao evento em si. E a sensação não é de agora. Para uma cidade com cerca de 30.000 habitantes, sinto alguma indiferença da população local relativamente ao festival, que sendo gratuito, não conduz a um grande entusiasmo nem arrasta uma massa humana dos locais a visitar a Casa da Cultura, pelo menos no primeiro fim-de-semana. Para uma pequena cidade do interior, organizar um evento que é só considerado como o melhor a nível nacional e que recebe nomes grandes da BD mundial, é obra feita, pena é que não saibam valorizar o que é feito "em casa". E eu na qualidade de "estrangeiro" não posso deixar de reconhecer (e estar grato) aqueles que com tão pouco conseguem muito e fazem o festival acontecer. Bem-haja ao Paulo Monteiro e à sua equipa! Que venha o Beja BD 2023!