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08 maio, 2025

O Combate dos Chefes pelo olhar de Francisco Lyon

 

Astérix – O Combate dos Chefes

Uns têm mais de louco…
 

Quando somos crianças, há coisas que nos marcam para a vida e que ultrapassam em muito aquela percepção que temos então da realidade. Mas, no fundo, é esse erro de percepção que enriquece a nossa capacidade de elaborar, fantasiar e até criar.

O complexo processo de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) memórias resulta, tantas vezes, numa espécie de engano do hipocampo que as gere subjectivamente.

Ou seja, lembro-me bem de ter lido em criança a 7.ª aventura de Astérix, O Combate dos Chefes. Lembro-me bem, julgava eu! Para mim, o que me marcou neste álbum foi a quantidade de menires voadores que acabavam por cair em cima de Panoramix, o druida da aldeia gaulesa. Mas mais que isso, o que perdurava na minha memória era o efeito psicadélico e estroboscópico dos muitos personagens que beberam a poção mágica errada.

Ora, nem os menires a voarem, nem os personagens afectados pela poção foram tantos. A minha memória tinha dado demasiada importância a uma questão de pormenor. Contudo, foi isso que ajudou a criar a magia que ainda hoje sinto ao ler um álbum de Astérix. A magia de infância que ainda perdura.

Isto dito, é agora o momento de falar da reedição de O Combate dos Chefes que a Edições Asa acaba de lançar no mercado português numa edição de tiragem limitada, com 16 páginas de interessantes extras exclusivos e uma nova colorização em relação à edição original francesa e portuguesa.

É certo que a Asa terá publicado esta nova edição tendo em conta a série homónima que acaba de estrear na Netflix. Mas com isto permite a uma nova geração de leitores lerem uma das obras maiores de René Goscinny e Albert Uderzo. E permite também a uma geração não tão jovem reorganizar as memórias…

Até porque O Combate dos Chefes é muito mais que menires a voarem e rostos estroboscópicos. É de uma actualidade acutilante!


 

Vamos à história!

Estamos no ano 50 antes de Cristo. Nada consegue travar o avanço de Roma na sua sede de conquista. Bem! Nada não é bem assim! Perdida na imensidão da Gália, mais precisamente na região da Armórica, uma pequena aldeia faz frente às legiões de Júlio César. Mas isso é o habitual! Agora, as aldeias em redor aceitaram a pax romana; deixaram-se romanizar. 

Mas na aldeia de Astérix, aquelas características que definem os gauleses mantêm-se inalteradas. Eles são “irredutíveis, corajosos, tinhosos, casmurros, comilões, zaragateiros e pândegos.” E a vida prossegue dentro da normalidade.

No campo fortificado de Babácomrum, o centurião Angélicus está farto de ver as suas patrulhas ridicularizadas pelos ataques de Astérix, Obélix e restantes companheiros. Para além disso, o seu insucesso em conquistar o último reduto livre de gauleses coloca a sua cabeça em risco perante a justiça inclemente de Roma.



Mas o seu ajudante-de-campo, Atrofiadecus, parece ter encontrado a solução num velho costume gaulês – o Combate dos Chefes – no qual o chefe de uma tribo desafia outro chefe para um combate singular. O vencedor torna-se chefe das duas tribos. Ora, Atrofiadecus conhece um chefe gaulês que está 100% do lado de Roma e que, para mais, é forte e destemido. E assim, os dois romanos vão falar com o chefe Amaisbêigualaix que aceita prontamente o desafio. Isto é, até saber que o chefe que deve desafiar é Matasétix, aquele que tem acesso à poção mágica do druida Panoramix. Só há uma solução! Capturar Panoramix, morto ou vivo, e assim acabar com a poção mágica.

 


É então enviada uma patrulha camuflada em missão de captura. Panoramix vai à floresta para colher os ingredientes necessários para fazer a poção mágica, pois já não há uma única gota na aldeia. E quando a patrulha está prestes a capturá-lo, Obélix defende-o lançando um menir pelos ares em direcção aos legionários romanos. Mas a trajectória não é das mais felizes e o menir acaba por esmagar o druida.

 

Panoramix sobrevive à violência do impacto, mas a sua cabeça fica afectada. Não só está amnésico como parece estar em constante delírio. É-lhe impossível produzir a poção mágica e os romanos sabem disso. Amaisbêigualaix lança então o desafio a Matasétix. O Combate dos Chefes pode começar…

 


O Combate dos Chefes é a 7.ª aventura de Astérix e foi publicada em 1966. O álbum marca a viragem da série para um verdadeiro sucesso de vendas. Enquanto os álbuns anteriores tiveram tiragens médias de 60 000 exemplares e o sexto, Astérix e Cleópatra, teve 100 000 exemplares, O Combate dos Chefes saltou para os 600 000 exemplares e transformou Astérix num verdadeiro fenómeno editorial.

 

Goscinny e Uderzo, até então, nunca tinham politizado Astérix e haviam evitado temas mais controversos. Mas em O Combate dos Chefes, embora sob o manto da romanização, abordam um assunto que fere a sociedade francesa de então e mesmo a de hoje – o colaboracionismo com os nazis durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Goscinny coloca Amaisbêigualaix a colaborar com os romanos com os quais parece sentir-se mais próximo do que com os seus compatriotas gauleses. Não se trata aqui apenas de assimilar os costumes romanos, mas de se pôr ao seu lado contra os seus conterrâneos. No caso de Amaisbêigualaix o assunto é ainda mais sério pois este nem sequer sofre de qualquer tipo de coacção para o fazer. Deixa-se aliciar pela perspectiva de conseguir a chefia de mais uma aldeia.

 

 

Claro está que este assunto é tratado à maneira de Goscinny e Uderzo, com muita bonomia e humor. Mas a crítica está lá.


De igual modo, o tema da romanização e da criação de uma sociedade galo-romana está presente em toda a obra. Não é inocentemente que Goscinny cria um gag de abertura em que o leitor pode reconhecer um arremedo de arquitectura romana numa aldeia gaulesa. Mais ainda, um dos intervenientes usa um penteado e roupa à romana. E a própria piada, brincando com a questão galo-romana/galo-grega, aborda a questão da língua. O latim, após a conquista romana, só de forma imperfeita suplantou os dialectos falados na Gália. A utilização da língua celta perdurou por mais 500 anos nas camadas populares. A minoria de famílias ricas aprendia o latim e o grego na escola.


Os acólitos de Amaisbêigualaix, tal como o próprio, envergam togas e apresentam-se de cabelo curto e cara rapada, à romana. E a arquitectura da aldeia de Sérum mostra, de forma extraordinária, a mescla de cultura rústica gaulesa com o refinamento romano. Bom exemplo disso é o gag visual da dómus de Amaisbêigualaix. O peristilo, rodeado por colunas e com uma fonte central, mostra a sofisticação romana, mas a que depois se junta o rústico da cobertura, omisso de telha.

 


Se utilizarmos a nomenclatura tão cara aos norte-americanos, O Combate dos Chefes faz parte da Idade de Ouro de Astérix e encontra Goscinny e Uderzo no seu melhor. Os muitos gags e trocadilhos (imagem de marca de Goscinny nos Astérix) enchem praticamente todas as pranchas, tal como os saborosos anacronismos de que é expoente máximo o druida psicanalista Amnésix.


Também como é hábito, há sempre uma ou duas figuras que são caricaturas de personalidades da época em que os álbuns são lançados ou que tiveram relevância histórica. Neste caso, o centurião Angélicus é a caricatura de Benito Mussolini, o ditador italiano, aliado de Hitler.

 


Mas nem por isso deixa de haver um fio condutor alicerçado na História, como já se demonstrou com as questões da romanização.


O facto é que O Combate dos Chefes é um álbum completamente louco (como os romanos, segundo a abalizada opinião de Obélix). A acção é imparável, tal como a velocidade narrativa. Voam menires. Sucedem-se as cenas de pancadaria. Panoramix fica amnésico, delirante e semi-louco. Um legionário desafia as leis da Gravidade. Uma galeria de gauleses, cada um com o seu transtorno mental, recorre ao psicólogo. E como se não bastasse, ainda há aquelas cenas psicadélicas-estroboscópicas em que, mercê de tomarem uma poção errada, o legionário Depressaquesefaztardus e os dois druidas vêem a sua epiderme alterar o seu tom para uma paleta de cores errática na qual até se chegam a formar formas geométricas.

 

 

E se o leitor pensa que o humor delirante e absurdo de Goscinny e Uderzo se detém por aqui, desengane-se. É que o combate entre chefes, que deverá traduzir-se no fim da aldeia de irredutíveis gauleses, tem de realizar-se num espaço condigno e não numa qualquer clareira de um bosque. Para isso, constroem um estádio. E à volta deste, começam a juntar-se nómadas bárbaros e as suas atracções de feira popular. Temos assim carrinhos de choque, barracas de tiro, de lembranças turísticas, de comezainas (como o javali em pão de especiarix) ou a fabulosa atracção das Montanhas Eslavas (a Rússia ainda não existia). No meio de toda esta confusão, os autores arranjam ainda espaço para homenagear Franquin – o criador de Marsupilami cujo retrato aparece à entrada da barraca dos fenómenos – e a revista Pilote onde Astérix era pré-publicado na época.

 


É caso para dizer que estes autores são loucos ou que fumaram qualquer coisinha a mais. Seja por uma razão, por outra ou por nenhuma delas, o resultado é uma história delirante com um ritmo acelerado.


Mas este álbum tem ainda outras peculiaridades. Enquanto nos seis álbuns anteriores assistimos às aventuras de Astérix e Obélix, agora vivemos também as da aldeia dos irredutíveis gauleses. Matasétix, o seu chefe, tem um protagonismo que ainda não tinha conhecido anteriormente, pois dele depende o futuro da aldeia. E até há uma aparição da sua proto-mulher, Boapinta, num estado embrionário, como se pode ver na página 17. Curiosamente, o velho veterano de guerra, Decanonix ou Geriatrix, ainda não tinha sido criado por esta altura, mas o seu sósia aparece por três vezes no álbum – na sétima vinheta da página 31, nas duas últimas da página 47 e na primeira da última página, aqui tal como o conhecemos hoje. No registo das novidades, é também aqui que conhecemos pela primeira vez o campo fortificado de Babácomrum.


Por fim, falar do desenho de Uderzo, focando-o numa única obra é quase coisa redundante. Não só é reconhecido e aplaudido mundialmente, como tem uma legião de seguidores como o provam as novas equipas encarregues de desenhar as aventuras de Astérix desde o álbum 35 (Astérix Entre os Pictos). Para além de ter literalmente milhões de leitores pelo mundo. O melhor elogio que se pode fazer ao seu traço é pedir uma única ao leitor – desfrute-o!


Pegar num álbum de Astérix após décadas da primeira leitura é algo que pode ser surpreendente. Como comecei por dizer, a percepção que tínhamos então não é a percepção que temos agora. Tal como o mundo de outrora não é o mundo que neste momento nos afronta.


Reler O Combate dos Chefes, obra de 1966, é um acto que nos centra na contemporaneidade imediata. Se não, vejamos! O chefe gaulês colaboracionista, Amaisbêigualaix, é um rufião que parece ser capaz de conquistar o mundo. É um afetado que ficou algures numa infância mal resolvida, quando praticava bullying, ou, à portuguesa, intimidação (física, verbal). Quando as condições são propícias, ataca, intimida. Quando não o são, retrai-se e acobarda-se. Lembra-vos alguém no plano internacional? Sou tentado a pensar que se Goscinny e Uderzo fossem vivos, concordariam comigo.


Como diz o adágio, “de são e de louco todos temos um pouco”. Mas uns têm mais de louco… e não são os romanos.


Ao contrário da realidade, felizmente que nas aventuras de Astérix tudo acaba num animado banquete… e sem cantorias.

 

Por Francisco Lyon de Castro

 

14 abril, 2025

Astérix e O Combate dos Chefes em Edição Limitada!

A partir de amanha chega às livrarias nacionais uma nova edição da aventura de Astérix, O COMBATE DOS CHEFES.

Trata-se de uma edição especial limitada do álbum original, que inclui um exclusivo de 16 páginas de material documental  inédito oriundo dos arquivos pessoais dos autores, que inclui a reprodução da prancha publicada nas páginas da revista Pilote, onde o próprio Matasétix, em conferência de imprensa,  anuncia o inicio da publicação desta história, e uma pequena curiosidade acerca da prancha 34 desta aventura, relacionada com um tal de... Parque Astérix. O dossier inclui ainda os bastidores da produção da série de animação, com o mesmo título, que a Netflix vai estrear no final deste mês.

Editado originalmente em França em 1966, com uma tiragem incrível de 600.000 exemplares, Astérix – O Combate dos Chefes já foi amplamente publicado em Portugal por diversas editoras. A primeira edição nacional remonta a 1969 com a chancela da então Editora Íbis.

A história gira em redor de um velho costume gaulês: "Quando dois chefes gauleses estão em disputa, o vencedor de um combate singular entre os seus chefes torna-se senhor da aldeia vencida.". Está dado o mote para mais uma tentativa romana de conquista da irredutível aldeia gaulesa. 
 
Ficha técnica:
Astérix - O Combate dos Chefes (Edição limitada com 16 páginas exclusivas)
De René Goscinny e Albert Uderzo
Capa dura, formato 227x296, cores, 64 páginas.
ISBN: 9789892364933
PVP: € 11,50
Editor EDIÇÕES ASA
 

16 março, 2025

Astérix em Portugal??

Não está ainda confirmado mas rola nas redes sociais que a próxima aventura de Asterix será em terras lusitanas. A confirmar-se teremos aqui o álbum do ano! Lançamento a 23 de Outubro. A edição portuguesa está assegurada pela editora ASA. A capa aqui apresentada, que mostra a calçada portuguesa com o desenho de um bacalhau é indicada como provisória.

Actualização: Está CONFIRMADO! Astérix na Lusitânia é o 41º álbum de aventuras dos nossos gauleses preferidos!


A capa (provisória, mas que por mim já podia ser a definitiva) da edição portuguesa 

 
 
Curiosidades acerca desta nova aventura:

 - a Lusitânia será a 25.ª viagem de Astérix e Obélix

- o autor Fabrice Fabcaro veio a Portugal em busca de referências e tirou 527 fotografias durante a sua estadia, incluindo 192 duplicações e 66 imagens de calçada portuguesa! 

 

29 outubro, 2024

Feliz Aniversário Astérix!

Faz hoje 65 anos que a irredutível personagem Astérix fez a sua primeira aparição nas páginas da revista francesa Pilote. Criação genial de René Goscinny e Albert Uderzo, de humor inteligente e acessível, rapidamente conquistou a França num sucesso que se estendeu pelo resto da Europa.

A primeira aventura em álbum, Asterix o Gaulês foi publicada em 1961, dando origem a uma das mais bem-sucedidas séries de sempre da banda desenhada franco-belga, num fenómeno de popularidade que estende até aos dias de hoje. O 41º álbum de aventuras, com a mesma dupla de autores, Fabrice Fabcaro e Didier Conrad, que assinou o anterior O Lírio Branco, está previsto para 2025.


 

07 setembro, 2024

Lançamento ASA: Ideiafix e Irredutiveis - Livro 4: Os Irredutíveis vão ao Circo

De um total de cinco previstos, chegou agora às livrarias o quarto livro da colecção IDEIAFIX E OS IRREDUTÍVEIS com a chancela da editora ASA. Muito antes de se cruzar com Asterix e Obelix, na sua volta à Galia, já o pequeno Ideiafix liderava um grupo de animais lutecianos de resistência ao invasor romano, leia-se o general Labieno e a corja de cães que tentam romanizar a cidade de Lutécia.

Uma ideia pensada por Goscinny e Uderzo que foi agora concretizada em pequenas aventuras reunidas em pequenos álbuns.  Este IRREDUTÍVEIS VÃO AO CIRCO reúne três histórias:

- Os Irredutíveis vão ao Circo, de Yves Coulon e Philippe Fenech;

- Ideiafix e a Sopa à Romana, de Simon Lecocq e Rudy;

- Menires no Céu, de Cédric Bacconnier e David Étien;

Em Lutécia sê luteciano, por Canitatis! 

Ficha técnica:
Ideiafix e os Irredutíveis - vol. 4: Os Irredutíveis Vão ao Circo 
De Yves Coulon, Simon Lecocq, Cédric Bacconnier e desenhos de Philippe Fenech, Rudy e David Étien
Capa mole, dimensões 16x20 cm, cores, 72 págs.
ISBN 9789892361529 
PVP: € 9,90
Edição ASA
 

26 outubro, 2023

Lançamento ASA: Astérix e o Lírio Branco

Hoje é o dia do lançamento do ano! Quer se goste ou não, cada novo álbum do ASTÉRIX é sempre um acontecimento mundial, nem que seja por força dos números: esta nova aventura terá uma tiragem de 5 milhões de exemplares com tradução para 20 línguas e dialectos.
 
Em Portugal, chega hoje às livrarias, numa edição normal em português, e como já vem sendo hábito uma edição especial em mirandês (capa da direita, La Spadanha Branca), com o selo editorial da ASA, o 40º álbum da colecção intitulado ASTÉRIX E O LÍRIO BRANCO.   

Contando com uma nova dupla de autores, o argumentista Fabcaro substitui Jean-Yves Ferri, mantendo-se Didier Conrad como responsável pelo desenho, esta nova aventura introduz uma nova personagem, o "vilão" desta história, no conhecido universo dos nossos conhecidos gauleses. Trata-se de PALAVREADUS, o médico-chefe dos exércitos de César. Um moralista «de trazer por casa», possuidor de um palavreado tão vasto como enganador, com uma tendência para se exprimir através de citações e aforismos, e que tem apenas um objetivo na vida: fazer um brilharete perante César e tornar o seu método conhecido em todo o mundo!

E que método é este?

É o método da nova escola do pensamento positivo, vinda de Roma e que começa a propagar-se pelas grandes cidades, de Roma a Lutécia. Defende a pratica do exercício físico com regularidade, uma alimentação com menos javalis e mais bagas e legumes, a resolução de conflitos através da palavra e não da pancadaria, e cujo símbolo é representado justamente por um lírio branco, flor que possui numerosas virtudes e assume simbologia diversas.


Será que este "método" irá afectar a vida dos habitantes da irredutível aldeia, e quais as consequências?  Consta que Boapinta é uma aderentes a este "
novo pensamento"" e poderá isto desencadear uma crise conjugal entre ela e o seu-mais-que-tudo Matasétix? É o que vamos descobrir neste novo álbum!



19 julho, 2023

Lançamento ASA: Ideiafix e os Irredutiveis - vol. 3: Em Lutécia não há parança!

Enquanto não chega o novo Astérix, os mais irredutíveis leitores podem sempre aproveitar outras aventuras deste universo, mas protagonizadas pelo conhecido canideo, actualmente companhia inseparável dos conhecidos gauleses, mas que antes de se cruzar os nossos heróis na Volta à Gália, liderava um grupo de animais que na cidade de Lutécia, resistia ao invasor o general Labieno e a sua corja de cães...
 
Trata-se de um pequena derivação ideializada por Goscinny e Uderzo, que nos é agora apresentada em mini álbum. Já por aqui manifestei o meu descontentamento pelo formato de  edição desta colecção, em capa mole e de dimensões um pouco maiores a uma folha A5. A culpa aqui não será do editor português mas sim da infeliz decisão do editor francês.
 
Seja como for, com a chancela da ASA o terceiro volume (de um total de cinco previstos) das aventuras de Ideiafix e os Irredutíveis chegou hoje aos escaparates das livrarias nacionais.
 
Ficha técnica:
Ideiafix e os Irredutíveis - vol. 3: Em Lutécia não há parança! 
De Marine Lachenaud e Olivier Serrano 
Capa mole, dimensões 16x20 cm, cores, 72 págs.
ISBN 9789892358123 
PVP: € 9,90
Edição ASA


21 abril, 2023

«O Império do Meio» mais uma nova aventura ilustrada de Astérix

Existe uma linha que separa a narrativa gráfica da narrativa ilustrada, ainda que por vezes algumas histórias saltem entre ambos os registos. É o que acontece frequentemente com o universo de ASTÉRIX e companhia. O grande  sucesso das aventuras em banda desenhada e a popularidade destas personagens levaram que as suas histórias fossem adaptadas para diferentes formatos, que vão desde do cinema ao livro ilustrado.
 
Apesar de não se tratar de um álbum de banda desenhada, justifica-se falar aqui desta novidade porque se trata justamente de Astérix. Trata-se do 5º álbum ilustrado dos irredutíveis gauleses, com a chancela editora ASA, e este  acompanhou o lançamento da nova aventura no cinema, O IMPÉRIO DO MEIO. Uma aventura na China.
 
O IMPÉRIO DO MEIO
Estamos no ano 50 antes de Cristo. Longe, muito longe da pequena aldeia da Armórica que bem conhecemos, a Imperatriz da China é feita prisioneira na sequência de um golpe de Estado levado a cabo pelo infame Deng Tsin Qin. A princesa Lin Dha, filha única da Imperatriz, secundada pela sua fiel guerreira Pan Ka Dha e por Espigado, sobrinho do mercador fenício Espigadote, consegue fugir para pedir ajuda aos irredutíveis gauleses…
 
Ficha técnica:
O Império do Meio
De Olivier Gay e ilustração de Fabrice Tarrin 
Capa dura, formato 22,6x29,8cm, cores, 48 págs.
ISBN 9789892357508 
PVP: € 12,90
Edição ASA
 
PS Para efeitos de contagem de novidades de BD não irei considerar este lançamento.


 

20 março, 2023

O 40º álbum do Asterix já tem título

 
«Para iluminar a floresta, basta a floração de um só íris», pode ler-se na apresentação do 40.ª álbum de Astérix e Obélix. E o novo argumentista da série, Fabrice Caro, levantou a ponta do véu relativamente à nova aventura, O  ÍRIS BRANCO, que tem lançamento mundial agendado para Outubro.  Em Portugal,  a edição é garantida pela ASA.
 
Fale-nos da génese deste 40.º álbum das aventuras de Astérix.
FC: Eu queria um álbum muito centrado na aldeia e nas suas imediações. Gosto particularmente dos álbuns de Astérix em que um elemento externo se introduz na aldeia e vem perturbar o seu equilíbrio, e adoro observar a reação dos habitantes, com a sua lendária capacidade de dissimulação. E, depois, era a oportunidade de abordar implicitamente um fenómeno social contemporâneo…  
 
O porquê deste título?
FC: O Íris Branco é o nome de uma nova escola de pensamento positivo, vinda de Roma, que começa a propagar-se pelas grandes cidades, de Roma a Lutécia. César decide que este novo método pode ter efeitos benéficos sobre os campos romanos em redor da famosa aldeia gaulesa. Mas os preceitos desta escola influenciam igualmente os habitantes da aldeia que com eles se cruzam… Aliás, a prancha-anúncio divulgada em dezembro já levantou um pouco o véu sobre o resultado dessa influência! Eu queria encontrar um título que se enquadrasse no espírito de Goscinny e Uderzo, em que o tema é muitas vezes encarnado num objeto físico ou numa pessoa (O Caldeirão, O Adivinho, O Grande Fosso, O Escudo de Arverne, A Foice de Ouro…). Aqui, o íris é um símbolo de bondade e de plenitude, ou pelo menos assim se espera…
 
Matasétix, o famoso chefe gaulês, não parece muito feliz nesta imagem… O que é que se passa na aldeia?
FC: Sim, é verdade. É preciso reconhecer que já o vimos em melhor forma. Este método positivo tem impacto sobre os nossos amigos gauleses e nem todos ficam satisfeitos. É o que acontece ao nosso chefe, que vai atravessar uma crise…
 
 

16 março, 2023

Lançamento ASA: Ideiafix e os Irredutiveis - vol. 2: Os romanos levam uma abada!

Depois da novidade que foi, no ano passado, o lançamento do primeiro volume das aventuras do Ideiafix em banda desenhada, com a chancela da ASA, segue-se agora o segundo livro da colecção de um total previsto de cinco.

A premissa para estas novas histórias, onde o companheiro canino de Obelix é a personagem principal, é contar-nos  as aventuras do Ideiafix  (e dos seus irredutíveis), dois anos antes de se cruzar com Astérix e Obélix à saída de uma charcutaria de Lutécia no álbum A Volta à Gália, levando os leitores a percorrerem as ruas da cidade, permitindo-lhes descobrir desde as catacumbas do Palácio da Loba até à Grande Torre dos Pombos.

A receita não é nova, apenas adaptada para o mundo canino. Eventualmente pensado para atrair um público mais jovem, não só pelas personagens mas também pelo próprio formato de edição em dimensões de quase de livro de bolso (o que se dispensava), a verdade é que não deixa de cativar a atenção para todos aqueles que sempre leram as aventuras de Asterix.
 
Já disponível nas livrarias.

Ficha técnica:
Ideiafix e os Irredutíveis - vol. 2: Os romanos levam uma abada!
Argumento de Herve Benedetti, Michel Coulon, Nicolas Robin e Simon Lecocq e desenhos de Jean Bastide e Philippe Fenech
Capa mole, dimensões 16x20 cm, cores, 72 págs.
ISBN 9789892357164
PVP: € 9,90
Edição ASA



04 janeiro, 2023

Ano Astérix

 
O anuncio foi feito em finais do ano passado, que 2023 seria o ano de edição do 40º álbum de aventuras de Astérix! Contará com uma nova dupla de autores, com a entrada do argumentista Fabcaro para o lugar de Jean-Yves Ferri, mantendo-se Didier Conrad como responsável pelo desenho. Sobre a nova aventura pouco se sabe, e pouco se ficou a saber a divulgação da prancha inédita que reproduzo aqui. Mas aparentemente há uma preocupação com a saúde física dos nossos heróis! O lançamento está agendado para Outubro, e contará com a edição portuguesa por parte da ASA.
 
Mas as novidades não se esgotam aqui, porque a editora prepara igualmente o lançamento dos volumes 2 e 3 da recente série Ideiafix e os Irredutíveis. Para 2024, ficam prometidos os volumes 4 e 5, sendo de referir que o vol. 5 incluirá uma história longa e original, criada de raiz para a edição em livro e na qual Ideiafix irá encontrar pela primeira vez um famoso druida… 
 
A tudo isto, acrescenta ainda, este ano, a edição de mais um álbum ilustrado, assinado por Fabrice Tarrin, que também já foi o autor do álbum ilustrado Astérix e o Segredo da Poção Mágica, e que acompanha a estreia de um novo filme dos irredutíveis gauleses, com o titulo de O Império do Meio.
 
Abriu o apetite?


19 julho, 2022

Lançamento ASA: Ideiafix e os Irredutiveis - vol. 1: Neste Bairro, Latino Não Entra!

A editora ASA expande a partir de hoje universo ASTÉRIX com o lançamento de uma nova colecção em banda desenhada, mas desta vez os protagonista em vez dos dos irredutíveis gauleses, encontramos um grupo de irredutíveis lutecianos, liderados pelo nosso conhecido IDEIAFIX. A premissa desta colecção são as aventuras de Ideiafix na cidade de Lutécia, dois anos antes deste se cruzar com Astérix e Obélix durante A Volta à Gália destes heróis.
 
Estamos no ano 52 antes de Cristo. Toda a Lutécia está ocupada pelos Romanos... Toda a Lutécia? Não! Os autores apresentam-nos a um bom número de novos personagens que fazem parte do grupo de irredutíveis animais liderados por Ideiafix, que resiste ainda e sempre ao invasor romano aqui personalizados general Labieno e a corja de cães que tentam romanizar Lutécia. 
 
Estas aventuras trata-se da concretização de um sonho antigo de René Goscinny e Albert Uderzo, que nos anos 70 chegaram a idealizar a série para a televisão e a edição. Em Setembro próximo, estreia na RTP a série animada.

Agora tenho de dizer isto, caros leitores preparem-se para o choque, porque o que vão encontrar nos escaparates das livrarias não é um álbum em capa dura no belo formato do tradicional franco-belga, mas antes um pequeno livro em formato A5 em capa mole. Confesso alguma desilusão, ainda que perceba que eventualmente o público-alvo apontado para estas novas aventuras seja um público mais jovem.

Ficha técnica:
Ideiafix e os Irredutíveis - vol. 1: Neste Bairro, Latino Não Entra!
Argumento de Jerome Erbin, Yves Coulon e Matthieu Choquet e desenhos de Jean Bastide e Philippe Fenech
Capa mole, dimensões 16x20 cm, cores, 72 págs.
ISBN 9789892354712
PVP: € 9,90
Edição ASA

15 fevereiro, 2022

Lançamiento ASA: Asterix i l Alcaforron

Yá stá çponible nas libraries nacionales la berson an mirandés de l mais recente álbun de las abinturas de ls eirredutibles gauleses. ASTÉRIX I IL ALCAFORRON, znuda eidiçon de la ASA, lieba l nuosso heirói, acumpanhado pul sou anseparable cumpanheiro Obélix i pul druida Panoramix, znuda longínqua biaige para paisaiges çconhecies, salbaiges i giladas. L çtino ye l território de ls Sármatas, situado mui la leste, an pleno Barbaricun.
 
Trata-se de l 39º álbun de la coleçon, i ye assinado mais ua beç pula dupla Jean-Ybes Ferri i Didier Cunrad.
 
Esta eidiçon an léngua mirandesa, que ye ua léngua oufecial an Pertual, nun ye inédita nesta coleçon, i ancontra-se antegrada nun porjeto de dibulgaçon de lénguas minoritárias.
 
Este ASTERIX I L ALCAFORRON ye l sesto títalo de la série publicado an mirandés. Na mesma coleçon an mirandés tenemos:
 
Nº 1 – ASTERIX L GOULÉS
Nº 25 – L GALATON
Nº 36 – L PAPIRO DE CÉSAR
Nº 37 – ASTERIX AN EITÁLIA
Nº 38 – LA FILHA DE BERCINGETORIX
Nº 39 – ASTERIX I L ALCAFORRON
 
Ficha técnica:
ASTERIX I L ALCAFORRON
De Jean-Ybes Ferri i Didier Cunrad
Cápia dura, dimensones 22,3x29,3, quelores, 48 páiginas
ISBN: 978-989-23-5121-6
PBP: € 12,90
Eidiçon ASA
 

17 novembro, 2021

Páginas Pe(r)didas!

Para quem já leu o mais recente álbum do Astérix, Astérix e o Grifo, certamente deve ter ficado com a sensação que faltava ali qualquer coisa no inicio da história, porque uma vez que passada a introdução do diálogo de César e o seu geógrafo, e ao contrário do que é habitual em anteriores aventuras, no inicio não encontramos os nossos heróis na sua aldeia, mas sim numa estepe gelada, já no fim daquela que entendemos que foi uma longa viagem. E esta famosa vinheta que foi inicialmente divulgada e que escondia o segredo da nova aventura nem sequer encontramos nas páginas do álbum.
 
 
Foi uma publicação do livreiro Manuel Jesus no grupo BD Portugal, ajudou a perceber o motivo. A famosa vinheta encontra-se incluída numa prancha que, por decisão dos autores, não foi  incluída no novo álbum. Esta prancha foi utilizada sim como página promocional para apoiar as livrarias físicas em França. Na compra do álbum, era oferecida como um página extra da história.
 
Cá em Portugal, a editora ASA, logo no início do ano, fez a distribuição de cartazes e da página junto das livrarias numa acção promocional de divulgação do álbum na sequência da sua divulgação na comunicação social. A verdade é que a distribuição das páginas passou despercebida, até porque havia a ideia que certamente viria incluída no álbum. A verdade é que não foi. A sua ausência não belisca a leitura e a compreensão da história, apenas ajudava a enquadrar melhor o início desta aventura por terras distantes. Seja como for, para quem gosta dos inícios das histórias na aldeia gaulesa, publico aqui a “página perdida”. 
 
E continuando com o tema das "páginas perdidas", aproveitando igualmente uma conversa que surgiu no grupo BD Portugal, acerca da edição da Goody d'As Melhores Histórias de Donald e Patinhas, por Don Rosa, o Nuno Redondo, disponibilizou a página 157 completa, uma vez que a publicada no livro encontra-se com tiras em falta. Os interessados podem descarregar a página aqui.

21 outubro, 2021

Lançamento ASA: Astérix e o Grifo

Não podia deixar de passar o dia de hoje sem assinalar aqui o lançamento do novo álbum daquela que é provavelmente a personagem mais popular do universo  da banda desenhada, Astérix.
 
A nova aventura, «Astérix e o Grifo» leva o nosso herói, acompanhado pelo seu inseparável companheiro Obélix e pelo druida Panoramix, numa longínqua viagem para paisagens desconhecias, selvagens e geladas. O destino é o território dos Sármatas, situado muito a leste, em pleno Barbaricum.
 
Tudo começa com um sonho de Panoramix, onde velho amigo lhe pede ajuda.... está dado o mote para mais uma bela aventura, onde os vilões de serviço, são mais uma vez, os romanos, que querem capturar o Grifo, um animal meio águia meio leão, que é considerado sagrado para os sármatas. 

Mais curiosidades e detalhes sobre esta aventura podem ser lidas aqui.

Já disponível nas livrarias.

Ficha técnica:
Asterix e o Grifo
Colecção Astérix - Volume 39
De Jean-Yves Ferri e Didier Conrad
Cartonado, dimensões 21,8x29 cm, cores, 48 pags.
ISBN 9789892351209
PVP: € 10,90
Editora ASA

11 outubro, 2021

Revelada a capa e os detalhes da nova aventura de Astérix!


 
Por Toutatis! O dia de hoje fica irredutivelmente marcado pela revelação da capa final (imagem acima reproduzida) e dos detalhes da 39º aventura de Astérix, cujo álbum, com o titulo «Astérix e o Grifo» tem data de lançamento mundial para o próximo dia 21. Em Portugal a edição está assegurada pela ASA. Face à coincidência do dia com a data de abertura do Amadora BD, penso que está encontrado o "best-seller" do festival!
 

Sobre a história, desvendado que está o segredo, ficamos agora a saber que em resposta ao pedido de ajuda de Karnanteskeukine, um velho amigo do druida Panoramix, a longa viagem para remotas paragens dos  nossos heróis Asterix e Obelix tem como destino a gélida região do território dos Sármatas, uma zona situada actualmente entre a Rússia, a Mongólia e o Cazaquistão.
 
E quem são os Sármatas? Os autores Jean-Yves Ferri e Didier Conrad explicam...


Atente-se aos detalhes da cultura sármata numa única vinheta:

E a grande curiosidade desta nova aventura: estaremos perante um... Eastern?

E para uma boa história de heróis, tem de haver sempre vilões. E aqui, surpresa das surpresas, são romanos! Por Júpiter!

Confesso grande expectativa para esta nova aventura. Afinal temos em perspectiva um grande Eastern!