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01 junho, 2019

Lançamento G.FLOY/COMICHEART: Mar de Aral

Cerca de 10 anos depois chega finalmente às mãos do leitores portugueses o "livro maldito" de José Carlos Fernandes. Inicialmente previsto como o segundo volume da série «Black Box Stories», a sua (não) edição passou por tantas atribulações e confusões, da qual só resultou mesmo uma pequena edição isolada da história «Um boi sobre no telhado» de tiragem limitadíssima que rapidamente esgotou. Depois deste episódio, o José Carlos Fernandes bateu com a porta e abandonou a BD de vez.

«Mar de Aral» uma co-edição G.FLOY/COMICHEART, é uma antologia de curtos contos escritos por José Carlos Fernandes, um dos nomes grandes da BD portuguesa, e ilustrados pelo talentoso  Roberto Gomes, que aplicou diferentes estilos gráficos. A curiosa história «Um boi sobre o telhado um homem», onde um homem é surpreendido pela presença de um boi no telhado da sua casa encontra-se incluída nesta colectânea.

MAR DE ARAL
O voo 713 para Belize nunca chegou ao seu destino.
O aparelho foi encontrado dois dias depois, nas profundezas da selva do Yucatán, perto de Uxmal, não muito danificado. Mas da tripulação e passageiros, nem rasto. Quando os peritos aeronáuticos analisaram as caixas negras do aparelho, ficaram perplexos: em vez do registo das conversações entre o avião e os controladores aéreos, as fitas continham apenas histórias insólitas e aparentemente sem nexo, narradas por uma voz arrastada e monocórdica, que não foi identificada como pertencendo a qualquer dos membros da tripulação.

Ficha técnica:
Mar de Aral
De José Carlos Fernandes e Roberto Gomes
Encadernação cartonada, dimensões 19x29cm, cores, 72 pags.
ISBN 9788793576070
PVP: € 14,00
Co-edição G.FLOY/COMIC HEART




28 outubro, 2015

Lançamento DEVIR: A Agência de Viagens Lemming

A DEVIR através do selo Biblioteca da Alice tem primado pela publicação de excelentes obras. E este mais recente lançamento assim o confirma. A Agência de Viagens Lemming é a obra perdida que faltava publicar do universo de José Carlos Fernandes. Publicada originalmente em 2005, em tiras semanais no Diário de Noticias, já foi objecto de exposições e até de publicação no estrangeiro. Por cá, inexplicavelmente, ameaçava tornar-se um grave caso de omissão na edição bedéfila. Eu tenho para mim que é a sua obra-prima.

AGÊNCIA DE VIAGENS LEMMING
As histórias encontram-se agrupadas em duas secções: Dez Mil Horas de Jet Lag e O Síndrome da Classe Turística. A Agência de Viagens Lemming tem uma característica única na obra de JCF: mantendo uma linha condutora, alterna ritmos narrativos, mistura o apontamento curto com a história mais prolongada, e em dois ou três casos, afasta-se do remoque malicioso, que é a sua imagem de marca.



Edições Devir | Coleção Biblioteca de Alice
144 páginas a cores
FORMATO: 170x260 mm
ISBN: 978-989-559-246-3
PREÇO: €22,00 PVR

A apresentação oficial desta obra esta marcada para dia 1 de Novembro, pelas 16h00 no auditório do AMADORA BD. O livro pode ser adquirido já a partir do próximo fim-de-semana no stand da DEVIR no festival.

12 junho, 2014

Lançamento Devir: A Pior Banda do Mundo 02

A DEVIR continua em alta no primeiro semestre deste  ano. Menos de um mês depois do lançamento do primeiro volume da colecção A Pior Banda do Mundo, de José Carlos Fernandes, apresentada em novo formato numa edição em capa dura, é lançado hoje o último volume, que fecha assim a colecção. A verdade é que a novidade nem deu tempo para hesitações. O primeiro ainda nem aqueceu nas prateleiras da lojas e já tem a companhia do segundo.

A Pior Banda do Mundo 02 reúne as histórias: A Grande Enciclopédia do Conhecimento Obsoleto, O Depósito de Refugos Postais e Os Arquivos do Prodigioso e do Paranormal.

Nota da editora:
Mais de dez anos passados, os painéis de duas páginas permanecem frescos e brilhantes. Mas José Carlos Fernandes fez mais do que uma óptima BD. Afirmou-se como uma figura intelectual e artística importante. Despretensiosamente e com um sorriso no canto dos lábios, provoca-nos e põe-nos a reflectir com muita seriedade sobre temas centrais da cultura e sociedade contemporâneas. Assumindo com total honestidade as suas influências literárias e de outros âmbitos, e com um formalismo linguístico revelador de uma utopia onírica, o autor conta com originalidade retalhos da vida, emoções, pequenas revelações, debatendo-se com a grande muralha do mistério que nos rodeia. E poesia em tons quentes, após o expediente burocrático.

Edições Devir
A Pior Banda do Mundo 02, de José Carlos Fernandes
168 páginas a cores
Formato: 170 x 240 mm
ISBN: 978-989-559-236-4
Preço: €22

26 maio, 2014

Lançamento Devir: A Pior Banda do Mundo 01

Não é bem o regresso de José Carlos Fernandes à banda desenhada, mas quase. Ainda não é o lançamento de A Agência de Viagens Lemming em português (não perdi a esperança) mas trata-se de um excelente lançamento.

A editora Edições Devir decidiu em boa hora reunir em dois volumes a obra completa de A Pior Banda do Mundo.

É a possibilidade de recuperar a leitura desta complexa obra, que no meu caso nunca a pude fazer na totalidade porque falta-me um dos álbuns que se encontra há muito esgotado.

Esta edição, que se apresenta em capa dura, reúne neste primeiro volume, os três primeiros tomos da série: O Quiosque da Utopia, Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante e As Ruínas de Babel.

A obra mais premiada da BD portuguesa, oferece uma visão de conjunto de uma cidade sem nome, uma mistura da Praga de Kafka, a Nova Iorque de Ben Katchor e a Buenos Aires de Borges.

Uma desastrada e inepta banda de músicos, de intenções vagamente jazzísticas e resultados puramente caóticos, ensaia regularmente na cave de uma alfaiataria. Os seus membros são Sebastian Zorn (saxofone tenor), Idálio Alzheimer (piano), Ignacio Kagel (contrabaixo) e Anatole Kopek (bateria). Apesar de ensaiarem há três décadas, nunca conseguiram actuar ao vivo.

As aventuras destes músicos desprovidos de talento servem ao autor de pretexto para nos introduzir num mundo repleto de personagens entregues a ocupações improváveis e preocupações inverosímeis, formando um puzzle repleto de humor e melancolia que põe em evidência a notável capacidade de José Carlos Fernandes para retratar o quotidiano.

Edições Devir
A Pior Banda do Mundo 01, de José Carlos Fernandes
192 páginas a cores
Formato: 170 x 240 mm
ISBN: 978-989-559-219-7
Preço: €22

27 novembro, 2010

José Mendes Cabeçadas Júnior – Um Espírito Indomável

Foi uma apresentação discreta e de âmbito local marcou o regresso de José Carlos Fernandes (JCF) à Banda Desenhada. Não que JCF tenha desistido, até porque não vi qualquer anuncio nesse sentido, mas a verdade é que já lá vai algum tempo sem se publicar nada da sua autoria.

A apresentação foi do livro “José Mendes Cabeçadas Júnior – Um Espírito Indomável”, uma edição da Câmara Municipal de Loulé no âmbito das comemorações do Centenário da Republica, que versa sobre a vida de um ilustre louletano da nossa História contada por... um ilustre louletano da nossa Banda Desenhada.

José Mendes Cabeçadas Júnior (1883-1965) teve o que se pode designar de uma “vida cheia”. Nascido em Agosto de 1883, militar de carreira, tomou parte activa na Revolução de 5 de Outubro de 1910, quando assumiu o comando do cruzador Adamastor que a partir do Tejo bombardeou o Palácio das Necessidades e desembarcou tropas no Terreiro do Paço, foi deputado no Parlamento, liderou um movimento de revoltosos que pôs fim à I Republica, foi Presidente da Republica durante 17 dias, tornou-se opositor ao regime de Salazar até falecer em Junho de 1965.

JCF escreveu e Roberto Gomes desenhou. Uma dupla anteriormente anunciada para o segundo volume das Black Box Stories, mas que (até à data) não chegou a ser publicado. No entanto, o trabalho conjunto destes autores pode ser observado no conto “Um boi no telhado” (“Série Ouro - Os Clássicos da BD”, n.º 18, distribuído com o jornal “Correio da Manhã”) que aliás deu origem a um pequeno mas excelente manual de BD que aliás aqui fiz referência.










No argumento, seguida a opção pelo rigor histórico que até se impunha até porque se trata de uma obra biográfica, JCF consegue num excelente exercício de síntese, condensar em cerca de 30 páginas os factos mais relevantes que marcaram a vida venturosa de Cabeçadas Júnior. Depois coube a Roberto Gomes, dotado de um traço agradável e eficaz, no qual até encontro algumas semelhanças com o de JCF, que peca só pela ausência de emoções no rosto das personagens, ilustrar a vida desta figura da nossa História. O recurso a cores em tons de lilás e castanho sobre um fundo salmão acentua o efeito desta viagem ao passado.

O resultado final é um livro bem conseguido, de fácil compreensão, que cumpre exemplarmente com os objectivos culturais e históricos a que se propôs – dar a conhecer a vida de um “filho da terra” - e que motivaram a sua edição. No entanto a utilização de uma narrativa mais descritiva conduz a quebras no ritmo de acção, dado que muitas das vinhetas funcionam autonomamente retratando apenas situações ou acontecimentos, o que retira algum fulgor na leitura, mas compreendo que sejam consequência dos condicionalismos provocados pelo n.º de páginas ou pelo rigor histórico. O livro apresenta-se em capa mole com badanas, impresso em papel de cor salmão, numa qualidade pouco habitual em edições camarárias.


José Mendes Cabeçadas Júnior – Um Espírito Indomável
Autores: José Carlos Fernandes e Roberto Gomes
Álbum a cores, capa mole
Edição Câmara Municipal de Loulé, Setembro de 2010

A minha nota:

18 março, 2010

Arte aos Quadradinhos

Está a decorrer até ao próximo dia 4 de Abril, no Centro de Artes de Sines (CAS), a exposição “Arte aos Quadradinhos” que reúne trabalhos de autores portugueses de banda desenhada, pertencentes à colecção do Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) da Amadora.

A Retrospectiva de Miguel Rocha introduz-nos à quase totalidade dos trabalhos do autor, vencedor, em 2006, dos prémios Melhor Álbum, Melhor Desenho, Melhor Argumento e Prémio Juventude do Festival Internacional de BD da Amadora com “Salazar - Agora, na hora da sua morte”.
Intuições de José Carlos Fernandes, traz-nos o autor de “A Pior Banda do Mundo”, série de rara perspicácia e de uma ironia quase cruel, em que referências literárias e filosóficas se conjugam de forma estranhamente harmoniosa com a narrativa gráfica. O primeiro e segundo volumes da série foram considerados os melhores álbuns do ano no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora em 2002 e 2003.
Traços Miúdos - BD Infantil Portuguesa aborda diversos autores nacionais que, ao longo da sua carreira, tiveram preocupação em utilizar uma linguagem gráfica dirigida para os mais novos. A mostra, elaborada com reproduções dos originais que estiveram expostos no CNBDI, revela duas gerações de autores portugueses de banda desenhada infantil: Sérgio Luís, António Cardoso Lopes (Tiotónio), Fernando Bento, Eduardo Teixeira Coelho, Cottinelli Telmo, Güi Manuel, Stuart Carvalhais, José Ruy, Catherine Labey, Artur Correia, Zé Manel e Augusto Trigo, e, mais recente, Ricardo Ferrand, Pedro Leitão e José Abrantes.

Mais informações e programação completa podem ser obtidos aqui.

17 agosto, 2009

Black Box Syndycate

Apresenta-se como um blog de autores de BD “para mostrar trabalhos, levantar o véu sobre alguns livros “em construção” e para dar conta da apresentação de livros e da presença em exposições, festivais de BD e livrarias” e é o novo sítio de José Carlos Fernandes, Luís Henriques, Manuel Garcia Iglésias e Roberto Gomes.

Gorada que foi a publicação do segundo volume das Black Box Stories, ficam as imagens em Black Box Syndycate. Passem por lá!

27 junho, 2009

O Estranho Caso do Livro Fantasma “Um Boi sobre o Telhado”


No seguimento do que foi aqui comentado, revelo o episódio sobre a publicação do segundo volume da Black Box Stories (BBS), como de um lançamento anunciado pela Devir se passou para uma edição rara da Sétima Dimensão, que traduz bem a forma como é tratada a BD portuguesa em Portugal.

Tudo começa, quando a editora Devir na posse de todo o material (textos e desenhos) da autoria de José Carlos Fernandes e Roberto Gomes, respectivamente agendou para lançamento na 35ª Feira do Livro do Funchal, que decorreu no passado mês de Maio, o novo álbum das BBS “Um Boi sobre o Telhado”.

Foi então que a Livraria Sétima Dimensão se disponibilizou para organizar o lançamento, tendo preparado os convites aos autores, a logística, agendadas as entrevistas nos meios de comunicação social, marcado sessões de promoção, etc. Tudo parecia correr bem quando chegada a altura do Feira se aperceberam que afinal…. não havia livro! Simplesmente, e sem qualquer explicação, a Devir nem publicou o livro nem se dignou a avisar os autores, os organizadores, enfim os interessados.

Para salvar então a face perante a organização da Feira, Roberto Macedo Alves, da Sétima Dimensão, preparou com o autor Roberto Gomes, em dois dias, uma pequena edição sobre os bastidores de todo o processo de criação que esteve na base do conto “Um Boi sobre o Telhado”. É assim oferecida ao leitor uma inédita viagem ao interior do autor, de forma a perceber o porquê das escolhas gráficas que conduziram ao resultado final. Escusado será dizer que esta interessante edição foi objecto de uma tiragem limitadíssima destinada à feira e que rapidamente esgotou. E assim "Um Boi sobre o Telhado" atingiu o estatuto de livro fantasma, ou seja, um livro que praticamente ninguém viu!

Quanto à possivel edição do segundo volume das BBS, pergunto se depois disto alguém ainda acredita que a Devir existe?


PS Para os interessados, refiro que o magnifico conto que dá o nome ao livro pode ser encontrado no volume 18 da colecção “Série Ouro - Os Clássicos da BD”, dedicado a José Carlos Fernandes, que foi distribuído com o jornal “Correio da Manhã” em Outubro de 2005.

05 junho, 2009

Regresso da Devir?!

Segundo uma notícia avançada pelo Celtic, um post datado de 26-05-2009, num suposto blogue das Edições Devir anuncia o ambicioso plano de edições desta editora para o corrente ano:

Junho
  • Black Box Stories Vol. 2, José Carlos Fernandes & Roberto Gomes
  • Sin City Vol. 5 - Valores Familiares, Frank Miller
Setembro
  • Walking Dead Vol. 1, Robert Kirkman
  • Sin City Vol. 6 - Gajas, Copos e Balas, Frank Miller
Outubro
  • Blankets, Craig Thompson
  • Agência de Viagens Lemming, José Carlos Fernandes
  • Sin City Vol. 7 - Inferno, Ida e Volta, Frank Miller

Hum!!... Vamos por partes. O site oficial da editora nada anuncia. O 2º volume das “Black Box Stories” de JCF e Roberto Gomes com o título “Um Boi sobre o Telhado” anunciado para Junho, já foi lançado no passado dia 22 de Maio, na 35ª Feira do Livro do Funchal, com a chancela da... Editora Sétima Dimensão!! Craig Thompson esteve recentemente no FIBDB a autografar o “Blankets” (edição Top Shelff) e nada disse sobre o lançamento da sua obra em português! É verdade que em 2009 sairá em Espanha “A Agência de Viagens Lemming” mas a edição em português espera à anos a sua publicação. Ok, só para dizer que mantenho-me céptico sobre esse anunciado regresso da Devir portuguesa à BD!

“Sin City” volumes 5, 6 e 7? Ui…ver para crer!

06 dezembro, 2008

Terra Incógnita I: A Metrópole Feérica

Foi uma das novidades editoriais lançadas durante o 19º FIBDA. Numa edição cuidada da Tinta da China, surge uma nova colecção, Terra Incógnita, cujo primeiro volume é este «A Metrópole Feérica» assinado pela dupla de autores JC Fernandes (argumento) e Luís Henriques (desenho), que repetem assim uma colaboração anteriormente iniciada no primeiro (e único até à data) volume “Tratado de Umbrografia” da colecção “Black Box Stories” (edição Devir).

Este novo álbum, A Metrópole Feérica, que nos leva numa viagem por seis diferentes cidades imaginárias, traduz um estilo narrativo que o autor tem-nos vindo a habituar nos últimos tempos, com a diferença que o jogo de palavras que o autor escreveu necessita claramente do desenho ou melhor das ilustrações, que compõem as páginas deste álbum, como uma necessidade básica, a fim de se materializar e dar força a todo um conjunto de ideias críticas e referências abstractas, possibilitando assim ao leitor extrair algumas correspondências.

Desta forma, a interpretação das palavras pelo desenho encontra na enorme versatilidade gráfica de Luís Henriques, conforme se comprova nos seis diferentes estilos adaptados a cada uma das cidades, um porto seguro.

Porém, não obstante ser um admirador do talento de JCF, não sou grande apreciador deste género de narrativa, preferindo na banda desenhada algo que se traduza num conteúdo mais palpável, sequencial e conclusivo, em que o leitor seja testemunha de um desenrolar e evoluir de uma história concreta, o que não se compadece com o que se assemelha a um conjunto de “contos utópicos” ainda que por vezes bem ilustrados.

Assim, independentemente das mensagens que possa transmitir, posso dizer que não achei este álbum tão “feérico” como o título parece indicar, mas antes um registo meramente interessante mas que não me satisfez.

A minha nota:

Tinta da China Edições, 1ª edição de Outubro de 2008

01 junho, 2008

Desenhos autografados (3): Mulher


De um encontro casual no aeroporto resultou um interessante troca de palavras sobre o estado da bd portuguesa feita por autores portugueses para a conclusão que faltam autores e obras com contéudo. Mas o que falta aos outros, sobra ao talentoso José Carlos Fernandes, que confirmou o lançamento ainda este ano de "Terra Incógnita", do 2º volume das "Black Box Stories" (pela Devir) e o 1º volume da "Agencia de Viagens Lemming" (Devir). O seu desenho de uma mulher, acima reproduzido, foi feito a aguarela em Outubro de 2004, aquando da realização do 15º FIBDA.

16 novembro, 2007

FIBDA’2007 (10) - Terminado o FIBDA...

...fica aqui o meu balanço sobre os 17 dias de BD na Amadora deste ano, passados entre exposições, autógrafos e novidades editoriais.

Para começar, a avaliação global que faço é que o festival correu bem, dentro das limitações a que já nos habituou. Penso ter existido uma maior afluência de público, que é bastante positivo, e confirmou, se dúvidas houvessem, que o Fórum da Brandoa é a "casa ideal" para o FIBDA, não deixando ficar saudades dos espaços que o antecederam.
















No entanto, em ano de maioridade, as exposições do 18º FIBDA revelaram-se pouco ambiciosas, quiçá condicionadas pelo orçamento, o que se traduziu em mostras fracas, entre as quais destaco pela negativa as relativas às "10 BD’s do Sec. XX", que ocupava um lugar de destaque no piso 0 e a dedicada à BD italiana para adultos intitulada "O Caso Italiano" destinada a maiores de 18 anos, localizada no piso -1. Enquanto a primeira limitava-se simplesmente a exibir, em pequenos espaços, uma dúzia de capas de álbuns/revistas alusivas ao personagem em questão, sem qualquer historial, a segunda confinava-se um espaço com ar de bordel, onde se encontravam expostas pouco mais de meia dúzia de pinturas erótico-sugestivas, deixando de fora praticamente as pranchas, por exemplo de um dos mestres do desenho porno-erótico, que por acaso era só um dos autores convidados pela organização. É caso para dizer, muita parra, pouca uva! Muito negativo também foi a quase total ausência de referência a Hergé, um autor bem conhecido do público português, no ano do centenário do seu nascimento. Pela positiva, pessoalmente gostei da exposição "Salazar, Agora na hora da sua morte" (piso 0), não só pela arrumação do espaço mas também por ser possível visualizar a evolução dos desenhos das várias páginas da obra.

No piso -1, funcionou a zona nevrálgica do festival, ou seja a zona comercial e de autógrafos. Foi, porventura, uma das mais bem conseguidas que tenho memória em FIBDA’s. Um espaço amplo e aberto, onde as bancas comerciais ladeavam uma zona de estar central que se fazia a ligação à zona de autógrafos através de um corredor largo e arejado, que tão bem funcionou para as filas que se formaram, nomeadamente no caso de Manara. Qualquer comparação com o afunilamento que se verificava em anteriores edições realizadas, por exemplo na estação de metro ou na escola inter-cultural é mera ficção!





Relativamente aos autores presentes, como vem sendo hábito, a organização convida poucos autores conhecidos e muitos ilustres desconhecidos. Assim, o italiano Milo Manara foi o nome grande presente, que provocou a formação de longas filas, que chegaram inclusive a encerrar horas antes do final da sessão, para a obtenção do desejado autografo. Talvez não seja alheia a esta popularidade o facto de grande parte da obra deste autor estar publicada em Portugal. Destaque também para José Carlos Fernandes, não só pelas nomeações obtidas e pelos prémios arrecadados, que consolidam o seu estatuto de principal e mais profícuo autor de bd (sob transe) em Portugal, reconhecimento esse também feito pelo publico, a avaliar pelas filas nas sessões de autógrafos. Acresce o facto de ter sido publicado (o que em Portugal não é fácil para um autor de bd) mais um álbum seu, o sexto volume da famosa série “A Pior Banda do Mundo” intitulado “Os Arquivos do Prodigioso e do Paranormal”. Sublinha-se o regresso de Luís Louro, agora numa inverosímil dupla com Nuno Markl, com o terceiro álbum das aventuras do “Corvo”. Em termos de novos talentos, confesso-me um apreciador da arte de Filipe Teixeira (responsável pelo "C.A.O.S." da editora Kingpin Comics, salvo seja!).

Em termos das (poucas) novidades editoriais, sublinho a quantidade de autores portugueses de que viram os seus trabalhos publicados. Para além do já citado “Os Arquivos do Prodigioso e do Paranormal” (de JC Fernandes) pela DEVIR, que segundo consta foi o “canto de cisne” da editora em termos de publicações de bd em Portugal; tivemos “Corvo 3 - Laços de Família” (de Luís Louro/Nuno Markl), “Obrigado, patrão” (de Rui Lacas) e a republicação de “Everest” (de Ricardo Cabral), todos pela ASA; “C.A.O.S. Livro 3” (de Filipe Teixeira/Fernando Dordio Campos) e “Super Pig 3” (de Mário Freitas/Gevan) pela editora KingPin Comics e “Sexo, Mentiras e Fotocópias” (de Álvaro) e “Bang Bang” (de Hugo Teixeira) pela Pedranocharco. Convenhamos que não é habitual um tão elevado número de publicações de autores portugueses e peço desculpa se me esqueci de alguém!

No que respeita à bd estrangeira, como apaixonado pelos clássicos que sou, e pelas memórias que me traz, destaco aqui a publicação do álbum de “Tarzan – Volume 1” com as pranchas dominicais de Russ Manning do período de 1968-1970, com a qualidade que a editora Bonecos Rebeldes já nos habituou, ou não fosse ela a responsável pela publicação actual das aventuras do “Príncipe Valente”.

No que concerne à área comercial, continuo a achar que o festival tinha potencialidade para promover uma feira de venda de bd em 2ª mão, convidando alfarrabistas, até porque a banda desenhada não é só as novas edições!

Em resumo, mais um ano mais um festival, que mais não seja serve para rever “velhas” caras, obter um desenho de vez em quando de um super-autor e conhecer melhor a “nossa” banda desenhada e os “nossos” talentos. Para o ano, na sua 19ª edição o FIBDA terá como tema subjacente a ficção científica!

As minhas notas sobre o 18º FIBDA:

Notas positivas:
+ José Carlos Fernandes
+ Milo Manara
+ Espaço da área comercial e de autógrafos do festival
+ Lançamento de vários álbuns de autores portugueses

Notas negativas:
- Exposição “As 10 BD’s do Séc. XX”
- Falta na evocação do centenário de Hergé
- O preço dos álbuns na área comercial
- Convite a autores (quase) desconhecidos do grande público


legendas das fotografias por ordem de aparição, da esquerda para a direita:

foto 1 – exposição "O Caso Tiotónio" piso -1
foto 2 – exposição "Salazar, Agora na hora da sua morte" piso 0

foto 3 – detalhe da zona de autógrafos

foto 4 – Milo Manara
foto 5 – Cameron Stewart
foto 6 – Rui Lacas
foto 7 – Filipe Tixeira

foto 8 – detalhe da banca de venda da KingPin Comics

28 outubro, 2007

FIBDA’2007 (8) - E os vencedores são...

Foram atribuídos este fim-de-semana, no FIBDA, os Prémios Nacionais de BD, com vista a premiar o melhor que se fez de BD durante o último ano. Quase sem surpresa, a dupla José Carlos Fernandes/Luís Henriques levaram para casa os principais prémios com a obra “Tratado de Umbrografia”. Quanto aos restantes vencedores, pouco há a destacar, até porque os meus preferidos ou nem sequer foram nomeados ou não ganharam. Enfim, gostos não se discutem.

Para a história, aqui fica o registo dos vencedores por categoria:

  • Prémio Melhor Álbum Português - Tratado de Umbrografia, de Luís Henriques (desenho) e José Carlos Fernandes (argumento), Devir
  • Prémio Melhor Argumento para Álbum Português - José Carlos Fernandes, em Tratado de Umbrografia, Devir
  • Prémio Melhor Desenho para Álbum Português - Luís Henriques, em Tratado de Umbrografia, Devir
  • Prémio Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira - Merci Patron, de Rui Lacas, Editions Paquet
  • Prémio Melhor Álbum de Autor Estrangeiro - Alguns meses em Amélie, de Jean-C. Denis, ASA
  • Prémio Melhor Álbum de Tiras Humorísticas - Há Vida em Markl: Opus 2, de Nuno Markl, Gradiva Publicações
  • Prémio Melhor Livro de Ilustração Infantil - O Bicharoco que era oco, de Carla Pott (ilustração) e A. Ventura (texto)
  • Prémio Melhor Fanzine - Venham + 5 nº3, com coordenação de Paulo Monteiro, Câmara Municipal de Beja/Bedeteca de Beja
  • Prémio Clássicos da Nona Arte - A Trágica Comédia ou Cómica Tragédia de Mr. Punch, de Neil Gaiman e Dave McKean, VitaminaBD
  • Prémio Juventude - Tratado de Umbrografia, de Luís Henriques (desenho) e José Carlos Fernandes (argumento), Devir

23 agosto, 2007

Capas de BD: Porfirio Zap

Capa do álbum "Os Pesadelos Fiscais de Porfírio Zap" de José Carlos Fernandes, com um desenho da chamada "economia subterrânea". Neste álbum, a Banda Desenhada é utilizada como uma linguagem ao serviço da Direcção-Geral dos Impostos, no âmbito do Projecto de Educação Fiscal desenvolvido pelo Ministério das Finanças.

Os Pesadelos Fiscais de Porfírio Zap

Data de Publicação: Maio de 2007

Número único, Cores

Edição da Direcção-Geral dos Impostos

18 maio, 2007

ÜBERMENSCHEN

Já por várias vezes aqui escrevi sobre José Carlos Fernandes (JCF), que se não é um dos melhores autores portugueses banda desenhada da actualidade, é sem dúvida um dos mais profícuos, e de que cujo talento, tanto na escrita como no desenho, sou um confesso admirador. Assim, na falta de publicação de novos álbuns de BD, não posso deixar de partilhar aqui nas notas bedéfilas, uma prancha de JCF, publicada no Jornal Mundo Universitário de 14 deste mês, numa secção de divulgação de banda desenhada coordenada por Geraldes Lino.

A história de uma página tem o sugestivo título de “ÜBERMENSCHEN” e num tom característico de JCF, versa a problemática da formação de um super-homem.

24 janeiro, 2006

No Omolete

pode ser lida uma entrevista com José Carlos Fernandes, datada de 24 de Janeiro mas que conforme se pode entender pelo seu conteúdo, foi realizada no ano passado.

08 dezembro, 2005

Pequenos contos

Ou pequenas obras da banda desenhada portuguesa, são as histórias de duas páginas, com os textos irónicos de José Carlos Fernandes e as excelentes ilustrações de Miguel Rocha (provavelmente os melhores autores de bd em Portugal) que vêem sendo publicadas na secção bd da revista C, editada trimestralmente pelo Centro Colombo (esse mesmo, o centro comercial de Lisboa).

Para acompanhar, até porque é possível receber a revista gratuitamente em casa, através de um simples registo aqui!

27 outubro, 2005

José Carlos Fernandes

Finalmente um autor português! O 18º volume da colecção da Série Ouro d’Os Clássicos da Banda Desenhada, editada pelo Correio da Manha aos Domingos (saiu no dia 24/10), é merecidamente dedicado à arte de José Carlos Fernandes.

A antologia, assim chamada, é composta por histórias a preto e branco já publicadas em fanzines e jornais, por histórias a cores publicadas nas extintas "Selecções BD” e inevitavelmente por excertos de “A Pior Banda do Mundo” (provavelmente a mais premiada série da história da BD portuguesa), tudo referente ao período de 1992 a 2005.

O timing da publicação é excelente, dado que coincide com a realização do FIBDA, onde José Carlos Fernandes garante presença todos os fins-de-semana, com a sua habitual simpatia e disponibilidade, tanto para conversar como para desenhar. Uma oportunidade para falar com o autor, conhecer a sua obra e valorizar o livro, dado que José Carlos Fernandes nos seus autógrafos brinda-nos com excelentes desenhos feitos a aguarela, o que já se tornou a sua imagem de marca. Eu confesso que aproveito todas as oportunidades para conseguir mais um "autógrafo"!!

Actualmente figura incontornável da BD portuguesa, reza a sua biografia oficial que o autor nascido em Loulé em 1964, se estreou relativamente tarde no mundo da BD, com a idade de 25 anos. Apesar disso, ao longo de mais de 15 anos de carreira, já produziu perto de duas mil páginas de banda desenhada, grande parte já publicada em fanzines e livros, o que o torna um dos mais prolíficos autores de BD da actualidade. Entre as suas obras publicadas, contam-se títulos como "Coração de Arame" (Devir), "As Aventuras do Barão Wrangel" (Devir), "Pessoas que usam Bonés-com-Hélices" (Asa), "A Pior Banda do Mundo" - Volumes 1, 2, 3 e 4 (Devir) e "A Última Obra-prima de Aaron Slobdj" (Devir).

Os seus próximos trabalhos envolvem a publicação do 5º volume da "Pior Banda do Mundo" (talvez ainda durante o FIBDA), a publicação do 1º volume da “Agência de Viagens Lemming” (até ao final do ano, garantia do autor!) e o projecto “Black Box Stories”, onde dá o seu melhor como argumentista que permite a colaboração com outros desenhadores.

Resta-nos aguardar genial criatividade de José Carlos Fernandes!

(Alguns dados referidos foram retirados do 18º volume da referida colecção Série Ouro)