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21 outubro, 2016

Lançamento LEVOIR: A Casa


Hoje o dia vai ser atípico aqui no blogue. A propósito da inauguração do 27º AMADORA BD, tenho várias notas a sair ao longo do dia acerca de novos lançamentos. E nos próximos dias repete. Assim tem de ser dada a chuva de novidades. E começo por aquela que já está disponível esta Sexta nas bancas em distribuição com o jornal Público. A editora LEVOIR lança (mais) uma nova novela gráfica. Repete-se um autor, um excelente autor, que ainda este ano marcou presença no Festival de Beja: Paco Roca. Considero o seu livro Rugas (Bertrand, 2013) simplesmente magnifico e para quem ainda não leu fica a forte recomendação que o faça. Na colecção Novela Gráfica II foi editado O Inverno do Desenhador. Segue-se agora A Casa.

Em Espanha, foi galardoado com o Premio Nacional del Cómic 2015 e mais recentemente, na 16ª Edición de los Premios de la Crítica, da revista Dolmen, com os prémios da, Melhor Obra e do Melhor Desenho Nacional e ainda do Melhor Argumentista. Em Itália, recebeu também o prémio do Melhor Autor no festival de Treviso.


A Casa é uma história de amor filial, uma emocionante homenagem de Paco Roca ao seu pai onde os sentimentos se misturam, dando lugar a uma ponte entre passado e presente. A morte do pai e a necessidade de o recordar, homenagear ou até mesmo criticar é um tema já largamente divulgado pela literatura, tanto na clássica, com Kafka, ou em contemporâneos como Paul Auster e John Maxwell Coetzee, entre outros. Na banda desenhada vários são os autores que também o fizeram, entre eles, Altarriba e Kim em A Arte de Voar (Levoir, 2015) ou Jiro Taniguchi em O Diário do Meu Pai (Levoir, 2015).

A edição é em capa dura e em formato horizontal como foi publicado na edição original espanhola.


A CASA
A história, bem simples, mas contada com a mestria própria de um excelente narrador , conta-nos o regresso dos três irmãos à casa onde cresceram, mas que agora se encontra vazia devido à morte do pai. A Casa tem de ser vendida e em conjunto devem esvaziá-la mas, à medida que começam a fazê-lo encontram objectos que lhes trazem à memória recordações, pequenas situações cómicas, momentos vividos em conjunto com o pai.

Ficha técnica:
A CASA, de Paco Rosa
Capa dura,136 pags, cores
PVP: €14,90
Editora Levoir






08 setembro, 2016

Colecção Novela Gráfica II: 13 - O Inverno do Desenhador

Do mesmo autor que nos trouxe o magnifico e muito recomendado Rugas (Bertrand, 2013) chegou hoje às bancas inserido na Colecção Novela Gráfica - Série II, O Inverno do Desenhador.

O autor Paco Roca, acumula com o seu enorme talento para nos contar histórias humanas, a sua grande disponibilidade e simpatia, conforme foi possível comprovar durante a sua passagem pela edição deste ano do Festival de Beja, onde foi um dos autores convidados.

O Inverno do Desenhador conta a história de pioneiros pelos direitos de autor, e a edição portuguesa da Levoir inclui ainda uma história de seis páginas feita para o jornal El Pais e nunca antes recolhida em livro.

O INVERNO DO DESENHADOR
A história verídica de um grupo de cinco dos mais populares desenhadores da Editorial Brugera (uma editora espanhola criada em Barcelona em 1910, que se dedicou sobretudo à produção de literatura popular e tiras de BD) que, desiludidos com as condições de trabalho e com a falta de reconhecimento que tinham, decidem criar a sua própria editora de BD na Espanha nos anos 50.

O Inverno do Desenhador
de Paco Roca
Volume #13 da Colecção Novela Gráfica - Série II
Capa dura, dimensões 170x240, 144 pags
PVP: €9,90

27 dezembro, 2013

Leitura: Rugas, de Paco Roca

Nota introdutória:
Todos os anos, no inicio de cada, e relativamente ao anterior, em jeito de balanço escrevo a rubrica «revista do ano». Aqui tenho por hábito elaborar uma selectiva lista (5) daquelas bandas desenhadas, cuja leitura, quer seja pela história, quer seja pelo desenho, quer seja por ambos, me deu grande satisfação, motivo pelas quais as elejo como «leituras do ano».

No entanto, nem sempre escrevo aqui no blogue sobre essas leituras, pelo que fica se calhar a faltar qualquer coisa. Assim este ano vou fazer as coisas de forma diferente. A ideia é publicar aqui os cinco textos correspondente às minhas cinco leituras do ano de 2013. Basicamente a razão das minhas escolhas. Sem qualquer ordem especifica, segue-se a primeira: RUGAS



RUGAS do autor espanhol Paco Roca (edição Bertrand) foi uma das minhas primeiras leituras e desde logo uma das melhores. É uma história com uma dimensão humana como poucas histórias em banda desenhada alcançarão. Acompanhamos Emílio. Bancário reformado é portador da doença de doença de Alzheimer. É através dele que entramos numa triste realidade chamada lar de terceira idade. Logo nas primeiras páginas, o autor castiga o leitor com a imagem de alguém que é largado pelo filho naquela que é a sua última paragem antes do fim. Ainda que o tema principal da história seja a doença de Alzheimer, Paco Roca consegue uma articulação entre a doença, a velhice e a amizade, numa abordagem realista com uma linguagem simples mas profunda.


Um destes dias, uma amiga minha contava-me que uma tia dela, com o início da doença, brincava com a situação dizendo que umas das vantagens de se ter Alzheimer, era conhecer novas pessoas todos os dias. É quase no mesmo tom divertido que Paco Rosa aborda aqui a doença. Começa logo pela excelência do desenho da capa desdobrável. A composição gráfica que mostra as memórias de uma vida (representadas pelas fotografias), ao longo de uma viagem de comboio (não poderia haver maior simbolismo) vão saindo desaparecendo da cabeça de Emílio, que mostrando um ar sereno se mostra incapaz de reagir, é de uma singularidade extraordinária.

RUGAS funciona como uma espécie de diário da vivência (e decadência até à chegada do "longo adeus") de Emílio no lar. Numa instituição onde no dia-a-dia todos os dias são iguais, somos apresentados a um universo de personagens (seniores) peculiar e representativas (inspiradas em casos reais) que compõem todo um quadro, e com as quais o autor consegue pautar um arco narrativo de situações que inevitavelmente causam algum desconforto, com bons momento de humor.

Mas RUGAS não conta só uma boa história, serve igualmente de critica social. E é na personagem Miguel, o companheiro de quarto de Emílio, e com quem Emílio divide o protagonismo na história, que o autor faz o "abanar" de consciências, ao dotar-lhe de um cinismo desconcertante, que lhe permite por exemplo definir os velhos como "fardos inúteis da sociedade" (pag. 35) e simultaneamente de uma generosidade e amizade que no final surpreende o leitor.


RUGAS é assim uma obra que olha com respeito para o principio do fim, traduzindo-se num bonito e critico ensaio sobre a velhice, o qual dá gosto ler, o qual dá gosto emocionar. Não há como não gostar.


Rugas
De Paco Roca
Bertrand Editora, 1ª edição de Março de 2013




15 março, 2013

Lançamento: Rugas


Com o adormecimento da ASA, em matéria de lançamentos, as novidades este ano tem ficado por conta de outras editoras detentoras de catálogos de banda desenhada de menor dimensão. O mais recente exemplo é a edição de Rugas, do espanhol Paco Roca, pela Bertrand Editora. Trata-se de um livro premiado em Espanha e França, onde o autor aborda a temática do envelhecimento, e a julgar pelas criticas recebidas, fá-lo de uma forma genuína e bem-humorada.

Sinopse:
Emílio, um bancário reformado, sofre da doença de Alzheimer e é internado num lar de terceira idade. Rodeado de vários outros idosos, cada um com um quadro «clínico» distinto e com uma personalidade bem vincada, vai aprendendo as diversas estratégias para combater o tédio e a erosão da rotina. Ao mesmo tempo, Emílio e os seus companheiros vão tentando introduzir, num quotidiano marcado por medicamentos, refeições, «terapias ocupacionais» e sestas de duração indefinida, alguns vislumbres de encanto e alegria de viver.