É mais logo pelas 21:30 no Fórum Luís de Camões, que se abrem as portas para mais uma edição do festival AMADORA BD. Durante os próximos três fins-de-semana mudamo-nos para a Amadora.
Num primeiro olhar, é justo reconhecer que a imagem deste ano do Amadora BD está fantástica, a começar pelo cartaz oficial da autoria de Nuno Saraiva, vencedor do Prémio Nacional de BD - Melhor Álbum Português 2016 com o álbum "Tudo Isto é Fado", um dos mais bem conseguidos dos últimos anos.
Inspirado na História da cidade da Amadora, desde dos tempos remotos até aos tempos actuais, o Nuno traz-nos 45 personalidades que melhor representam a cidade e as sua gentes. É tentar identifica-las no cartaz. Deixo aqui ao lado uma das obrigatórias.
O tema da exposição central deste ano é "Contar o Mundo. A reportagem em banda desenhada". Confesso que foram raras as vezes que as temáticas me seduziram, e a deste ano, também não me cativa por aí além. As minhas grandes expectativas estão viradas para as exposições "O Espírito de Will Eisner" e "Jack Kirby – 100 Anos de um Visionário". Justa homenagem do festival a dois grandes nomes que revolucionaram por completo a forma de se fazer banda desenhada. E se mais nada houvesse, só isto já justifica uma visita.
A programação completa do festival pode e deve ser consultada no sitio oficial disponível aqui ou na página do facebook aqui.
Em termos de autores estrangeiros convidados, a lista é fraca. Alguns dos nomes, para quem aprecia o lado intelectual ou alternativo da bd deverão fazer sentido, para a restante maioria são perfeitos desconhecidos, com a agravante de não terem qualquer obra por cá publicada. Salvam-se da lista nomes como a talentosa Grazia LaPadula, que esteve recentemente no festival de Beja e de quem a editora Kingpin já editou dois livros; John Layman o argumentista da deliciosamente absurda série Tony Chu; e os brasileiros Gustavo Borges, Felipe Nunes e Marcello Quintanilha também por cá editados.
Em termos de novidades editoriais então chegamos ao campo da loucura. Seria aqui exaustivo estar aqui a citar tudo, e até repetitivo porque tenho vindo a dar nota delas no blogue nas últimas semanas. Mas posso afirmar sem margem de erro que as editoras nacionais prepararam-se muito bem. Haverá muita oferta de autores nacionais e não-nacionais para todos os gostos e géneros, um reflexo quase natural do bom período que a edição de banda desenhada atravessa agora no nosso país.
Vou dando aqui nota das incidência do festival. Encontramo-nos por lá. Até já!