26 novembro, 2005

As minhas BD preferidas #1: Tenente Blueberry

Muito naturalmente. Desde miúdo que as historias do Oeste Americano sempre me fascinaram. E o formato em banda desenhada ocupou sempre um lugar de destaque. Mas a leitura da aventura de “Forte Navajo” (publicada pela primeira vez na revista Pilote n.º 210, em 31 de Outubro de 1963) e dos álbuns seguintes marcaram desde logo a série Blueberry como a minha banda desenhada preferida. Considero não existir melhor. Prova disso são os trinta e sete mais um (tenho o “Chihuahua Pearl” na versão francesa, apenas porque o desenho da capa nesta edição, diferente na versão portuguesa, é simplesmente espantoso!) álbuns da minha colecção, publicados pela Meribérica-Liber, orgulhosamente arrumados na prateleira.

Os excelentes textos e desenhos de Jean-Michel Charlier e Jean Giraud, respectivamente, transportam-nos para um Oeste selvagem, que se estende desde das pradarias dos Estados Unidos até ao Novo México, admiravelmente recriado em todo seu ambiente e paisagens, com todas as sua referências, algumas históricas, tais como a Guerra da Secessão ou a construção do Caminho de Ferro Transcontinental, onde se cruzam personagens cheias de vida (Jimmy Mcclure ou Chihuahua Pearl, entre outras) com personagens reais (Cochise ou Wyatt Earp, entre outros) onde Mike S. Donovan a.k.a. Mike Steve Blueberry a.k.a. Mike Blueberry, acusado de um crime que não cometeu, se torna tenente das fileiras do exército americano, e assume o papeis de anti-herói, defensor de causas, renegado, jogador e pistoleiro. O protagonista principal dá mesmo o seu nome ao título principal da série, a qual se designa de forma genérica como “Uma Aventura do Tenente Blueberry”.

O sucesso e a evolução da própria narrativa justificou que surgissem novos títulos complementares, onde se desenvolveram novas linhas de acção. Assim surgiu a segunda série “Tenente Blueberry” ainda da dupla Charlier/Giraud que permitiu o início de um novo ciclo com o título “Nariz Partido” mas cujo falecimento de Charlier em 1989 veio interromper; a série “Mister Blueberry” escrita e desenhada apenas por Giraud, que nos álbuns já publicados nos mostra um Blueberry mais velho e cansado, a viver tranquilamente a vida como jogador profissional, cuja acção decorre em Tombstone, local onde ocorreu um dos episódios mais míticos do velho oeste: o duelo em O.K. Corral; a série “A Juventude de Blueberry” de Charlier/Giraud e continuada por Cortegianni/Wilson, que desenvolve o passado de Blueberry e finalmente a série “Marshal Blueberry” de Giraud, onde encontramos Blueberry a assumir as suas funções de Marshal interino numa pequena cidade fronteiriça chamada Heaven.

"Blueberry" em Portugal

Em Portugal, podemos encontrar as aventuras de Blueberry, em formato de revista, nas seguintes publicações: Tintin, Flecha 2000, Flecha 2000 (Diário Popular), Jornal da BD, Selecções BD, Selecções BD (2ª série) e Clássicos da Banda Desenhada (Correio da Manhã).

Em formato de álbum, a Editorial Íbis (inactiva) começou por publicar em 1969, os dois primeiros álbuns da colecção: «Forte Navajo» e «Tempestade no Oeste». Infelizmente ficou-se por aqui.

Mais tarde, a desaparecida editora Meribérica-Liber pegou no título e publicou 37 álbuns no periodo compreendido entre 1983 e 2003 (o último álbum publicado foi "O.K. Corral"). No entanto, a série «A Juventude de Blueberry» encontra-se incompleta, uma vez que a editora não respeitou a cronologia da história. Os álbuns publicados foram os seguintes:

"Blueberry" (Primeira Série)
- Forte Navajo (1983)
- Tempestade no Oeste (1983)
- A Águia Solitária (1983)
- O Cavaleiro Perdido (1984)
- A Pista dos Navajos (1984)
- O Homem da Estrela de Prata (1984)
- O Cavalo de Ferro (1985)
- O Homem do Punho de Aço (1985)
- A Pista dos Sioux (1986)
- O General Cabeça Amarela (1986)
- A Mina do Alemão Perdido (1988)
- O Espectro das Balas de Ouro
- Chihuahua Pearl
- O Homem que Valia $500.000
- Balada Para um Caixão
- O Fora-da-Lei
- Angel Face
- Mister Blueberry
- Sombras sobre Tombstone
- Gerónimo, o Apache
- OK Corral
- Dust

"Blueberry" (Segunda Série)
- Nariz Partido
- A Longa Marcha
- A Tribo Fantasma
- A Última Cartada
- O Fim da Pista
- Arizona Love

Série "Marshal Blueberry"
- À Ordem de Washington
- Missão Sherman
- Fronteira Sangrenta

Série "A Juventude de Blueberry"
- A Juventude de Blueberry
- Um Ianque Chamado Blueberry
- Os Demónios do Missouri
- Terror no Kansas
- O Raid Infernal
- Perseguição Implacável
- Três Homens para Atlanta


Actualmente, com a falência da Meribérica (anterior detentora dos direitos de publicação) existe um vazio relativamente a este título, desconhecendo-se mesmo a quem pertencem actualmente os direitos ou se os mesmos se encontram negociados para Portugal. Com esta indefinição, resta reler as aventuras de Blueberry já publicadas e aguardar com esperança que alguma editora portuguesa, continue a publicar esta excelente colecção.

(actualização em 26/08/2006)
A editora ASA editou em Julho deste ano, o 28º album da série "Blueberry". O novo album "DUST" vem encerrar o ciclo "Mister Blueberry". Esta é um excelente noticia, dado que ficam assegurados os direitos de publicação para Portugal daquela que é provavelmente a melhor banda desenhada da escola franco-belga.

18 novembro, 2005

Homem-Aranha: The Other

O post que se segue é publicado já com o 'comboio em andamento. Mas que ainda é possivel apanhar. A conhecida “Casa das Ideias”, a editora MARVEL iniciou no mês passado, a publicação da história que promete uma revolução (e uma evolução) da personagem do Homem-Aranha. Acompanho com espectativa todo este desenvolvimento, dado que o Aranha é um dos meus heróis preferidos.

“The Other” (o que se pode traduzir literalmente por “O Outro”) é o título deste novo arco que se encontra dividido em 12 números, distribuídos pelos principais títulos do Homem-Aranha publicado pela MARVEL. A saber “Amazing Spider-Man”, “Marvel Knights Spider-Man” e o recente “Friendly Neighborhood Spider-Man”.
O anúncio deste evento foi acompanhado por um curioso poster da autoria de Joe Quesada [ver aqui ao lado], onde a imagem do Homem-Aranha aparece na posição do Homem de Vitrúvio, no famoso desenho de Leonardo Da Vinci. “The Other” retoma a ideia, já anteriormente desenvolvida por J. Michael Straczynski na história “O Livro de Ezekiel” (já publicado em Portugal pela DEVIR), em que o mundo do Homem-Aranha encontra-se cheio de personagens com poderes originários do mundo animal e que ele não é o único com poderes aracnídeos. Para já, o início desta história mostra-nos o Peter Parker/Homem-Aranha afectado por uma doença desconhecida que lhe diminui as capacidades e o regresso de Morlun, um dos piores inimigos que já defrontou este herói, cuja primeira aparição se deu na revista AMAZING SPIDER-MAN # 471.

Curiosa foi a distribuição dos vários autores (argumentistas) do Homem-Aranha ao longo da história. Assim temos que:


Em Outubro, Peter David escreveu o Acto Um já publicado em FRIENDLY NEIGHBORHOOD SPIDER-MAN #1, MARVEL KNIGHTS SPIDER-MAN #19 e AMAZING SPIDER-MAN #525.

Em Novembro, Reginald Hudlin escreve o Acto Dois para publicação em FRIENDLY NEIGHBORHOOD SPIDER-MAN #2, MARVEL KNIGHTS SPIDER-MAN #20 e AMAZING SPIDER-MAN #526.

Em Dezembro, J. Michael Straczynski escreve o Acto Três a publicar em FRIENDLY NEIGHBORHOOD SPIDER-MAN #3, MARVEL KNIGHTS SPIDER-MAN #21 e AMAZING SPIDER-MAN #527.

Finalmente em Janeiro, cada um dos argumentistas regressa às suas revistas de origem, para o Acto final da história a ser publicado em FRIENDLY NEIGHBORHOOD SPIDER-MAN #4, MARVEL KNIGHTS SPIDER-MAN #22 e AMAZING SPIDER-MAN #528.

No desenho, os autores de serviço serão Mike Deodato Jr. para “Amazing Spider-Man”, Pat Lee em “Marvel Knights Spider-Man” e Mike Wieringo em “Friendly Neighborhood Spider-Man”.


Pela leitura das três primeiras revistas, a história promete. Apesar de se especular quem será o Outro, uma vista atenta sobre os fantásticos desenhos das capas dos comics a publicar, disponível aqui, permite verificar que, independentemente da evolução da história, no final teremos, sem dúvida, um novo Homem-Aranha.

13 novembro, 2005

Novas entradas

Tal como este blogue, também a coluna aqui do lado direito (lista telefónica como lhe chamo) encontra-se em permanente actualização. Assim, destaco as novas aquisições que a partir de hoje vão enriquecer a ‘lista':

- Kuentro [link] - o blogue de J. Machado Dias, director do BD Jornal.

- Luis Louro [link] - a página de um dos melhores autores portugueses, que inaugura um espaço dedicado a autores de banda desenhada.

- Daniel Maia [link] - a página de um excelente desenhador, cuja arte tive eu o primeiro contacto no FIBDA.

- SIBDP [link] – o site do Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto, já referido aqui.

- Bedetheque [link] - um site francês que constitui uma excelente base de dados de banda desenhada.

(actualizado em 16/11/2005)

DVD "Sin City"

Reparei que já saiu para o mercado português o DVD da melhor adaptação de sempre de uma BD ao cinema. Obviamente, “SIN CITY” realizado pelo trio Robert Rodriguez, Frank Miller e Quentin Tarantino. O filme é baseado nas histórias “The Customer is Always Right” (sequência inicial), “The Big Fat Kill” “The Hard Goodbye” e “That Yellow Bastard”, tudo escrito e desenhado pelo Frank Miller.

Depois de ter ficado completamente rendido ao filme no cinema, sei bem o que é a tentação para comprar de imediato esta edição de um disco (despojada de quaisquer extras de interesse). Sei eu e sabem as editoras de vídeo, mas aqui fica o sábio conselho para todos aqueles bedéfilos/cinéfilos (como eu) que ainda não compraram: não comprem.....para já!

Porquê? Porque fica bem melhor na vossa videoteca juntamente com o “Homem-Aranha 1 e 2”, “X-Men”, “Hulk” ou “Batman Begins”, a edição especial SIN CITY (Recut & Extended Edition) com dois discos, que incluirá, para além da versão longa do filme, com 147 minutos (contra os 124 minutos da primeira versão), com a opção de se poder ver as várias histórias separadamente, os comentários dos três realizadores, um “long take” com a cena de 17 minutos filmada por Quentin Tarantino, o documentário que conta como Robert Rodriguez convenceu Frank Miller a realizar o filme e os mais variados documentários relacionados com o filme: os carros, o guarda-roupa, os efeitos especiais utilizados, a escolha dos actores, os teaser & theatrical trailers e uma cópia da novela gráfica “The Hard Goodbye”, entre outros. Ou seja, uma edição para os "puristas".

Resta dizer que esta “maravilha” está com data prevista de lançamento para a região 1 no dia 13 de Dezembro, o que significa que provavelmente em inícios de 2006 estará disponível para região 2. Afinal já não falta assim tanto tempo!

09 novembro, 2005

Salão Virtual

O Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto regressou para comemorar os vinte anos da sua primeira edição. A grande novidade é que este ano não é necessário ir ao Porto, mais concretamente ao Merado Ferreira Borges, para o visitar. Aproveitando o potencial da internet, a organização resolveu fazer um Salão virtual [clique aqui para entrar]. Assim, entre 5 e 26 de Novembro, num site bem construído e de consulta fácil, podemos encontrar as biografias e exposições on-line de alguns dos mais significativos autores internacionais que passaram pelo Salão do Porto. Encontramos tambem uma mostra de cartazes para a 12ª edição assinada por alguns dos melhores autores nacionais: Arlindo Fagundes, Fernando Relvas, João Fazenda, José Carlos Fernandes, José Manuel Saraiva, Manuel Cruz, Miguel Rocha (ver cartaz acima), Pedro Brito, Pedro Burgos, Pedro Morais, Pedro Nora, Pedro Sousa Dias, Rui Duarte e Rui Ricardo. E ainda podemos ver a História e as imagens das onze anteriores edições realizadas ao longo de 20 anos. Passem por lá, vale a pena a visita!

08 novembro, 2005

O Bom, o Mau e o Vilão

Acabou-se o 16º FIBDA. Tempo de balanço. Na minha opinião, houve coisas que correram bem e coisas que correram mal. Como em tudo na vida. Aqui ficam as impressões sobre o evento:

O BOM do festival foi sem margem de dúvida, as sessões de autógrafos. Apesar da confusão gerada no último fim-de-semana nas filas para os autores da escola franco-belga ("listas de chegada", "listas desaparecidas" "listas fechadass"), a ‘colheita’ de desenhos/autógrafos foi bastante positiva. Gostava de destacar os autores da escola americana (acessíveis e conversadores), entre os quais Cameron Stewart (Catwoman) e Liam Sharp (Spawn), os autores da escola franco-belga, Gibrat e Boucq (Bouncer) e entre os autores da escola portuguesa, o grande José Carlos Fernandes (nunca me canso de o elogiar), o Daniel Maia e o desconhecido mas com um excelente 'traço' o Jorge Coelho. Algumas das exposições também foram uma mais-valia. Destaco a exibição das pranchas originais de Little Nemo de Windsor McKay, os “30 anos de carreira de José Abrantes” e “O Sonho na BD portuguesa”. O lançamento de uma nova revista de bd portuguesa, a SKETCHBOOK (já referida aqui) é uma das notas positivas.

O MAU do festival é sem dúvida a organização. Uma fraca aposta na divulgação do evento trouxe muito pouco público. Alguns dos autores presentes estavam completamente fora da nossa realidade bedefila. Uns apenas tinham um álbum editado em português, outros nem isso. Talvez por causa disso, não estranhou o facto dos autores mais concorridos serem os convidados de editoras/lojas de comics. O sítio central do festival é claustrofóbico (volta Fábrica da Cultura, estás perdoada!). Nos dois primeiros fins-de-semana esteve um calor insuportável. Várias exposições estavam dispersas por salas escondidas em corredores labirínticos. Depois temos a velha questão do não cumprimento de horários nas sessões de autógrafos. Atrasos e mais atrasos e o Sean Phillips teve disponível apenas 40 minutos no Domingo.

Ao nível dos lançamentos por parte das editoras, mais uma vez não houve grandes novidades. Relativamente à bd fraco-belga (a minha preferida), a editora ASA limitou-se a editar três ou quatro álbuns, mas só porque estavam presentes alguns dos autores (Jo-El Azara, Vittorio Giardino e François Boucq). Salva-se apenas o quarto volume da série Bouncer. A DEVIR deu início ao evento 'Evolução' com a publicação do livro "Homem-Aranha: Metamorfose" e cumpriu com o seu programa de lançamentos, tudo baseado em comics americanos, ou seja, nada de extraordinário e de resto pouco mais se viu. Como sempre uma fraca aposta dos nossos editores em feiras e festivais. É o reflexo perfeito do nosso panorama bedefilo.

Depois temos a questão dos preços dos albuns e revistas. Três editoras, uma livraria e três ou quatro lojas especializadas em comics/manga e neste festival, não se praticam preços de festival. São preços de livraria e está tudo dito! Falta se calhar uma feira de bd em 2ª mão ou a presença de alfarrabistas!


O VILÃO do festival foi sem dúvida a tradutora Maria José Pereira das edições ASA. É impressionante a simpatia (falta de), a educação (falta de) e a arrogância (bastante) desta senhora. Inicialmente, pensava que o ‘problema’ era meu, mas depois de algumas conversas de circunstância com outros visitantes, apercebi-me que o sentimento é generalizado (confesso que fiquei mais aliviado!). Esta senhora põe e dispõe dos autores, onde é que assina, como é que assina. Acresce o incumprimento de horários (a critica mais uma vez) por parte dos autores desta editora que leva a que os compradores dos álbuns passem horas em filas por causa de um desenho e depois vem a desconsideração total da D. Maria (com pressa para apanhar o comboio, provavelmente) ao sugerir aos autores que assinem os álbuns em vez de os desenharem!!! Será que não a podemos meter num comboio a caminho do Uzbequistão?

Bem, apesar de tudo, fiquei com a sensação que a edição deste ano foi bastante melhor do que a do ano passado, o que significa um esforço para melhorar, mas ainda estamos longe do óptimo. Ficam as fotos e é tudo. Para o ano esperemos que haja mais e melhor!!!

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05 novembro, 2005

Last Days!

Pois é, começa hoje o último fim-de-semana do 16º FIBDA e eu aproveito para marcar presença nos dois dias. Não só para acabar de ver todas as exposições mas também porque o ‘cartaz’ dos autores presentes nas sessões de autógrafos parece-me ser o mais interessante de todo o festival. Senão vejamos, podemos contar (salvo qualquer imprevisto), com a presença, entre outros, de:

- Ed Brubaker, americano, um dos melhores argumentistas da actualidade responsável por “O Homem que ri” (publicado em Batman 2º volume da Série Ouro dos Clássicos da Banda Desenhada), Capitão América (Marvel), Catwoman (DC), entre outros.

- Leandro Fernandes, argentino, desenhador responsável por alguns números de The Incredible Hulk (Marvel), de Wolverine (Marvel) e pela série "Massacre no Texas" publicada actualmente pela Devir na revista “Espantosos X-Men”.

- Sean Phillips, inglês, desenhador responsável pela mini-série “Batman Jekyll & Hyde” (DC) e pela futura mini-série de cinco números de "Marvel Zombies" (Marvel) com data de lançamento prevista para Dezembro próximo.

- François Boucq, francês, desenhador responsável, entre outros títulos, pelas aventuras de "Boucer" (os primeiros quatros álbuns encontram-se editados em Portugal pela ASA).

- Gibrat, francês, desenhador responsável pelos álbuns “Destino Adiado” e “Voo do Corvo”, também editados em Portugal pela ASA.

- e ainda os ‘nossos’ José Carlos Fernandes (que dispensa apresentações) e Ricardo Ferrand (autor em destaque no festival).

A lista completa dos autores e os horários das sessões pode ser consultada aqui.

Não faltam boas razões para aproveitar estes últimos dias do festival, até porque depois de amanha já não há e mais só mesmo para o ano!

02 novembro, 2005

Um restaurante bem desenhado

Um dos mais famosos restaurantes de Nova Iorque, chamado The Palm resolveu celebrar os seus 80 anos de existência, com um convite ao Editor-chefe da Marvel, Joe Quesada para pintar alguns dos mais famosos personagens da Marvel numa das paredes do restaurante.

Joe Quesada, que já desenhou personagens como o Homem-Aranha, Daredevil, Wolverine ou X-Men, aceitou o desafio e o resultado é este:

Parece que esta tradição de ‘pintar paredes’ começou quando o restaurante abriu e os seus proprietários confrontados com a falta de dinheiro para a sua decoração, propuseram a vários artistas do King Features Syndicate que desenhassem cartoons nas paredes em troca de refeições. A ideia pegou e hoje as paredes desenhadas do The Palm são um autêntico museu da caricatura e do cartoon, segurada cada uma em cerca de meio milhão de dólares.

Para quem tiver a oportunidade de dar um ‘pulo’ a Nova Iorque, aqui fica a sugestão de um restaurante com bom ambiente:

The Palm Restaurant
837 Second Avenue, in-between 44th and 45th Street
New York, NY

01 novembro, 2005

FIBDA (2)

Passou-se mais um fim-de-semana [29 e 30/Outubro] de FIBDA. Mantêm-se a tendência. Ar muito abafado compensado pela falta de público. Se a primeira situação é já uma imagem de marca do FIBDA na sua versão 'estação de Metro'; a segunda situação é mais preocupante. Não conheço os números oficiais de visitantes, mas pela observação ‘in loco’ verifico que há quase tanto público como ‘pessoal com cartão’ (organização/comunicação social/editores/autores/distribuidores de BD – riscar o que não interessa). Talvez as causas passem pela falta de uma aposta forte em publicidade ou pela ausência de autores conhecidos do grande público e/ou publicados em língua portuguesa. Talvez! As sessões de autógrafos continuam em grande! Destaco pela positiva o Cameron Stewart e os seus n desenhos de Catwoman (ver foto) e o espanhol Max com o seu Peter Punk; pela negativa, o destaque vai para a pouca disponibilidade de JP Bramanti (da série Mccay ainda não editada em Portugal) e para Jo-El Azara e o seu Taka ‘Banzai’ Takata pelo facto de apenas assinar nos seus álbuns. E aqui vai a minha critica para as Edições ASA. A sua política de proibir os autores seus convidados de desenhar/assinar em folhas em branco é completamente estúpida. Será que é para vender “à força” mais meia-duzia de álbuns? Ainda por cima, o autor Jo-El Azara apenas tem um álbum publicado em língua portuguesa. Com politicas destas e a banda desenhada em Portugal dificilmente chegará a um universo muito grande de pessoas! Bastava olharem para o lado e verem a enorme fila para os autógrafos de José Carlos Fernandes (editado pela DEVIR) para perceberem que o caminho que seguem não é o correcto. Nota negativa para a ASA! No Domingo, houve o lançamento de uma nova revista de bd. A revista SKETCHBOOK é um projecto que visa apoiar/divulgar/dar a conhecer jovens autores, “promessas” da bd portuguesa. Excelente inciativa. Em cada número sairá duas histórias feitas por diferentes autores. No primeiro, encontramos as histórias: “A parede, apenas um problema” da autoria da jovem dupla composta por João Martins (vencedor dos concursos Jovens Talentos 2005 e do FIBDA 2005) e Nikolai Nekh (ilustrador freelancer) e “Hunter” com a assinatura de Daniel Maia. Oficialmente, a revista apenas sairá em Dezembro, em lojas/livrarias especializadas a anunciar, terá uma periodicidade trimestral e custará cerca de 2,50€. A presença de todos estes autores no dia de lançamento da revista, levou à 'caça ao autógrafo' dos jovens autores, ao esgotamento do stock de revistas disponível nesse dia e eu ganhei um magnifíco desenho do caçador “Hunter” do Daniel Maia (ver foto). O Daniel Maia aproveitou mesmo para anunciar o seu proximo livro [pode-se ler aqui] e divulgar o seu site [link]. Votos de sucesso! Para mim a mais-valia deste festival tem sido mesmo o contacto com os autores portugueses. Já nem falo de JCF, cujo quinto volume da “Pior Banda do Mundo” já saiu, porque este já é sobejamente conhecido, mas sim de autores como Jorge Coelho (excelente traço), Ricardo Ferrand, Miguel Rocha ou Daniel Maia. Confesso que alguns não os conhecia (mea culpa), mas também para isso é que existem os festivais, certo? Quanto às exposições, confesso que ainda não as vi todas. Das que vi gostei dos desenhos humorísticos de José Abrantes. Mas após hora, hora e meia a suar nas filas para autógrafos, confesso que a única coisa que desejo depois é ar fresco. Mas vou ter arranjar disposição, até porque as pranchas originais de Little Nemo, de Windsor McKay são obrigatórias!