
Esta estrutura delineada pelo autor, conseguia dar profundidade à personagem, permitindo explorar várias facetas do Fantasma, ao variar a acção e a época das histórias, sendo o leitor, por vezes, “transportado” alguns séculos atrás para acompanhar as aventuras de um outro Fantasma de uma outra geração. A renovação da personagem, através da sua sucessão, para além de humaniza-la permite evitar aqueles desfasamentos temporais tão característicos dos heróis modernos. O Fantasma vive e morre no seu tempo mas ao mesmo tempo é imortal, porque alguém tomará sempre o seu lugar. Nas histórias, a ideia da imortalidade está vincada sob a forma de lendas de “O Espírito-Que-Anda” ou o "Homem-que-nunca-morre" que é sussurrada e provoca terror nos adversários.

O Fantasma é também o Comandante da Patrulha da Selva, um corpo policial criado por um dos primeiros Fantasma, que tem como missão assegurar a Lei e Ordem na selva, sendo normal a intervenção destes nas histórias. Curiosamente o elemento “civilização” encontra-se muitas vezes ausente, ficando mesmo inexpressivo na narrativa, mesmo quando a acção se desloca para a cidade. Geralmente quando viaja, o Fantasma age de forma anónima, usando sempre uma gabardina, óculos escuros e chapéu.


Propriedade da King Features Syndicate, o Fantasma fez a sua estreia a 17 de Fevereiro de 1936, com a história The Singh Brotherhood, nas páginas do “New York American Journal”, sendo o seu primeiro desenhador Ray Moore (1905-1984). Mais tarde, este foi substituído por Wilson McCoy (1902-1961) e, a partir de 1963, foi Sy Barry quem se encarregou dos desenhos durante cerca de três décadas. Mais recentemente, foi um seu assistente, George Olesen, que tomou conta dos desenhos, bem como Graham Nolan. De referir, que foi o próprio Lee Falk que ao longo de sessenta anos ininterruptos se encarregou de escrever os argumentos das histórias, ostentando por isso o título de autor de banda desenhada com maior longevidade.
Actualmente, através da King Features, continuam a ser publicadas tiras diárias em jornais de todo o mundo, as aventuras do 21º Fantasma, que é casado com Diana Palmer, funcionária da ONU, e pai de um casal de gémeos, Kit e Eloise. Em formato comic, a editora americana Moonstone publica um título regular desta personagem, “The Phantom”, que não tem qualquer ligação com as tiras publicadas nos jornais.
O FANTASMA EM PORTUGAL
Ao longo dos anos, o Fantasma surgiu em inúmeras publicações e reedições nos Estados Unidos e noutros países, incluindo o Brasil, onde foi publicado em revista própria durante longos anos. No nosso país, foi principalmente no saudoso Mundo de Aventuras que o divulgou e popularizou, havendo no entanto outras publicações (ex: Selecções do Mundo de Aventuras) que também publicaram histórias soltas deste herói. Infelizmente, não há registo de qualquer título de carácter regular inteiramente dedicado ao Fantasma.

Pena é que as editoras portuguesas andem distraídas!
Sites relacionados:
- Fantasma News (Brasil)
- Os Amigos do Fantasma (EUA)
Consultas efectuadas:
- post “The Phantom, O Fantasma” no blogue MANIA DOS QUADRADINHOS
- “Mandrake & Fantasma” na colecção OS CLASSICOS DA BANDA DESENHADA
- “Fantasma (banda desenhada)" na Wikipédia.org
6 comentários:
Isso é normal nas editoras portuguesas mas ou elas tem alguma problema com os comics,ou é como tu dizes e eles andam a dormir.
Bom artigo relembrou-me da serie defensores da terra aonde o fantasma participava e de uma serie que se passava no futuro,eu conheco esse personagem da tv ou do filme de cinema porque numca li uma unica historia em bd.
Abracos
Grimlock
Grande post. Já tinha algumas luzes sobre esta personagem mas nada de concreto. Foi porreiro poder conhecê-lo, e à sua história, mais a sério.
Infelizmente isto em Portugal não anda, e presumo que nunca andará, muito bem... Vejamos o seguinte: Portugal - cerca de 10 milhões de habitantes; leitores assíduos, seja lá do que fôr - talvez 1 ou 2 milhões (já estou a ser optimista)?; leitores assíduos de BD - 10 mil???; quantos se interessam por material deste tipo - 1000???; conclusão - ninguém quer editar nada.
O que maurobindo afirma é algo que quem acompanha a BD já sabe.
O problema é que se publica muita coisa sem se pensar se o público português vai corresponder.
Lá porque vendeu milhares em França ou Itália, não quer dizer que seja bem recebido cá ou em Espanha.
Os editores, livreiros, estudiosos e todos os interessados em BD, tem de pôr os pés no chão, e pensar que para a BD existir é preciso vender. Sejam revistas, sejam albúns, seja o que for...
Mas para isso é preciso saber o que as pessoas querem, e até hoje não vi nenhum editor de BD preocupado em saber o perfil do leitor de BD português.
Talvez fosse bom começar por aí!
Grande abraço para este óptimo blog.
Labas
Não posso deixar de concordar com vocês. Basta ver no que é que deu a politica editorial seguida pela Devir. Na minha opinião, o problema português é que se edita pouco e edita-se mal. Quanto mais oferta houvesse maiores as possibilidades de cativar novos leitores. Mas também é verdade que é importante saber o que editar. O FIBDA seria o palco ideal para fazer este tipo de estudo, mas infelizmente o potencial do festival tem vindo a ser generosamente desperdiçado.
Um abraço
"Quanto mais oferta houvesse maiores as possibilidades de cativar novos leitores. "
Eu digo isso a muito tempo,mas a devir preferiu fazer o oposto como se por não haver comics do Homem Aranha ou X-men obrigassem as pessoas a comprar os tpbs que eles editam de outros personagem,so que o mercado não funciona assim e quem quer ler os titulos a cima arranja maneira de os ler.lolo :)
Quanto mais oferta houvesse maiores as possibilidades de cativar novos leitores. "
Eu digo isso a muito tempo,mas a devir preferiu fazer o oposto como se por não haver comics do Homem Aranha ou X-men obrigassem as pessoas a comprar os tpbs que eles editam de outros personagem e querem inpingir aos leitores,so que o mercado não funciona assim e quem quer ler os titulos a cima e outros arranja maneira de os ler.lolo :)
Abracos
Grimlock
p.s:Verbal podias apagar o post acima.
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