21 janeiro, 2008

Mais... Manara

Em mais uma promoção de BD! Desta vez é a revista masculina GQ (edição portuguesa) que na sua edição de Janeiro/Fevereiro (já nas bancas) traz o álbum a cores, formato franco-belga, de bd erótica “O Clic 1” de Milo Manara com um preço de capa de apenas € 1,45. Com uma tiragem de 25.000 exemplares, o objectivo confesso desta promoção é “duplicar as vendas da GQ”. A edição de Março/Abril da GQ irá distribuir o álbum “O Clic 2”.

Clic conta a história da bela Cláudia Cristiani, uma mulher da alta sociedade, recatada mas insegura face ao seu magnifico (e bem desenhado corpo), mas que devido ao roubo da invenção do Prof. Kranz, um comando à distancia que controla os impulsos sexuais, consegue soltar os seus desejos mais profundos e dar largas aos seus instintos sexuais mais libidinosos e as situações que daqui resultam, tanto ao nível do desenho como da linguagem, obviamente não são aconselháveis a menores de 18!

Para quem não conhece, pelo preço parece-me ser uma excelente oportunidade para entrar no mundo de Milo Manara!

14 janeiro, 2008

50 anos de Estrumpfes

Apareceram pela primeira vez, como personagens secundárias, numa história de "João e Pirolito" intitulada "A Flauta de 6 estrumpfes" publicada pela revista Spirou em 23 de Outubro de 1958. Mas como tantas outras personagens na história da banda desenhada, também estas pequenas criaturas de pele azul que falavam uma linguagem própria e viviam escondidas na floresta, criadas pelo belga Peyo (Pierre Culliford) depressa conquistaram os leitores e passaram a ter uma série própria como o seu nome: Os Estrumpfes (em francês "Schtroumpfs", em inglês "Smufs").

Nos anos 60, as aventuras dos estrumpfes já eram publicadas em álbum por toda a Europa (a Portugal chegaram durante meados da década de 80, através das editoras "Circulo de Leitores" e "Editorial Pública"), mas foi em 12 de Setembro de 1981, com a emissão do primeiro desenho animado pela cadeia de televisão NBC, que o fenómeno estrumpfe ficou global. Os estúdios americanos de animação Hanna-Barbera, produziram mais de 200 episódios que foram emitidos (por cá também) durante mais que uma década.

Pois bem, os Estrumpfes celebram este ano o seu 50º aniversário e o "pontapé de saída" das festividades foi dado em Bruxelas, terra natal de Pierre «Peyo» Culliford, numa conferência de imprensa com a participação da viúva e filhos do autor, e de outros membros da vasta equipa que mantém os estrumpfes em actividade mesmo após a morte do desenhador, em 1992.

Citando o Diário Digital/Lusa, entre as iniciativas previstas para todo o ano, contam-se a edição, ainda este mês, de mais um álbum de banda desenhada - com o título original "Les Schtroumpfs et le livre qui dit tout" (traduzindo "Os Estrumpfes e o livro que diz tudo") -, novos episódios de desenhos animados a serem difundidos em numerosos países (incluindo Portugal), um filme de animação em três dimensões, e a aposta em livros de actividades, jogos (também na Internet) e estatuetas comemorativas para coleccionadores.

A principal "marca" das celebrações será todavia a digressão europeia, que levará milhares de estrumpfes a invadir as ruas de diversas cidades europeias, numa iniciativa dirigida às crianças e cujas receitas reverterão a favor da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

A ideia consiste em que «acordar» várias cidades uma certa manhã - os nomes e as datas mantêm-se em segredo - com diversos milhares de estrumpfes (brancos) espalhados pelas ruas (na fila para os correios, à espera de autocarro, a brincar no jardim ou em qualquer outra actividade), que as crianças são convidadas a levar para casa e a decorar, sendo premiadas as obras mais criativas.

Paralelamente, em cada um dessas cidades será leiloado um estrumpfe decorado por uma celebridade - com as receitas a reverterem a favor da Unicef -, será realizada uma exposição dedicada ao 50º aniversário e um zeppelin sobrevoará o local das festividades.

11 janeiro, 2008

"Habituais leitores" vs. "Efémeros leitores"

Na sequência de um comentário colocado por um (fiel) leitor deste blogue, que se identificou como "el gordo", no post que antecede este, acerca da nova colecção do jornal PublicoGrandes Autores de BD – resolvi entrar aqui numa troca de ideias, sobre velhos leitores e novos leitores, que reflecte o estado de coisas da bd em Portugal.

Começo por citar um comentário recente de um responsável das edições Afrontamento, acerca do lançamento dos volumes 3 e 4 da colecção "Peanuts – Obra Completa", que tem um preço de capa de € 23 cada álbum, a referir que estavam bastante satisfeitos com a saída dos primeiros dois volumes, porque "tinham conseguido vender cerca de 2.000 exemplares"!!!

Sendo certo que em Portugal, o sucesso de vendas de um novo álbum de bd ronda os 1.500 exemplares, convenhamos que é para e por causa dos “habituais leitores” que ainda se publica banda desenhada em Portugal. Porquê? Porque são estes os únicos que estão predispostos e porque podem pagar as novidades com preços de capa num intervalo de valores que vai dos €15 aos €30. Também por causa disso, são os "habituais leitores" que esperam e desesperam por novidades e tem as suas prateleiras cheias de colecções de bd incompletas.

Quanto à iniciativa do jornal Público, para uma colecção que não traz nada de novo, não tenho pejo em afirmar que se destina apenas a escoar parte dos stocks da ASA, até porque não há garantias que esta editora, detentora da maioria dos direitos de publicação para Portugal das melhores séries de bd franco-belga, venha a publicar, a título de exemplo, os restante álbuns inéditos da colecção "Thorgal". E não havendo garantias que se completa a colecção qual é a lógica de um novo leitor em inicia-la? Mas, por outro lado, também não me parece que isto seja motivo de preocupação para os "efémeros leitores" a quem a colecção do Público realmente se destina, porque a sua leitura esgota-se aqui, com a vantagem de pagar o preço de um álbum duplo por metade do preço que eu, “habitual leitor”, paguei apenas por um único. A cavalo dado...!

Tudo para concluir que a bd em Portugal é cara porque não há leitores velhos suficientes; e não há leitores novos suficientes porque a bd em Portugal é cara. E por causa deste "pau de dois-bicos" dificilmente se aumentará a base de leitores de bd, até porque a mentalidade dos principais editores portugueses não está virada para a resolução deste grave problema. Preferem antes um retorno rápido do seu investimento à custa (da carteira) dos "habituais leitores", os tais 1.500! Posteriormente, a política de "saldos", "promoções leve 3 pague 2" destina-se mais a despachar "encalhados" do que a conquistar potenciais novos leitores. É por este motivo que esta iniciativa Publico/ASA, por muito louvável que seja em termos de divulgação e distribuição de bd a baixo custo, não deixa de ter um reverso bastante funesto, porque se os "habituais leitores" deixassem de comprar as novidades a "preços de ouro" e esperassem pelo "período de saldos", temo bem que as consequências que daí adviriam seriam provavelmente o fim da banda desenhada em Portugal. É pelo menos esta a minha convicção!

Aceita-se o contraditório!

10 janeiro, 2008

De volta aos clássicos...


O jornal Público começa no próximo dia 16 Janeiro, em parceria com as edições ASA, (mais) uma colecção semanal de banda desenhada, desta vez dedicada a várias personagens, vários autores, vários estilos, abrangente dos vários géneros da bd franco-belga. A colecção, repartida por dez álbuns duplos, com um custo de € 6,90 cada, traz-nos autores como Rosinski, Van Hamme, Zep, Guarnido, Canales, Tabary, Goscinny, Bilal, Marini, Desberg, Gibrat, Pellejero, Zentner, Prado, Bess e Jodorowski.
 
Calendário completo dos lançamentos por autor/título/data:
  1. Rosinski e Van Hamme/"Thorgal – O Filho das Estrelas" + "Thorgal – Alinoë"/96 páginas, a 16-01-2008

  2. Zep/"Titeuf – As Miúdas Ficam Banzadas" + "Titeuf – N’é Nada Justo"/96 páginas, a 23-01-2008

  3. Guarnido e Canales/"Blacksad – Algures entre as Sombras" + "Blacksad – Artic Nation"/104 páginas, a 30-01-2008

  4. Tabary e Goscinny/"Iznougoud vê estrelas" + "Iznougoud e o computador mágico"/96 páginas, a 06-02-2008

  5. Bilal/"A Feira dos Imortais" + "O Sono do Monstro"/120 páginas, a 13-02-2008

  6. Marini e Desberg/"A Estrela do Deserto" (2 capítulos)/120 páginas, a 20-02-2008

  7. Gibrat/"Destino Adiado" (2 capítulos)/112 páginas, a 27-02-2008

  8. Pellejero e Zenter/"Âromm – Destino Nómada" + "Âromm – Coração da Estepe"/96 páginas, a 05-03-2008

  9. Prado/"A Vida é um delírio"/96 páginas, a 12-03-2008

  10. Bess e Jodorosky/"O Lama Branco – O Primeiro Passo" + "O Lama Branco – A Segunda Visão", a  19-03-2008


Nota adicional:
Saúdo o lançamento desta colecção mas lamento a oportunidade perdida para lançar histórias inéditas em Portugal. Não obstante a (re)publicação de autores como Rosinski, Bilal e Gibrat ou histórias como “Thorgal”, “Blacksad” e “A Estrela do Deserto”, a verdade é que para os habituais leitores de bd franco-belga, estes autores e álbuns há muito que constam nas respectivas colecções. Sendo assim, até pelo baixo preço proposto, sinto que estou perante uma colecção que visa essencialmente escoar stocks da ASA, pelo que o publico-alvo será aquele que não conhece/não compra este género de banda desenhada. Será que resulta? Não quero com isto minimizar esta iniciativa, até porque reconheço que o jornal Público é dos poucos órgãos de comunicação social que em Portugal ainda vai contribuindo para a divulgação da banda desenhada (lembro as colecções “Corto Maltese”, “Tintin” e “Spirou”), mas não são estas (re)edições que ajudam ao mercado bedéfilo português. Assim, da minha parte, provavelmente farei depender a compra de alguns álbuns em função da respectiva qualidade da edição.

09 janeiro, 2008

'Peanuts'

Depois dos magníficos volumes 1 e 2, as Edições Afrontamento lançam agora os volumes 3 e 4 de "Peanuts – Obra Completa", respeitantes aos anos 1955 a 1956 e 1957 a 1958, respectivamente.

Esta colecção, é um compromisso da editora em publicar integralmente em lingua portuguesa, a obra completa de Charles Schulz (1922-2000), compilando todas as tiras de Charlie Brown, Snoopy e companhia, publicadas em jornais e revistas, ao ritmo de dois volumes por ano, numa colecção que apenas ficará completa em 2016 com o lançamento dos dois últimos volumes.

Mais não fosse pelo prazer que dá a sua leitura, o cuidado posto na sua edição (atente-se às caixas, cuja opção recomendo) e o facto de constituir uma colecção integral e definitiva, de todas as tiras diárias, escritas e desenhadas por Schulz, já seria motivo suficiente para comprar esta colecção. Acrescente-se então o facto de possibilitar ao leitor português a oportunidade inédita de ler as primeiras tiras e acompanhar a posterior evolução das personagens (posso destacar a transformação do Snoopy de um simples cãozinho no filosofo que todos conhecemos). Tudo conjugado traduz a grande mais-valia de “Peanuts – Obra Completa”, uma colecção de sonho, que tem um lugar cativo na estante de qualquer bedéfilo. Bem, pelo menos na minha têm!

Volumes já disponíveis:

Peanuts Obra Completa - Volume 1 [1950-1952]
Peanuts Obra Completa - Volume 2 [1953-1954]
Peanuts Obra Completa - Volume 3 [1955-1956]
Peanuts Obra Completa - Volume 4 [1957-1958]

08 janeiro, 2008

Começar do zero... (continuação)

**spoiler** fica o aviso para quem não acompanha a actualidade do Homem-Aranha, que o post que se segue contem revelações recentes que podem estragar a surpresa de uma leitura futura.

O site Newsarama revelou uma página dupla da próxima edição de "Amazing Spider-Man #546" que mostra o ponto de situação da "nova" vida do Homem-Aranha, depois do "apagão".

Fresh from the pages of "Brand New Day," check out Spidey's new status quo, drawn by the imitable John Romita Jr.! What's up with Harry Osborn? Mary Jane? Spidey's powers? Here's everything you need to know!

(clique para aumentar)